kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

segunda-feira, outubro 27, 2008

GATO QUEM...?

E porque este blog é uma coisa muito eclética, posso-me dar ao luxo de, depois de ter falado de algo tão bonito quanto um disco da Ane Brun, apresentar aquele que é desde já um dos momentos mais hilariantes da televisão dos últimos sei lá quantos anos.

Tanta gente ainda histérica com os Gato Fedorento, outros tantos a rirem-se com os Contemporâneos, Malucos do Riso e tristezas do género, e para quê? Nada como a vida real para nos fazer cair da cadeira à gargalhada.

Só gostava de saber o que este este desgraçado deve ter sofrido às mãos raivosas da repórter assim que a emissão foi passada para os estúdios...

domingo, outubro 26, 2008

KARMABOX WITH A VIEW - ANE BRUN

Continuando a minha aventura por esta New Folk que se vai fazendo, dei de caras com o magnífico e lindíssimo novo disco da norueguesa Ane Brun, "Changing The Seasons".
A sonoridade de Brun assemelha-se às de outras cantautoras como Beth Orton ou Polly Paulusma, mas carrega também sinais evidentes de uma influência directa do que se fazia nos finais da década de sessenta - a sua voz, por exemplo, ou a maneira como canta as palavras, remetem-nos directamente para essa época.

"Changing The Seasons" é um daqueles trabalhos que tornam impossível a tarefa de escolher a música mais bonita. As trezes composições são belíssimos bocadinhos de harmonia, melancólicos sem dramatismo, singelos, compostos por inúmeros e quase imperceptíveis miligramas de sons pequeninos. Uma das surpresas do ano, e mais um daqueles discos para ouvir de uma ponta à outra, sem interrupções.

As duas músicas aqui publicadas são só as primeiras. Porque me apetecia já deixar neste blog toda a sua discografia.



Gillian




Changing of the Seasons


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quarta-feira, outubro 22, 2008

BLAH, BLAH, BLAH: GWB




... de George W. bush, claro.
Agora que o dia finalmente se aproxima em que o mundo se vai ver livre deste cowboy ignóbil, tornam-se particularmente interessantes os acontecimentos que, de uma maneira ou de outra, se relacionam com Bush filho. Para começar, a polémica criada em torno da declaração de Collin Powell, que afirmou em entrevista ser apoiante da candidatura de Barak Obama - facto que o seu filho já havia publicamente assumido. Pois bem, só mesmo os distraidos é que podem ver nesta viragem à esquerda do general Powell algo de inesperado. O homem foi secretário da defesa de Bush, é certo. Mas a verdade é que sempre demonstrou uma rectidão e uma dignididade impróprias do governo republicano vigente. De tal forma que acabou mesmo por se retirar do cargo que ocupava, revoltado e envergonhado com a situação do Iraque. Powell, que nunca foi um político à séria - o que, nos dias que correm, é cada vez mais um defeito -, deve ter tido a melhor das intenções, quando aceitou o convite para fazer parte de um executivo como o de Bush. O rumo dos acontecimentos é que acabou por o atropelar sem dó nem piedade. A ele e ao mundo inteiro, diga-se. A escolha de Powell para as eleições que se avizinham, reflecte exactamente a rectidão e a dignidade com que sempre pautou as suas acções. Podia estar enganado, e pode mesmo ter cometido erros graves, mas lá que é um bom homem, disso não tenham dúvidas.

