kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quarta-feira, novembro 28, 2007

KARMABOX WITH A VIEW - THE ROLLING STONES - "BEAST OF BURDEN"

Em 1978 os Rolling Stones lançavam o álbum "Some Girls" e a música que para mim podia muito bem ser a única da carreira de Jagger e companhia. Mick ainda era um sex symbol - quer se concorde, quer não -, Keith Richards ainda não tinha morrido, e eu tinha apenas cinco aninhos.
Já tive esta discussão com o Zé do Barraco vezes sem conta, e apesar dos argumentos dele serem igualmente inabaláveis, continuo a preferir a irreverência rock dos Stones, à simpatia fresquinha dos Beatles. E é mesmo assim...

Beast of Burden - Live


Ill never be your beast of burden
My back is broad but its a hurting
All I want is for you to make love to me
Ill never be your beast of burden
Ive walked for miles my feet are hurting
All I want is for you to make love to me

Am I hard enough
Am I rough enough
Am I rich enough
Im not too blind to see

Ill never be your beast of burden
So lets go home and draw the curtains
Music on the radio
Come on baby make sweet love to me

Am I hard enough
Am I rough enough
Am I rich enough
Im not too blind to see

Oh little sister
Pretty, pretty, pretty, pretty, girl
Youre a pretty, pretty, pretty, pretty, pretty, pretty girl
Pretty, pretty
Such a pretty, pretty, pretty girl
Come on baby please, please, please

Ill tell ya
You can put me out
On the street
Put me out
With no shoes on my feet
But, put me out, put me out
Put me out of misery

Yeah, all your sickness
I can suck it up
Throw it all at me
I can shrug it off
Theres one thing baby
That I dont understand
You keep on telling me
I aint your kind of man

Aint I rough enough, ooh baby
Aint I tough enough
Aint I rich enough, in love enough
Ooh! ooh! please

Ill never be your beast of burden
Ill never be your beast of burden
Never, never, never, never, never, never, never be

I dont need no beast of burden
I need no fussing
I need no nursing
Never, never, never, never, never, never, never be

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UMA SUGESTÃO:





Agora que Lisboa vai receber os líderes dos países africanos para uma grande e bonita cimeira, não seria uma fantástica idéia, depois de eles entrarem seja lá para onde for que eles vão entrar para darem início à cimeira, demolir aquela merda com todos lá dentro? É que de uma assentada só acabavam-se com a maior parte dos problemas de África. Nunca nenhuma nação não africana terá tido tantos ditadores juntos como acontecerá com Portugal aquando do dito encontro. E nunca voltaremos a ter essa hipótese de os exterminar a todos ao mesmo tempo.


Ok, já se sabe, África tem mais problemas lixados por metro quadrado, do que qualquer outro planeta no sistema solar. Mas basta pensarmos um bocadinho, para percebermos que mais do que a fome, a escassez de recursos e meios e a total falta de controlo sanitário ou de medidas de combate às mais variadas espécies de doenças, são os ditadores os grandes inimigos do continente africano.


Só a título de exemplo:

Robert Mugabe é presidente do Zimbabwe há 27 anos, tendo já anunciado que vai voltar a entrar na corrida a mais um mandato;


Muammar al Khadafi é presidente da Líbia há nada mais, nada menos, do que 38 anos!!!
Isaias Afewerki é presidente da Eritreia - a mais nova nação africana - há 14 anos, durante os quais já levou à cadeia mais jornalistas do que qualquer outro país no mundo.

José Eduardo dos Santos, para além de ser presidente da minha Angola há 28 anos, é o homem mais rico lá por aquelas bandas e conseguiu colocar o país na 151ª posição dos 158 países mais corruptos do mundo.


Vale a pena continuar?

terça-feira, novembro 27, 2007


Uma velha, quando tinha o tamanho de um grão-de-bico, procurava um tesouro escondido na areia da praia deixando atrás de si pegadas de menina...

