kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

terça-feira, outubro 31, 2006



Por favor espreitem o blog do Miguel, a campainha.

A dada altura, numa das fotos usadas para compor este video, um homem segura um cartaz onde se pode ler Love means all.
E a humanidade esqueceu-se disso. Não tenho dúvida alguma...


Acordo.
A primeira coisa que faço quando abro os olhos é certificar-me de que estás ali, ao meu lado.
Pequenina.
És tão pequenina.
Sentado na beirinha da cama olho para ti.
Estás a dormir e penso em como nunca tinha visto um dormir tão bonito.
Enquanto dormes digo-te tudo o que tenho guardado na garganta este tempo todo.
Coisas que não te digo por não saber como vais reagir.
Que quero ficar contigo todos os dias.
Que quero tomar conta de ti; pegar em ti ao colo e dizer-te que não há mal nenhum que vença os meus braços e que te magoe.
Que nunca senti um amor assim.
Que sou teu, sempre.

Ali sentado convenço-me de que os meus braços são fortes o suficiente para impedirem que algo ou alguém te roube ao meu abraço.
Que também tu nunca sentiste um amor assim e que és minha.
Que queres ficar comigo.
Que és o meu amor.

Pronto, para não dizerem que não fiz nada para celebrar o Halloween...
Já publiquei uma vez este video, mas não nesta versão.
Tentem adivinhar quem está a cantar.


Karmabox With A View - O Video Do Dia - Mr. Scruff

É daquelas que me fazem saltar à maluquinho, e tem um video absolutamente irresistivel.
Um mimo.


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Karmabox - A Música Do Dia - Claude Debussy - Au Clair De La Lune



Hoje o Karmabox tem um propósito ligeiramente diferente do habitual...

Este fim de semana senti um sentimento crescer. Assim mesmo.
Como se estivesse parado a olhar para ele e de repente o visse crescer um palmo bem medido.
Foi uma sensação muito boa de conforto, de segurança.

E que me fez pensar nesta coisa dos sentimentos, das emoções.
Fez-me lembrar de como são coisas mutáveis, constantemente. Que se transformam, crescem, mudam ou mirram, secam, desaparecem.

Percebi - ou voltei a perceber - a quantidade infindável de elementos que servem para mutar um sentimento. Se quiserem, e neste caso, para consolidá-lo.
Ás vezes basta um gesto.
Outras, uma verdadeira catárse.
Fundamental é a palavra, um sub-texto, seja este falado ou não. A intenção do que se sente aplicada ao que se faz.

E senti esse meu sentimento crescido, graúdo, fortalecido, forte e seguro, muito seguro.
E nem sei bem como representá-lo. Ao ponto de já me ter arrependido de escrever este texto como o fiz. Sei que é bonito, muito. Suave, depois de já ter sido tempestuoso e apressado.
Mesmo assim...
Não é de modo algum representativo do que sinto por ela.

Uma das mais bonitas e francas histórias de amor foi criada pelo enorme dramaturgo americano, Terrence Mcnally, quando escreveu Frankie and Johnnie.
Nessa peça - já levada ao grande ecrã por Garry Marshall, Al Pacino e Michelle Pfeiffer - Frankie, uma cinica empregada de mesa, embrutecida por duas relações que não resultaram, acaba de ter o que ela espera ser só uma one night stand com o seu colega de trabalho, o cozinheiro Johnnie.
Johnnie é um inveterado romântico, que se apaixona irremediavelmente por Frankie. A peça mostra-nos o desenvolvimento do que para um poderá vir a ser uma relação, mas para o outro andará muito longe disso. A dada altura, Johnnie telefona para uma estação de rádio e pede para tocarem a música mais bonita. A música escolhida pelo animador da rádio é esta:




E que me fez pensar em ti, no que sinto por ti, e em tudo o que esse sentimento provoca em mim e que eu não consigo traduzir em palavras.

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segunda-feira, outubro 30, 2006

Jamie Hewllet

Sou fã, mas mesmo fã, deste moço.
Acaba de ser considerado o designer inglês do ano, em Iglaterra, prémio, na minha opinião, que já vem atrasado.
Hewllet é o pai dos famosos Gorillaz, mas já há muito que tinha revolucionado o universo da banda desenhada com a sua irresistivel Tank Girl - que me faz lembrar alguém de quem eu gosto, muito, muito, muito.
Dono de um traço absolutamente genial, cria universos incriveis e parece não ter limites para a sua imaginação delirante.
Não sei se o tão aguardado filme de Spielberg em torno das aventuras dos quatro «gorilas» vai contar ou não com a sua ajuda, mas se o realizador recorrer aos seus préstimos...
O sucesso é já garantido.


Karmabox - A Música Do Dia - Dean Martin - "Mambo Italiano"

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sexta-feira, outubro 27, 2006

Hagar, o Terrivel (?)

Para os amigos do barraco



Já vos disse isto, mas nunca vos disse isto tudo.
Já sei que um de vocês vai dizer que também gosta muito de mim, que eu sou querido e sempre bem vindo ao barraco.
O outro provavelmente nem vai ler isto, ou, se ler, não vai sequer comentar, mas não faz mal. Eu sei...

Nunca vos disse tudo o que me aconteceu, nem muito menos o que senti no último ano. Tenho a certeza de que não concordam com tudo o que fiz, com todas as decisões que tomei. E sei que devem ter abanado a cabeça negativamente muitas vezes.
No entanto nunca vos disse de forma suficientemente clara o quanto foram importantes para mim este ano. O quanto me senti acarinhado e acolhido por vocês, no vosso barraco. Nunca vos expliquei como o vosso comportamento me ajudou a perceber que, apesar de não ter feito as coisas da melhor maneira, estava a fazer o meu caminho, a seguir as minhas escolhas, e que isso sim, era correcto.

Existem poucas pessoas muito importantes na minha vida. Poucas daquelas que consideramos vitais para que a nossa vida faça algum sentido. E vocês fazem todo o sentido na minha vida.
E já tenho saudades do barraco. E de vocês no barraco.

Fica uma prenda para vocês, em jeito de homenagem mas também da nostalgia.




Senhor Moura, é para si...



Mais uma sequência notável de cinema.
Lembro-me de me irritar com um senhor critico que, desesperado por encontrar argumentos para atacar Os Suspeitos Do Costume, defendeu no jornal que um realizador de cinema está terminantemente proibido de enganar o público.
Obviamente este senhor critico nunca terá visto um filme do Hitchcock...

Seja como, for, e gostos à parte, apreciem lá a sequênciazinha - que na verdade são duas - e tomem especial atenção ao brilhante desempenho do Beninio Del Toro - para quem não sabe, o mais alto da companhia.



Karmabox With A View - O Vídeo Do Dia - Tom Waits - "Clap Hands"

Estou tão histérico por deixar aqui este videozinho do Mestre, que até estou gago.
É uma das músicas mais inspiradoras que conheço, e nem imaginava que tivesse um vídeo...

