kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quinta-feira, dezembro 31, 2009

Para já, 2010 vai ter um início cansado. Esta coisa de querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo tem de acabar (embora não me apeteça). Vai ser um ano estranho, mas isto é motivado pela total falta de perspectivas, pela ameaça de más condições financeiras e pelo excesso de trabalho antecipadamente programado.

Vai ser um ano bom para o TUP, no entanto. O ano de Tom Waits, ano de novo curso e novo sangue e ano de, quem sabe, um projecto há muito guardado na gaveta e que só necessita da devida aprovação autoral para andar para a frente. E um ano em que novos projectos de teatro podem surgir fora do TUP. A ver.

A faculdade é o que é...

Preocupa-me o cansaço e é só. Nunca mais é para o ano. Eu sempre disse que não gostava do "2009", não é bonito, não soa bem. 2010 é mais redondinho.

quarta-feira, dezembro 30, 2009

KARMABOX WITH A VIEW - TOM WAITS - "DIRT IN THE GROUND"

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terça-feira, dezembro 29, 2009

Vic wanted you to think he was a miserable bastard but his heart was connected to the center of things. He couldn't help it. The world and its occupiers annoyed him - but whatever he said it was beautiful part of nature. A poet. In the flow of things. Few people are like that. Most of us can't care or live or feel too much. We let it go. We kill it. We forget. Most of us let our pains, our shells, our habits lock us into who we are. Some rise above. It is awful he is gone. I thought that he had a pure heart. I thought he was a sweetheart. His songs always made me want to write write write songs myself.


Mark Eitzel deixou esta dedicatória a Vic Chesnutt no seu blog. O músico aparentemente suicidou-se com uma overdose de relaxantes musculares, conseguindo por fim o que já havia tentado algumas vezes. É uma perda imensa.



ERA (QUASE) TUDO VERDADE







Facto indesmentível: "Avatar" só é um filme de sucesso antecipado e agora garantido por tudo aquilo que os extraordinários avanços tecnológicos providenciam.

No entanto e por isso mesmo...
É também um filme entusiasmante, vibrante, viciante e que sabe bem ver. É realmente uma experiência original e revolucionária, e compreende-se porque insistiu James Cameron em esperar pela tecnologia necessária à sua concretização. Um filme como "Avatar", protagonizado por pessoas de carne e osso - índios e cowboys, por exemplo, e porque na verdade é disso mesmo que o filme fala - não tinha público. Mas isto faz parte dos pontos negativos do filme e a que voltarei daqui a uns parágrafos.

Para já, os pontos positivos. Aliás, muito bons. "Avatar" é, como já tinha dito, viciante. Viciante porque Pandora, o planeta onde a acção tem lugar, é arrasador. De tal forma que me senti como que a ver as primeiras imagens reais da descoberta de um novo planeta por alguma missão espacial da NASA. Porque "Avatar" tem um magnífico design de produção... que não existe. Porque nada existe verdadeiramente ali a não ser um punhado de actores e alguns cenários. De resto, tudo é obra de um magnífico trabalho digital. Em suma, devia haver um prémio especial para a imaginação do exército de criadores que inventaram Pandora e toda a sua fauna e flora. Normalmente os prémios técnicos, nomeadamente o Oscar, premeiam a imaginação de quem cria efeitos especiais, guarda-roupa e design de produção, mas também a sua execução. Este caso é complexo. Deve "Avatar" receber, por exemplo, um Oscar para efeitos especiais? O desenho animado digital é realmente um efeito especial? Para além disso, a perfeição ainda está longe. Se as imagens, detalhes e movimentos dos Na'Vi são impressionantes bem de perto, a verdade é que tudo o que se afasta do ponto de vista do espectador continua a parecer um básico desenho animado. E isso também é importante num filme quase totalmente baseado na tecnologia digital.



Para lá da técnica - que não é um assunto menor, pelo contrário - "Avatar" é um bom filme de acção, ritmado, enérgico, empolgante e que nos prende à cadeira, mas que não evita resvalar para um certo adormecimento, aqui e ali, e para uma ou outra correria desenfreada no seu argumento. Como se Cameron não pudesse ou não quisesse fazer um filme de mais de três horas, em vez de um com mais de duas. Algumas situações são metidas um pouco a pressão ou começam e terminam rapidamente, quase sem se perceber a sua utilidade dramatúrgica. Interessa por isso perceber se existe uma versão de realizador e se essa versão vai ser algum dia disponibilizada. Porque o ponto mais fraco do filme é mesmo o seu argumento, outro ponto a que voltarei mais adiante.

O que interessa mesmo é o ambiente do filme, partilhado pela espartilhada história, pelo conjunto de personagens, algumas pouco interessantes ou exploradas e pelo planeta Pandora, a jóia da coroa de Cameron e da sua obra-prima. É um ambiente a que não conseguimos fugir ou desviar a atenção e é esse o principal truque do filme. Somos de tal forma absorvidos pelas florestas e pelas criaturas de Pandora, que quase nos sentimos como se estivessemos lá dentro. E se o 3D tem alguma funcionalidade é essa; manter-nos dentro de filme como se fôssemos mais uma personagem. Porque são poucas, na verdade, as situações em que os efeitos 3D nos entram literalmente pelos olhos dentro.