Por estes dias já ninguém parece ter dúvidas de quem vai ocupar a cadeira deixada vaga por George W. Com as sondagens cada vez mais favoráveis a Obama, e com o já aguardado fim do efeito Sarah Pallin - a mulher afunda-se cada vez mais no ridículo que é a sua personalidade, e no descabimento da sua candidatura -, é quase uma certeza que o homem que os republicanos se têm esforçado por apelidar de terrorista e outras coisas piores, vai mesmo liderar os desígnios da nação mais poderosa do mundo. E bem o merece. Obama fez uma campanha anormalmente limpa; centrou as suas atenções nos problemas reais da América, tratou de antecipar uma aproximação amigável aos líderes dos países mais fortes da Europa, e esquivou-se à quase inevitável guerra suja em que estas coisas se costumam tornar. Ao contrário dos rivais republicanos, a candidatura democrata não optou pela busca de segredos sensacionalistas, factos da vida de McCain que o pudessem denegrir de alguma forma, ou mesmo pequenas curiosidades que o pudessem ridicularizar. Obama, ao contrário do que já toda a gente estava à espera - e para muita pena dos meios de comunicação -, foi um respeitador e honroso competidor. Até porque já sabia que o seu concorrente, herói de guerra reconhecido e uma figura no seu todo afável e simpática, gozava de alguma popularidade mesmo junto de alguns sectores democratas. Como já aqui referi, McCain é um republicano muito mais à esquerda do que aquilo a que os republicanos estão habituados. A prová-lo, está o facto de John Kerry ter pensado nele para seu vice-presidente, nas presidenciais que perdeu para Bush. Obama vai ganhar estas eleições. Porque todo o mundo o quer. Obama, se não nos enganar monstruosamente, vai-se tornar numa figura incontornável da história do século XXI. Tem o perfil indicado para isso. McCain, por sua vez, não vai ser o grande derrotado destas eleições. O seu partido sim, será o gigante arrogante e desleixado que, por não ter atempadamente apertado os cordões dos sapatos, vai cair por uma longa e profunda escada abaixo.

Nem a propósito, eis que temos o louco Oliver Stone a estrear a sua visão (sempre muito pessoal) de George Bush. Stone, realizador amado e odiado - muitas vezes pelas mesmas pessoas -, é e será sempre um outsider a viver à custa da mama de Hollywood. Faz mais ou menos o que lhe dá na gana, choca, ou faz sempre por mexer com o espectador, e é um hábil autor de um cinema a meias experimental e comercial. Não se espere de "W", o biopic deste presidente que agora se retira, algo de muito realista ou sequer preocupado com a verdade dos factos - Stone sempre foi um acalorado panfletário. Não se espere que seja um filme convencional, banal, normal ou sequer correcto na sua aproximação biográfica - Stone sempre se esteve nas tintas para os produtores, crítica, público e todos mais os que orbitam à volta da indústria cinematográfica. Pode-se esperar, isso sim, uma obra feita a pensar mais nos europeus do que nos compatriotas americanos; feita para agradar os que desprezam George W. Bush (realizador incluido), e para dar uma valente alfinetada nos que ainda insistem em o defender. Seja como for, Oliver Stone já conseguiu o que queria: realizar um filme em tempo recorde de maneira a poder estreá-lo mesmo em cima de uma fase na vida dos americanos que pode bem ficar para a sua história como A Fase da radical mudança. Ou talvez não...

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terça-feira, outubro 14, 2008

"If your pictures aren't good enough, you aren't close enough."



É um ídolo absoluto, e para mim uma enorme fonte de admiração e inspiração. Robert Capa - nascido Endre Ernő Friedmann, em Budapeste - foi indiscutivelmente o melhor fotógrafo de guerra de sempre, e o homem que haveria de mudar o conceito do fotojornalismo, ao fundar a agência Magnum.