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Karmabox - A Música Do Dia - The Kooks - "You Don't Love Me"

É a música tró-la-ró do momento.
Foi a primeira da manhã e o estado do tempo até ficou morno e solarengo.
E no entanto, é uma música triste em embalagem viva e saltitona...



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quinta-feira, outubro 26, 2006

Já estava à espera deste há muito tempo.
Ansiosamente, diga-se.
É a transposição para cinema do enorme best seller "o Perfume", um dos meus livros de eleição.
Espero sinceramente que faça juz à obra de Patrick Süskind. O trailer promete, mas nestas coisas nunca se sabe...
Posso afirmar uma coisa: tive a oportunidade de assistir a algumas filmagens, em Barcelona, e na altura fiquei impressionado.

Santiago


Estou sozinho no meio da praça.
Tenho o meu braço esquerdo levantado e na ponta do braço um punho, bem cerrado e firme. Na mão direita seguro uma barra de ferro, também firme.
Já estou aqui, assim, há algum tempo.

À minha frente estão trinta ou mais policias de choque, com escudos, capacetes e cacetetes.
A raiva que sentem por mim é mais do que visivel, é palpável. Espumam pela boca, e dos seus olhos saiem labaredas. Sei que à primeira oportunidade, à primeira provocação, avançam para mim como se eu fosse uma multidão.
A barra de ferro contorce-se na minha mão.
Sinto o momento como se fosse um bloco de granito, duro, impenetrável.
O momento que antecede aquele milésimo de segundo.
O milésimo de segundo em que um dos policias se mexe antes de todos os outros, que em seguida se mexem com ele.
E avançam para mim.
E eu corro para eles como se fosse uma multidão.
Pronto, pronto, prometo que por hoje fico-me por aqui, no que a videos diz respeito.
Mas este vai fazer salivar os cinéfilos...




Não sei o que vos diga. Hoje deu-me para isto...

Volto ás sequências de filmes que marcaram a minha vida de alguma forma e, inesperadamente, a um filme português.
Porque sinceramente não acreditava ser possivel encontrar algum excerto disponivel na net. Mas a verdade é que os brasileiros pelos vistos dão mais atenção ao nosso património do que nós próprios, e são vários os videos com sequências do filme em questão.
Chama-se História De Uma Cantadeira, e para além do elenco de luxo que ostenta, apresenta Amália Rodrigues em todo o seu esplendor.

É obvio que, como com todos os portugueses, a voz de Amália já nasceu comigo. Sempre ouvi falar nela e sempre a ouvi cantar. Na televisão, no rádio, nas lojas, na rua...
No entanto, foi este o filme que me permitiu «ver» a diva pela primeira vez.
Por sorte está disponivel no You Tube a sequência que, na minha opinião, melhor nos mostra a fadista - afinal, a cantadeira - e que é também um prodigio na arte de bem saber filmar.
A segunda sequência deixo-a aqui por duas razões:
porque não resisti e para servir como homenagem a um elenco a todos os títulos notável.



Karmabox - A Música Do Dia - Django Reinhardt - Les Yeus Noirs

Edição Deluxe
E porque é um dos meus herois. Absolutamente.

Curta história, para não chatear e passar logo à musiquinha que é bem boa:
Django Reinhardt nasceu na Bélgica e cedo se tornou um dos primeiros músicos não negros de jazz e um dos pioneiros deste estilo na Europa.
Passou a maior parte da sua infância num acampamento cigano, onde aprendeu a tocar banjo, violino e guitarra.
Aos dezoito anos um incêndio provocou-lhe queimaduras de primeiro e segundo grau em metade do corpo, deixando-lhe uma das pernas paralisada e a mão esquerda practicamente inutilizada. Um ano depois Django já conseguia andar sozinho e, contra a opinião generalizada, mesmo com dois dos dedos da mão esquerda paralizados, reaprendeu a tocar guitarra.
O resto faz parte da história do jazz. Tornou-se famoso e procurado por alguns dos maiores músicos de jazz americanos. Teve uma vida atribulada, nomeadamente durante a segunda guerra mundial, em que quase não resistia à perseguição de que os ciganos foram alvo por parte dos nazis, e teve uma morte estranha e que o levou cedo demais.
Aos 43 anos Django Reinhardt haveria de morrer vitima, não da hemorragia cerebral que o fez desmaiar na estação de caminho de ferro de Avon, mas de um médico que demorou um dia inteiro a chegar ao local.

Ouçam a música - que vos vai parecer demasiado familiar, já que normalmente Woody Allen se faz valer das músicas de Django nos seus filmes, tendo mesmo feito um biopic não assumido do músico belga - e lembrem-se: o homem tinha dois dedos da mão esquerda paralisados...


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Lá Vai Lisboa



Vai de corações ao alto nesta lua
E a marcha segue contente
As pedrinhas de basalto cá da rua
Nem sentem passar a gente

Olha o castelo velhinho, que é coroa
Desta Lisboa sem par!
Abram, rapazes, caminho,
Que passar vai a Lisboa

Que vai a Alfama passar!
Lá vai Lisboa com a saia cor de mar
Cada bairro é um noivo que com ela vai casar!

Lá vai Lisboa com seu arquinho e balão,
Com cantiguinhas na boca e amor no coração!
Bairro novo, bairro velho, gente boa
Em casa não há quem fique!
Vai na marcha todo o povo de Lisboa,
Da Graça a Campo d´Ourique!
Olha o castelo velhinho, que é coroa
Desta Lisboa sem par!
Abram, rapazes, caminho,
Que passar vai a Lisboa!
Que vai a Alfama passar!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Que grande lição...

Karmabox - A Música Do Dia - Tom Jones - "It's Not Unusual"

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terça-feira, outubro 24, 2006



A minha mãe, feliz por ter encontrado um novo emprego, mandou-me uma mensagem do terraço da casa onde ela trabalha, no Porto.

Dizia:
Já tenho uma data de clientes aqui no terraço, que me esperam todos os dias ansiosos! São uns vinte pardalitos e doze gaivotas que comem pãozinho molhado na chuva.

Sei que ela se sente feliz com estas pequenas coisas.
E eu fico feliz por ela ainda conseguir sentir-se feliz assim.

Conselhos de leitura para a petizada - e para os pais da petizada que se esquecem que ainda há coisas maravilhosamente doces para ler à sua prole


É o livro über-fofinho do ano.
As aventuras de uma Wombat em formato de diário pessoal, absolutamente deliciosas e tão enternecedoras que não resistimos ao impulso de ir a correr arranjar um animal destes - que por acaso não se encontra assim aos pontapés.

Conhecemo-nos numa montra em San Sebastian, ele do lado de dentro, eu do lado de fora. Não descansei enquanto não encontrei a livraria aberta. Comprei-o e depositei-o com confiança nas mãos mais indicadas para segurar um livro destes.

