kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quinta-feira, maio 28, 2009

ABENÇOADOS!!!

Nos EUA, uns desgraçados de uns tarados religiosos deixaram a filha de onze anos morrer em casa com problemas respiratórios derivados de diabetes. Como deixaram morrer a miúda? Simples. Em vez de chamarem a emergência médica começaram a rezar. Parece anedota mas não é. Madeleine Neumann morreu o ano passado rodeada por um grupo de maluquinhos que acredita - e pelos vistos executa - na cura pela fé. Vai daí, passaram as últimas e agonizantes horas de vida da petiz a rezar pela sua salvação. Os pais da criança, e principais responsáveis pela atrocidade, incorrem agora numa pena de 25 anos de cadeia.
O padrinho da besta da mulher insurgiu-se contra o rumo legal dos acontecimentos dizendo que nada de errado tinha sido feito, e que nos EUA as pessoas deviam ter o direito de levar a cabo esta cura pela fé. Podiam-lhe dar um tiro, já agora?

quarta-feira, maio 27, 2009

I heard this lady say "I love kids". That's nice. A little weird 'though. It's like saying "I like people for a little while. How old are you? 14? Fuck off". You can say I love kids as a general statement that's fine. It's when you get specific you get in to trouble. "I love 12 year olds...".

I was on the street I heard this guy wave to me. And he came up to me and he said "I'm sorry I thought you were someone else". I said "I am".

Every fight is a food fight when you're a cannibal.

Demetri Martin

terça-feira, maio 26, 2009

POR FALAR NISSO...

E porque fiquei mesmo viciado no caraças do filme...

ROUBALHEIRA



Podia até ser coincidência, mas sinceramente não acredito em coincidências assim tão... coincidentes.
Ao ver o filme "The Producers", de que falei aqui há uma semana, apercebi-me a dada altura, e numa determinada coreografia, de que tudo aquilo me parecia assustadoramente familiar. Um segundo depois já sabia onde tinha visto aqueles passos: no espectáculo "A Cidade Dos Que Partem", dos Palmilha Dentada.
A coreografia em questão, com menos participantes, é claro, é a das velhinhas e dos andarilhos e que pode ser vista aqui na sua versão original, na Broadway.
Plágio é feio, senhores dos Palmilha. Muito feio. Podia até ser uma inspiração, mas o que se viu no palco do Carlos Alberto foi bem mais do que isso.

O clip abaixo tem muito mais do que apenas a cena em questão, mas vale bem a pena ser visto.



They say if you give a man a fish, he'll eat for a day, but if you teach a man to fish.... then he's gotta get a fishing license, but he doesn't have any money. So he's got to get a job and get into the social security system and pay taxes, and now you're gonna audit the poor cocksucker, cuz' he's not really good with math. So he'll pull the IRS van up to your house, and he'll take all your shit. He'll take your black velvet Elvis and your Batman toothbrush, and your penis pump, and that all goes up for auction with the burden of proof on you because you forgot to carry the one, cuz' you were just worried about eating a fucking fish, and you couldn't even cook the fish cuz' you needed a permit for an open flame. Then the health department is going to start asking you a lot of questions about where are you going to dump the scales and the guts. 'This is not a sanitary environment', and ladies and gentlemen if you get sick of it all at the end of the day... not even legal to kill yourself in this country. Thanks again John Ashcroft you weird bible addict, can't even handle your own drug. You were born free, you got fucked out of half of it, and you wave a flag celebrating it. The only true freedom you find, is when you realize and come to terms with the fact that you are completely and unapologetically fucked, and then you are free to float around the system.

Doug Stanhope

segunda-feira, maio 25, 2009

GANDA MARINHO!!!

