kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

sexta-feira, junho 30, 2006

Sonho



Deitei-me para dormir.
Desceu do nada sobre mim e veio pousar na minha almofada.
Uma luzinha.
Um grãozinho de poeira, dourado.
Uma semente de trigo.
Pousou mesmo ao meu lado
e ia jurar que me tinha feito uma festinha na barba e chamado o meu nome.
Já te disse que não quero que me beijes, que nojo!!!
Achas mesmo que essas tranças te ficam bem?
Vocês miúdas choram sempre por tudo e por nada?
Claro que não fui eu que escrevi esse... bilhetinho...
Sim, gosto das tuas meias... mas não te ficam lá muito bem!
Hoje trouxe pão com banana e manteiga de amendoim, e tu?
Lanchar em tua casa? Pode ser...
Aposto que o meu caracol vai ganhar a corrida ao teu.
Já viste esta cicatriz que tenho no pé? Não é tão fixe?
Vou vestir os calções de banho. Não olhes!!!
Vais de férias?
Em Setembro?
Só...?
Posso-te dar um beijinho?

Coisas

Da peça que vi ontem, retirei um jogo interessante chamado "O mundo divide-se entre os que... e os que..."
Por exemplo, o mundo divide-se entre os que amam muito e os que só sabem ser amados.
Sugestões?


No fim do livro que estou a ler, deparo-me com as sábias palavras nunca nos devemos esquecer dos amigos. Mesmo que estejam no próprio inferno, devemos ir visitá-los.


Ontem perguntei à minha mãe como é que uma coisa com a qual nunca tinha contado na minha vida; uma coisa que nunca tinha feito parte dos meus planos, me podia de repente saber tão bem? Respondeu-me com um abraço. Um abraço pode significar uma de muitas coisas, mas prefiro recordar-me das palavras do Calvin para o Hobbes quando diz que não se pode ser mãe se não se tiver as respostas para tudo.


Volto a sentir a falta da minha avó Gloria.
Lembrei-me de como ficavam tão bem os cigarros Ritz na sua mão.
Fumava de uma forma tão elegante.


Constatações do que foi e do que está para ser

Ontem foi um dia em cheio!

Factos:
Sair a correr do trabalho para ir a uma aula de yôga (Ana, é assim que se escreve?), sair a correr da aula para ir a casa e em cinco minutos tomar banho, comer, vestir - não pela mesma ordem - e sair disparado, fazer Gaia-Porto em quatro minutos para assistir a uma peça de teatro no pequeno auditório do Rivoli chamada Quando Deus Quis Um Filho com o meu ex-professor de voz Jorge Pinto e mais duas actrizes das quais não fixei o nome mas que fixei ser uma bem melhor do que a outra, o prazer de reencontrar amigas do TUP, sentir um pequenino episódio como a marca do fim de um ciclo de que estava à espera há já algum tempo e depois...
o sono.

Conclusões:
A aula de yôga é boa, mas pensei que fosse ficar mais desgraçado da minha musculatura. Os instrutores foram mansos, percebi isso à saída pela sua conversa. Infelizmente não consigo para já reunir todas as condições, financeiras e não só, para me poder dedicar a uma rotina destas. Infelizmente.

Tomar banho, comer e vestir-me em cinco minutos não só não é coisa fácil de se fazer, como presumo que não seja o melhor para o sistema nervoso, nomeadamente depois de uma aula de Yôga (não sei bem se é assim que se escreve...).
Da mesma forma, e por razões claras, demorar quatro minutos entre Gaia e o Porto não transpira saúde.

A peça de teatro foi interessante. O texto era muito bom e dois dos três actores também. O Jorge Pinto é realmente um excelente actor de teatro, seguro, extremamente confiante. Curioso, senti-o exactamente da mesma forma que sentia nas aulas de voz. A mesmíssima postura, a mesma intenção nas palavras, o mesmo texto, quase...

O prazer de reencontrar o pessoal do TUP é sempre o mesmo. Sempre muito bom. Sempre reconfortante.

O fim de um ciclo era aguardado há já algum tempo. Por vários motivos. E de repente parecia que me tinham tirado toneladas de cima dos ombros.
Estou a respirar melhor, hoje.