Nesse sentido, será importante perceber se a versão normal do filme, ou seja, sem 3D, consegue criar esse estonteante efeito de envolvência. Porque se residir aí, como tantos já acusaram, a verdadeira vantagem de "Avatar", então o mercado DVD poderá não ser um ponto a favor de Cameron na conquista dos dólares de que tanto necessita para provar que é um realizador renascido. O público significa dinheiro, e pouco importa a simpatia com que vai tratar o filme; importante, isso sim, é quantas vezes consegue "Avatar" ultrapassar a enormidade de dinheiro que custou. E não faltam a James Cameron formas de ganhar dinheiro. Um filme destes é uma fábrica de facturação brutal. Jogos para consolas, banda desenhada, bonecada e mil e um artefactos são garantias financeiras como só um projecto desta dimensão e características pode ter. Já para não falar na mais que obrigatória sequela...

Há um sem número de micro-leituras que se podem fazer ao ver "Avatar". Não vou enumerar todas, porque seria cansativo e porque retiraria grande parte do encanto que é descobrir este filme pela primeira vez. Uma dessas leituras tocou-me especialmente, e julgo não estragar nada ao mencioná-la aqui. O filme fala da capacidade de um humano poder ocupar um avatar, ou seja, um outro corpo, criado a partir do seu DNA. Neste caso, um avatar híbrido que resulta da combinação do DNA humano com o DNA dos Na'Vi, os nativos de Pandora que recusam todas as tentativas de colonização. Para usarem o seu avatar, os humanos têm de adormecer. Ou seja, só quando sonha, pode Jake Sully - personagem principal interpretado por Sam Worthington - viver entre os Na'Vi e ser literalmente outra pessoa. É um falso patamar onírico, o que Cameron aborda, e tudo em Pandora parece apontar para o mundo dos sonhos. E essa dualidade entre o mundo dos sonhos e o pesadelo que está à espreita desde o início do filme, é um dos poucos pontos favoráveis de um argumento demasiado curto.
Se Jake Sully é a personagem principal de "Avatar", Neytiri é sem dúvida a mais importante. Por várias razões. Desde logo porque é a que nos comove e a que nos conduz ao coração e à alma de Pandora - outro elemento incompreensivelmente menosprezado por Cameron. Neytiri é a personagem digital que (estando ainda distante) mais se aproxima da definição de actriz a sério. As suas expressões e o desempenho da actriz Zoë Saldana - a Uhura do último Star Trek - tornam-na na única personagem digital que alguma esteve perto de um prémio de interpretação. E essa é outra questão fundamental colocada por "Avatar": poderá algum dia isso acontecer? Porque Neytiri comove-nos, empolga-nos e apaixona-nos, irremediavelmente, e é inquestionavelmente o melhor que "Avatar" tem. De todas as personagens, é aquela que mais rapidamente nos faz esquecer de que na verdade não existe. No entanto, só existe porque a magnífica tecnologia ao serviço do filme a criou e lhe deu uma credibilidade até hoje apenas imaginada. George Lucas deve estar em casa, envergonhado das criações que apresentou ao mundo na recente saga Star Wars enão deve arriscar a realização de um filme nos próximos dez anos.



Como já disse, o argumento é mesmo o mais fraco elemento de "Avatar". O que não se entende. Especialmente se tivermos em conta os tais 14 anos de planeamento e concretização. Ainda mais se considerarmos que Cameron contou com algumas das melhores e mais conceituadas empresas de efeitos especiais e tecnologia digital - a Industrial Light & Magic de Lucas, a Weta (famosa pelo seu trabalho na saga Senhor dos Anéis), a Stan Winston Studio e a Framestore - o que obviamente lhe deu o tempo necessário para trabalhar numa história mais interessante e complexa. O problema é que James Cameron quer fazer tudo e são famososo os episódios que mantém com quase todas as equipas ao serviço do seu trabalho, enfernizadas pela mania de estar sempre presente em todas as fases da produção. Talvez passe por aí a explicação...

Porque há muita coisa em "Avatar" que já havíamos visto antes. Uma nave e um exoesqueleto de guerra que têm muitas parecenças com uma nave e um exoesqueleto de carga do filme "Aliens", situações de acção ou romance que desde sempre fizeram parte do imaginário de Hollywood, pequenos gags (poucos, felizmente) ou até diálogos, são só alguns exemplos da falta de imaginação de quem escreveu "Avatar" (Cameron). Isto é, dentro da revolução criativa que é "Avatar", alguém escorregou monumentalmente na hora de criar um argumento igualmente original. Se quiserem um exemplo válido, tentem lembrar-se do que acontecia no belíssimo filme de Kevin Costner, "Dances With Wolves". É que a história é exactamente a mesma. E isso é imperdoável.

Seja como for, "Avatar" é mesmo uma revolução e a diversos níveis. Pode não ser a salvação de que Hollywood necessitava, mas antes mais um problema que a indústria terá de resolver. E as questões que levanta não são de menosprezar. Por exemplo, num filme em que 80% da acção e das personagens são criadas digitalmente - e que quase não necessitava de actores de carne e osso - quanto poderá ser pago a um actor principal que acaba por ser um actor secundário? Por muito que ele possa ser essencial à tecnologia de motion capture que é a base das restantes personagens? Como será o cinema que depende desta tecnologia digital pós "Avatar"? Ninguém quer gastar assim tanto dinheiro na produção de um filme, e toda a gente tem receio, agora, de lançar uma obra que obviamente ficará a aperder para o trabalho de Cameron. Até porque a comparação será para sempre obrigatória, e este filme é uma revolução incomparavelmente maior do que a que foi "Jurassic Park", por exemplo.