Quanto mais não fosse, o bastonário da ordem dos advogados tem razão numa coisa: Manuela Moura Guedes viola sistematicamente o código deontológico dos jornalistas. A semana passada, numa aula de televisão, a minha professora nos explicava o porquê do sucesso do jornal da noite da TVI. A sua fórmula, o seu formato e, acima de tudo, um pormenor interessante e que aparentemente escapa à maioria dos espectadores: é um serviço noticioso que é tudo menos sensacionalista. O pé só lhe foge para o chinelo nas edições apresentadas pela mulher do patrão. O seu estilo agressivo nem é o que mais choca. O que escandaliza aqueles que ainda acreditam no poder do jornalismo enquanto ferramenta imparcial de informação, é sua total ausência de pudor em emitir juízos de valor, a capacidade de proferir acusações - de forma directa e por meio de perguntas feitas em tom disso mesmo, de acusação - e a mania de ficar sempre por cima dos entrevistados. A última e mais forte palavra tem sempre de ser sua. Até se deparar com Marinho Pinto.
Obviamente mal informada - não dos assuntos abordados na dita entrevista, como também na matéria de facto, a justiça - Moura Guedes foi esmagada pela capacidade argumentativa do homem e pela facilidade (sobejamente conhecida) que Marinho Pinto tem em disparar acusações.
O resultado é lindo de se ver, e só peca pela falta de uns bons tabefes na cara plastificada da mulher mais irritante da televisão portuguesa.
Ao Correio da Manhã, Moura Guedes diria "Não levei muito a sério. Aliás, nos últimos cinco minutos nem o ouvi", admitiu. "Foi a primeira vez que um convidado perdeu o controlo. Mas eu estava a fazer o meu trabalho." Mentira. Basta ver a entrevista para perceber que até ao final a senhora teve bem atenta ao que dizia o bastonário, tentanto rebater de forma infantil as acusações proferidas. Marinho Pinto pode ter-se exaltado, é afinal o seu estilo habitual. Mas no fundo, Foi a entrevistadora quem perdeu o controlo, da entrevista e das suas emoções. O momento em que começa a recorrer ao mais básico sarcasmo é disso prova evidente.
Vou mudar de curso e formar-me em direito só para poder votar em Marinho Pinto.

BLAH, BLAH, BLARGH!




As eleições para o parlamento europeu que se aproximam são sem dúvida alguma as mais ridículas, fúteis, inúteis e feias de sempre. Mas são engraçadas também, e divertem. Um pouco como os circos de freaks: assustam e repugnam, mas entretêm.
Começando pelo partido do governo, onde desde logo temos um antigo comunista que simplesmente virou a casaca, mas que continua a vestir-se a discursar como um verdadeiro adepto de Marx. Basta olhar para o coitadinho do Vital para lhe topar o comunismo. Aquele arzinho de sindicalista está-lhe colado à epiderme como um chato aos pêlos dos testículos. É um pobrezinho, escolhido pelo partido que adoptou - e que com toda a certeza olha para ele de lado - para ser recambiado para fora do país. Algo a que Vital está habituado, já que deve ser do seu conhecimento que os camaradas lá da Rússia faziam o mesmo com todos os que não agradavam ao partido. A única diferença é que para onde estes últimos eram enviados não havia café e biscoitos em cima da mesa de reuniões.

Paulo Rangel é a anedota política da moda. O homem não só é feio e tremendamente ridículo, como tem um corpo inadaptado para qualquer tipo de vestimenta que não seja um saco de pano com um monte de tijolos lá dentro e um rio bem fundo. O merdoso não tem envergadura, estatura nem voz política. É um bidão com vozinha de menino mimado que só podia ser escolhido para qualquer coisa de importante por um partido à beira da morte como é o PSD. Um partido que tem uma líder feia como a morte, e que escolhe para segunda figura um totó ultra católico; uma espécie de aborto que fugiu à retrete e que descobriu a maravilha do livre arbítrio. Chiça! Ah, e parece-se vagamente com o Pinguim que Danny DeVito desempenhou no segundo "Batman"...



O CDS não faz mais do que já costuma fazer. Juntam-se os dois desgraçados habituais, candidato e líder, com as mesmas camisas Mike Davis, o mesmo corte de cabelo, o mesmo blazer azul com botões dourados com uma âncora e cordas e os jeans a dar ar de modernice, e vão onde? Às feiras, mercados e outros locais onde está o povo. O povo que obviamente não tem nada a ver com aquela gentinha preconceituosa, levemente arrogante, ultra-nacionalista e pouco disfarçadamente xenófoba. Beijam as velhas - alvos demasiado fáceis - e as crianças, compram meia dúzia de sardinhas para as televisões mostrarem o quanto são simples e piram-se para as suas casas à prova de gentinha. Eu sei bem o que estes dois podiam fazer com as cordas e as âncoras no mesmo sítio onde deixava o menino Rangel...