O sono...
foi uma das melhores noites de sono dos últimos tempos. Não dormi mais horas do que as habituais cinco diárias, mas foi um sono tão carinhoso, tão confortável.
Por isso mesmo, cada dia que passa é mais difícil abandonar a cama.


Hoje vai ser uma noite em cheio!
Vou ter reunião no TUP, falar do que se fez, como foi, as reacções. Com sorte e tempo, falar do que poderá vior a ser. Estou ansioso, principalmente porque vou estar com toda a gente com quem partilhei aquele palco. Só pode ser bom.

Amanhã, o almoço costumeiro com uma boa amiga. Correcção, com uma boa e querida amiga. Melhor, com uma boa e querida amiga e cúmplice de muitas batalhas. Como de costume vamos a Matosinhos, de preferência encher as ventas com chocos grelhados, salada de pimentos e broa. A seguir, correr para o carro de maneira a que os cães e gatos das redondezas não nos persigam. É que é muito giro comer naquelas tasquinhas de Matosinhos, mas o cheiro que impregna a roupa...

À tarde, obviamente, assistir a esse duelo épico entre Portugal e a Inglaterra, na rua, entre a multidão, como deve ser. Acompanhado pela minha mãe - que faz sempre mais barulho do que eu - dos meus putos e dos putos deles. É uma festa. Esperemos que seja mesmo, até ao final.

Domingo, praia com a mãe, mas só por duas ou três horinhas, que não tenho paciência para mais, e se o clima permitir.
À tarde, get together em casa do Zé e da Cris. Uma espécie de SPA mas sem água.
Boa música, boa comidinha, bom vinho, jardim e árvores com rede para dormitar, e alguns trabalhinhos de carácter pessoal para fazer.
Vai ser uma tarde e tanto que, com sorte, acaba com uma boa pratada de pesto.



Importa descobrir este novo álbum dos Red Hor Chlli Peppers.
Porque a carreira merece que haja sempre uma atenção especial sempre que editam um novo trabalho, e porque não fica a dever nada aos álbuns que há meia dúzia de anos os relançaram no panorama musical.
Para além do single, Dani California, que já nos enche os ouvidos nas rádios nacionais, o disco contém um punhado de boas músicas. Ok, não são nada de novo, mas isso nem sempre é mau. Prefiro mais do mesmo, desde que esse mesmo seja bom, do que aturar bandas que decidem arriscar e estragam tudo.

A pérola...
é uma cançãozinha meio escondida lá para o fim do àlbum intitulada Hey.
É belíssima. São os Chilli Peppers na velocidade cruzeiro, controlados, sem convulsões rock.
A voz pacífica de Anthony Kiedis e o casamento perfeito entre uma bateria e um baixo minimalistas como não podiam ser mais. Não há uma única nota em excesso. E depois John Frusciante. A guitarra preguiçosa que parece acompanhar toda a música como se estivesse por fora de tudo o resto, surge de repente num solo digno de Hendrix e faz a ponte perfeita, sem mudar uma única grama, para a recta final de um dos temas mais bonitos que os Chilli Peppers alguma vez fizeram.
A descobrir, urgentemente.
Boa música para acordar...

quinta-feira, junho 29, 2006



Genial! Genial! Genial!




Vou-te cantar esta música muitas vezes, sabias?
Vou-te contar da altura da minha vida em que esta canção tinha tanto significado para mim.
Do efeito que a voz desta senhora, que canta tão bem, tinha em mim.
Vou-te falar de delicadeza.
Da beleza leve das coisas pequeninas e de como elas podem ser tão grandes.
Como uma nota bonita de uma canção nos pode dar um nó na garganta.
Explicar-te que o que esta senhora está a cantar são realmente palavras escritas por outro senhor, chamado Pedro, e que era poeta.
Escrevia muitas coisas bonitas.
És muito bonita, sabias?





Continuando a saga de ilustrar algumas das bandas ou canções de que falei aqui...

Não acredito que alguém possa ficar indiferente a esta obra-prima.
Eu, pelo menos, não consigo ficar quieto. Aos primeiros acordes, começo a adrenalinalizar, quando entra a bateria, transfiguro-me e passo-me dos carretos. Uma espécie de Mr. Hyde da música Pop.