Presumo que não se venda por terras lusas, mas garanto-vos, vale bem a pena a procura.

Karmabox - A Música Do Dia - Nat King Cole - "Hacercate Más"

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segunda-feira, outubro 23, 2006


A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadiu meu destino...

A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer um Japão na paz
Eu pensei em mim, eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim, vim parar na beira do cais
Aonde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos ais

A paz invadiu o meu coração
...A paz fez um mar da revolução...


E embora esta música já tenha sido importante para mim noutra altura da minha vida, nunca a letra fez tanto sentido como agora.
De há uns meses para cá...
Sinto-te desta forma.

A Lagoa do Sherman

Sem palavras, mas com dedicatória...

Karmabox - A Música Do Dia - Dinah Washington - "What a difference A Day Makes"

A rainha do ooo-ooo-ooo


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sexta-feira, outubro 20, 2006

É, desde já, a música mais bonita lançada em 2006.
Chama-se "Às vezes o amor" e é mais uma lição do senhor Sergio Godinho. Desta vez uma lição de doçura e beleza levadas ao limite do suportável. É tão, tão doce que até chateia.
Pena é não poder publicá-la aqui...
Mas ouçam-na na rádio que já por aí anda.
E a dada altura ouve-se às vezes o amor, num calendário noutro mês é dor, cego surdo e mudo.

Karmabox - A Música Do Dia - Rage Against The Machine - (Sessão Dupla) "Sleep Now In The Fire / The Renegades Of Funk

Era inevitável.
Mais dia menos dia teria de falar deste rapazes.
Foram a banda mais zangada do planeta. Activistas, revolucionários até ao tutano; reclamaram, chamaram a atenção para problemas sociais, politicos, raciais e todo o tipo de desigualdades. Tinham um dos melhores guitarristas da história do rock - Tom Morello - e destilavam fúria como nenhuma outra banda até hoje, no que ficou a ser conhecido como o estilo rapcore. Sem artifícios, sem roupas espampanantes, sem maquilhagem ou máscaras. Eram quatro músicos tão normais como o público que os seguia e ouvia.
Ontem tomei uma decisão ao som desta primeira musiquita.
A segunda, é uma das músicas com mais groove que conheço.
O que é o groove?
Sintam o baixo e a bateria e digam qualquer coisa...




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quinta-feira, outubro 19, 2006


No Sábado não vou cá estar.
Não posso dedicar um espaço neste blog, nessa altura, para falar de um dia muito importante para mim.
O dia 21 de Outubro.
Nesse dia o meu amor ressuscitou da morte.
Um beijo ressuscitou-o.

Nesse dia dei início ao periodo mais complicado, mais confuso e mais doloroso da minha vida. Mas do qual não abdicava nem de um segundo, sequer.
É estranho como a minha memória baralha as imagens que tenho da minha vida, nomeadamente deste último ano, mas não desse dia. Esse dia, essa hora da minha vida, está perfeitamente intacta na minha mente. Cristalina.
Todos os sabores, todos os odores, todas as polaroides...
De facto o dia que mudou a minha vida.
Um dia que voltava a viver todos os dias, se pudesse.

Karmabox - A Música Do Dia - Gilberto Gil - "A Paz"

Para comemorar o post número 700 e com especial abracinho para a Ana.
Porque sim.



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quarta-feira, outubro 18, 2006

Como água para chocolate - Laura Esquivel

" - Como vê, todos temos no nosso interior os elementos necessários para produzir fósforo.Mais ainda, deixe-me dizer-lhe uma coisa que não confiei ainda a ninguém. A minha avó tinha uma teoria muito interessante, dizia que embora todos nasçamos com uma caixa de fósforos no nosso interior, não os podemos acender sozinhos, precisamos, como na experiência, de oxigénio e da ajuda de uma vela. Só que neste caso o oxigénio tem de vir, por exemplo, do hálito da pessoa amada; a vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia, palavra ou som que faça disparar o detonador e assim acender um dos fósforos. Por momentos sentir-nos-emos deslumbrados por uma intensa emoção. Dar-se-á no nosso interior um agradável calor que irá desaparecendo pouco a pouco conforme passa o tempo, até vir uma nova explosão que o reavive. Cada pessoa tem de descobrir quais são os seus detonadores para poder viver, pois a combustão que se dá quando um deles se acende é que alimenta a alma de energia. Por outras palavras, esta combustão é o seu alimento. Se uma pessoa não descobre a tempo quais são os seus próprios detonadores, a caixa de fósforos fica húmida e já nunca poderemos acender um único fósforo.
Se isso chegar a acontecer a alma foge do nosso corpo, caminha errante pelas trevas mais profundas procurando em vão encontrar alimento sozinha, não sabendo que só o copro que deixou ineme, cheio de frio, é o único que poderia dar-lho".


Como eram certas aquelas palavras! Se havia alguém que soubesse isso era ela. Infelizmente tinha de reconhecer que os seus fósforos estavam cheios de mofo e humidade. Ninguém podia voltar a acender um que fosse.
O mais lamentável era que ela sabia muito bem quais eram os seus detonadores, mas cada vez que tinha conseguido acender um fósforo haviam-no apagado inexoravelmente.



Eu confesso, o principal prazer que retiro deste blog é escrever o que me vai na alma - e não só -, mas porque é para mim que o faço. Honestamente.
Contudo, admito que adoro que um post meu seja comentado. Adoro que se criem conversas entre comentadores, que concordam ou discordam do que escrevo e uns dos outros. Fico fascinado com as diversas interpretações que, ao longo da vida deste blog, foram sendo dadas aos meus textos.

E tudo isto porque o meu post do parapeito, aqui mais abaixo, já deu origem a vários comentários - espero que continuem, mesmo depois de lerem este textinho.
A verdade é que as coisas que por aqui vou deixando resultam da minha vida pessoal, sim, mas sempre misturadas com alguma ficção. Por vários motivos de que me vou abster aqui de dissecar. Já fui fortemente atacado pelo nivel de exposição pessoal a que me sujeito. Poucas são as pessoas que compreendem o porquê de o fazer, ou a facilidade com que o faço. Para o caso não importa. O Karmatoon é a minha casa na árvore, e é aqui que eu gosto de estar. E de vos receber.
Quanto ao post em questão, trata única e simplesmente de uma coisa: contemplação em paz. Mais nada...
Provavelmente vou ser bruto, um pouco agressivo, mas tenho de responder a uma resposta. A uma resposta de um anónimo.
Portanto, para começar, relembro a resposta ao meu post acerca do aborto em Portugal:

"Na minha opinião isso deve agradar a muitos homens. No entanto eu não estou a dizer que sou contra a legalização do aborto. O que eu quero afirmar é que num país onde existe uma total falta de cultura, de civismo, de respeito pelo próximo e pela legalidade, onde isso nos vai levar!?"