Bloco de Esquerda e PCP, de igual modo, não fazem nada de novo. No mesmo dia, mas em locais diferentes, Beja e Peniche, deram um comício-almoço pontuado pela actuação de um coro típico alentejano. Mais comunista não podia ser. Mais retrógrado, impossível. Mais cliché só se o fizessem sob a fotografia de Álvaro Cunhal. Porque são partidos diferentes, sim senhor, com públicos bem distintos, sim senhor, mas que se comportam do mesmo modo e que têm, um e outro, a mesma atitude de meninos mal comportados que passam a vida a fazer queixa ao pai, não fui eu, foi ele! Ridículo, ridículo é o peditório que a dada altura tem lugar no comício do PCP. Mais caricato ainda pelo facto da audiência contribuinte ser formada na sua larga maioria por velhos aposentados que mal têm para comer. Mas que são bastante fiéis à causa. Qual causa? Eles também não sabem, deixem lá.

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sábado, maio 23, 2009



Give a man a fish and he will eat for a day. Teach him how to fish, and he will sit in a boat and drink beer all day.

George Carlin

MERDA E BADAMERDA

Mas eu estava à espera do quê de um filme do foleiro do Ron Howard? Eu estava à espera do quê de um gajo que já tinha conseguido transformar uma história relativamente interessante e bem esgalhada, no caso de "O Código Da Vinci", num objecto amorfo, morno e sem pitada de sal?
"Anjos e Demónios", o livro que até foi escrito antes do famoso "blah, blah, blah, Da Vinci", foi abordado, por motivos comerciais, como uma simples sequela, aumentada, cagona, arrogante, vaidosa e significativamente parolinha. Porquê? Porque Howard não foi feito para mais do que isto. O homem é um tarefeiro mau e nada mais. Ponto.

O filme? Bem, o filme é um objecto mal organizado, trapalhão - obviamente reflectindo a incapacidade do realizador e do argumentista em gerir a enormíssima quantidade de informação que Dan Browm normalmente inclui nos seus livros - e demasiado explicativo. Como? Simples. Cada desenvolvimento, cada nova informação ou detalhe acrescentados à trama, são explicados em tempo real por alguma das personagens. Exemplo? Um inventado, só para explicar. Muçulmano raivoso mata Papa João Paulo II com três facadas no fígado enquanto grita palavras em muçulmano mas que toda a gente em redor reconhece como sendo qualquer coisa do género este gajo é maluco!!! Imediatamente, algum dos cérebros prodigiosos envolvidos na trama remata com o Ahmed matou sua santidade porque achava que ele era maluco...

Para além disso, parece-me um falhanço galáctico um filme que supostamente é um thriller denunciar o verdadeiro vilão logo nos primeiros minutos de filme. Ainda por cima quando é sem querer. Especialmente porque passam as restantes duas horas de película a tentar lançar areia para os olhos dos espectadores misturadas com algumas falsas iscas a ver se disfarçam o que já estragaram.

Ridículo.

Alguém devia matar o pobre do Dan Brown antes que ele escreva mais livros do género. O Ron Howard ia filmá-los de certeza absoluta.
P.S: Nikita e Joana, as minhas desculpas. Para não pensarem que sou esquisito, desafio-as a virem comigo ao cinema um dia destes. Desde que os vossos pais permitam, claro. Beijos.

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JC É CIBERNÉTICO

Das ferramentas internéticas mais recentes, uma que acho particularmente inútil, especialmente quando serve como elemento de avaliação numa das cadeiras do meu curso, é o Twitter. A sério que não acho piada, nem lhe revejo qualquer tipo de vantagem. Tudo muda, no entanto, quando a coisa é utilizada por alguém criativo e com um sentido de humor que me faz rir com facilidade. Alguém, por exemplo, chamado António Raminhos.

O Raminhos (só para amigos ou aldeões do Porto que eventualmente costumam ir a Lisboa em passeio) é um dos dois melhores cómicos de stand up do Portugal, e um gajo que nasceu (com uma forte paralisia cerebral e...) com um enorme talento. Andou escondido debaixo de uma crosta suja e repugnante de insegurança e timidez durante alguns tempos, mas isso é uma história que já lá vai. Para além de fazer rir pelos palcos das colectividades e tascas deste país, ainda arranja tempo para escrever para revistas de gajos, fazer uma perninha num programa de um canal de Carnaxide e dar vida a
Jesus Cristo nesse tal de Twitter. E é hilariante, acreditem.

