kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quarta-feira, maio 31, 2006



Não é uma canção, é um sussurro.
Os dedos quase não tocam nas cordas da guitarra...
E mesmo assim, e talvez por isso mesmo, é lindissima.

Was he with you at the railway
Did he cradle all your pain
Did he show to you the best way
To make it all right again
Now there was reason in your madness
You weighed your loss against my gain
If he was with you at the railway
Would you do it all again
Mea culpa
I can't stay here no longer
Mea, mea culpa
My time here is up
So goodbye, goodbye and good luck
Was he with you on that journey
When you could have still turned back
Did he reason with you sternly
Did he try to make your resolve crack
Did he hold the only candle
When your whole bright sky turned black
Was he with you at the railway
As you climbed onto the track
Mea culpa
I can't stay here no longer
Mea, mea culpa
My time here is up
So goodbye, goodbye and good luck
Did he guide you across the threshold?
Did he cup you in his hands?
Did he drink you down like water?
Or blow you into air like sand?
Is he standing right beside you?
Did it work out how you planned?
Is the sunlight shining on you?
Are we saved or are we damned?
Mea culpa
I can't stay here no longer
Mea, mea culpa
My time here is up
So goodbye, goodbye, goodbye, goodbye and good luck

Polly Paulusma

terça-feira, maio 30, 2006


Cliquem aqui por Deus, ou elas dão conta de mim!!!
Lembram-se ontem de eu ter para aqui falado dos momentos de perfeição?
Blah, blah, blah e blah, blah, blah?
Pois ontem aconteceram-me alguns.
E qual deles o mais brutal.
Desde uma simples visão de beleza, até coisas que ficam gravadas primeiro nos ouvidos e depois na memória para o resto da vida.
Coisas que compõem um filme, uma curta metragem, que não consigo tirar da cabeça.
E ainda bem.

Sou fã do homem, o que querem?

Estou deprimidíssimo!
As minhas calças preferidas!
De todas!!
Um buraco!
No joelho!!
E foi ontem à noite. Um simples ajoelhar (e poupem as boquinhas do rezar se fazem favor) e pronto! Eram tão velhinhas, a ganga já estava tão usadinha... devia ter tido mais cuidado no ajoelhamento, mas há alturas na vida de um homem em que nem sequer se pensa no que se está a fazer.
E agora tenho um buraco no joelho das minhas calças preferidas...
E ainda por cima, hoje de manhã sujei o meu polo verde-ácido ao pequeno almoço e só agora reparei.
Mas isso é uma mariquice...

segunda-feira, maio 29, 2006

Desculpe, podia repetir?


E no fim de tudo é o valor que as pequenas coisas têm na nossa vida.
Momentos de perfeição.
Ontem alguém me dizia ser esse o seu caminho, a busca pela perfeição, mesmo sabendo que a perfeição não existe.
Mas existe essa busca. Deve existir.
Porque acredito que existe a perfeição.
Se calhar não existe como nós tantas vezes a procuramos, mas que existe, existe.
Existe quando o público aplaude de pé.
Existe num olhar cúmplice.
Existe no momento em que dois corpos se encaixam para dormir.
Existe numa conversa despreocupada.
Existe em palavaras que só se dizem uma vez.
Existe ás oito da manhã, quando o calor é já insuportável e o vento nos descola a roupa do corpo.
Existe quando somos pequeninos e nos empoleiramos na máquina do senhor que vende algodão doce e nos maravilhamos a ver aqueles fiapos azuis, amarelos, rosa, enrolando-se naquele pauzinho tosco.
Existe no colo de alguém que sabemos nunca nos vai deixar.

No entanto...
Quando não existe...
Quando não há público.
Quando entramos numa sala e procuramos o olhar cúmplice que já não está lá.
Quando dois corpos se afastam para dormir.
Quando as conversas deixam de ser despreocupadas.
Quando nos apercebemos de que toda a gente nos vai censurar por comprar algodão doce, porque afinal já não temos idade para essas coisas.
Quando o vento não sopra...