"Eunice" é uma peça de teatro para crianças, escrita por Helena A. Silva, encenada pelo grande António Júlio e interpretada pela querida Anabela Sousa.
A Anabela foi minha professora de movimento no TUP, e o Júlio assistente de encenação no primeiro "Cara de Fogo". Conhecendo-os como conheço, tenho a certeza de que "Eunice" vai ser uma pequena maravilha. E pequena no sentido mais querido da coisa, claro.
Está no Teatro do Campo Alegre, de 1 a 7 de Dezembro. Dias 1 e 2 às 16:00, e daí em diante, às 10:30 e 15:00.
Vão ver e levem todos os putos de que se lembrem. Eles vão agradecer...


Na Indonésia, fêmeas de Orangotango são raptadas do seu habitat, completamente rapadas e amarradas a camas onde são prostituídas literalmente até à morte.
Ponto

segunda-feira, novembro 26, 2007

Três dias foram suficientes para, na Venezuela de Chávez, duas pessoas que distribuíam panfletos nada abonatórios para o tirano serem presas e torturadas - ao bom estilo do antigamente - e para um homem, que se cruzava com uma manifestação contra a revisão constitucional que o presidente quer introduzir no país, ser morto, vítima do radicalismo cego dos manifestantes.

Na Venezuela de Chávez, os seus partidários já controlam a assembleia nacional, o supremo tribunal, a maior parte dos governos estatais e as indústrias do petróleo e da electricidade, e uma das 69 emendas que compõem a dita revisão, permite que Chávez crie novas regiões administrativas, governadas por vice-presidentes escolhidos por ele. Chávez, que se prepara para criar uma situação constitucional que lhe permitirá governar a Venezuela por décadas, sem oposição nem eleições - tendo já admitido que pretende governar o seu país até 2031.
Chávez usa o poder do seu petróleo e manobras populistas, como a redução da carga horária dos trabalhadores em duas horas diárias, e pensões para donas-de-casa e vendedores de rua, para conquistar o povo que certamente o manterá no poder enquanto for alimentado com a mais pura das demagogias. Alberto Barrera Tyszka, co-autor de uma biografia do presidente, considera não ser o governo venezuelano uma "ditadura, mas algo mais complexo: a tirania da popularidade”.
A Venezuela de Chávez está cada vez mais decorada com cartazes do seu líder; abraçado a uma idosa, beijando uma criança, condecorando militares ou sendo ele próprio condecorado pelo presidente iraniano, Ahmadinejad - um tirano condecorar outro pelo trabalho desempenhado na defesa dos direitos humanos é uma daquelas ironias inultrapassáveis.
Como se não bastasse, uma das reformas da constituição permite que ele declare estados de emergência durante os quase pode censurar estações de televisão e jornais.
Actualmente, a Venezuela de Hugo Chávez é a «democracia» de Hugo Chávez no seu melhor...
Fidel deve babar-se de orgulho.
És uma besta, basicamente, que nunca aprendeu a decifrar palavras encriptadas, códigos, private jokes, private words e sentimentos partilhados, "coisas só nossas, tu sabes como é". Não não sabes, idiota! Ficas sempre de fora das conversas dos outros, quando eles não querem que tu as percebas; quando não querem que tu ouças as coisas que eles só dizem um ao outro, e, porque têm uma coisa "especial", levam-te pela mão até lá fora - se tiveres a sorte de te levarem pela mão - para poderem conversar só eles, de coisas que só eles - e nunca na vida mais niguém -, entenderiam.
És burro que até dá dó! És burro porque continuas a acreditar que isso não é importante e és uma besta principalmente porque ao fim e ao cabo, acabas sempre por perceber tudo aquilo que não topas à primeira!
Estúpido...
É a mais recente produção do Teatro Universitário do Porto, vai estar em cena no Museu do Carro Eléctrico - casa de muito boas memórias para nós, tupianos -, e trata-se de uma peça baseada no muito aconselhável "Closer", de Patrick Marber, interpretada por Constança Carvalho Homem, Emanuel Santos, Gonçalo Gregório e Lara Pires, e encenada pela Joana Gusmão.

Segue-se a sinopse...

Como é que nos lembramos do amor? O que fazemos com o que resta? Como é que lidamos com a irracionalidade do desejo? Espreitamos pelo buraco de fechadura de relações humanas que tendem mais para a pornografia do que para a poesia. Quase nunca se faz o que é certo, e para fazer o que é certo, quase sempre se tem que passar pelo que é errado. O coração é muito honesto aqui, não é romântico, apenas visceral. Sabemos como as pessoas podem dizer uma coisa e significar outra, como as pessoas podem ser cruéis para aqueles que as amam, quando o seu próprio amor morreu.