Força Raminhos, espero que estejas melhor da incontinência!

sexta-feira, maio 22, 2009

STAR TREK

É juvenil, é imberbe, é geração MTV, é um blockbuster. Sem dúvidas. Mas é um blockbuster inteligente, pensado, bem realizado e melhor filmado e tecnicamente irrepreensível. A mistura única e fantástica do cinema de autor com o lado mais mercantilista da sétima. J. J. Abrams sabe muito bem como manter o espectador preso ao ecrã, virtudes de quem sempre se submeteu à lógica retorcida da televisão - onde é muito fácil perder as audiências para o zapping - e bombardeia-nos com informações novas quase ao segundo. É explosivo, enérgico, viciante, maravilhoso e rápido de mais.
Tal qual "Cloverfield", feito com os mesmos ingredientes mas com menos fogo-de-artifício, e no qual o jovem realizador apenas desempenhou o papel de produtor. "Star Trek" promete uma nova série de filmes subordinados ao velhinho clássico com estilo, pinta, músculo e que agrada aos indefectíveis de Shatner, Nimoy e companhia, da mesma forma que chama os jovens que nem faziam ideia que existia uma nave mítica chamada de Enterprise.
Venham as duas sequelas, urgentemente, que a malta precisa de coisas destas para ajudar a engolir as pipocas.
Um dos filmes do ano, cum caraças!!!



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1STAVEMACHINE

É o nome da empresa publicitária que realizou o vídeo anterior. O site é incrível, e os trabalhos (que podem ser visionados por lá) são assombrosos. Todos eles!



KARMABOX WITH A VIEW - CLARK - "TED"

Impróprio para quem não gosta lá muito de bicharada, mas obrigatório para todos os outros.

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BLU BLU

São argentinos. Basta. O resto tem mesmo de ser visto...

























quarta-feira, maio 20, 2009

JOSH BLUE

Mais uma descoberta muito recente de um comediante fantástico e muito especial. O homem sofre de paralisia cerebral, goza com isso com uma classe e nível diferentes de tudo o que seria de esperar e com piada, que no fundo é o que interessa.


terça-feira, maio 19, 2009

COMING!!!

Coisinhas novas e apetecíveis que estão por aí a aparecer.
O novo Sherlock Holmes, totalmente diferente do que estamos habituados, e a jogar nitidamente no risco de destruir um das personagens mais carismáticas de sempre. Guy Ritchie não é de confiar...

A maravilha que parece ser a nova aposta da Walt Disney que, em ano de comemoração dos seus 75 anos, «arrisca» uma longa metragem ao estilo bem tradicional. É engraçado como de repente esta opção carrega um sabor a novidade, não é?

A adaptação de (mais) uma obra-prima de Cormac McCarthy, "The Road", com o actor que eu - e mais metade do mundo inteiro, provavelmente - imaginei para o papel quando li o livro e pensei que belo filme que isto dava. O trailer não deixa perceber se a coisa é boa ou não, mas se for fiel ao que foi escrito - embora isso não possa ser pesado no momento de criticar - temos filmaço.

A segunda tentativa de Sacha Baron Cohen de ser espancado, mutilado, violado e assassinado - não obrigatoriamente por esta ordem - e desta feita com a sua outra personagem, Bruno, o jornalista de moda.

O enigma "District 9", realizado por um desconhecido, produzido por Peter Jackson e que pode muito bem ser o filme sensação do ano. Não resisti e publiquei a versão com legendas e sem o efeito blur. Já vão perceber...










segunda-feira, maio 18, 2009

I like rice. Rice is great when you're hungry and you want two thousand of something

Mitch Hedberg

DOUG STANHOPE

Rezem para que este senhor nunca vos conheça. É o melhor a fazer quando se fala do homem mais politicamente incorrecto, agressivo, obsceno, grosseiro, provocador e violentamente escatológico da história da humanidade. É diabolicamente eloquente e dispara a uma velocidade estonteante.
Comediante há já bastantes anos, foi descoberto recentemente pelo senhor Carlos Moura que mo apresentou o passado fim-de-semana. E a minha vida nunca mais será a mesma. E volto a concluir que algo deste género dificilmente teria sorte num país como Portugal. Pois se o homem nunca conseguiu actuar em nenhum programa de televisão nos EUA...
O homem defende tudo o que é condenável, diz tudo o que nos passa na cabeça mas que nunca temos a coragem de o dizer, e defende coisas como a pornografia infantil. O resto depende da nossa capacidade de encaixe, que, como se sabe, nunca é a melhor.
É ver e ouvir e tentar reprimir os nossos instintos mais ortodoxos, mais nada.