Uma coisa é certa: de agora em diante, james Cameron não mais será conhecido como "o realizador de Titanic". A partir de agora, os filmes de Cameron serão apresentados como sendo "do realizador de Avatar". E isso é bem mais significativo do que parece.

Por fim, uma última palavra ao João Montenegro e ao trabalho que ele levou a cabo na Framestore. Parabéns amigo, deves estar orgulhoso. Tens que estar orgulhoso. Eu estou. E fico feliz por ver o teu nome a correr ao lado de milhares de outros, responsáveis por uma obra magnífica. Este não é o ponto alto da tua carreira, claramente. No limite, esse ponto alto será apareceres no making of que fará parte do DVD. Fico à espera, e temos muito que falar. Prometo não te sacar nenhum segredo.

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domingo, dezembro 27, 2009

VENHA O PRÓXIMO...

Honestamente não percebo como ainda há alguém que ponha dinheiro nas mãos de Guy Ritchie para o inglês fazer um filme. Depois de um principio de carreira absolutamente arrasador - "Lock, Stock And Two Smoking Barrels", em 1998, e "Snatch", em 2000 - Ritchie começou uma rápida e inevitável descida ao que de muito mau se pode fazer em cinema. Sinais evidentes de melhoras chegaram com "RocknRolla", mas que ainda não eram suficientes para convencer alguém de que ali ainda havia um realizador capaz de surpreender o público.

Não foi condenável, por isso, que muita gente tenha olhado com desconfiança para o anunciado projecto em torno de Sherlock Holmes. Apesar do elenco e apesar do gordo orçamento ao dispôr de Guy Ritchie. Ou seja, não consigo imaginar um responsável da Warner Bros. a passar um cheque de 100 milhões de dólares para um qualquer filme de Ritchie. Mas ainda bem que o fez.

Confessando desde já nunca ter lido os contos de Sir Arthur Conan Doyle - embora seja fã absoluto das aventuras do detective - admito não saber quem é o verdadeiro Sherlock Holmes. É verdade, o cinema e a televisão sempre trataram Holmes como um homem enigmático, genial mas louco, com especial apetência para o consumo de algumas drogas de classe alta e, acima de tudo, um gentleman. Confesso também que de todos, o meu favorito sempre foi (e continuará a ser) o desempenhado pelo falecido Jeremy Brett, na famosa série transmitida já algumas vezes em Portugal.

No entanto, Sherlok Holmes sempre me pareceu ser um antepassado menos musculado e bruto de James Bond. Ora, Guy Ritchie não deve saber o que é um gentleman, e o mais próximo que esteve de um, deverá ter sido ao lado de um provável mordomo da ex-mulher, Madonna. Por isso, e pelo evidente carácter sujo que gosta de imprimir aos seus filmes, Guy Ritchie foi mesmo pela versão Bond da coisa, e construíu um novo - e talvez polémico - Sherlock Holmes.

O Holmes de Ritchie e Robert Downey Jr. é desleixado (com a sua vida pessoal), pouco organizado (na sua intimidade), bêbado, não tem problemas em meter as mãos na sujidade e em aviar alguns vilões com uma combinação letal de conhecimentos de anatomia e boxe e aprecia mulheres - algo nunca claramente assumido anteriormente. Ou seja, mantém todas as características de génio da investigação e do raciocínio e acrescenta algumas particulariedades mais, digamos, humanas. Para além disso, Robert Downey Jr. é um dos actores mais excitantes e entusiasmantes da actualidade, e mexe-se nestas andanças com uma facilidade maravilhosa.

O resto...
O resto é um filme enérgico, realizado unicamente para ser um objecto de entretenimento, com uma ideal noção de ritmo, mas sem os exageros que se reconhecem a Ritchie, e muito, muito bem filmado. Como se repente Guy Ritchie descobrisse a noção de elegância e a misturasse com sucesso com a energia que normalmente transporta para as suas obras. Inevitavelmente, o filme ameaça perder o fôlego duas ou três vezes, mas até isso parece ser pensado, já que rapidamente volta a ganhar velocidade e interesse. A velocidade e o interesse que mantém desde o primeiro segundo. Aliás, a primeira sequência do filme avisa desde logo os mais distraídos que isto não é um filme cerebral, mas sim um objecto duro, moderno e revolucionário - tendo em conta de que é, no fim de contas, uma história com Sherlock Holmes.

É um argumento pequeno e trapalhão, no entanto; algo quenão supreende, já que Guy Ritchie sempre trabalhou com histórias pequenas, em torno de muitas personagens que, essas sim, lhe davam vida e detalhe. Aqui, infelizmente, não existem muitas personagens, e o filme ressente-se. E ressente-se, acima de tudo, de ser uma obra nitidamente construída como primeiro episódio de uma saga. O que não é de todo mal pensado, diga-se. O problema é que este "Sherlock Holmes" foi com toda a certeza mutilado na mesa de montagem, e o final é uma correria desenfreada - da realização, não das personagens (mas também) - piorada por um final abrupto bem ao estilo de intervalo para publicidade.

Ainda assim, é uma belíssima obra e um excelente exemplo de como se pode fazer um blockbuster de acção sem perder o estilo, o tino e o objectivo: manter o espectador acordado. E apetece ver Robert Downey Jr. e Jude Law nos papéis principais, novamente. E apetece ver Mark Strong a desempenhar aquilo para o qual o actor inglês parece ter nascido: ser o vilão de serviço de qualquer filme.