E seguem-se os contactos...
Reservas através dos 918624184 e 963526352, ou para tupporto@gmail.com.

Entretanto, também podem dar um saltinho ao blog da produção, em http://aquarionotup.blogspot.com/, para vos despertar o apetite...

domingo, novembro 25, 2007

1300

E para festejar o post com o belo e redondíssimo número pespegado alí em cima, nada como utilizar a célebre frase com que os Monty Python começavam o seu programa televisivo, "And now for something completely different". Especialmente porque neste caso a coisa aplica-se na perfeição.
Senhoras e senhores, Woody Allen, algures no século passado, num genial set de stand up comedy.


PARABÉNS, SIM??

Confesso que nem sei bem explicar o sucesso desta peça, ou sequer o que a faz estar em cena há longos onze anos. Sei que é de facto um espectáculo a todos os níveis fabuloso, e que é virtualmente impossível conseguir vê-lo sem perder quilos à custa de tanta gargalhada, mas...
Onze anos!?

Seja como for, os actores responsáveis por este êxito sem precedentes na história do teatro português (acho...), Simão Rubim, Manuel Mendes e João Carracedo, bem que justificam todos os aplausos que conquistaram desde 24 de Novembro de 1996. E espero sinceramente que os continuem a receber. É que são mesmo muito bons.

BLU-RAY

Perceber quando uma campanha publicitária está realmente a anunciar um produto, um conceito ou somente a existir enquanto obra de arte é cada vez mais complicado.
O primeiro anúncio que vi do novo avanço da Sony, a tão propalada tecnologia Blu-Ray, é um pouco de tudo isso...


sábado, novembro 24, 2007

ATENÇÃO!

Anda por aí disco novo d enorme Rodrigo Leão. É a banda sonora original de um documentário sobre a história recente de Portugal - do qual, admito, não me lembro agora do nome -, e é, como sempre, altamente recomendável. Recomendável? Obrigatório!!!

sexta-feira, novembro 23, 2007

QUIDAM

Se por acaso forem daqueles que ainda acham que nem vale assim tanto a pena correrem a comprar os bilhetes para o próximo espectáculo do Cirque Du Soleil, "Quidam", em Abril lá para os lados de Lisboa...



MAURICE BÉJART


Morreu um dos mais espectaculares coreógrafos do mundo. Não era dos mais reconhecidos pelo grande público, é certo, mas a carreira de 50 anos de Béjart merece a devida vénia. Ficou conhecido por ter sido expulso do Portugal de Salazar pela sua postura totalmente contrária a qualquer tipo de ditadura. Essa postura reflectiu-se na forma descontraída como encarava o seu trabalho e que se reflectia no método que utilizava para formar bailarinos.
Em qualquer biografia que encontrarem dele, verão certamente o relevo dado à coreografia que criou para o Bolero de Ravel - pensada para ser interpretada por homens e/ou mulheres. Pode não ser a sua melhor «peça», mas foi aquela que ficou para a posteridade como nenhuma outra da sua autoria.
Sendo assim, a merecidíssima homenagem.


SABEM QUE MAIS?

Que se lixe!
Importante é eu ainda me ir lembrando de que os Morphine são a minha banda favorita...


Morphine - Honey White (Live)

MAS PORQUE É QUE NÃO SE CALAM OS DOIS!?



Como alguém disse, "o rei mandou calar o bobo, porque o bobo, ao contrário do que fazia antigamente, agora fala muito, não para mostrar, mas para esconder".


Para mim, o que o rei espanhol fez, ao mandar calar Hugo Chávez, foi o que já muitos tiveram vontade de fazer e nunca conseguiram.
E começa exactamente por aqui a lista de semelhanças entre Hugo Chávez e
Alberto João Jardim.
Ambos falam demasiado e demasiadamente alto.
Ambos são gordos e muitíssimo feios.