São dias conturbados, estes.
O sono não vem, e quando vem é sob a forma de pequenos saquinhos se sono, como os de chá.
Ensinaram-me há pouco tempo que a vida é para ser vivida intensamente. E eu acredito que sim, deve ser. Não há outra maneira. Mas descobri ainda há menos tempo que não estou preparado para tanta coisa ao mesmo tempo.
Tenho a cabeça desordenada.
Como aquele velho dizer, uma mão cheia de nada e a outra vazia de tudo.
Tenho tanta coisa na minha cabeça; coisas boas, coisas más, coisas que ainda não são e por isso mesmo ocupam tanto espaço... e sinto a cabeça de tal forma vazia que parece que nunca pensei na vida.
Questões, dúvidas, incertezas, imagens sem sentido, sem significado. E depois não lhes consigo dar espaço, ou arrumá-las. Compartimentá-las seria óptimo...
E depois este aperto no peito, uma quase-falta de ar. Talvez algo parecido com os que os claustrofóbicos sentem quando se imaginam debaixo de água.
São emoções, muitas. Sentimentos, tantos. Certezas... tão poucas.
E não sei o que fazer.

sexta-feira, maio 26, 2006



A vida é bela!
Será?
Bem, como quase tudo nela, depende do ponto de vista.
A minha vida é bela?
Ás vezes, nem sempre, tem dias.
A minha vida, comparada com aquele senhor timorense que aparece moribundo na capa do Jornal de Noticias de hoje é bela? Sim, sem dúvida!
A vida dos senhores que moram no Darfur é bela?...
(Sabem o que é pior, a maioria dos portugueses provavelmente questionar-se-ia Darfur? Apurou-se para o mundial?)

Portanto, recomecemos.
Todos devem conhecer aquela música cantada por um Senhor chamado Louis Armstrong intitulada What a Wonderful World, certo?
Pois bem...
Quando o homem canta
I see trees of green, red roses too
eu penso que sim senhor, tem razão, mas que nós, homens que obviamente não cantamos a mesma melodia passamos a maior parte do tempo a deitar essas mesmas árvores abaixo e a pisar as rosas.
Enquanto diz I see skies of blue and clouds of white eu digo que esse céu e essas núvens já forma mais protectores do que são hoje em dia.
E quando fala em bright blessed day, the darked sacred night eu lembro-me que essa noite, outrora sagrada, está agora pejada de máquinas feitas pelos homens que controlam as nossas vidas e estão preparadas para destruirem misseis e coisas piores. Esperem, eu disse misseis? Neste wonderful world?
Pois, a verdade é que este mundo tinha tudo para ser fantástico; esta vida tinha tudo para ser bela...
Mas nós não queremos.
E antes de me acusarem de pessimismo e derrotismo, deixem-me apresentar a minha defesa.
Sim, é verdade, este blog nem sempre é a coisinha mais animada do mundo, mas também é verdade que é neste blog que eu me dedico a falar das coisas - das pequenas e não só - que me deixam feliz. Das coisas que me obrigam a sorrir mesmo nos dias mais negros.
Do amor, do riso, dos amigos, do sexo, da palavra, da canção, das mãos de aranhiço, do palco, de dançar até não sentir o corpo...
E é precisamente por não acreditar no mundo que os homens construiram, que tudo isto me é tão precioso.

Mas...
Lembram-se uma vez de ter falado aqui que os gatos são animais de muito carácter? Pois é, quando nós lhes queremos fazer uma festa eles nem sempre estão disponiveis. Quando achamos que eles vão ter paciência para mais uma brincadeira daquelas que os mantém caçadores incansáveis, eles mostram-nos que a paciência é algo com um prazo de validade reduzido e arranham-nos a sério. E assim é.
Mas, e falo por mim, não consigo nunca de me deixar encantar pelos gatos, mesmo sabendo que tudo é finito. Mesmo sabendo que tudo na vida - a tal - tem prazo de validade, como os frascos de café.
E por tudo isso também eu digo: a vida é bela.