Peço desde já desculpa ao anónimo pelo que se segue, mas bastou a primeira frase para me deixar absolutamente furioso.
Caso a anónima não saiba, a proncipal força de apoio à despenalização do aborto em Portugal é levada a cabo pelas mulheres. Chocada? Não fique. A liberdade de escolha que se pretende não é para os homens, é para vocês, mulheres. E muito bem. Ou ainda não se apercebeu que, seja qual for a situação, a escolha final será sempre vossa? Que a opinião do homem pouco importa para o resultado final de uma gravidez indesejada, quando o que está em causa é o corpo que recebe uma criança que não quer?
Estou fartinho e cheio deste preconceito ignóbil contra os homens portugueses - que são grunhos, pois são - e que é usado indiscriminadamente, seja qual for o assunto. Este assunto é das mulheres, o que não significa que os homens, os grunhos dos homens, virem as costas à questão. E não têm virado. Só que aparentemente, de acordo com a opinião da anónima, porque não estão para ter trabalho com mais um fedelho, ou não querem gastar gasolina e viajar até Espanha - embora possam trazer caramelos como consolo -, ou porque pura e simplesmente se estão a marimbar para tudo isso e o que queriam era só uma queca inocente.

Quanto ao resto...
Gostava sinceramente que a anónima me explicasse o que é que a total falta de cultura, de civismo, de respeito pelo próximo e pela legalidade têm a ver com o aborto, ou com os resultados que possam advir da sua despenalização. É que, embora concorde com o que diz - de facto não estamos no país do civismo, ou do respeito pelo próximo, ou da cultura ou sequer do amor à lei -, não consigo perceber onde é que a despenalização do aborto associada a todos estes predicados tipicamente lusos nos irá conduzir. Mas arrisco o argumento de todos os que insistem nos valores tradicionais da familia e da moral para impedirem que essa mesma despenalização seja uma realidade: Toda a gente vai fazer abortos!!! O aborto passará a ser o método contraceptivo por excelência! Será totalmente uncool não fazer um. E em meia dúzia de meses teremos as clinicas espanholas a encherem o horário nobre da relevisão com spots publicitários realizados por brasileiros - especialmente nos intervalos da Floribela, para chegar também aos mais pequeninos.

Ninguém concorda com um aborto. Ninguém! Ninguém acha que um aborto é um passeio no jardim. Todos temos mais ou menos presente a violência fisica e psicológica a que é sujeita uma mulher que practica um aborto. Junte-se-lhe a obrigatoriedade de o fazer num fundo de quintal, ou numa garagem. Some-se a vergonha a que é sujeita. Ou não!
Vamos continuar a enfiar a cabeça na areia ou a assobiar para o alto. Vamos continuar a apoiar governos que pensem "não lhe mexas, quem vier a seguir que se lixe".
Muitos parabéns, senhor Primeiro Ministro. Sim, senhor, haja coragem.

Karmabox - A Música Do Dia - Dead Can Dance - "Yulunga"


É uma das minhas carreiras favoritas. Não há um único tema dos Dead Can Dance de que eu não goste. Um, sequer.
Não foi nada fácil escolher apenas um tema, mas acho que Yulunga serve perfeitamente como cartão de visita para o universo deste projecto.
É de uma sensualidade arrepiante...



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terça-feira, outubro 17, 2006

Tenho os pés descalços.
Sinto o frio do vento que me magoa os dedos. É literalmente um vento cortante.
Estou em pé no parapeito do telhado do meu prédio. Não é o mais alto da vizinhança o que me provoca uma estranha sensação de conforto. Sinto-me abrigado, coberto, pelos prédios vizinhos.
Já estou aqui há umas horas.
Começa a ficar escuro, o sol já mal se vê por trás do edificio da seguradora. De repente a minha t-shirt não me parece a peça de roupa mais indicada para alguém que está no parapeito de um prédio, ás seis da tarde de um dia de Outono.
Mas estou aqui há umas horas e está-me a saber bem, apesar do frio. Estou aqui há umas horas a observar o que se passa abaixo do meu parapeito. O que se passa nas janelas em frente a mim.
E a pensar no ano que se encaminha para o fim.
Que ano.
Como um amigo me dizia hoje, foi uma montanha russa como ele nunca tinha visto. E que era preferivel viver-se assim, do que responder, quando questionado acerca de como tinha sido o ano, "foi normal, em Maio fomos à Serra da Estrela".
Mas não concordei totalmente. É bom viver sem rotinas chatas, mas ás vezes sabe bem uma maré baixa para só molharmos os pés.
E agora estou nessa maré baixa, neste parapeito, a molhar os pés no vento frio. Muito frio. Felizmente já não os sinto. Os pés.
Estão azuis.
Já pensei em todos os meses, de há precisamente um ano para cá.
Janeiro, Fevereiro, Março...
A pior altura do ano.
Nos que se seguiram, baralhados.
No Verão, tão, tão bom.
Nos que seguiram o Verão, até hoje, tão seguros.
E a minha cabeça sempre pensou de maneira diferente do meu coração. Viveram um ano sempre em desacordo. E pensaram sempre sem me perguntar nada. E concluiram sempre sem querer saber a minha opinião.
Olho para a rua lá em baixo e sei que nenhuma das pessoas que andam de um lado para o outro, e que daqui de cima parecem todas a mesma, sabe que eu estou aqui em cima, ou que estou a pensar na minha vida, ou sequer que estou descalço e que já não sinto os pés. Azuis.
E volto a pensar em tudo o que me fez subir até aqui, e dou por mim a perguntar-me por que raio é que me lembrei de me descalçar para me suicidar.
E começo a brincar com o parapeito e com o vento que continua a arrepiar-me.
E baloiço para trás e para a frente, como se estivesse indeciso entre saltar e descer do parapeito, voltar a calçar os sapatos e arriscar mais um ano cheio de coisas boas e dores más.
Na esperança de que o baloiçar decida por mim.
O vento já não o sinto frio.
Abro os braços, fecho os olhos e preparo-me...
O lugar mais bonito do mundo.
Numa carruagem do Metro, na ponte D. Luis ás 07:41 da manhã.

Karmabox - A Música Do Dia - Fat Freddy's Drop - Dark Days

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segunda-feira, outubro 16, 2006


Leio a crónica de Rui Pedro Batista no jornal Metro e fico a saber que a cada seis minutos morre uma mulher vítima de de um aborto clandestino.
Fico também a saber que dos 46 milhões de abortos feitos por ano em todo o mundo, 20 milhões são clandestinos, realizados em condições pouco ou nada seguras, provocando aproximadamente 80 mil mortes por ano devido a infecções, hemorragias, danos uterinos e efeitos tóxicos dos métodos utilizados para induzir o aborto.