Ambos criticam o imperialismo, mas ambos partilham o mesmo desejo imperialista de se manterem no poder pelo máximo número de anos e, se possível, aniquilando de forma arrasadora, com qualquer tipo de concorrência.
Ambos defendem o seu povo contra tudo e contra todos, nomeadamente dos... como é que eles lhes chamam? Bem, à falta de melhor, acho que "fantasmas inimigos da democracia" serve muito bem.
Ambos incutem, naqueles que os ouvem horas a fio, naquele tom beligerantemente alto e irritante, o mesmo desejo incontrolável de os mandar calar - sorte do rei de Espanha, que não tem por lá nenhum Alberto Juan Jardines.
No entanto, e por razões diversas, o presidente tirano da Venezuela leva considerável vantagem sobre Jardim.
Enquanto na Venezuela há petróleo, na Madeira não há mais do que cachos e cachos de bananas. Chávez apercebeu-se disso, e usa o ouro negro como nunca nenhum outro lider de um país o fez. Usa-o como forma de chantagem, prémio ou castigo; usa-o para determinar quem é amiguinho e pode brincar com ele, e quem não é amiguinho e, como tal, não pode ir à sua festinha de aniversário. Não imaginam Jardim a fazer o mesmo com bananas, pois não?
Chávez já conseguiu controlar e dominar os meios de comunicação do seu país, chegando mesmo a obrigar todos os canais de televisão a emitirem os seus longos e chatos discursos a à nação. Aberto João, mesmo vestido de travesti no carnaval do Funchal, não consegue sequer dez minutos da atenção dos media lá da ilha.
Chávez já conseguiu fazer com que um monarca perdesse as estribeiras, João Jardim só consegue irritar os politicos do continente - que, para além de serem feios, não se vestem tão bem quanto o reizinho.
E agora a sério: chateia-me que alguns grupos da sociedade e da politica elevem uma besta como Chávez ao título de super homem da democracia, só porque este ataca com tudo o que tem e pode, uma outra besta chamada Bush. É perigoso, irreal e ignorante, uma posição dessas. Antes de o elevarem seja ao que for, importa investigar a sua carreira política, e a forma como ela foi conquistada, para tentarem perceber que há certas coisas que, mesmo correctas - ninguém se atreve a negar que o que o homem diz de Bush é a mais pura verdade -, não merecem assim tanta admiração. Basta termos em conta que 60% das exportações da Venezuela têm como destino os EUA, para imediatamente percebermos que Chávez nunca fará mais do que este fogo de artifício de fanfarronice que é o seu circo itinerário; um bluff mal disfarçado e que só engana quem quer mesmo muito ser enganado.
Agora, que Bush nunca o mandou calar, lá isso não mandou!

ODIOZINHOS DE ESTIMAÇÃO


Paco Bandeira anunciou por estes dias que nunca mais editaria um disco.
Muito, muito, muito obrigado, amigo Paco. Não imaginas como me deixa feliz essa notícia. Só tenho pena que outros «grandes» nomes da música portuguesa não se sintam inspirados pelo teu acto abnegado, e te sigam as pisadas.

KARMABOX WITH A VIEW - CAETANO VELOSO - "SAMPA"

Miúda, para a próxima confia no que eu te digo: a música "Sampa" é da autoria de não outro que o bom do Caetano. A melhor versão, sinceramente, é a que Gilberto Gil interpretou no seu disco Unplugged. Mas que de facto não é dele, não é. Ok?




Alguma coisa acontece
No meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga
E a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui
Eu nada entendi
Da dura poesia concreta
De tuas esquinas
Da deselegância discreta
De tuas meninas...

Ainda não havia
Para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece
No meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga
E a Avenida São João...

Quando eu te encarei
Frente a frente
Não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi
De mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio
O que não é espelho
E a mente apavora o que ainda
Não é mesmo velho
Nada do que não era antes
Quando não somos mutantes...

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho
Feliz de cidade
Aprende depressa
A chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso
Do avesso do avesso...

Do povo oprimido nas filas
Nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue
E destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe
Apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas
De campos e espaços
Tuas oficinas de florestas
Teus deuses da chuva...

Panaméricas
De Áfricas utópicas
Túmulo do samba
Mais possível novo
Quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam
Na tua garoa
E novos baianos te podem
Curtir numa boa...