quinta-feira, maio 25, 2006

À procura da batida perfeita


Por falar em samba no pé...
Marcelo D2 não se cansa de nos gritar À porcura da batida perfeita no seu álbum ao vivo Acústico MTV. E não é preciso aprofundar muito a audição deste trabalho para perceber que a batida perfeita é o samba. Neste caso, casado e bem casado com os tiques habituais do Hip Hop. As letras, as histórias, o scratch...
E não deixa de ser um convite permanente à dança, ao abanar de corpos, à escrita de textos em blogues teclando ao ritmo da música de Marcelo.
É que o músico carioca - antigo vocalista dos Planet Hemp - usa e abusa do samba-malandro-Cidade-de-Deus-style, e não há nada como o samba malandro. O ritmo entranha-se sem nunca se estranhar.
Para além disso ainda conta com as ajudinhas (nada inhas) de B Negão - outro nome do Hip Hop feito no Brasil - e Will I Am, dos Black Eyed Peas.
Mas voltemos a procurar a batida perfeita e iniciemos este disco precisamente pelo tema com esse nome, À procura da batida perfeita, vão ver que a encontram num instantinho.


Corre a batida é minha
Cheguei primeiro
Não rí faz a fezinha
Que é tudo por dinheiro
Solto na Babilônia
E lá procurar a paz
Perderam o Manual
E agora como faz?
João e Maria
Cheio de regalia
Entrou no conto do canalha que fazia e acontecia
Agora é artista não se mistura cá plebe
Domingo no Faustão Terça-feira na Hebe
Hiate em Botafogo
Apartamento em Ipanema
Uma vida de bacana se eu entrasse pro esquema
Mas eu busco na raíz e lá tá o que eu sempre quis
Não é um saco de dinheiro que me deixa feliz
E sim a força do Samba a Força do Rap
O MC que é partideiro Bumbo que vira scratch
É o meu som que mostra muito bem o que eu sou
Onde cresci onde ando onde fica onde eu vou
Eu vo no Samba, pra lá que ru vou ( À procura da batida perfeita )
O bicho tá pegando
A chapa esquenta
O tempo passa mas a evolução é lenta.
Mas não tenho pressa
A velocidade é essa
Não há nada nesse mundo
Compadre que me estressa
Porém
Ah Porém
Há um caso diferente
que envolve toda a minha gente
Não se embuxa de ninguem
Fica do lado do bem
Atitude Amor e Respeito também
Eu vou no samba é gente bambaA diferença é clara
A gente fuma e eles fama
Proteja a raiz prá que tenha bons frutos
Já diz o velho ditado:
"Quem tá junto tá junto"
E eu tô junto
E junto carrego o meu orgulho
Suburbano convícto
Sei meu lugar no mundo
Há coisas que o dinheiro não paga
Cê sabe como é
Tipo eu e minha preta só num rolé

quarta-feira, maio 24, 2006


Eu sei, não me tenho dedicado muito a este blog.
Feliz ou infelizmente não tenho tido motivos para escrever aqui...
Até hoje.
Hoje ouvi pela primeira vez um disco que já andava há algumas semanas no I-Pod - e que só lá foi parar por causa da proverbial teimosia do Zé Carlos.
Confesso não ser grande fã da senhora, e poucas vezes me terei arrependido de assistir a um concerto ao vivo de alguém como do que ela deu no Coliseu do Porto.
Chama-se Marisa Monte, e é, goste-se ou não, um dos nomes maiores da actual MPB.
Gostei do que fez nos Tribalistas, gosto de algumas cançõezinhas mais antigas, mas já tinha desistido de ter pachorra para ela quando...
Lança dois discos em simultâneo.
Só ouvi este, Universo Ao Meu Redor.
O segundo, devido ao preconceito que me movia contra a criatura, ainda não o coloquei no fiel amigo.
Mas este, é altamente aconselhavel.
Profundamente dançável (samba no pé) e terrivelmente contagioso.
Muito bom para fins de tarde regados a chá gelado com hortelã.
Vou já pintar um final de tarde no meu quarto e obrigar a minha mãe a fazer chá de jasmim...