É estranho sair da estação do comboios e ficar parado à porta durante dez minutos sem saber para onde ir. Deve ser um reflexo do estado geral da minha vida neste momento.

sábado, maio 16, 2009

KEEP IT, GAY KEEP, IT GAY KEEP IT GAY!!!

Sabia lá eu o filmaço que tinha perdido! Fazia lá ideia que um musical ainda me podia surpreender desta forma. "The Producers" é desde já um dos filmes que me deu mais gozo ver e provavelmente o mais divertido que vou ver este ano - apesar de já ser do ano passado.

Trata-se da versão para cinema do espectáculo da Brodway mais premiado de sempre, escrito por Mel Brooks, e que inclusive já tem uma adaptação para os palcos nacionais. A coisa é excessiva, exagerada, megalómana e absolutamente hilariante e mmaravilhosa. O ritmo é demoníaco, os actores são todos eles brilhantes, sem excepção, as músicas e as coreografias irresistíveis, e o filme é a melhor homenagem/gozo aos filmes musicais da época dourada de Hollywood que já alguma vez se fez. Não nos dá um segundo de descanso, ao mesmo tempo que é uma das melhores comédias que vi nos últimos anos.

É impressionante ver actores que a cada sílaba nos espantam com um gesto, uma expressão ou um trejeito, sempre a uma velocidade e ritmo estonteantes. Imparável e impagável!

Nathan Lane, impressionante, Matthew Broderick, supreendente, Uma Thurman, sensual de morrer, todos os restantes maravilhosíssimos.

Não há mais nada a dizer. É preciso ver para acreditar. E vale bem a pena. O estado de maravilhamennto total cola-se e fica por dias e dias.


Sequência inacreditávelmente gay e magnífica

Outra sequência não gay mas magnífica



segunda-feira, maio 11, 2009

SESSÃO DUPLA CASEIRA



Mais uma vez, e graças às maravilhas da pirataria cibernética, pude ver, no fim-de-semana que passou, dois filmes que estiveram nas salas de cinema não vai há muito tempo.

O primeiro, realizado pelo mestre Sidney Lumet, tem o fabuloso título "Before The Devil Knows You're Dead", conta com um elenco de luxo, um argumento genial e uma montagem brlhante. Como sempre foi habitual na carreira de Lumet, tudo são ferramentas utilizadas na construção de uma trama elaborada e que por várias vezes nos dá a volta ao miolo. O cinema de Lumet sempre foi assim, rendilhado, bem trabalhado, mas simples, no fundo.
A história do filme resulta daquela velha máxima que diz que quando tudo pode correr mal, corre. A lei de Murphy na sua mais evidente fórmula, portanto. Dois irmãos, Philip Seymour Hoffman e Etahn Hawke, planeiam um assalto perfeito e terrivelmente simples à joalharia dos pais. Fácil e seguro. O problema é que os dois são tão incapazes, tão inexperientes nestas andanças, tão burros, até, que tudo o que podia acontecer de errado acontece mesmo e rapidamente o que parecia ser um trabalho para meninos se transforma num verdadeiro pesadelo. De certa forma, o conteúdo e a forma de "Before The Devil..." não andam muito longe de um certo universo já abordado pelos irmãos Coen - em filmes como "Raising Arizona", "Fargo" ou o mais recente "Burn After Reading" - e que dá especial atenção aos chico-espertos que querem ser mais do que realmente conseguem.
No fundo, o filme é uma comédia negra, embora tenha muito pouco de verdadeira comédia. É extremamente bem realizado, a montagem baralha a cronologia dos acontecimentos sem nunca baralhar o espectador, e os actores são, como sempre às mãos de Sidney Lumet, fantásticos. Os já referidos Hoffman e Hawke, mas também Marisa Tomei e o enorme Albert Finney. Vale bem a pena, mas também não é a obra-prima em que alguns críticos portugueses o quiseram tornar.