E passo a citar o autor da crónica, que diz que "manter o actual regime, criminalizando o aborto, não reduz os números. A Roménia é um óptimo exemplo. Em 1966 o aborto legal foi restringido e a taxa de mortalidade de mulheres grávidas causada por abortos clandestinos aumentou dramaticamente, tornando-se dez vezes mais alta do que no resto da Europa. Em 1989 o aborto foi de novo legalizado quando pedido pela mulher, e a taxa de mortalidade de mulheres grávidas diminuiu drasticamente. Em contraste, a Holanda tem a taxa de aborto declarado mais baixa da Europa porque tem leis não restritivas ao aborto, leis estas inseridas numa estrutura que inclui: educação sexual universal nas escolas, serviço de planeamento familiar de acesso fácil e fornecimento de contracepção de emergência".

Isto e mais a propósito da coragem demonstrada pelo nosso primeiro ministro ao assumir-se publicamente a favor da despenalização do aborto. Não se sabe a razão deste assumir duma posição ainda vista com tantos maus olhos pelos portugueses. Politiquice? Talvez. Mas há a forte hipótese do homem ter mesmo a coragem suficiente para, de uma vez por todas, assumir uma posição relativamente a um dos assuntos não resolvidos do nosso país - e um dos mais graves - e dar-lhe uma solução.
Quanto a mim, não percebo sequer a necessidade de um referendo. É uma lei que a nada obriga. Ninguém tem de abortar só porque o aborto foi despenalizado. É uma lei que não cria obrigatoriedade, mas antes concede uma liberdade.
Vamos aguardar...

"Abraça-me com as tuas longas pernas.
Enrola os teus braços no meu pescoço.
Encosta os teus lábios aos meus, respira a minha boca, de levezinho.
Puxa-me para ti, cola a minha barriga à tua.
Puxa-me para dentro de ti.
Assim, num abraço.
Assim, assim..."

Impressionante!




Antes de mais nada, gostava de pedir desculpa ao Carlos Moura por lhe roubar o artista e o respectivo post a ele dedicado.



O artista chama-se Ron Mueck, é australiano, genro de Paula Rêgo - não que isso interesse muito - e imprssionou-me como já não me lembrava de me acontecer. E foi-me apresentado, como já devem ter percebido, pelo amigo Moura.
A obra dele?







E agora, se eu não vos dissesse nada, iam-se embora pensando que o homem é fotógrafo e que até nem faz nada de especial, correcto?
Então olhem outra vez...



Pois é, o homem é escultor, e usando fibra de vidro, resina e silicone cria gigantes e gente pequenina, minúscula, que convivem lado a lado no nosso mundo. Não consigo sequer imaginar a técnica de Mueck ou como é que ele consegue este nivel de perfeição perfeitamente assustador e sobrenatural. Façam uma busca no Google por imagens a partir do nome dele e percebam o universo de um artista que não se encaixa em nenhuma categoria que eu conheça. É inqualificável. E reparem no pormenores. Na pele, nas rugas, nos poros, na expressão e na energia que emana destas... esculturas. Perdão, destas pessoas. Têm vida própria, e isso chega a provocar arrepios na espinha.

Karmabox With A View (sem palavras...)

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Karmabox - A Música Do Dia - M Ward - "Chinese Translation"



Porque a música dele me fez companhia durante todo o fim de semana e porque tem um novo (recente) álbum que merece, como sempre, todas as audições.


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sexta-feira, outubro 13, 2006



"Gosto das tuas mãos
Gosto dos teus dedos, longos e fininhos
Gosto do teu pescoço, sempre escondido pelo teu cabelo.
Gosto do teu cabelo...
Gosto dos teus pés, macios e pequeninos
Gosto tanto da tua boca
E gosto dos teus olhos e de tudo o que eles me dizem
A minha vida é uma declaração de amor a ti
Amo-te
Tanto, tanto, tanto.


Penso neste último ano que está prestes a ser completado, este circuito de loucos que estou perto de fechar, e não consigo deixar de me rir sozinho.
Que loucura.
Confesso-te - e não o faria a muita gente: revolucionaste a minha vida de uma maneira...
Revolucionaste-a. Totalmente.
Pegaste na minha vida pelos tornozelos e penduraste-a de uma varanda de cabeça para baixo.
Naquelas comédias românticas/manhosas de que tanto gostas é que uma coisa assim acontece, não é?
Rapaz tem vida estável mas cinzenta, faz tudo certinho, não arrisca, não faz as loucuras que tanto apreciava quando era mais jovem.
Mesmo rapaz conhece rapariga colorida, alegre, destravada, que gosta de arriscar, que faz o que lhe dá na real gana sem dar cavaco a ninguém.
Rapaz perde-se de amores por rapariga...
Rapaz desiste de tudo por ela.
Salta para a frente, mesmo sem ver o que está lá para o receber. Salta de braços abertos na esperança de que esteja lá a rapariga para o receber.
Valeu bem a pena, minha pequenina.
E lembro-me de tudo o que aconteceu e como aconteceu neste últimos doze meses e as lágrimas rolam-me pela cara abaixo.

Não te preocupes, são de amor, não de tristeza.
É tão fácil amar-te assim. És tão especial, tão cheia de vida. Tens um coração imenso, bonito, cheio de alegria.

É tão bom estar ao pé de ti, só.
É tão fácil querer passar o resto da vida ao teu lado.
É tão inevitável querer fazê-lo."


Conheceu-se hoje o galardoado com o Nobel da paz de 2006.
Mais uma vez a surpresa.
O senhor chama-se
Muhammad Yunus e é o responsável pela criação do sistema de micro-crédito que, segundo fontes noticiosas, já contribuiu decididamente para o bem estar de mais de três milhões de pessoas desde que foi criado.
Vi a noticia na televisão e acompanhei uma breve biografia do senhor Yunus, assim com da organização que lidera, o Banco Grameen, e confesso que ambos foram suficientes para me comover. De facto não é comum conhecer um tão elevado nivel de abnegação e de vontade de ajudar o próximo.
No entanto...
sabe a pouco. Porque não me parece ter tanto a ver com a paz propriamente dita, mas sim com a economia. Acho que merece toda a atenção do mundo. Acredito mesmo que é uma forte lição a todos nós, e não só aos mais ricos. Mas não acho que tenha contribuido de forma alguma para manter a paz numa certa região do globo.
Mas não consigo deixar de ficar contente por ele. É um trabalho a todos os niveis louvável.
Sem querer entrar em comparações desagradáveis, fica aqui uma lista dos candidatos ao Nobel da paz que, à partida, teriam mais hipóteses de o levar para casa.
Cliquem...

Karmabox With a View



Chamam-se Dee Lite, são afilhados dos B'52, por sua vez afilhados dos Talking Heads, e podem não ter feito mais nada de geito na sua curta carreira, mas esta música...
É daquelas que me arranca da cadeira imediatamente e me atira para cima de um qualquer balcão aos pulos, nem que seja um balcão das finanças...