A Alma é Matéria

Procuro nas coisas vagas ciência
Eu movo dezenas de músculos para sorrir
Nos poros a contrair, nas pétalas de jasmim
Com a brisa que vem roçar da outra margem do mar

Procuro na paisagem cadência
Os átomos coreografam a grama no chão
Na pele braille pra ler na superfície de mim
Milimetros de prazer, quilómetros de paixão

Vem pra esse mundo, Deus quer nascer
Há algo invisivel e encantado entre eu e você
E a alma aproveita pra ser a matéria e viver

(Juro que a cena do chá de jasmim foi sem querer...)

segunda-feira, maio 22, 2006

Sábado foi noite de estreia da peça Nós e Eles.
Correu bem, foi tudo como pensava que iria ser.
A magia foi forte e fica decididamente para o resto da vida cá dentro.
Mais pormenores no sítio do costume...

Depois...
Bem, depois foi a loucura no Contagiarte.
Tinha lá ido ter com amigos que tinham vindo de Lisboa, mas o cansaço começava a levar-me de vencido. No preciso momento em que estava a pensar que me devia ir embora, chegou o Zé, a Cris e o Ni. O grupo aumentou, a animação acompanhou o aumento. Passados alguns minutos, juntaram-se a nós a Arminda, a Aileen, a Teresa, a Silvia e pouco depois a Leonor. As colegas de palco chegavam para animar ainda mais uma noite que já tinha começado da melhor forma.
E que noite seria esta. Parecendo adivinhar o que nos ia na alma, o dj de serviço puxou dos galões e presenteou-nos com uma fantástica selecção de música celta. Posso dizer com toda a segurança que o nosso grupo incendiou a pista. Perdemos meia dúzia de quilos, saímos de lá com a roupa num estado miserável, fomos calcados como nunca... mas valeu a pena, se valeu!!
Tudo, toda a energia acumulada em semanas de ensaios, de sacrificios, de dores, de doenças mais ou menos contagiosas, do stress da estreia, ficaram naquela pista.
E agora só me resta dar-te razão Silvia, minha querida, quando dizes que nos esqueçemos de fazer planos para nós mesmos e dessa maneira deixamos de nos divertir, de saborear a vida.
Pois bem, Sábado foi a noite em que atirámos esse mau principio ás urtigas e saboreámos a vida como já há muito não o faziamos.
E só estou à espera da próxima oportunidade, não a volto a deixar escapar, prometo!

sexta-feira, maio 19, 2006

Edward Hopper - 1882-1967

É o meu pintor favorito.
Não, não é dos mais famosos, mas o retrato que fez da América e dos americanos sempre me fascinou. Partilhou esta vontade de nos mostrar como os americanos viviam com o seu contemporâneo Norman Rockwell (outros dos meu ídolos, e de quem falarei num post futuro).
Esta obra aqui no topo, Nighthawks, foi uma clara influência para Tom Waits, quando compôs
Nighthawks At Dinner Time . Waits ele também um «estudioso» do american way of life.


Podia perder-me aqui naquleas considerações tipicas dos criticos de arte. Gosto da maneira como ele usas as cores. Aprecio imenso os enquadramenteos, os efeitos de luz e blah, blah, blah...
Mas não. Acredito que estas coisas não se explicam. Sinto que gosto do seu trabalho e isso para mim é mais do que suficiente. Sinto-o sempre que olho para uma tela sua. E sempre fui apreciador desta fase da história da América. Das roupas, dos carros, dos dinners como o que está retratado ali em cima, da música, enfim, o imaginário criado por tantos anos de cinema para isso contribuiu.
E Edward Hopper...