São a banda sing-a-long-abana-a-anquinha-estala-o-dedinho-bate-palminhas-assobia-mesmo-que-não-saibas-assobiar do momento.
Já têm uma carreira de 14 anos, mas são a banda do momento, pronto!
Auto proclamam-se como uns Smiths for summer days, são suecos - como não podiam deixar de ser - e só sabem fazer musiquinhas up, up, up, fresquinhas e cantaroláveis até à medula.

façam favor de esperar que o video carregue, saltem para cima da mesa mais próxima e cantem, mesmo sem saber a letra.

Vão ver que divertido é.




Corre menina à beira do mar
corre, corre, pela praia fora
que belo dia que está, não está
e o primeiro a chegar não perde

Andam as ondas a rebentar
e o relógio a marcar horas
a sombra é quente, e quase não há
e o sol a brilhar já ferve

Corre a menina à beira do mar
corre enquanto a gaivota voa
vem o menino para a apanhar
e a menina sentindo

Anda o barquinho a navegar
vem do Porto pra Lisboa
foge a menina da beira mar
foge logo quando a maré sobe

Andam a brincar
na praia do mar
as ondas do mar
andam a rebentar
na praia do mar
andam a brincar
as ondas do mar
andam a rebentar as ondas do mar
andam a rebentar

E é tão bonita a onda que vem
como a outra que vejo ao fundo
a espuma branca que cada tem
é a vida de todo o mundo


Pedro Ayres de Magalhães



Para a Irene

quarta-feira, junho 28, 2006

Amanhã vêm à minha empresa fazer análises ao sangue a todos os empregados.
Pela parte que me toca podem pegar no meu relatório, enrolá-lo e fumá-lo, que garantidamente apanham a moca da vida deles.


Começa assim:

Falhou o envio da mensagem
Porque é que falhou o envio da mensagem...?
Por mil e uma razões…!Antes de mais, quando é que normalmente falham os envios das mensagens, já pensaste nisso…?


É mais um blog que merece a visitinha diária.
Chama-se Falhou o Envio Da Mensagem e é da autoria da menina Carolina.
Tem algo que me é familiar também...

O link, como de costume, está ali em baixo.
Diz Mensagem Enviada

We'll always have Paris

E agora vai ser isto!!!
Vou tentar encontrar algumas sequências memoráveis de cinema. Umas clássicas, outras nem por isso.
Gostava que sugerissem algumas, mas já sei que nunca ligam aos meus reptos, por isso...

Esta é daquelas que não deixam dúvidas. É uma das grandes e intensas sequências da sétima arte.
E a emblemática frase, que faz chorar o coração mais empedernido, we'll always have Paris.

Senhoras e senhores, Ingrid Bergman e Humphrey Bogart



Aposto que todos os que ouvem esta música a cantam mesmo sem saberem a letra.
Eu, apetece-me logo ter aulas de sapateado.
Irresistivel momento de cinema e um dos mais famosos de sempre.
Lindo!


Uma pergunta: quantos terão sido os takes necessários para compor a cena inteira?




Nunca tinha aqui falado deste filme.
Akira é a obra-prima do Anime, o género de cinema de animação tipicamente japonês, e que começou a ser mundialmente reconhecido precisamente por causa desta longa metragem de Katshiro Otomo.

Não outra coisa a dizer acerca dele. É uma obra-prima, seja qual for o género de cinema.
O clip aqui em baixo mostra uma das primeiras sequências do filme e aquela que nos mostra exactamente como vão ser as próximas duas horas. Intensas.

Pena não ter conseguido a versão em japonês...


terça-feira, junho 27, 2006



She left this morning
She left no forwarding card
I watched her pack
And without looking back
She drove out of the yard

"Friends are only ghosts" she said
"They fade and fall apart"
They never stick around
When the going gets hard-nosed, strong-boned
Stick-impervious, diamond stoned

And it's only names that really hurt
Take me anywhere from here, I'm not asking
I'll do anything to disappear from here
I don't like thinking that maybe something I did was wrong

I didn't understand her,
and suddenly she didn't belong
People come and go, one day they're here,
the next they're gone

Paranoia isn't pretty,
but it sure makes you strong-bones
Hard-nosed, unimpressible, indisposed
So call me the names that really hurt

Take me anywhere from here, I'm not asking
I'll do anything to disappear from here
Your life is just a movie in which you wish we never had starred
But right back at the start I bet there's scene that makes you hard-nosed
Strong-boned, stick-impervious, diamond-stoned