Já agora, uma curiosidade e que tem precisamente que ver com Mark Strong. O actor que desempenha o papel de Lord Blackwood seria um excelente Sherlock Holmes, caso o realizador quisesse optar pelo detective frio, distante e cavalheiro intocável.

Ah, e fiquem até ao fim para assistirem ao genérico, brilhante, e estejam atentos à magnífica banda sonora de Hans Zimmer.




sábado, dezembro 26, 2009

COMO DISSE!?

Já se sabe como é isto da sociedade achar isto e aquilo do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não espanta, por isso, as posições defendidas por Isilda Pegado,da Plataforma Cidadania & Casamento, e de João Almeida, Deputado do CDS, no programa da SIC Notícias, "Expresso da Meia-Noite". Irritam, mas não espantam. O que espanta, isso sim, é a facilidade com que os moderadores do debate, Ricardo Costa e principalmente por Nicolau Costa. Não sei, nem preciso de saber qual a sua posição em relação ao assunto; o que é grave é o jornalista perguntar a Sérgio Vitorino, representante do Movimento LGBT, se o facto de uma criança ser educada por um casal homosexual não ser condicionante da sua própria sexualidade. A princípio ainda pensei que fosse uma daquelas perguntas feitas propositadamente para que a questão fique explicada perante as câmaras. No entanto, Nicolau Costa, perante a resposta de Sérgio Vitorino - de que ele próprio tinha sido criado por um casal heterosexual e de que isso não tinha condicionado a sua sexualidade - insiste e volta à questão dizendo que estava a "dizer ao contrário". Sérgio Vitorino teve de explicar ao jornalista que a homosexualidade não é um problema.

Para além disso o activista dos direitos dos homosexuais ainda chamou a atenção dos presentes para um ponto de vista interessante. A lei do casamento diz que as pessoas homosexuais são boas para casar mas não são boas para ter e educar crianças.
É triste...




quinta-feira, dezembro 24, 2009

TRA-LA-LA-LA-LA-LA-LAAAA



terça-feira, dezembro 22, 2009

KARMABOX WITH A VIEW - LHASA - "LOVE CAME HERE (LIVE)"

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KARMABOX WITH A VIEW - PEACHES & HERB - "SHAKE YOUR GROOVE THING

Shake it!

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MOLHAR O PÃOZINHO

Mesmo a acabar o ano um cheirinho a Fantas. Mesmo a acabar o ano um filme despretensioso, apostado na diversão e completamente fora do sistema. Um filme de zombies, sim, mas para partir a porcelana da avó, sem pedidos de desculpa.

"Zombieland" é do caraças. Uma mistura alucinada de "Natural Born Killers" com filmes de zombies bem ao estilo de "Braindead" (Peter Jackson) ou do mais desconhecido "Dellamorte Dellamore" (Michelle Soavi). Portanto, a escolha de Woody Harrelson para um dos papéis principais não é de todo despropositada e funciona como a recuperação de um actor para aquilo que faz melhor.

"Zombieland" foi realizado por Ruben Fleischer, que até agora só tinha realizado uma curta, um documentário e alguns episódios de "Jimmy Kimmel Live", e é uma pérola da clássica série B, com violência destravada, um sentido de humor delicioso, e sangue aos litros. Bem ao estilo do bom, velhinho e entretanto falecido Fantasporto.

A história é simples, como em qualquer filme do género, e mostra-nos a viagem de quatro sobreviventes de uma verdadeira catástroe zombie, em busca do suposto paraíso na terra: um parque de diversões onde supostamente não existem mortos-vivos. Pelo caminho, enquanto três deles matam por sobreviver, o cowboy de serviço (Harrelson) mata por divertimento e com requintes de showman - e nós agradecemos.

Detalhes fantásticos: o cameo de Bill Murray, os elementos gráficos que dão corpo às regras de sobrevivência de um dos personagens, e a banda sonora - rock à força toda, como não podia deixar de ser - e um happy end nada habitual nestas coisas dos zombies.

"Zombieland" deve ser visto sem grandes expectativas e com muitas pipocas porque é para isso mesmo que serve: hora e meia de puro entretenimento, sem regras, sem limites e com muita, muita boa disposição.

E qualquer filme que termina com uma música dos The Raconteurs, merece o meu maior respeito.











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segunda-feira, dezembro 21, 2009

O PIOR

É demasiado fácil escolher. O pior filme do ano, mas destacadamente, sem hipótese de concorrência, é "New Moon". E passo a explicar porque raios fui ver esta prevista desgraça: cheguei tarde ao cinema e era o único que havia perto da meia-noite. E pronto, viver é aprender.

Não percebo a causa de tanta histeria em torno da saga - mesmo estando a falar de miúdas pré-menstruadas, repletas de espinhas na fuça e com os quartos forrados a páginas da "Bravo".

Não percebo porque tanta gente perde tempo a escrever ou a falar da dupla amorosa, dupla essa que não tem qualquer química e que é composta por duas das personagens mais monas da história do cinema.

Não percebo...

Tudo aqui é mal feito. É mal realizado, mal interpretado e o filme rigorosamente não conta nada. Aliás, são duas horas de absoluta e total pasmaceira contemplativa-deprimente. É TUDO MAU!!!
Um dos piores filmes que já vi. Mais nada. E agora vou desinfectar o teclado do computador...