Ouçam, e ouçam, e ouçam, e...


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NOVO LINK NO KARMATOON!!!



E dos que me dá imenso prazer em divulgar.
O Miguel, um dos meus mais queridos amigos - e muito fofinho, também -, membro integrante da comandita dos concertos e da paixão pela música - e de algumas, poucas ainda, viagens -, decidiu dedicar um blog a isso mesmo: a música. Pura e simples.
O seu
blog é isso mesmo. Um espaço dedicado à música nas suas mais diversas formas, sejam a critica musical, a noticia, os lançamentos, videos, etc. Está bem escrito e ainda oferece uma série de links culturais que enchem a pança a qualquer um.
Merece bem a visita. DIÁRIA!!!
Entretanto saltem até ao site da Hillman Wonders e vejam a lista das cem maravilhas que os senhores compuseram.

As novas sete maravilhas do mundo



Já sabiam desta iniciativa de se escolher as sete novas maravilhas do mundo?
É que vale a pena embarcar neste projecto. Não só por toda a carga emocional que acarreta uma decisão destas, como também pelo facto de metade do dinheiro conseguido por esta iniciativa ir direitinho para o restauro de obras de arte danificadas, como os budas que foram destruidos no Afeganistão.

Já existiam sete maravilhas do mundo, embora o processo de escolha das mesmas, assim como as próprias maravilhas, sempre terem sido alvo de polémicas e discussões.
A verdade é que - e de acordo com a Wikipédia - não se sabe ao certo quem terá redigido o documento que elevou estas sete construções a maravilhas do mundo. O porquê de serem sete ou mesmo se terão existido, já que a única que resiste até hoje, é precisamente a mais antiga de todas: as pirâmides de Gizé, construidas por volta de 2500 a.C.!
Ainda de acordo com a Wikipédia "a origem da lista é duvidosa, normalmente atribuída ao
poeta e escritor grego Antípatro de Sídon, que escreveu sobre as estruturas em um poema. Outro documento que contem tal lista é o livro De Septem Orbis Miraculis, do engenheiro grego Philon de Bizâncio. A lista também é conhecida como Ta hepta Thaemata (as sete coisas dignas de serem vistas). Os gregos foram os primeiros povos a relacionar as sete maravilhas do mundo entre os anos 150 e 120 a.C.".

A lista destas sete maravilhas é a seguinte, e pode ser consultada, com informação mais detalhada,
aqui:
- Pirâmides de Gizé
- Jardins Suspensos da Babilónia
- Estátua de Zeus
- Templo de Ártemis
- Mausoléu de Halicarnasso
- Colosso de Rodes
- Farol de Alexandria


Quanto ás novas sete maravilhas do mundo, a lista está disponivel no site da organização responsável pelo projecto e nela constam os seguinte monumentos:

-
Acrópole - Atenas, Grécia;
-
Alhambra - Granada, Espanha;
-
Angkor - Camboja;
-
Basílica de Santa Sofia - Istambul, Turquia;
-
Castelo de Neuschwanstein - Füssen, Alemanha;
-
Chichén Itzá - Yucatan, México;
-
Coliseu - Roma, Itália;
-
Cristo Redentor - Rio de Janeiro, Brasil;
-
Estátua da Liberdade - Nova York, EUA;
-
Estátuas da Ilha de Páscoa - Chile;
-
Grande Muralha da China - China;
-
Kremlin - Moscou, Rússia;
-
Machu Picchu - Peru;
-
Opera House - Sydney, Austrália;
-
Petra - Jordânia;
-
Pirâmides - Egito;
-
Stonehenge - Amesbury, Reino Unido;
-
Taj Mahal - Agra, Índia;
-
Templo Kiyomizu-dera - Kyoto, Japão;
-
Timbuktu - Mali;
-
Torre Eiffel - Paris, França.

Não foi nada fácil, mas já dei o meu votozinho. Provavelmente chateio-vos com uma historiazinha de cada um deles daqui para a frente...

P.S: Não me perguntem porque é que as pirâmides aparecem em ambas as listas...

P.S.II: Quando se souber as escolhas publico a minha lista.

Karmabox - A Música Do Dia - The Black Crowes - "Hard To Handle"

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quinta-feira, outubro 12, 2006

Tinha de ser.
Tinha de falar no filme que divide o meu coração com Seven, de David Fincher.
Apocalypse now é uma das obras-primas maiores da sétima arte e o filme definitivo de guerra.
Nunca niguém poderia imaginar o caos que esteve por trás das filmagens. Um verdadeiro inferno, proporcionalmente devastador ao que se sentiu durante a guerra do Vietname. E o truque provavelmente foi esse mesmo. O que impregnou o filme com uma carga emocional maior do que o próprio filme; o que fez com que as personagens fossem mais, muito mais do que simples personagens, foi esse caos que quase levava os actores à loucura, o realizador - Francis Ford Coppola - à falência, e os estúdios à ruína total.

Duas sequências, de uma obra que devia ser colocada, aqui no meu blog, integralmente.
A longa sequência inicial, com todo o tempo do mundo, filmada com calma e mestria e com a voz sobrenatural de Jim Morrison, prevendo o que a América não queria ver. O fim. O pesado e desastroso fim de tudo aquilo.
A segunda metade da mesma sequência mostra um Martin Sheen completamente bêbado e, como tal, practicamente sem noção de que estava a ser filmado. O que vemos não estava em nenhum guião, não foi ensaiado nem preparado de modo algum.

A segunda sequência não precisa de ser faladoa. É só para ver.





O meu amor por ti é assim...

A Foto


Sem vaidade.
Mas gosto muito desta foto.
Eu, que nunca na vida fui fotogénico.
Ou seja, não gosto dela por ter ficado particularmente bem retratado.
É algo na sua luz, nas cores, na forma como a minha imagem quase estática se recorta no fundo em movimento.
E obra do acaso.
Daquelas coisas, andar na rua, levantar a máquina à nossa frente e disparar.
E fica.
O momento, fica.
Para além disso há coisas que convêm ficar registadas, e nesta foto há more than meets the eye e que no futuro me vai fazer recordar coisas muito boas da minha vida...

Pela primeira vez sinto a vontade de dar um nome a uma foto minha.
Aceitam-se por isso, sugestões (que como sempre vão cair em saco roto, mas enfim...)

(agora sim) Karmabox - A Música Do Dia - The Breeders - "Cannonball"

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Karmabox Especial

Com dedicatória para o meu querido João, que anda lá fora a lutar pela vida.
Ainda havemos de nos embebedar muito, muito com música desta e fazer aquela foto-novela que está planeada, sim?

Salta!!