Sempre aguardei ansiosamente que algum dos nossos ilustres museus me desse a oportunidade de assistir a uma exposição da sua obra, vasta e tão importante...
Mas sei ser bastante difícil reunir as suas telas, já que estão espalhadas por inúmeras colecções particulares, o que que torna o trabalho de qualquer museu um verdadeiro inferno burocrático.
Resta-me continuar a comprar os calendários, posters e postais da Taschen, e forrar o tecto do meu quarto com uma réplica gigantesca do Nighthawks. Quem sabe, não me inspira a fazer qualquer coisa que fique para a história?




segunda-feira, maio 15, 2006



Ora bem, desta nem eu estava à espera.
Subitamente o surgimento de mais um blog.
E a surpresa nasce tão somente do facto de uma das quatro pessoas por ele responsáveis ser uma feroz activista anti-blogues, com as cotas em dia e de crachá ao peito...
Bom, apesar disso - ou também por isso -, e conhecendo estas quatro primas como conheço, estou em crer que este blog promete.
Eu pelo menos estou curioso para ver...

Lindo!

He used to work in Central Park
where at least a dozen women broke his heart
and there he'd sit and think about his past
she lived in Brooklyn and she rode the trains
first she'd take the G then the L and that is where they met
upon that day
she wants to help him now
Cuz he's the man who doesn't know how
he's the man who doesn't know how
he's the man who doesn't know how to smile
Is not that simple just to change a man
even if you think that you have skill with disadvantaged hearts
so use some caution when you see him pass
he won't hurt you but his face is sad
and everyday he's breathin through the gills
she's gonna help him now
Cuz he's the man who deons't know how
he's the man who doesn't know how
he's the man who doesn't know how to smile
he's not happy by himself
The summer turned into fall and they took a little trip to the cape
and that is where they laid they're bodies down
and in the morning when the the sun came up
she looked at him just to say that she would never go astray
it's gonna work out now
Cuz he's the man who deons't know how
he's the man who doesn't know how
he's the man who doesn't know how to smile
he's not happy by himself

Josh Rouse
No Sábado não me lembro bem de ter chegado a casa.
Não estava bêbado ou drogado.
Estava naquele estado - acho que já todos o vivemos pelo menos uma vez na vida - entre o sono e o despertar, que nos mergulha num aparente sonho em vida.
Estranho.
E sei que cheguei a casa.
Sei que comi uma sanduiche de queijo e fiambre que não comi a meio do meu ensaio.
Sei que falei com a minha mãe, e que me despi, e que me deitei.
Mas não me lembro...
São muitas coisas ao mesmo tempo, sabem?
A cabeça cheia de coisas.
Muitas coisas.
Vontades, dúvidas, ilusões, receios, dores, cansaço absoluto, fadiga.
E dou-me conta de que os fantasmas - lembram-se? - ainda por aqui andam.
Ainda me sussurram ao ouvido não estendas a mão.
Não digas isso, não faças assim, foge, esconde-te, desaparece!
E eu obedeço.
E deixo que sejam eles a levarem-me para casa e depois não me lembro de viver a minha vida.
E não me lembro de ter chegado a casa


Já não sei quem sou...
Não havia um poema que começava assim?
Já não sei quem sou...
Já não sei quem sou
Não sei se sou e faço o que os outros querem ou esperam de mim
Sei que não faço nem sou tudo o que queria ser e fazer
Sei que só me sinto verdadeiramente eu quando entro naquela sala
Quando me fazem sinal com a cabeça para começar
Detenho-me muitas vezes de fazer e ser o que me apetece por recear as reacções
E nesse processo de me travar constantemente de ser e fazer o que sou, esqueci-me ou desaprendi de ser eu
Agora não sei quem sou
Sei quem era e sei que não o sou agora
Portanto...
Quem sou?

De 20 a 31 de Maio
No Teatro do Campo Alegre
De Terça a Sábado ás 21.30
Domingos, 16.00 e 21.30
Segunda feira é o descanso dos senhores
O bilhetinho custa 5 eurinhos - 3,5 para estudantes
E vale a pena?
Claro que sim
Vale sempre
Para mim já valeu

quinta-feira, maio 11, 2006


Gosto de Polly Paulusma.
Gosto do nome dela.
E gosto das canções que ela canta tão bem, com uma vozinha única, só dela.
E, como sempre, gosto também do que ela escreve.
Já sabem...