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OS MELHORES


Obviamente incluindo o que vi em DVD ou em formato 100% pirata...

Gostava de lhes dar uma ordem, mas não consigo. São estes os meus favoritos de 2009, e só tenho pena de ter perdido muitos mais. Não tenho desculpa.


Che - O Argentino
District 9
Gran Torino
Hunger
Let The Right One In
Milk
The Producers
Up
Watchmen
The Wrestler
O último post - uma tentativa de dissecar "Avatar" enquanto obra cinematográfica mas também como produto de comércio - obteve duas reacções de pessoas que, ao contrário de mim, já tiveram a oportunidade de o ver. Diz o Carlos - de quem já começava a sentir a falta neste blog - que "seria dificil pensar em outro senão Cameron para realizar esta obra-prima da diversão e do entretenimento". Raramente acontece, mas desta vez não posso concordar com ele. E admito, é claramente uma questão de gosto pessoal. No entanto, o passado recente mostrou-nos que génios como Spielberg e Lucas já se podem reformar em paz, já que herdeiros à altura não lhes faltam. Claro, nem todos conseguiram manter o nível inicial, mas a verdade é que realizadores como M. Night Shyamalan (noutro registo), Guillermo Del Toro, Peter Jackson, a dupla JJ Abrams e Matt Reeves ("Cloverfield") ou estreantes absolutos como Neill Blomkamp (o realizador de "District 9") - e isto para referir apenas alguns - trouxeram ao cinema comercial e de entretenimento a magia que lhe faltava há muito.

Isto numa altura em que estou para ver o que poderá ser um dos filmes de 2010: "9" de Shane Acker, de que já falei aqui e que ameaça não estrear no nosso país. Isto para não falar em todo o stock da Pixar, que se prepara para estrear a sua primeira longa-metragem não animada. Ou seja, não duvido da capacidade de James Cameron realizar cinema-espectáculo, nem pouco nem mais ou menos. Não concordo é que seja o único.

Por falar nisso, gostava de aconselhar o que foi um dos filmes maiores de 2009 e que, aparentemente, vai estrear apenas pelas bandas de Lisboa: "O'Horten", do norueguês Bent Hamer. Passou pelo Fantasporto e deixou muita gente de boca aberta e... a sonhar. Não o percas por nada deste mundo, amigo Carlos. Até porque não foi o único filme nórdico que este ano deixou muito bom cinéfilo de queixo a abanar. Mas sobre isso falarei mais adiante...

sábado, dezembro 19, 2009

VAMOS AVATAR UMA QUESTÃO

Ainda não vi o filme e já estou farto de falar nele...


"Avatar", que estreou esta semana um pouco por toda a parte, tem sido apresentado como uma reviravolta no mundo dos efeitos especiais, uma nova forma de fazer cinema, o 3D definitivo, o ponto mais alto da tecnologia digital e, no limite, o regresso de um dos mais bem sucedidos realizadores de Hollywood. Há, no entanto, quem insista em considerar "Avatar" a salvação de Hollywood, o filme que vai acabar com a crise da meca do cinema e trazer de novo a magia às salas de todo o mundo. Verdade?


Para quem não sabia, convém dizer que 2009 foi o annus horribilis de Hollywood. O ano em que as pequenas produções fizeram esquecer os mega-blockbusters, e em que filmes como "District 9" ou "Paranormal Activity"
fizeram mais dinheiro que as produções bilionárias dos gigantes da indústria. Um nem sequer tem nada a ver com os estúdios americanos - apenas o dedo de Peter Jackson - o outro, é uma produção quase caseira, que esteve para ser transformada pela Dreamworks num desses blockbusters e só por sorte viu a luz do dia. "Avatar" é o último blockbuster de 2009 e aquele que parece apresentar os melhores argumentos. No entanto, é também o que tem um elenco secundaríssimo de actores quase desconhecidos. É uma aposta arriscada de Cameron, habituado a impôr a sua vontade aos estúdios.

Não estou de acordo com a ideia de que "Avatar" é o messias da indústria cinematográfica. Obviamente porque não estou à espera de que seja um filme por aí além - Cameron fez sempre pior à medida que os seus orçamentos foram crescendo - o primeiro Exterminador, "Aliens", "O Abismo" e depois, o segundo Exterminador, "True Lies" e "Titanic" - e a vaidade é sempre o inimigo mais perigoso de quem consegue o poder que o canadiano atingiu. Parece-me que poderá revolucionar a tecnologia motion capture e ultrapassar as experiências de Robert Zemeckis, por exemplo, mas não conseguirá mais do que isso. E por uma razão que merece um olhar atento.


O cinema nos EUA é feito acima de tudo para o mercado interno. Um filme produzido em Hollywood divide a facturação entre as salas americanas, as salas do resto do mundo e o mercado mundial da televisão e do DVD. Se partirmos do princípio de que o principal argumento de "Avatar" é a esta moderna tecnologia 3D, e de que de forma alguma lhe podemos aceder sem os clássicos óculos que completam o efeito técnico, então como podemos esperar que o filme de Cameron seja um sucesso também no homevideo? Ou seja, "Avatar" é um filme realizado para ser visto numa boa sala de cinema e mais nada.