And it's only names that really hurt
Take me anywhere from here, I'm not asking
I'll do anything to disappear
So take me anywhere from here


Polly Paulusma

segunda-feira, junho 26, 2006



I'm just a scarecrow
with out you
baby please don't disappear
I beg your pardon dear
I gotta a bottle full of trumpet
a hat
box full of drum
I beg your pardon dear
I got upset
I lost my head
I didn't mean
the things I said
You are the landscape
Of my dreams
Darlin' I beg your pardon
I'd give your Boardwalk
And Park Place
And all of my hotelsI beg your pardon dear
Please don't go back to St. Louis
Can't you tell that I'm sincere
I beg your pardon dear

Tom Waits
E voltamos ao mesmo.
As discussões que este tema já originou neste blog.

Por causa do post abaixo, e por algumas outras coisas...

All Is Full Of Love, parece-me a melhor maneira de resumir este texto. Se calhar nem precisava de arriscar aqui mais exposição, possiveis erros gramaticais e emoções para alguns ridiculas. Mas acredito que da mesma forma a escrita serve como exorcismo dos nossos demónios, dos nossos fantasmas, das nossas dores, deve servir também um propósito bem mais agradável.

Através da escrita, ou de qualquer outra manifestação mais ou menos artistica, devemos também expressar os fantasmas bons.
As emoções boas.
O amor.


E acredito, como a Björk, aparentemente, que tudo é amor. Correcção - ainda não sou assim tão optimista -, tudo pode ser amor. Basta sentirmos e querermos usar esse sentimento.

Revejam o video dessa canção. Não chega sequer a ser sexual, muito menos pornográfico. Por isso não compreendo a censura a que foi submetido - não compreenderia mesmo se fosse pornográfico, mas isso fica para outra altura.

Tudo é amor, repito.
E tenho visto esse sentimento ao longo da minha vida nas situações mais variadas.
Num olhar, numa palavra ou na maneira como ela é dita.
Num aperto de mão ou num abraço.
Num carinho feito com os dedinhos dos pés...

No sexo.
Acima de tudo no sexo.
Mesmo no sexo mais sórdido, mais ordinário - e não entendam qualquer tipo de conotação negativa nestas duas palavras.
Para mim - e isto dará origem a outro texto em breve - o sexo não tem limites. Não pode ter. Tudo é permitido, dependendo da vontade mútua de quem o faz.

Gosto de tudo no sexo. Já experimentei de tudo no sexo, e por isso posso afirmar, sem dúvida alguma:
Sexo com amor, sempre!
Não sendo para isso necessário amar a outra pessoa. Basta que utilizemos a beleza que o amor transporta no que se está a fazer.
Confuso?
Talvez, eu sei.

Mas não espero que toda a gente concorde comigo ou que entenda esta estranha maneira que tenho de pensar nas coisas.

Se preferirem, não entendam então esse sentimento como amor. Por vezes estico um bocado estas noções, eu entendo.
Entendam-no como... atenção. Estar atento ao outro, dar-lhe o que sentimos ser bom naquela altura. Acima de tudo, e sempre, o que sentimos. Essa sinceridade de sentimentos, de emoções, não deve nunca ser retraida.
Acredito nisso.

Acredito que são coisas que podem e devem ser utilizadas em tudo o que fazemos.

All Is Full Of Love
Acredito que podemos escrever palavras, assim, sem aparente sentido, como podemos cantar ou dançar ou correr sem direcção alguma com o mesmo amor com que se faz um filho.
E não é um chavão.
Acredito muito nisto e tento levar assim a minha vida, mesmo com todos os riscos inerentes, e estive demasiado tempo arredado deste modo de vida.

Por culpa própria.
E não quero mais fugir a isso.
Quero entregar-me novamente a este amor que podemos usar e abusar em tudo o que fazemos, por ser a melhor coisa que existe.
A melhor...