Come and ask me if I wanna dance with you
I think you will
It gets cold and lonely on my dark side of the moon
The air thin and cill
Come and show me what the grey looks like when it's blue
I think you can
You've got golden lips and I have got a silver spoon
We don't need romance
'Cause I've danced with romeos and gigolos
Philosophers and slackers
Vagabonds and cambridge dons
The king of cool's heir apparent
Infidels and jezebels
And poets with no talent
But they've never shone on the dark side of my moon
I was thinking love was just a complicated game
You play in the dark
No-one told me strategy was only for defence
And winners thank luck
Oh take my hand and show me how to spin around this floor
I don't know how
Come unlearn me everything I've ever learned before
I'm ready now
'Cause I've danced with romeos and gigolos
Philosophers and slackers
Vagabonds and cambridge dons
The king of cool's heir apparent
Infidels and jezebels
And poets with no talent
But they've never shone on the dark side of my moon
Now that you've warmed me I never, never want to be that cold again
Cold may be easy but nothing
Nothing comes of nothing in the end
In the end
Take my hand and lead me where the music is alive
I think you can
You've got golden lips and a whole lifetime in your eyes
We don't need no plan
Oh come and ask me if I want to dance with you
I think you will
And when a thousand moons have spun around this earth of ours
We'll be dancing still
'Cause I've danced with romeos and gigolos
Philosophers and slackers
Vagabonds and cambridge dons
The king of cool's heir apparent
Infidels and jezebels
And poets with no talent
But they've never shone on the dark side of my moon
No they've never shone on the dark side of my moon

quarta-feira, maio 10, 2006

Outro link para um blog amigo que incluo aqui com muito orgulho.
É o blog da minha querida Jo, a responsável pelas constantes injecções de ego que a Região Estrangeira foi levando.
Desta vez dedicou-se a criar um blog para ela, para o seu filho Gonçalo - que para já ainda só viu a luz do dia através dos olhos da mãe -, e da relação que têm mantido um com o outro.
Acho que vai valer a pena acompanhar com ela este processo de descoberta de tanta coisa enorme.
Beijinho, Jo.
Beijão Gonçalo.



Uma mão na relva
outra no coração
laranjada fresquinha
mortandela no pão

Um chuto na bola
o pai a correr
sombra boa da figueira
um livro para reler

Tomar banho no rio
brincar com os peixinhos
que curiosos e atrevidos
nos mordem os dedinhos

O barracão da lenha
para alimentar a lareira
ir ás uvas e comê-las
de qualquer maneira

Comer figos, muitos figos
e ficar com os dedos pegajosos
ouvir à noite os lobos
auuuu que perigosos

Horas no baloiço de corda
mesmo até à hora do jantar
ir a correr para dentro
o último não come folar!!

Ficar acordado até tarde
como a gente crescida

a olhar as estrelas no céu
que tapam a minha terra querida

sexta-feira, maio 05, 2006

one day i left my room
in the evening
it was freezing
the sidewalk shining
but it was ok
I wasn't lonely
I wan’t no one
I was just hoping for a bookstore
like the one I prayed for
and the music they play there
would be dinosaur jr
and the people who worked there
would be super skinny
and super unfriendly
and that would make me happy
what really kills me is I'm only lonely
when I talk to you
yeah I should have told you
I just cant handle your endless sorrow
all I wanted from you was some tomorrow
ah but its ok
I'll find a bookstore and buy Saul bellow
& one about old ruins for my mother
you never met her
she liked manhattans
they taste like mouthwash
she understood how to be alone
all alone
maybe the worst is over
I left my room one evening
the sun had just gone down
but the sky still shining
and not even the stars up in heaven
could throw their ashes on the blue
still burning over this ugly city
and that makes me happy

Mark Eitzel

Tinha prometido a mim mesmo não voltar a falar dele aqui.
Aparentemente tinham-se esquecido de lá dar uma espreitadela.
Mas a verdade é que não resisto!
Está tão bonitinho!