Contudo, as primeiras críticas falam de uma aparente falta de necessidade do tal 3D. Falem mal ou bem, os críticos parecem concordar num ponto: o de que o filme não precisava do 3D para ser bom, ou que o 3D não chega para o salvar da mediocridade. E não esqueçamos que o 3D continua a ser visto como um truque de feira; um ardil para arrastar espectadores para as salas de cinema cada mais vazias. Mesmo que a tecnologia esteja cada vez mais avançada e que não tenha já nada a ver com a da década de 50. Para além disso, os filmes de Zemeckis - "The Polar Express", "Beowulf" e "A Christmas Carol" - eram tentativas honestas e despretensiosas de fazer um novo tipo de cinema de animação. O que Cameron pretende com "Avatar", é descobrir o El Dorado que já tantos outros tentaram.

James Cameron quer o actor digital realista, verosímil e (quase) de carne e osso. George Lucas tentou-o na nova trilogia Star Wars e ficou bastante distante do objectivo. Os japoneses tentaram-no com a saga Final Fantasy e fizeram melhor figura que Lucas. Agora "Avatar". As primeiras imagens mostram uma qualidade de detalhe absolutamente deslumbrante. Os movimentos, no entanto, continuam a ser os de um desenho animado bem feito. Apetece dizer que nestas coisas mais vale o falhanço estrondoso que o «quase lá». E Cameron parece estar somente quase lá.


A estreia de "Avatar" foi, como não podia deixar de ser, esmagadora. 27 milhões de dólares só no primeiro dia de exibição. Ainda assim, o topo da lista continua a pertencer ao terceiro episódio da saga Senhor dos Anéis, seguido de muito perto por "I Am Legend". O terceiro lugar de "Avatar" não é caso para sustos, mas também pode significar que provavelmente o filme ainda vai ter de pedalar muito para ultrapassar o que custou. Os 500 milhões de dólares foram prontamente negados pela produtora, que assumiu 250 milhões como o custo total da obra. Ainda assim, é somente o mais caro de sempre...

BLAH, BLAH, BLARGH

É muito mau sinal uma revista como a Palyboy - um clássico dos clássicos - decide começar a inventar uma nova linha editorial. A última edição da Playboy portuguesa faz capa com um homem. Exactamente. Nada de moças despidas, em poses mais ou menos provocadoras, nada de biquinis, óleos e plumas. Um homem, e ainda por cima feio. Ricardo Araújo Pereira. Se já andava farto de ter Gato Fedorento em tudo o que é sítio, então agora é que nunca mais os posso ver à frente. Se até em revistas de mulheres nuas os tipos aparecem...

Isto pode ser consequência de alguns rumores que apontam para um não tão grande sucesso da versão potuguesa da Playboy e que são consolidados pelas notícias recentes de que teria havido confusão da grossa entre redactores e direcção. Mesmo assim, fazer capa com um homem!?


Por outro lado, não sei o que será pior, RAP ou Rita Mendes, a mulher mais sobrevalorizada de Portugal e que é simplesmente... feia. Honestamente não sei quem preferia ver despido. Sei que nunca tive intenção de ver a suposta DJ e sociável dos coitadinhos sem roupa. Pois se já vestida é o que se vê... Os founding fathers da Playboy devem estar a rebolar no túmulo.







A RTP, como não podia deixar de ser, anda a esticar a corda dos seus programas de entretenimento. Depois de nos ter dado milhares de edições de um produto inenarrável chamado "Dança Comigo" - e que servia apenas para vermos as figurinhas dos famosos - decidíu inventar uma coisa chamada "Dança Comigo No Gelo" e que, como está claro, é muito pior. Podiam continuar a série com produtos como "Dança Comigo na Lama", "Dança Comigo Num Chão Barrado Com Azeite" ou "Dança Comigo No Fundo Do Mar Sem Garrafas De Oxigénio". Podiam também fazer um crossover com um programa recente da concorrência e estrear o "Dance Comigo Senhor Deputado".

Para além disso há qualquer coisa nos apresentadores da RTP que me tira do sério. É uma forma de apresentar, de dizer o texto, que carrega uma qualquer cantilena que já não se usa em televisão há umas boas décadas, e que só dinossauros como Júlio Isidros e Joaquim Agostinho insistem em utilizar. E isto tudo com o guito dos contribuintes...





Por fim, esta coisa da selecção portuguesa de futebol ter escolhido para música oficial o "I Got A Feeling" dos Black Eyed Peas... Compreende-se a escolha, a música realmente serve para o melhor e o pior por que a selecção pode passar na África do Sul. Se correr bem, respeita a máxima do "I got a feeling" que isto vai ser fixe; se correr mal, serve o "I got a feeling que vou de vela"...

Não se percebe é porque continuam a tratar mal o Cristiano Ronaldo, que por esta altura deve estar com uma tremenda azia por não ter sido ele o escolhido para a composição da música oficial.

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quinta-feira, dezembro 17, 2009

CASAMENTO HOMO QUÊ?






Isto aborrece-me.
O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros a proposta de lei que visa legalizar de uma vez por todas o casamento entre pessoas do mesmo sexo. No dia em que esta lei for discutida na Assembléia da República, o PSD vai propôr uma lei diferente desta e que basicamente serve para não chamar casamento ao acto civíl que o PS pretende legalizar. Nesse mesmo dia, uma grupo de cidadãos ligados à igreja católica - e que não fazem parte da sua hierarquia - vão entregar uma petição também na Assembléia, requerendo a realização de um referendo.