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quarta-feira, outubro 11, 2006

Ainda esta tarde comentava com o Carlos Moura que o ano cinéfilo que se avizinha parecia prometer muitas e boas surpresas.
Agora mesmo dou por mim a salivar perante as primeiras imagens do regresso do mestre Clint Eastwood ao grande ecrã.
Flags of our fathers é a incursão do realizador na segunda guerra mundial e à historia por detrás de uma das fotografias mais famosas da história.
Promete?
Claro que sim.



http://www.apple.com/trailers/dreamworks/flagsofourfathers/large.html

A homenagem devida


Sem exageros.
É uma companhia de peso, sempre presente, sempre atento e sempre disponivel para tudo o que se passa à sua volta. Não reclama, não barafusta nem exige.
É bom amigo, discreto e que sabe guardar para ele tudo o que vê.
As férias não teriam sido as mesmas sem a sua presença.
Obrigado, Nuno Amaro.
Quem sabe para o ano não repetimos a experiência?

Diário das férias - Final



Sou forçado a precipitar o registo dos maravilhosos dias de férias que passei entre Tavira, Lisboa e Porto. Este blog é só meu, mas as vidas das pessoas que passaram comigo não.
Mas antecipo o final do texto e afirmo: foram dias inesqueciveis. De felicidade e bem estar como já há muito não sentia.

O resto das férias não foi feito de dias, horas ou minutos sequer. Foram momentos bons, muito bons.
Momentos como a tua chegada, e a chegada de mais pessoas - o João, o Torpedo, o Liram - que acompanharam este final de férias em Tavira.
Os últimos dias em Tavira foram passados na companhia destas pessoas e na ausência dos meus irmãos. E a saudade foi imensa.
Fizeram falta.
Na praia, no caminho que nos leva à tenda, no café. Foram companheiros de viagem como nunca tinha tido. Alguma da magia destas férias foi com eles de regresso ao Porto.
O João e o Torpedo marcaram a sua presença aqui pelo humor e boa disposição sempre presentes. Fizeram-me rir com facilidade. Foi curta, a sua estada na ilha, mas também deixam saudades.
O Liram - israelita «apanhado» no caminho por este segundo grupo - tornou-se um amigo, uma companhia e, acima de tudo, um objecto de estudo. Obviamente havia muito a perguntar, e era inevitável a constante avalanche de dúvidas, questões e comparações. Troca de informação, claro. Foi bom ter uma visão de dentro do conflito - embora seja legitima uma certa sensação de que pode nunca ser uma opinião isenta.

Quanto ao resto...
Passei por alguns dos melhores momentos alguma vez vividos na ilha de Tavira. Foram palavras, sabores, sensações. Foi um longo abraço debaixo da via láctea e que poderia ter durado uma vida inteira.

Pela primeira vez em muitos meses - desde Novembro de 2005 - senti que algumas das minhas escolhas foram bem feitas. Posso até estar muito enganado, mas algo num olhar nestes últimos dias fez-me pensar em todas as coisas más que me aconteceram neste último ano como se não tivessem sido assim tão más. Mas foram. Mas serviram também para chegar a este estado em que me encontro.
Em Tavira voltei a apaixonar-me e a sentir-me amado e desejado.
Aconteceram algumas coisas desagradáveis, estas férias. Nasceram também por minha culpa e pela incapacidade que tenho de lidar com uma ou outra situação pelas quais nunca tinha passado. Há emoções que gostava muito de saber controlar, mas... a minha vida recente continua a influenciar a minha maneira de ser.
Seja como for, não foram desagradáveis o suficiente para lhes dar mais espaço aqui do que já foi dado.

Os dias em Lisboa e no Porto deram continuidade a um enorme sentimento de conforto e bem estar. Senti-me a pairar por estes últimos dias, e até tenho medo de voltar à rotina normal do dia-a-dia. Não queria perder isto que cresceu nas férias. Esta sensação, estes sentimentos.

Podia concluir disparando mais mil e um adjectivos referentes ás minhas férias de 2006, mas a conclusão, essa, está no primeiro parágrafo deste texto e é mais do que suficiente.
Resta-me uma última homenagem, mas está guardada para daqui a um bocadinho.

Diário de férias - 14 de Agosto


Ontem a festa não chegou ao ponto de bebedeira, e ainda bem. Já chega de tanto excesso.
Fiquei-me pela boa disposição de quem bebe um copo a mais, que, no meu caso, significa desde logo o primeiro.
A nós juntaram-se a Rebekka e a Jielena, duas queridas suiças no mesmo estado de espirito que nós e que ajudaram a animar a noite - e a madrugada dos meus irmãos(!).
Eu regressei à tenda assim que me apercebi estar a mais e dormi.
Hoje fui a Tavira comprar os bilhetes para o autocarro que vai levar os gémeos ao Porto.

No regresso fui até à praia, mas apenas para ser expulso pelo forte vento que soprava e que a queria só para ele.
A noite, mais uma vez, foi de arromba. Voltei à vila para me despedir do Marco e da Ana e encontrar-me com os do costume.

No regresso a Quatro Águas para apanhar o barco de volta à ilha, percorro aqueles duzentos metros por entre as salinas e a reserva natural da Ria Formosa acompanhado apenas pelos milhares de sons dos pássaros que ali habitam. É uma sensação única. Quando chego ao parque de campismo estou pronto para me deitar, perfeitamente relaxado.
Mas não me deito...

Amanhã é o dia porque aguardo há mais de uma semana. O dia em que chegas, finalmente.
Deitado mais uma vez à porta do nosso «quintal», sinto a vontade de escrever coisas que nunca te disse e que nem tenho a certeza se algum dia te direi, por falta de coragem.

Não são coisas de que me envergonhe. Pelo contrário. Não acho ainda ter o direito a elas, é só.
Aqui, agora, sinto que gostava de te ter em mim para sempre. É precipitado, eu sei. Mas também é grande o suficiente para manter guardado.
E volto a pensar no Huck.
No dia em que esteve comigo horas a fio, clados, à espera do comboio que me levaria para longe, o pior verão da minha vida.
Lembro-me da noite em que nos secámos da água do rio, debaixo das estrelas no céu mais quente de sempre.
Dos dias em que ardia em febre na sua barraca, quando a única coisa que eu podia fazer era segurar uma vela bem juntinho à sua cara para ter a certeza de que continuava a respirar. E era só uma febre.
Sempre senti que pegavas em mim com as mãos em concha, como quem pega em água fresquinha para molhar a cara.
Sempre me senti protegido.
Sempre me senti vivo e confiante, ao teu lado.
E sempre tive um medo terrivel de que nessa energia incansável que transportas e que te transporta para todo o lado, te esquecesses de mim, ou que corresses rápido demais para que eu te pudesse acompanhar.
E tenho medo que um dia pegues em mim com as tuas mãos em conchinha e me sopres para longe, como quem sopra dentes-de-leão.