Um sopro na franja
duas meias às riscas
um dente encavalitado
quero um Toffee Crisp
não pode ser, já comeste muitas porcarias
uma viagem de carro
a janela aberta
e o Tristão com as orelhas penduradas
pêlos do Snif na camisola da mana
o assobio do pai
tudo tão grande
sempre tão grande
tão longe
o casacão azul
no jardim dos Aliados
um sopro na franja

quinta-feira, maio 04, 2006


Um homem não bate num senhora...
Por favor digam-me que isto são efeitos especiais...
não...?


Já as escrevi aqui uma vez, há muito tempo e inseridas na letra de uma música.
Passei por elas novamente e achei que não fazia mal nenhum relembrá-las.
Acho mesmo que todos as deviamos saber de cor...

To me our lives are barely built to last
How did you creep up on me so damn fast my dear?
To me our lives are fast approaching death
So let's go out in my suit and your black dress my dear...

Ed Harcourt
É uma happy happy song.
Daquelas que eu costumo ouvir quatro ou cinco vezes seguidas.
É fresquinha.
Sabem aquelas bengalas que os mágicos transformam num ramo de flores?
Assim é esta musiquinha.
Começa simples e tímida para depois explodir em mil cores, aromas e sabores, transportados até nós por uma brisa tão agradável...

(credo, deve ter sido o meu post mais estereotipado e cocó de sempre... mas não deixa de ser verdade)


Chamam-se The Guillemots e a música Made Up Love Song #43



I love you through sparks and shining dragons I do
and now there's poetry in an empty coke can
I love you through sparks and shining dragons I do
and now there's majesty in a burnt out caravan
you got me off the paper round
just sprang out of the air
the best things come from nowhere
I love you I don't think you care
I love you through sparks and shining dragons I do
and there's symmetry in your northern grin
I love you through sparks and shining dragons I do
and I can see myself in the refilled litter bin
you got me off the sofa
just sprang out of the air
the best things come from nowhere
I can't believe you care
yes, i believe you . . . .

quarta-feira, maio 03, 2006



(Este não o vão entender lá muito bem, mas também é só para mim, escusam de perguntar. Às vezes temos esta necessidade de falarmos sozinhos, não é?)


Já não me acontecia há muito tempo.
Hoje senti uma tristeza pequenina, uma nostalgia.
A saudade de algo que já não sinto há muito tempo.
Uma falta, pequenina também.
Como se ouvisse a voz de alguém que já não vejo há anos a chamar por mim num sonho.
Já não me acontecia há muito tempo.
Pensei que já não voltava a acontecer.
Pensei que estava «vacinado».
Sempre a aprender, não é?
Como tu me disseste hoje, a outra certeza que temos na vida é que tudo passa tudo muda.
Nada é estanque nesta vida, agora estás assim mas de aqui a algum tempo vais estar diferente.

E é verdade.
Já há muito tempo que conseguia falar dessa minha falta com uma facilidade para todos surpreendente.
Estava assim, protegido, e num momento fiquei diferente.
Hoje algo mudou.
Hoje cedi.

Digam o que disserem, para mim é o melhor sketch cómico da história.
E depois não me venham tentar convencer de que os Gato Fedorento não são uma imitação muito baratinha...

Gone to meet his maker...

terça-feira, maio 02, 2006


Tem-me sido cada vez mais difícil levantar da cama. O corpo levanta-se, mas a cabeça parece ficar na almofada. Sempre cheia de tanta coisa não consigo ler, mas que me ocupa tanto espaço. Se me perguntarem "em que estás a pensar" não saberei responder, portanto mais vale que não perguntem. Sei qué é grande, e que é muito e que é desagradável. Mas não perguntem...