Antes de mais, gostava de deixar bem claro que acredito que um filme realizado a partir de uma qualquer obra literária, deve valer enquanto isso mesmo, um filme. Isto é, no momento de analisar ou criticar um filme, o espectador não deve ter em conta se o próprio é muito ou pouco fiel ao livro que o originou. Na banda desenhada a coisa é um bocadinho diferente, já que os livros aos quadradinhos são, por si só, um objecto gráfico, imagético e que deixa pouca liberdade criativa a quem desenvolve uma nova abordagem às suas histórias.
Isto para dizer que vi "Blindness", o filme que adaptou "Ensaio Sobre a Cegueira", de José Saramago, sem nunca ter lido o livro. Ou seja, a minha opinião acerca da obra de Fernando Meirelles resulta única e simplesmente do que vi no ecrã do computador. E o que vi é, no mínimo, estranho. O filme é, quanto mais não seja, estranho e desconfortável. Propositadamente, diga-se. As imagens são estranhas, as cores são estranhas, as personagens são estranhas e tudo se passa num local estranho e impossível de identificar. E à partida nada disto seria um problema, se não fosse o uso excessivo desta estranheza. Já se sabe, a história fala da condição frágil de se ser humano, e de como perante uma situação de crise rapidamente perdemos tudo o que nos referencia como tal e nos tornamos perfeitamente pré-históricos e menos organizados que qualquer outra espécie animal - temas recorrentes na cinematografia do realizador brasileiro. A minha questão é: era necessário tanta simbologia, tanta metáfora, tanta analogia para fazer passar a mensagem pretendida? Não. E é tanta a quantidade de imagens encriptadas que damos por nós a pensar "o que será que significa esta senhora a entrar no elevador do prédio onde sempre morou?". É demasiado. É desnecessariamente excessivo no que à informação diz respeito. Porque tudo o que poderia ser associado à cegueira em si e a um sem número de situações adjacentes está aqui bem representado. Do cego que em terra de cegos é rei, aos bandos de cães que, lá está, em tempos de crise parecem conseguir uma organização que falha aos humanos.
No entanto, é também notável que um filme sobre a cegueira - um certo tipo de cegueira - e que é na realidade um filme parcialmente invisual, seja capaz de produzir imagens fortíssimas e, em muitos casos, de uma beleza avassaladora. É invisual porque o realizador optou por uma fórmula mecânica de nos apresentar as personagens e a sua cegueira. Uma fórmula discutível, já que cheira a opção estética mais do que dramatúrgica, mas a verdade e que em alguma cenas resulta muito bem. Imagens fortíssimas e extremamente bonitas como na notável e inesquecível sequência em que um dos doentes - Danny Glover - liga o seu rádio de pilhas para todos os outros ouvirem música.
Ainda assim, o filme é sempre um objecto estranho, frio, quase clínico, e que por isso mesmo joga em território bastante perigoso, correndo constantemente o risco de se tornar num filme amado ou odiado. Pessoalmente esquivei-me à tentação de imediatamente o odiar; não consegui também amá-lo, embora lhe tenha dado a minha paciência e o meu tempo. Não é uma mau filme, lá isso não é. É estranho o suficiente para criar uma imagem muito própria, mas que o pode distanciar do público em geral.
Ah, e tem uma banda sonora absolutamente magnífica...



domingo, maio 10, 2009

Acordar de ressaca num Domingo destes pode ter as suas vantagens.
A boca sabe-me ao que julgo ser o sabor da cortiça e a cabeça está com pouca paciência. Voltou a chover. O microondas recusa-se a abrir a porta e não me apetece ferver água para fazer café. Condições ideais, julgo, para me atirar ao universo de Tom Waits e tentar começar a construir o que poderá vir a ser um espectáculo de teatro.
As pessoas de que Waits fala nas suas canções são o que se decidiu chamar no folclore americano de lowlife. Os freaks, os vagabundos, os corruptos, os assassinos, as putas e os seus amantes - não clientes - os apaixonados. Se alguém lhes podia dar vida e a merecida atenção; torná-los muito mais humanos do que nós costumamos fazer, esse alguém só podia ser Tom Waits. Poderá ser por aí. Waits é uma súmula de todos eles e uma verdadeira personagem por si só.
Mas fazia-me bem um café.