Capa fez questão de assumir a frase que dá título a este texto, e esteve sempre mais perto dos acontecimentos do que qualquer outro fotógrafo. O melhor exemplo disso são as fotografias que tirou ao lado dos soldados americanos que desembarcaram na famosa Omaha Beach, no dia D. Para aqueles que viram a terrível sequência do filme de Spielberg, "Saving Private Ryan", não deverá ser difícil imaginar o perigo que Capa correu para retratar um dos acontecimentos mais importantes da história da humanidade. O homem foi literalmente chutado da barcaça onde viajava e nadou até à praia por entre balas alemãs. Nunca soube explicar como sobreviveu. Sabe que não esteve mais do que alguns minutos naquela praia, mas que tudo lhe pareceu uma eternidade. As fotos que tirou, e que um ansioso técnico de laboratório, curioso por as ver, estragou - o processo de secagem foi demasiado rápido e quase todas derreteram -, são, ainda hoje, o retrato mais fiel do que ali se passou. As dez imagens sobreviventes, desfocadas, tremidas e baças pelo acidente, são impressonantes, e humanizam um episódio da história que é demasiadas vezes encenado e tornado artificial.
Robert Capa morreu na Indochina, quando, mantendo-se fiel à sua máxima de vida, pisou uma mina francesa. Quando foi encontrado, tinha ainda a máquina fotográfica nas mãos.

terça-feira, outubro 07, 2008

Tá bem que o filme até tem coisas bastante engraçadas. Sim senhor, é um tipo de humor perfeitamente idiota e propositadamente disparatado. Ok, Adam Sandler está bem melhor aqui que na maioria das patetices em que costuma embarcar. Agora, dizer-se que é um filme completamente diferente daqueles com que o comediante americano fez carreira, isso já me parece algo exagerado. E sinceramente, às vezes não consigo entender esta nossa crítica «especializada»
"You Don't Mess With The Zohan" tem um início absolutamente irresistivel, e toda a sequência da perseguição do agente secreto israelita (Sandler) ao seu inimigo Phantom - maravilhoso John Turturro - é tão genial quanto deliciosamente estapafúrdia. Infelizmente poucos seriam capazes de manter a coisa assim por muito tempo, e o filme, dirigido por um tarefeiro com poucos créditos, Dennis Dugan, não evita resvalar perigosamente para o gag fácil e escatológico. E é pena. A história tem sumo suficiente - um comando da Mossad que simula a sua morte para poder ir para Nova Iorque e ser cabeleireiro é promissor -, e os actores não se portam nada mal. De destacar, mais uma vez, a prestação de Turturro, um actor que nem sempre opta pela comédia, mas que tem já no seu curriculo algumas das melhores personagens cómicas de que tenho memória. A seu lado, e igualmente bem, o sofrível Rob Schneider, aqui a dar corpo a um patético candidato a terrorista muçulmano, e que é responsável por algumas das melhores cenas do filme.
É agradável, sim, mas também não é assim tão bom.


domingo, outubro 05, 2008

C'A GALA

Não deve haver actalmente coisinha pior nas televisões nacionais, que as suas inenarráveis sessões de auto-promoção. Nesse departamento de vaidade exacerbada, a TVI leva clara e inultrapassável vantagem e para provar isso mesmo levou a coisa ainda mais longe e realizou aquilo que decidiu chamar de Gala da Ficção Nacional. A proposta era escolher os melhores actores e a melhor novela do que se vai fazendo cá pelo burgo em matéria de ficção televisiva. Tudo muito bem, não fosse essa tal gala a maior acção de auto-promoção alguma vez vista, criada com o objectivo de sobrevalorizar os actores e a produção nacional, sim senhora, mas apenas do proprio canal.
Ok, eu admito, o esforço que a TVI tem feito para manter a produção das suas séries de ficção quase inteiramente made in Portugal é realmente significativo. O que não pode ser esquecido, é que essa produção se reflecte quase na sua totalidade em novelas, que entre si practicamente não apresentam quaisquer diferenças significativas, que ocupam o horário nobre do canal, umas atrás das outras em regime non stop, e que deram a conhecer ao grande público alguns dos piores actores portugueses da hstória - formados à pressa para dar corpo a um elenco que começava a ficar cada vez mais limitado e repetitivo.
Ou seja, valorize-se o esforço do canal de Moniz e Ca. em produzir televisão em português, mas condene-se a manifesta falta de originalidade e de exigência de profissionalismo, acima de tudo na qualidade da direcção de actores, absolutamente inexistente.
Quanto à gala propriamente dita, teve dois momentos altos de vaidade burra e parola quando, pelas vozes de Júlia Pinheiro e Manuel Luís Goucha (apresentadores de serviço), se admitiu em palco que a novela "Anjo Selvagem" esteve no ar de Setembro de 2001 a Março de 2003(!) e que a série "Morangos com Açucar" é uma óptima escola de actores...
Chiça!