Deito-me ao som do que julgo ter sido Thomas Dybdahl, pois já nem me lembro de ter desligado o I-Pod. Ah, não desliguei. Adormeci com música nos ouvidos. Acordo e a primeira coisa que me vém à mente é Radiohead. Porque voltei a ligar-me à música, mal sabendo que os primeiros acordes me manteriam neste estado morno e sem peso. Já tantos escreveram sobre este efeito, mas produzido por drogas e por estados de loucura. Regra geral ouvimos as suas vozes elogiando esse estado de espirito. Não sei... Não me sinto e não o sinto.

Sempre que paro uma actividade, morro por inteiro, tenho de me encostar a qualquer coisa, a qualquer um. Curiosamente não me consigo encostar a mim. Seria útil.
Conhecem aquela sensação...
Quando chegamos à cama completamente fatigados e nos deitamos e sentimos todo o nosso corpo assumindo a forma do colchão, ao mesmo tempo que nos parecem sugar toda a pouca energia que nos resta?
Essa sensação.

E de repente...
Sou confrontado com o valor brutal das pequenas coisas. E apercebo-me de que não são nada pequenas. São enormes. Vêm em formato pequenino e em pouca quantidade de cada vez, mas são gigantescas. E riscam um sorriso idiota por cima desta cara sem expressão e que me ajuda a enganar a minha mãe sempre que chego a casa. Nessas alturas ela pensa sempre que a minha vida é boa.
E a minha vida, quando saboreio as pequenas coisas, é boa!
É tão boa, que consegue surpreender os meus trinta e três anos e fazer-me perceber que os meus trinta e três anos afinal ainda não viram nada, ainda não saborearam nada.

E depois o efeito passa, e eu fico ansiosamente à espera de mais coisas pequenas.
E fico à espera de voltar à cama, embora não queira nada dormir para não perder tempo. Cada piscar de olhos é uma fracção de tempo perdido, é uma fracção de vida, de história que fica por observar. Mas a mente, mais do que o corpo, tem duas personalidades distintas. Uma implora-me por descanso, por umas horas de paz, enquanto a outra me grita, mexe-te para fora dessa cama, vai fazer qualquer coisa, por amor de Deus!!!
E tento obedecer a ambas, mas elas não me ajudam. Nenhuma é mais forte do que a outra. Levanto-me e motivo-me para fazer qualquer coisa, por amor de Deus, mas fico-me pelas intenções. Tento-me deitar quando é chegada a hora, mas os gritos na minha cabeça mantêm-me acordado por mais algumas horas, quase até desmaiar.

E lembro-me da última coisa de que me consigo lembrar quando adormeci ao som do Thomas. Life here is gold...
Nem sei se me ria como por gozo, ou se lhe dê toda a razão.

E volto a ler o que escrevi e concluo que nunca teria escrito isto desta forma.


É uma das músicas que mais prazer me dá assobiar. E até nem sou grande fã dos Divine Comedy, mas esta, é quase perfeita. Uma pérola Pop, como algum critico de música lhe chamaria de certo.

Chama-se You Daddy's Car e a letra também serve para sonhar acordado

We took your daddy's car
And drove it to the sea
We fooled around for hours
And then when we got tired and it got dark
We found a place to park
And we watched the sun set fire
To the sea
Can you feel the sadness in our love?
It's the only kind we're worthy of
Can you feel the madness in our hearts
As the key turns and the engine starts?
We took your daddy's car
And drove it into town
We steamed into a bar
And we bought the biggest bottle of champagne
And driving through the rain
We sang: "God bless this car, and all who sail in her!"
Can you feel the sadness in our love?
Well, it's the only kind we're worthy of
Can you feel the madness in our hearts
As the key turns and the engine starts?
We took your daddy's car
And wrapped it round a tree
We didn't know what for
We didn't feel like driving any more
It was so good
We got bored
And we are driving from the day we are born
Can you feel the sadness in our love?
Well, it's the only kind we're worthy of
Can you feel the madness in our hearts
As the key turns and the engine starts?
Can you feel
The engineStart?