E depois ouço palavras cantadas como your sweat is salty e por alguma razão isso soa-me a amor. E pode ser, ou não pode?
Mais uma vez, sei que posso não estar a fazer sentido. Mas acho que é o que acontece quando se tem uma coisa muito forte na cabeça; algo muito recente e enorme, e de que não se pode falar abertamente.
Tenta o autor contornar as palavras, fintá-las e retratar a imagem com outras cores que não as exactas. Falha largamente o propósito, pois já devia saber que não tem a arte suficiente para o fazer sem escorregar e porque são coisas demasiado importantes para conseguir encontrar um paralelo que as possa substituir.
Inventa-se um tema para um texto à pressão. Mesmo que seja um tema em que o autor acredite e defenda abertamente.
Apetece gritá-las e não...


Mas é sincero, o autor.
Volto atrás e digo-o novamente:
Acredito no amor, talvez a única coisa que ainda acredito nesta vida dos homens.
Acredito no sussurro do coração.
Na força da sensibilidade.
Acredito que a pele é um daqueles mistérios que nunca vou conseguir desvendar.
Que os cabelos podem ser tão carinhosos quanto as mãos de uma mãe.
Que uma palavra bem dita na altura exacta pode provocar uma lágrima de felicidade,
e que essa lágrima de felicidade pode-me fazer apaixonar por alguém.
Acredito que há palavras que nunca esquecerei, por todos estes anos que me faltam viver, e que, mesmo não tendo sido motivadas por amor, me fizeram sentir amado.
Como nunca.
Acredito em momentos.
Minutos, segundos, ás vezes, que são tão bons porque parecem horas.
Um momento.
Que não quero esquecer, aconteça o que acontecer.


E por oposição ao video da Björk do post anterior, vejam este, também da Islandesa.
É sexual. Muito!
Foi igualmente proibido na televisão. Muito!!
Mas sinto-o como amor.
Não me peçam para explicar




É um dos telediscos mais bonitos alguma vez realizado e foi censurado por quase todos os canais de televisão que se dedicam à música, MTV, VH1, etc...
Se alguém conseguir explicar porquê, gostava de tentar compreender também.
Como é que uma canção que fala exclusivamente de amor - All Is Full Of Love, pelo amor de Deus!!! - pode ser censurada seja onde for?

Ficam as imagens e as palavras, ambas de uma beleza levíssima.
A seguir vou falar precisamente deste poder que o amor deve ter em tudo o que fazemos. Não consigo não o fazer.






you'll be given love
you'll be taken care of
you'll be given love
you have to trust it
maybe not from the sources
you have poured yours
maybe not from the directions
you are staring at
trust your head around
it's all around you
all is full of love
all around you
all is full of love
you just aint receivin
gall is full of love
your phone is off the hook
all is full of love
your doors are all shut
all is full of love!


Your home is where you’re happy
It’s not where you’re not free
Your home is where you can be what you are
As you were just born to be

Now they’ll show you their castles
And diamonds for all to see
But, they’ll never show you their peace of mind
‘Cause they don’t know how to be free

So burn all your bridges
Leave your past behind
You can do what you want to do
‘Cause you’re strong in your mind

And, anywhere you might wander
You can make that your home
Just as long as you’ve got love in your heart
You’ll never be alone

Evan Dando

Que bonitinho...

sexta-feira, junho 23, 2006



Querida Ana,

há dias disseste-me que eu tinha de dar o passo, nem que para isso precisasse de empurrar com a barriga, lembras-te?
Não consigo.
Provavelmente - e de certa forma de uma maneira engraçada - és das pessoas que melhor sabe o que me tem sucedido nos últimos oito meses.

Foram oito meses de emoções mais do que fortes. Oito meses intensos e nem sempre pelos melhores motivos. Nestes oito meses tive alguns dos melhores e mais importantes momentos da minha vida. Mas tive alguns dos mais dolorosos também. Paciência, é assim a vida do homem. Alturas houve em que devia ter avançado para as situações com outra energia, com mais decisão. Não consegui sempre fazê-lo, e sinto ter perdido alguma coisa com isso. Algumas situações pediam-me que desse passos atrás ou que pura e simplesmente as abandonasse. Que desistisse de processos que obviamente não eram bons para mim. Não consegui, e isso fez-me sentir algumas dores das quais já nem me lembrava.

Nem tudo é mau, claro. Sinto alguma harmonia agora. Mas ainda há uns minutos perguntei a um bom amigo como ia a vida dele. Respondeu-me não sei. Percebi perfeitamente. Porque sinto o mesmo. Porque não sei como está a minha vida e, mais do que isso, porque não sei para onde vai. Porque nem sei o que seria necessário fazer para ir para... não sei onde.