E não percebo do que se riem as pessoas na assistência...



hey Charley I'm pregnant
and living on 9-th street
right above a dirty bookstore
off Cuclid avenue
and I stopped taking dope
and I quit drinking whiskey
and my old man plays the trombone
and works out at the track.

and he says that he loves me
even though its not his baby
and he says that he'll raise him up
like he would his own son
and he gave me a ring
that was worn by his mother
and he takes me out dancin
every saturday nite.

and hey Charley I think about you
everytime I pass a fillin' station
on account of all the grease
you used to wear in your hair
and I still have that record
of little Anthony & the Imperials
but someone stole my record player
how do you like that?

hey Charley I almost went crazy
after Mario got busted
so I went back to Omaha to
live with my folks
but everyone I used to know
was either dead or in prison
so I came back in Minneapolis
this time I think I'm gonna stay.

hey Charley I think I'm happy
for the first time since my accident
and I wish I had all the money
that we used to spend on dope
I'd buy me a used car lot
and I wouldn't sell any of em
I'd just drive a different car
every day dependin on how
I feel.

hey Charley
for chrissakes
do you want to know
the truth of it?
I don't have a husband
he don't play the trombone
and I need to borrow money
to pay this lawyer
and Charley, hey
I'll be eligible for parole
come valentines day.

sábado, maio 09, 2009

KARMABOX WITH A VIEW - CODY CHESNUTT - "LOOK GOOD IN LEATHER"

A publicidade às vezes serve para estas coisas: lembrar músicas a que já não davamos atenção.

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BREVEMENTE...

Apesar de muito ter gostado da última obra de Woody Allen, "Vicky Cristina Barcelona", confesso que a fase europeia do realizador já me começava profundamente a desesperar. Começava a sentir falta das comédias disparatadas e insanas, com diálogos tresloucados e personagens totalmente loucas. Quando soube que o actor principal do seu novo filme - o mesmo é dizer, o senhor que faz de Allen - era Larry David, um dos responsáveis por "Seinfeld", não fiquei muito entusiasmado. Nunca simpaizei com o homem e nunca lhe achei muita piada a solo. O trailer de "Whatever works", no entanto, parece mostrar o contrário, e o senhor até parece que se safa bastante bem...

quinta-feira, maio 07, 2009

KARMABOX WITH A VIEW - TOM WAITS - "I BEG YOUR PARDON"

TIO VASCO

Pode parecer exagero, mas a verdade é que grande parte da minha educação cultural - os filmes de que gosto, os livros que leio, as músicas que ouço - fai dada por este senhor num programinha muito simples e onde ele se limitava a apresentar curtas de animação. Algumas da Warner, é certo, mas a maior parte de países como a Bulgária, a Polónia, a URSS, a Checoslováquia e etc. Aprendi bastante com ele e continuo sem compreender como a RTP optou por se esquecer de que ele alguma vez existiu.
Lembro-me de uma noite, no Cinanima, de o ver a um canto, tímido, anonimo. Como todos os espectadores tinha comigo um boletim de voto onde podia escolher o filme favorito, e decidi desenhar uma caricatura do Vasco Granja para lhe oferecer. Ganhei coragem e fui ter com ele. Nunca me esquececi da sua reacção. Com lágrimas nos olhos agradeceu profundamente o gesto e mostrou alegria por ainda haver «jovens» que se lembravam dele e do seu programa.

konec

VALIDATION

Esta curta venceu o prémio na categoria respectiva no Festival Internacional de Cleveland e é maravilhosa. Pode ser piegas, mas é também a prova de que a pieguice às vezes pode ser lindíssima.
A ver, obrigatoriamente.


terça-feira, maio 05, 2009

KARMABOX WITH A VIEW - SESSÃO DUPLA



É um facto: tornei-me um consumidor compulsivo de Fleet Foxes e Vetiver. O fim-de-semana no Gerês contribuiu largamente para isso - a música destes dois grupos enquadra-se na perfeição na paisagem geresiana.

Os Vetiver já rolavam com alguma frequência no Ipod há algum tempo. Os espécie-de-afilhados de Devendra Banhart fazem um som algo diferente da rambóia country do seu mentor, e as únicas músicas que se aproximam desse som tão típico são mesmo aquelas em quem Banhart participa.

Os Fleet Foxes são a versão século XXI dos Crosby, Stills, Nash & Young. De tal forma que até um dos meus irmãos de apenas 20 aninhos - mas mais atento do que eu pensava - fez essa comparação.