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domingo, novembro 18, 2007

Nunca deixem de tentar aprender com os outros. Nunca pensem que já não há nada a aprender. É mentira.
Continuo a tentar, dois anos depois de me ter divorciado - na tentativa de conseguir uma vida melhor do que a que tinha -, aprender com os outros formas de conquistar coisas de que sentia falta. Novos objectivos, diferentes sensações; independência, nas suas mais variadas versões.
Ao fim desses dois anos, aprendi finalmente a ser um nadinha mais egoísta; a pensar mais seriamente em como conquistar aquele «espaço» que tanta gente reclama e que nunca se chega a perceber totalmente qual é. Ok, confesso, não aprendi coisa nenhuma. Resignei-me e decidi tentar ser um nadinha mais egoísta. Não gosto, mas tem de ser. Tenho de aproveitar que estou a algumas semanas de começar a viver sozinho para voltar a adquirir hábitos e rotinas, e para voltar a viver para mim. Voltar a uma vida que já tive, e de que tenho saudades. Ver, ouvir e fazer o passado. A partir de agora, tudo vai começar a ser gerido a partir daí, e não ao contrário, como até aqui. Ponto assente.

Rufus Wainright - Cigarettes and chocolate

Cigarettes and chocolate milk
These are just a couple of my cravings
Everything it seems I likes a little bit stronger
A little bit thicker, a little bit harmful for me

If I should buy jellybeans
Have to eat them all in just one sitting
Everything it seems I likes a little bit sweeter
A little bit fatter, a little bit harmful for me

And then theres those other things
Which for several reasons we wont mention
Everything about em is a little bit stranger, a little bit harder
A little bit deadly

Its not very smart
Tends to make one part
So brokenhearted

Sitting here remembering me
Always been a shoe made for the city
Go ahead accuse me of just singing about places
With scrappy boys faces have general run of the town

Playing with prodigal sons
Take a lot of sentimental valiums
Cant expect the world to be your raggedy andy
While running on empty you little old doll with a frown

You got to keep in the game
Retaining mystique while facing forward
I suggest a reading of lesson in tightropes
Or surfing your high hopes or adios kansas

Its not very smart
Tends to make one part
So brokenhearted

Still theres not a show on my back
Holes or a friendly intervention
Im just a little bit heiress, a little bit irish
A little bit tower of pisa
Whenever I see ya
So please be kind if Im a mess

Cigarettes and chocolate milk

terça-feira, novembro 13, 2007

Ora bem, assumindo-me completamente desacreditado porque o episódio aconteceu comigo, deixem-me falar-vos de censura.
Ok, se calhar censura é demasiado forte para o que aconteceu. Chamemos-lhe... comportamento zeloso em defesa dos bons costumes. Sim, assim é melhor.
Já tinha falado deste assunto com o Carlos Moura e com o Raminhos, e de ambas as vezes em torno dos problemas que a televisão levanta ao uso de certas palavras - leiam-se «palavrões» - e a certos e determinados conteúdos.
Esperem, deixem-começar de outra forma: sempre defendi o fim rápido do stand up em Portugal. Ou melhor, sempre defendi que a sua sobrevivência nunca poderia estar dependente da sua divulgação televisiva, mas sim através de actuações em bares e outros espaços do género. Sabia-o por inúmeras razões, e agora tenho a certeza de que, para além dessas razões, existia mais uma que, essa sim, seria determinante para afastar a bela arte do stand up do grande público. E essa razão chama-se precisamente "comportamento zeloso em defesa dos bons costumes".
Não se pode falar de religião, ou pelo menos não se pode falar de um certo modo; não se pode dizer um sem número de asneiras ou outras palavras que, não sendo asneiras, poderão ferir susceptibilidades - como cocó e xixi (literalmente); e não se pode, de forma alguma, ultrapassar aquele registo chato, aborrecido e soporífero, de que os nossos comediantes já não se saberiam livrar, mesmo sem a ajuda da bem aventurada televisão. Ou seja, é aceitável que uma avozinha possa dizer ao netinho "que bonito, já faz cocó no potinho. Vá mostrar ao avô, vá!", mas é completamente impensável dizê-lo na televisão.
O que é que se conquista com atitudes destas? Que o público se comece a fartar severamente de comediantes de stand up que, impedidos de poderem fazer o seu melhor, têm de obedecer a regras de boa educação(?) que matam completamente o seu trabalho. Regras que não têm outra utilidade que não a de secar totalmente a energia indispensável para fazer um bom set.
Na altura em que o Raminhos foi a um certo programa do canal 2 fazer precisamente isso, um set desprovido de energia, comentei com ele a minha surpresa. Conhecia-o o suficiente para saber que era capaz de muito mais, e a sua aparente sonolência em palco deixou-me baralhado. Explicou-me que não tinha tido qualquer hipótese, que os tipos eram exigentes com o texto e com os temas abordados. Esta semana tive exactamente a mesma experiência.
Não me considero sequer comediante e muito menos comediante de stand up. Mesmo assim, respondendo a um desafio interessante, lá enviei um texto de stand up para a devida análise. E a resposta não foi surpreendente. Não cocó. Não xixi. Não piadas escatológicas. Sim piadas inocentes e educadinhas, boas para o natal dos hospitais.
Desisto? Não. Agora o desafio tornou-se ainda maior.