Karmabox - A Música Do Dia - The Avalanches - "Frontier Psychiatrist"

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terça-feira, outubro 10, 2006

Fotos de Donostia














Donostia, a belissima



Estou rendido!

Não tinha outra alternativa, senão render-me aos encantos da bela San Sebastian (Donostia em basco). É que de todas as cidades que visitei até hoje, esta é de longe a mais bonita. E nem me vou dar ao trabalho de procurar adjectivos para ilustrar aqui esta crónica. Nem consigo...

Vou, portanto, por partes.

Cheguei a Donostia ás seis e meia da manhã, e logo para me dar conta do rebuliço da cidade mesmo áquela hora. A estação de comboios - onde me abriguei da chuva durante uns minutinhos - era um não parar de vai e vem de pessoas, para fora e para dentro de comboios que não paravam de chegar. Ou seja, pese embora seja uma cidade relativamente pequena, Donostia é uma cidade fervilhante, disso não tenho dúvidas.

A cidade é, como já disse, lindissima. A arquitectura é deslimbrante, e o estado geral de conservação dos edificios e das ruas é... imaculado. Mesmo o bairro velho - onde fiquei hospedado - em nada se assemelha aos bairros velhos de cidades como Barcelona, Lisboa - e o Bairro Alto - e muito menos a ribeiro do Porto. Porque é limpo! Tudo é limpo. Tudo é luminoso.

Para além disso, a quantidade de tascas, bares, cafés, pincherias e restaurantes é avassaladora, chegando a atingir a impressionante média de «porta-sim, porta-sim». E deixem-me que vos diga, o que lá dentro se nos é oferecido é de quebrar a resistência da anorética mais empedernida. Donostia é a capital mundial da badochice, da gula, dos que comem com os olhos e com a barriga. Tudo é bom, em quantidades alarves e bonito, apetecivel. Uma semana lá, e os niveis de colesterol no sangue ficariam mais elevados que a divida externa de Cabo Verde.

Os bascos são de facto pessoas peculiares. Para além do seu bom aspecto, cultivam um estilo muito próprio e que em nada se parece com o do resto dos espanhóis. Durante a semana, quem sai à noite não os vê em lado nenhum, a não ser os que trabalham nos bares e restaurantes da cidade. Os noctívagos de Donostia são os turistas que não se fartam de encher a pança de pinchos - aqueles bocadinhos de pão ali em cima na foto, onde os bascos colocam tudo, até postas de bacalhau! - e cerveja. Basta, no entanto, chegar o fim de tarde de sexta feira para as ruas de Donostia se transformarem num autêntico S. João no Porto!

Para lá da cidade e dos seus habitantes, convém dizer que foi uma das (mini) viagens mais agradáveis que tive. Por várias razões. Pelas acima já referidas e por outras, muitas, milhares, que nem sempre são visiveis, mas sentidas. O sentimento de chegar a um local novo, por exemplo. A ansiedade por começar a andar e ver e conhecer que me fez esquecer até de que tinha uns trinta quilos às costas em forma de mochila. O prazer constante da descoberta. E experiências. Como a de me ver repentinamente engolido por uma manifestação a favor da amnistia dos presos politicos que defendem a independência do país basco. A descoberta da realidade etarra, afinal ainda tão viva na cidade e sempre, sempre presnete. Nas paredes, em forma de cartazes, graffitis e chamamentos populares. A descoberta de uma lingua que toda a gente conhece e fala mas da qual ninguém sabe a origem.

E uma sensação crescente de bem estar. E outras sensações que não são para aqui chamadas... mas todas igualmente brutais e que fazem de mim, hoje, um tonto feliz.

(Ah, a foto inicial não é minha, obviamente...)

Karmabox - A Música Do Dia - Stevie Wonder - "Isn´t She Lovely"

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segunda-feira, outubro 09, 2006

300


Levado novamente pela mão sábia do Carlos Moura, sou confrontado subitamente com uma realidade até aqui desconhecida até para mim. Através do seu blog , tomo conhecimento que está em marcha um projecto megalómano e totalmente impensável até há alguns anos. Fazer de outro projecto absolutamente megalómano, um filme.
E fui apanhado completamente desprevenido...

A obra em questão intitula-se 300 e é uma das mais espectaculares graphic novel da história da BD.
O seu autor? Nem mais nem menos do que Frank Miller, responsável por outra série mitica, Sin City, ainda há pouco tempo também tornado filme pela batuta hábil de Robert Rodriguez.

Ou seja, a histeria é total e descontrolada. Sou um consumidor ávido de banda desenhada e fã incondicional do mestre Miller. Toda a gente que passou os olhos pelas pranchas - verdadeiras obras de arte - de 300 sabe (ou sabia) ser impossivel fazer daquelas imagens algo palpável, pulsante, vivo, de carne e osso. Pelos vistos, estavam - estavamos - enganados. É que, se já se dizia o mesmo da obra Sin City, e Rodriguez rapidamente se decidiu a desmentir os mais cépticos, a verdade é que em relação a 300 a música seria outra. Bem diferente...
Vejam o trailer, disponivel no blog do sr. Moura e percebam o que está por detrás de todo esta ansiedade - seja o filme bom ou mau.
Uma coisa é certa: é o melhor trailer que já vi até hoje. As cenas - algumas a minha memória conseguiu identificar das páginas do livro - estão arrepiantemente soberbas. O ambiente pesado e violento da obra está lá todo e é (mais uma vez) arrepiante!

Já agora...
Numa altura em que Hollywood parece ter virado a sua atenção (tardiamente) para a obra do enorme Frank Miller, e ao mesmo tempo que a carreira de Batman na sétima arte parece também estar a renascer, gostava de perguntar quem se atreveria a pegar noutras obras de Miller, daquelas que fazem salivar qualquer adepto da banda desenhada:
Batman - The Dark Knight Returns e Ronin?


Em alegre passeata pela blogosfera, deparei-me com uma ilustração desta senhora, Nicoletta Ceccoli.
Fiquei curioso e fui espreitar o seu site.
Absolutamente maravilhoso. Vale a pena a visita e enriqueceu o meu imaginário infantil/fantasista.
É por estas coisas que me dá prazer fazer longos promenades à blogosfére.

Karmabox - A Música Do Dia - Caetano Veloso - "Queixa"




Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não o devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho certeza
Princesa
Surpresa
Você me arrasou
Nem sente que me envenenou
Senhora e agora
Me diga aonde eu vou
Senhora
Serpente
Princesa

Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas: desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza
Princesa
Surpresa
Você me arrasou
Serpente
Nem sente que me envenenou
Senhora e agora
Me diga aonde eu vou
Senhora
Serpente
Princesa
Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido o pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa
Princesa
Surpresa
Você me arrasou
Serpente
Nem sente que me envenenou
Senhora e agora
Me diga aonde eu vou
Amiga
Me diga

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