O som é simples, suave, sempre bonito. Bonito de maneira a provocar uma sensação imediata de bem estar aos primeiros acordes de cada canção. E são todas irresistíveis.

Dito isto, vou voltar a ouvi-los pela enésima vez hoje.
Obrigado e voltem sempre.









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segunda-feira, maio 04, 2009

IRRA!!!


Há alguma coisa boa em "X-Men: Origins"? Há. Uma. Um plano de um segundo em que vemos o recém criado Wolverine a sair da banheira. Dito assim parece pouco ou até ridículo, mas é mais do que uma simples banheira, na verdade. Mas é o que se safa do filme, um segundinho bem apanhado e pronto.
Ou seja, é o pior filme dos últimos cinco anos, mas assim sem dúvida nenhuma. É talvez a maior desgraça feita a uma personagem da banda desenhada, e uma terrível mutilação da sua história. Wolverine, a personagem que Hugh Jackman veste como ninguém, diga-se, é uma das mais ricas e interessantes personagens da Marvel e aquela cuja história de vida - envolvida em constantes e indesvendáveis segredos - foi melhor explorada nas páginas das revistas de quadradinhos. As origens de Logan/Wolverine resultaram em algumas das melhores histórias da editora americana, e eram nitidamente telegénicas o suficiente para passar rapidamente ao cinema. A coisa demorou, no entanto, e só o sucesso da trilogia dos X-Men abriu portas à realização de uma longa metragem dedicada ao herói com o pior feitio de todos.

E tudo foi por água abaixo. O filme é mais um daqueles casos de um objecto que tem urgentemente de ser feito, não importa como. Cede-se tudo em nome dos interesses económicos e mercantilistas e arruina-se uma matéria-prima absolutamente brilhante. Um argumento genial, um actor nascido para desempenhar o papel e a fama de uma trilogia anterior que, servindo de base, tinha criado as condições para a garantia do sucesso. Tudo para o lixo. Este filme é piroso, ridículo, mal filmado, mal interpretado; os efeitos especiais são bacocos e evidentes, o argumento foi cortado, costurado, distorcido e alterado quase até à morte. Passa-se uma primeira parte da história de Logan em fast forward e em jeito de introdução, sem se ter percebido sequer que essa era de facto aquela em que se devia ter apostado. Segue-se o genérico, também em ritmo de resumo dos acontecimentos e para não perder muito tempo, e avança-se logo para o que interessa; o que faz ganhar dinheiro nas bilheteiras e que alegra os boçais: a porrada. E acabou-se o filme ainda antes de ter começado.

É tudo tão inacreditavelmente mau que nem sei como escrever. Só vendo. Poses ridículas, diálogos tão pirosos que envergonhariam o pior dos filmes indianos e um conjunto de personagens criadas somente para dar colorido à coisa e para servirem essencialmente de carne para canhão. Porque houve claramente o medo de que os fâs da trilogia X-Men, habituados a tantos heróis e personagens estranhas, não gostassem de um filme basicamente sobre um homem diferente dos outros. E acaba por ser fácil meter à pressão personagens que nunca existiram e outras que nem sequer fazem parte da cronologia dos acontecimentos.
O filme é produzido por Hugh Jackman, o que só deixa no ar o cheiro nauseabundo de dinheiro, mas o mais preocupante é que este assassinato, esta carnificina, foi autorizada, comercializada e paga pela própria editora que criou Wolverine, a Marvel.
Esperemos que o título do filme, "origins", não signifique que outros capítulos possam já estar a ser planeados...

RECUPERADOS NO GERÊS


Duplo sentido para "recuperados". Porque foi parte da equipa que construíu o espectáculo com o mesmo nome, e porque foi o que fomos fazer para o Gerês, recuperar.
Foi um fim de semana incrível, em que o Gerês, como sempre, foi o último elemento do grupo. Gargalhadas até sufocar (ou quase), passeios que deixam o cabedal estafado mas tudo o resto em máxima forma e uma varanda preciosa para passar as noites a conversar. Houve muito mais, mas é difícil lembrar de tudo de uma assentada.
As fotos também são muito mais, mas nem todas publicáveis. Há pessoas aqui com cargos de responsabilidade.
A repetir brevemente, claro, mas com mais Recuperados.

E com música oficial e tudo...