No entanto...
não há como comediantes de stand up e público de stand up como nos EUA. Anos, décadas de experiência fizeram com que aquela gente arrisque tudo e encaixe tudo com humor e desportivismo. O povo, claro, porque as instituições, essas, continuam a ser madrastas para quem pisa o risco.
Mesmo assim, na história da arte de fazer rir por conversa, vários foram os comediantes que fizeram carreira a pisar o risco. Com os dois pés. Bem calcado e pisoteado.

Comediantes como o enorme Lenny Bruce, detido várias vezes, acusado por obscenidade, tendo sido seguido, a partir de uma altura na sua carreira, pela polícia, sempre presente nos seus espectáculos.
Gente como George Carlin, que sem ser violento ou rude, fica na memória como um dos mais incovenientes.
Tipos como Dennis Leary, que ameaçava em cada espectáculo uma trombose, um ataque cardíaco, ou simplesmente um forte aneurisma, tal era a sua irritação descontrolada.
Homens como Andrew Dice Clay, o comediante mais profano, violento, desbocado, preconceituoso e desagradável de sempre. De tal forma que esteve durante largos anos banido de todos os canais de televisão, estações de rádio, jornais locais, e panfletos de publicidade dos EUA. Clay acabaria por se tornar, provavelmente, no primeiro comediante verdadeiramente proscrito da história da comédia.
A mim ninguém me convence do contrário: era (também) deste tipo de comédia que precisávamos para formar público em Portugal. Um público mais compreensivo, mais aberto e mais... bem humorado.


Lenny Bruce


George Carlin


Dennis Leary


Andrew Dice Clay

domingo, novembro 11, 2007

STRANGE DAYS

E já que estou na onda de filmes que mexeram comigo, deixem-me só publicar a incrível sequência inicial do thriller (quase) futurista que Kathryn Bigelow realizou em 1995. Brutal!


CHUNGKING EXPRESS

Já está lá em casa para ser (re)visto, e por estes dias vou ter todo o prazer em aqui falar dele com mais detalhe.
Foi um dos filmes que mais prazer me deu, e um dos que re-re-volucionou a minha maneira de ver o cinema.
Para já fica só um «cheirinho», pode ser que vos faça sentir uma estranha vontade de irem a correr alugá-lo à Blockbuster mais próxima.


KARMABOX WITH A VIEW - ROISIN MURPHY - "OVERPOWERED"

Muito bom, o regresso da menina dos Moloko no seu segundo álbum em nome próprio, também intiulado "Overpowered". Bom, e apetecivelmente dançável...