P.S: Já agora uma dica: se calhar já deviam ter aprendido calguma coisinha com as cerimónias de entrega dos Oscares, que nunca, mas nunca, permitem a existência de lugares vagos na platéia...

quinta-feira, outubro 02, 2008

"DEFINE DANCING"

É a mais bela sequência de uma longa metragem de animação alguma vez «filmada». Ainda não falei aqui de "Wall-E" por ainda estar demasiado apaixonado por ele. Vi-o na semana em que estreou, mas ainda não consegui adquirir a neutralidade necessária para não parecer uma adolescente histérica. Mas já está quase.

KARMABOX WITH A VIEW - BURAKA SOM SISTEMA - "WEGUE WEGUE"

Sem grande coisa para dizer. É mesmo só para abanar...

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KARMABOX WITH A VIEW - DEOLINDA - "FON FON FON"

Não têm quaisquer pretensões a artistas pop, nem a pseudo-embaixadores da música popular portuguesa. A mim parece-me que apenas se querem divertir. São os Deolinda e são encantadores. Ah, e as letras das suas cantiguinhas são fantásticas.
Dá-lhe!

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BLAH, BLAH, BLAH...

O grupo parlamentar do PS decidiu, em reunião, aplicar a disciplina de voto no caso das propostas de lei que defendem o casamento entre homossexuais, e cuja discussão em assembleia, está para muito breve. Ou seja, o PS vai votar contra essas propostas de lei, mesmo que alguns dos seus deputados sejam a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sabendo nós que o PP é o nosso representante político da idade média, que o PSD é cada vez mais um partido velho e retrógrado, e que já ninguém sabe muito bem o que esperar do PCP, facilmente se conclui que apenas o Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista Os Verdes vão votar claramente a favor das ditas propostas - de que ambos foram, aliás, responsáveis.
O líder parlamentar do PS defendeu a decisão com a "falta de oportunidade", o que é o mesmo que não dizer absolutamente nadinha. E por isso mesmo gostava de saber a resposta a esta pergunta: qual a verdadeira razão para tantos politicos recusarem terminantemente esta lei?



Fiquei a saber, pela voz de um especialista em economia mundial, que, do dinheiro depositado por nós nos bancos, 92% andam a pairar por esse mundo fora, investidos das mais diversas formas e feitios. Isto porque a lei obriga a que apenas os restantes 8% sejam mantidos nos cofres das instituições bancárias. Ora bem, tendo em conta a actual crise bancária ... seria melhor começarmos a fazer contas.



Uma recente sondagem nos EUA resultou em que mais de 40% dos inquiridos considerasse Sarah Palin, a candidata à vice-presidência republicana, incompetente para ocupar o cargo. Tendo em conta apenas o simples facto da infeliz nem nunca ter saído do país - a mulher nem sequer tem passaporte -, fácil é concluir que os restantes inquiridos costumam vestir-se com lençóis brancos e queimar cruzes à frente das casas de afro-americanos...







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PROJECTO SEM NOME - SEMANA 0

Projecto sem nome, para já e não sei até quando.
A semana foi de workshop/audição para esse tal espectáculo que assinala também os 60 anos do TUP.
As primeiras conclusões:
joelhos esfolados
pisaduras onde o osso é mais do que a carne
dores nos ossos dos pés
vai ser um espectáculo intenso.

O Júlio pediu-nos uma disponibilidade que, desconfio, não saberemos que a temos até a descobrirmos. A coisa vai ser a doer (literalmente) e "vai-nos obrigar a olhar para um lado de nós de que não gostamos". Palavra de encenador.

Para a semana é ainda mais a sério...