Tudo isto me enoja. O PS aguardou pela clara falta de maioria parlamentar para introduzir a proposta de lei, na esperança, quem sabe, de se poder desculpar com essa mesma falta de maioria no caso da lei ser reprovada.
O CDS-PP concluíu, sabe-se lá porquê, que a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo não pode ser permitido porque conduz inevitavelmente à adopção de criançass.

Um merdoso de um padre, em declarações a uma rádio portuguesa, diz que "uma criança que é deixada pelos pais numa instituição - e que tem uma experiência de vida negativa - quando é adoptada espera ter as melhores pessoas do mundo à sua espera. Logo, não pode nem deve ser adoptada por homossexuais.

A ver se nos entendemos...
O casamento é (também) um objecto da sociedade civíl, e o Governo não pretende mexer nos ensinamentos e regras da igreja católica.
Para além disso - e lá vem a eterna hipocrisia política e acima de tudo portuguesa - é perfeitamente legal um pai solteiro adoptar uma criança. Ou seja, o solteiro pode ser homossexual que não há qualquer problema. Se for um casal homossexual, no entanto, a porca torce violentamente o rabo.

Entretanto, ouvi também da boca conservadora da Inês Serra Lopes coisas do género "deve-se defender a qualidade de vida das crianças e não conceder direitos aos adoptantes", ou "os valores da família" e outras barbaridades. Isto de uma senhora que foi condenada a um ano de prisão pelo crime de favorecimento pessoal na forma tentada no caso do alegado sósia de Carlos Cruz, arguido no processo Casa Pia.

O PCP, que já não sabe se é de direita por oposição ao PS, ou de esquerda por oposição a sabe-se lá o quê, vem a público defender que a questão da adopção deve ser alvo de aturadas análises.

O BE mantém-se calado...

E a minha pergunta é muito smples: porque não assumem de uma vez por todas o que realmente são? Porque não dizem alto e bom som que ainda são uma cambada de atrasados mentais, retrógrados, que vivem num mundo de faz-de-conta, embrulhado em preconceitos vários?

É hirónico: na antiga Grécia, a homossexualidade era promovida como forma de desenvolvimento político. A relação entre mestre e discípulo utilizava a relação homossexual como forma de compreender e incentivar o crescimento político; como forma de estimular a passagem de discípulo a mestre. A práctica acabou precisamente com a chegada da cristandade.

Não aprendemos nadinha...


BOM ASPECTO NÃO FALTA...

MEIO AMBIENTE QUÊ!?

De uma coisa tenho já a certeza e nem preciso esperar pelo fim do ano para a destacar: a cimeira de Copenhaga é um brutal e desnecessário gasto de dinheiro. Porquê? Porque simplesmente não vai resultar em nada.

É muito simples, na verdade. A situação actual em que o planeta se encontra é desesperante - e que se lixe a discussão em torno dos exageros promovidos pelos cientistas. Ou seja, as medidas a serem tomadas deviam ser tomadas... ontem. Nenhum país no mundo, mais ou menos civilizado, consegue, quer ou pode assumir essas mudanças de um dia para o outro. São processos demasiado lentos para fazer uma diferença significativa; processos que quando estiverem efectivamente a fazer o efeito pretendido, estarão já desactualizados com a situação da altura.

Prova da noção de que tudo isto é uma gigantesca fachada institucional, é o facto dos principais líderes mundiais não terem estado presentes na maioria dos dias da conferência. Prova disso mesmo, é o Brasil - que tem somente a maior representação e da qual fazem parte algumas ONG - ter conseguido retirar da discussão o assunto Amazónia. Não é fantástico?

E na verdade é tão simples de compreender...

2010



Com 2009 a curtos passos do fim, é cedo ainda para este blog fazer um flashback ao que de melhor e pior se passou nos últimos doze meses. Já muita imprensa escrita e não só dedicou espaço às infindáveis listas dos melhores discos, filmes, peças de teatro e livros e aos piores momentos, políticos, sociais e etc e coisa e tal.

A blogosfera parece atravessar uma fase menos rica e interessante, e entre blogs que insistem em falar numa língua estranha, infantil e que deixa os nervos de qualquer um em franja, e outros, esses sim interessantes e de interesse público mas que andam meio adormecidos, apetece-me destacar, mais uma vez, o do Miguel e a sua Campaínha Eléctrica . Como sempre, o Miguel decidiu fazer a sua própria lista de fim-de-ano. Merece ser vista. Porque o homem tem bom gosto e porque não anda a dormir.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

KARMABOX WITH A VIEW - SCREAMIN JAY HAWKINS- "I PUT A SPELL ON YOU"

Sem palavras...

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18 DE DEZEMBRO

O anúncio das nomeações para os Golden Globes, deixaram no ar a ideia de algo que já muitos vêm dizendo: o "Avatar" de James Cameron poderá não ser mais do que muita técnica e pouco sumo. A próxima semana todas as dúvidas serão eliminadas de uma vez, mas a certeza é já uma: tem todas as condições para ser o mais lucrativo filme de sempre.

O que choca um pouco com um pormenor no mínimo estranho. O inacreditável secretismo em torno da obra de Cameron poderá ou não roubar uma primeira fatia de público das salas de cinema? Se por um lado a estratégia tem funcionado com obras de menor impacto e escala, a verdade é que um filme que custou cerca de 300 milhões de dólares - o mais caro de sempre - pode precisar de mais qualquer coisinha. Pelo menos a julgar pelo nosso país, em que a campanha se limitou a um poster foleiro nas bilheteiras a anunciar a venda antecipada de bilhetes. Parece que James Cameron, megalómano confesso, está a apostar no facto de se ter retirado do circuito comercial e de isso poder significar um motico acrescido de interesse. Não se esqueça o realizador que em quinze anos cresceu um novo público que, muito provavelmente, nunca viu nenhum ilme seu, nem mesmo o horripilante mas bem sucedido "Titanic".