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"TRAVESSURAS DA MENINA MÁ"

Acabei de ler o livro de Mario Vargas Llosa e já tenho saudades. Gostei. Não gostei logo, mas acabei-o a desejar que não tivesse acabado.
Incomodou-me sempre, porque me era demasiadamente próximo; estranhamente próximo e coincidente. Afinal há mesmo coisas que não nos acontecem só a nós, não é verdade?
Não vou entrar em pormenores, digo só que o livro fala daquilo que eu já suspeitava ser verdade: há pessoas por quem nutrimos o mais forte dos amores, que nuca chegam realmente a ser nossas. Engana-nos esse amor, de vez em quando, e faz-nos acreditar que não é assim. Mas já algum poeta deve ter dito que o amor é enganador. É das tais coisas que não nos acontecem realmente só a nós. Certo?

quinta-feira, novembro 08, 2007

KARMABOX WITH A VIEW - DELUXE EDITION




Da próxima vez que alguém me perguntar espantado porque gosto tanto de Bruce Springsteen, vou a correr à FNAC mais próxima e compro o duplo CD/DVD que o músico gravou com a Sessions Band ao vivo em Dublin, para ofereçer em jeito de resposta.
É tarefa difícil descrever o verdadeiro espectáculo com que Springsteen e a banda presentearam os espectadores irlandeses. Não é comum assistir a uma explosão de energia constante como a que se sentiu naquele concerto, e é cada vez mais rara tamanha cumplicidade entre público e artistas em palco.
Os dois vídeos que se seguem, respeitam o alinhamento do concerto e são, nada mais, nada menos, que uma versão de um clássico gospel/dixieland do cancioneiro americano, e uma música da autoria do próprio Bruce, ao bom estilo celta e que imediatamente incendeia o povo presente.
Só mesmo vendo, para se perceber.
Infelizmente, o momento mais alto de todo o espectáculo não está disponível na net, pelo que aproveito este post para desafiar o Carlos Moura - a quem abençoo para sempre pela oportunidade que me deu de conhecer este magnífico trabalho - a disponibilizar, o quanto antes, o vídeo de Pay Me My Money Down. E rapidinho, se faz favor!!!

This Little Light Of Mine



American Land
Já sei qual vai ser a minha prenda de Natal...

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(...) the little plastic castle
is a surprise every time (...)

Ani DiFranco, "Little Plastic Castle"


Parabéns, miúdo!

quarta-feira, novembro 07, 2007



MAIS DO QUE UM BOCEJO


Há nove anos "Elizabeth" tinha-me deixado boquiaberto. Com o seu rigor, com a sua clara segurança, e com a descoberta de uma actriz como já não se via há demasiado tempo. Uma actriz capaz de rivalizar - imagine-se - com a enorme Katharine Hepburn: Cate Blanchett.
Nove anos depois, e sabe-se lá porquê, o mesmo realizador resolveu estragar tudo o que tinha conquistado com o seu primeiro grande filme - pelo menos aquele que havia de o colocar na montra de Holywood. Ou quase tudo...
"Elizabeth: The Golden Age", mais do que um longo e monumental bocejo, é um imenso desperdício de meios e de bons actores. Já não via uma tão má realização há muitos anos.É lento, pesadão, desconexo e completamente inconsequente. Cada situação filmada, parece tê-lo sido apenas porque alguém se lembrou de o fazer, sem objectivo ou motivo aparentes. Quando se filma uma época tão interessante e rica da história da Inglaterra, e consequentemente da Europa - quando se agudizava a conspiração
contra a rainha e se assentuava a ameaça da católica Espanha -, torna-se difícil estragar seja o que for, e essa é, ironicamente, a única vitória do realizador Shekhar Kapur: arruinar tudo o que o seu projecto tinha de potencialmente positivo.
Salvam-se, e salvam-nos, os magníficos «duelos» entre Clive Owen e Cate Blanchett, a banda sonora assinada por Craig Armstrong, e o sumptuoso guarda-roupa, que nunca cessa de nos espantar.
Owen chega mesmo a ameaçar o roubo total do filme, tamanha é a sua interpretação de Sir Walter Raleigh. E conseguiria-o facilmente, não estivesse perante a segunda maior actriz da actualidade - a primeira já estão fartos de saber qual é...
Juntos mantêm-nos sentadinhos no nosso lugar, à espera que os voltemos a ver juntos no ecrã. Juntos dão o toque nobre e altivo que o filme tanto merecia - e de que tanto necessita -, e que tinha feito de "Elizabeth" uma obra singular e muito à frente da sua concorrência directa. Pena, é vermos nomes como Geoffrey Rush, Samantha Morton ou Rhys Ifans reduzidos a papéis de tão pouco relevo, interpretando eles personagens históricas de tão vital significado para a história de Inglaterra. Chega a ser penoso e incompreensível.
A cena que quase me fazia gostar deste filme, apresenta-nos Sir Walter Raleigh descrevendo à curiosa rainha o que é navegar até ao novo mundo, e é absolutamente simples e brilhante.