Já sei, detestas este tipo de converseta. Acreditas que há sempre a necessidade/obrigatoriedade de nos levantarmos a moral e avançar, avançar sempre. Mas já me conheces, e sabes que só consigo ser assim ás vezes. E se estivesses aqui a falar comigo, como eu tanto gostava, de certeza que já me estarias a dar cabo do juizo e a exigir-me a energia que não tenho. E mesmo assim, neste momento em que escrevo estas linhas sem sentido nenhum, apetecia-me que me desses realmente cabo do juizo.
Elegi-a como a minha música favorita de 2005.
Acerca dela escrevi A melhor música do ano, para mim e sem dúvida alguma; a música que consigo ouvir três, quatro, cinco vezes seguidas; a música que me faz dançar para alguém muito especial mas só quando estou sozinho; a música que aprendi a cantar com alma sempre que estou ao volante. "Multiply" de James Lidell. É música para fazer sexo intensamente. Para amar intensamente. Para nos divertirmos intensamente.Para tudo e mais alguma coisa, desde que intensamente.

Vejam lá se concordam...



Já andava há uns tempinhos para vos falar nesta música e, poderia dizê-lo, neste filme, onde ela tem uma importância enorme. E por isso mesmo não vou falar do filme.
Gostei muito quando o vi, mas a verdade é que tudo a que nele assistimos; todas as emoções reprimidas na hora e meia em que acompanhamos as personagens em passeio por Paris, estão aqui, nestes dois minutinhos.
A menina é Julie Delpy, o menino é Ethan Hawk, a música chama-se A Waltz For a Night e o filme...
Digam o que disserem, estes dois minutinhos são amor, do mais bonito que existe, e foi com isso que saí da sala de cinema naquele dia.



Quando eu aqui disse que este senhor cagava música, apesar de ter sido uma expressão altamente grosseira, não estava a exagerar nem um bocadinho.
Reparem com que facilidade se pega numa música que não é nossa e a interpretamos como se nunca tivesse sido de mais ninguém...
Já agora, descobriram qual é a música?


Não sei bem explicar porquê, mas sinto que estas palavras fazem muito sentido...
This is the soup that I believe in
This is the smoke I'm always breathin
This is the way I share my breakfast
This is the way I serve my sentence
I know I know I should lay low
I should stand tall
This is the beard I'm always growin
I know they're here
I see them floating
Her empress beards
They float so holy
Their beards are here
They gently hold me
Well who knows who know
I may come home
I may return
This is the way
I'm always leaving
This is the soft voice of the evening
This is the way I hear my father
These are the flames that drown the water
Well I knew I knew
I could stand tall
I could lay low
This is the sound that swims inside me
This circle surrounds me
This is the land that grows around me
And these are the hands that come in handy
Well we've known we've known
We've had a choice
We chose rejoice
Devendra Banhart

quinta-feira, junho 22, 2006


Confesso que desta não estava nada há espera...
Até fiquei arrepiado. Como ver um fantasma.



Inspirado por esta música, escrevi este
post, e ainda este.







Betty came by on her way
Said she had a word to say
About things today
And fallen leaves.
Said she hadn't heard the news
Hadn't had the time to choose
A way to lose
But she believes.
Going to see the river man
Going to tell him all I can
About the plan
For lilac time.
If he tells me all he knows
About the way his river flows
And all night shows
In summertime.
Betty said she prayed today
For the sky to blow away
Or maybe stay
She wasn't sure.
For when she thought of summer rain
Calling for her mind again
She lost the pain
And stayed for more.
Going to see the river man
Going to tell him all I can
About the ban
On feeling free.
If he tells me all he knows
About the way his river flows
I don't suppose
It's meant for me.
Oh, how they come and go
Oh, how they come and go.



E à custa desta musiquita escrevi este
textinho...



Como sabem já, é comum o meu I-Pod (Podinho para os amigos) passar horas no módulo Shuffle, ou seja, a baralhar e a dar músicas para mim.
Agora mesmo, e aos primeiros acordes de Cigarette and Chocolate Milk, voltou a maravilhar-me com uma musiquinha a que já não prestava a devida atenção há já demasiado tempo.
Rufus Wainright, as minhas desculpas, e aminha tentativa de me refazer de tão hediondo erro.