No entanto, há algo que me enche de orgulho. João Montenegro, amigo do coração, é neste momento a pessoa no mundo que, na lista de "Eu Faço o Que Realmente Gosto", ocupa o primeiro lugar destacadíssimo. E merece-o. Só estou à espera de o ver, qual pinguim em marcha para a cerimónia de acasalamento, a atravessar a passadeira vermelha que o levará à entrega do mais que certo Oscar. Se ele o vai receber ao palco ou não - o que parece muito improvável - pouco importa. E ele sabe-o. O que importa é que quando o entevistarem, no meio daquelas estrelas, dos flashes das câmaras e dos gritinhos histéricos dos fãs, ele tenha a calma e o sangue-frio para proferir um sonoro, grave e bem articulado "FODA-SE!"


quinta-feira, dezembro 10, 2009

SCRATCHING THE SURFACE

Vhils é um daqueles casos de artistas de rua - ou melhor, que começaram e continuam a usar as ruas e os edifícios como telas - que conseguiram ir mais longe e chegar, por exemplo, à famosíssima Tate Gallery de Londres.

Entretanto já tem obras espalhadas um pouco por todo o mundo, inclusive na exigente Nova Iorque

Os trabalhos são impressionantes, misturam graffiti, com stencil, com colagens e com um martelo pneumático, o vídeo abaixo é belíssimo e o senhor na realidade chama-se Alexandre Farto. Pois, é português e ninguém por cá parece reconhecê-lo...











quarta-feira, dezembro 09, 2009

DIAS DIFÍCEIS

Este blog é o espelho da fase atarefada - para ser simpático - que atravesso. Faculdade, ensaios com o grupo de teatro Os Garranus, faculdade, ensaios com o TUP, faculdade, a preparação do próximo curso do TUP, faculdade, faculdade e faculdade.
Tanta coisa na cabeça que devia/queria verter para aqui...

Lá para 2012 e se não for ano de fim do mundo.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Desde que vi este filme que tenho ensaiado uma forma de escrever algo sobre ele. Nunca consegui porque não me parecia digno o suficiente.
É um dos filmes da minha vida, o melhor de sempre da Pixar, e uma das mais incríveis personagens da história do cinema.
Um dia destes, neste blog...

RESOLVAM-SE!!

Curto e grosso: as escutas que são claríssimas, mas às vezes são dúbias, que são esclarecedoras ou turvas, que aparentemente implicam, ou não implicam o nosso Primeiro-Ministro, deviam ser reveladas. Que se lixem as questões deontológicas, éticas; que se lixe o facto se abrir um precedente. O povinho está farto e cheio de desconfiar da classe política e de viver a vida na eterna dúvida, não se está a ser comido por lorpa, mas se é comido todos os dias e por toda a gente.

O caso presente assume implicações ainda mais graves e que carecem de uma rápida resolução. A legislatura acaba de ser renovada e em condições dificílimas, já que uma feroz oposição vai fazer tudo o que lhe for possível para, como os putos mimados, fazer birra e impedir o Governo de gerir o país. Um Governo que já havia provado a sua incapacidade para encaixar com desportivismo as críticas que lhe são constantemente dirigidas, e que se organizou em torno de uma arrogância a toda a prova. Sem a maioria absoluta, lá se vai a arrogância. Sem a arrogância, lá se vai a capacidade de combater as polémicas.

Esta polémica tem de ser esclarecida. O povinho elegeu um governador que de repente se vê envolvido em mais um acidente que ultrapassa o universo meramente político. E como ninguém sabe se ele esteve ou não esteve ligado à polémica do mega-sucateiro, convinha esclarecer pelo menos essa parte. De outra forma, como esperamos que este Governo sobreviva? O povo tem de saber, que se lixe o resto!

IGUALDAD ANIMAL

Não é uma gralha, é simplesmente o nome da organização espanhola a favor da igualdade de direitos para os animais que ontem, em Madrid, se manifestou silenciosamente na Praça da Porta do Sol. Foram cem activistas, cada um segurando num animal morto.

Acho piada que os noticiários tratem este assunto do ponto de vista do quão chocante ele é. Mas entendo, de certa forma. Nunca ninguém gosta que se lhe esfregue um problema no focinho, certo? Foi os que os activistas fizeram.

Para mim a questão é muito simples: os animais, enquanto seres vivos devem ter os mesmos direitos que todos os seres vivos. Para mim isso quer dizer que devem ter os mesmos direitos que nós. O problema é que o ser humano acha que os animais, por não serem «racionais» - e isto dava uma discussão tremenda acerca do que é afinal ser racional - não podem ter os mesmos direitos. A questão devia ser abordada ao contrário. A inteligência de humanos e restantes animais devia interferir nos deveres e nas obrigações, mas não nos direitos.

Um ser vivo deve ter direito a simplesmente ser deixado em paz. Quanto a deveres e obrigações... bem, isso nem sequer é assunto, porque todos os animais, vivendo na sua própria sociedade ou não, têm os seus deveres e obrigações instintivamente esclarecidos. Nós é que não.


Já sabem, podem e devem ver o vídeo, mas será que conseguem?