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sexta-feira, novembro 02, 2007

(E SÓ POR CAUSA DISSO...)

KARMABOX WITH A VIEW - TOM WAITS - "TOM TRAUBERT'S BLUES"




Wasted and wounded, it ain't what the moon did
Got what I paid for now
See ya tomorrow, hey Frank can I borrow
A couple of bucks from you?
To go waltzing Matilda, waltzing Matilda
You'll go a waltzing Matilda with me

I'm an innocent victim of a blinded alley
And tired of all these soldiers here
No one speaks English and everything's broken
And my Stacys are soaking wet
To go waltzing Matilda, waltzing Matilda
You'll go a waltzing Matilda with me

Now the dogs are barking and the taxi cab's parking
A lot they can do for me
I begged you to stab me, you tore my shirt open
And I'm down on my knees tonight
Old Bushmill's I staggered, you buried the dagger
Your silhouette window light
To go waltzing Matilda, waltzing Matilda
You'll go a waltzing Matilda with me

Now I lost my Saint Christopher now that I've kissed her
And the one-armed bandit knows
And the maverick Chinaman and the cold-blooded signs
And the girls down by the strip-tease shows
Go, waltzing Matilda, waltzing Matilda
You'll go a waltzing Matilda with me

No, I don't want your sympathy
The fugitives say that the streets aren't for dreaming now
Manslaughter dragnets and the ghosts that sell memories
They want a piece of the action anyhow
Go, waltzing Matilda, waltzing Matilda
You'll go a waltzing Matilda with me

And you can ask any sailor and the keys from the jailor
And the old men in wheelchairs know
That Matilda's the defendant, she killed about a hundred
And she follows wherever you may go
Waltzing Matilda, waltzing Matilda
You'll go a waltzing Matilda with me

And it's a battered old suitcase to a hotel someplace
And a wound that will never heal
No prima donna, the perfume is on
An old shirt that is stained with blood and whiskey
And goodnight to the street sweepers
The night watchman flame keepers and goodnight to Matilda too

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WRISTCUTTERS: A LOVE STORY



Dito e feito, fui ontem ver a exibição, no Festival de Cinema Jovem de Santa Maria da Feira, do filme a que tinha dado aqui destaque na semana passada.
E não me enganei uma grama acerca dele. Sem ser uma obra prima, ou um daqueles filmes que ficam para a história do cinema, "Wristcutters..." delicia o espectador, muito por culpa do tom ingénuo com que foi realizado, e pela imediata empatia criada pelas personagens. O ambiente surreal do filme bebe muito da influência de Emir Kusturica, e o realizador, Goran Dukic -que julgo ser seu compatriota -, utiliza o mesmo tipo de humor visto em obras como "Underground" ou "Gato Preto, Gato Branco".

"Wristcutters..." acaba, por isso mesmo, por ser uma obra composta por pequenos e saborosos pormenores. Pormenores como o buraco negro existente debaixo do assento do carro de Eugene - uma personagem baseada directamente no vocalista dos Gogol Bordelo, que emprestam as suas músicas à banda sonora do filme -, a obsessão de Mikal (Shannyn Sossamon) em vandalizar - ou completar, se preferirem - todo o tipo de sinais ou cartazes com informações (in)úteis, ou mesmo a teoria que defende que sempre que uma mulher se afasta de nós dizendo "volto daqui a cinco minutos", isso significa obrigatoriamente que tão cedo não lhe vamos pôr a vista em cima. Tudo isto, numa espécie de limbo reservado a todos os que cometem suicídio, e onde cresce, à margem de tudo o que é a aparente normalidade, uma espécie de seita que defende que, mesmo naquele lugar, é possivel separar a alma do corpo. Confuso? Sim, mas divertidíssimo.

Repito, não é um filme brilhante, mas merece ser visto porque é um daqueles raros objectos que ainda consegue conquistar o público à custa de ternura e ingenuidade.



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