Cigarettes and chocolate milk
these are just a couple of my craving
severything it seems I like's a little bit stronger
a little bit thicker
a little bit harmful for me
if I should buy jellybeans
have to eat them all in just one sitting
everything it seems I like's a little bit sweeter
a little bit fatter
a little bit harmful for me
and then there's those other things
which for several reasons we won't mention
everything about them is a little bit stranger
a little bit harder
a little bit deadly
it isn't very smart
tends to make one part so broken-hearted
sitting here remembering me
always been a shoe made for the city
go ahead, accuse me of just singing about places
with scrappy boys faces
have general run of the town
playing with prodigal songs
takes a lot of sentimental valiums
can't expect the world to be your raggedy andy
while running on empty
you little old doll with a frown
you got to keep in the game
maintaining mystique while facing forward
i suggest a reading of
'a lesson in tightropes'
or 'surfing your high hopes' or 'adios kansas
'it isn't very smart
tends to make one part so broken-hearted
still there's not a show on my backholes or a friendly intervention
I'm just a little bit heiress, a little bit irish
a little bit tower of pisa whenever I see you
so please be kind if I'm a mess
cigarettes and chocolate milk


À custa desta música escrevi este post.








E o que é isto senão colinho...


These few lines I'll devote
To a marvellous girl covered up with my coat
Pull it up to your chin
I'll hold you until the day will begin
Still
Lying in the shadows this new flame will cast
Upon everything we carry from the past
You were made of every love and each regret
Up until the day we met
There are no words that I'm afraid to hear
Unless they are "Goodbye, my dear"
StillI was moving very fast
But in one place
Now you speak my name and set my pulse to race
Sometimes words may tumble out but can't eclipse
The feeling when you press your fingers to my lips
I want to kiss you in a rush
And whisper things to make you blush
And you say,
"Darling, hush hush still, still"

Elvis Costello
Esqueçam a inveja do senhor que fez este video - eu já esqueci - e maravilhem-se com uma idéia tão simples e tão genial.



Querido Huck,

tenho muitas saudades das nossas idas à lagoa, dar uns mergulhos. De percorrer a linha do caminho de ferro até lá. De tanto lá irmos já conseguiamos fazer aqueles quilómetros todos equilibrados nos carris, lembras-te?
Sempre te invejei por seres capaz de andares descalço na gravilha e no carril a escaldar do calor de Agosto. Sempre foste mais corajoso do que eu...
Lembro-me, como se fosse ontem, dos últimos metros do caminho que tu fazias a correr. Gritavas sempre o último a chegar à água é um caracol ranhoso. Eu já sabia que era sempre o último, mas não me importava. Valia a pena ficar a ver-te tirar as jardineiras ao mesmo tempo que tentavas correr, ao mesmo tempo que tiravas uma pedra que se tinha espetado no pé, ao mesmo tempo que gritavas como os indios, até que, sem perderes tempo, saltavas para a lagoa e caías sempre de chapão na àgua. Ria-me até ás lágrimas, mas tu agias como se nada fosse. Vinhas à tona sempre com a mesma alegria com que tinhas acabado de mergulhar.
Eu, descia até à água pela margem...
E um dia, quando regressavamos a casa, descobriste mesmo um caracol ranhoso pousado no carril e perseguiste-me com ele na mão gritando é teu familiar, dá-lhe um beijinho!. Pobre caracol, acho que nem se deu conta do que lhe aconteceu.
O que nós nos rimos nessa tarde.
Tenho muitas saudades das nossas idas à lagoa.
De comer ameixas directamente da árvore, de secar ao sol até sentir a pele a endurecer, de falarmos das coisas mais disparatadas sempre com o ar mais sério do mundo. De jogarmos ao jogo dos monstros aquáticos, e se agora viesse um tubarão e te arrastasse para o fundo?, ao que eu responderia e se agora viesse o fantasma de um pirata e te afogasse?.
Fosse o que fosse que inventássemos para passar o tempo, era sempre sinónimo de gargalhada na certa.
E eu sinto falta disso.


quarta-feira, junho 21, 2006



Hoje lembrei-me de uma frase desta música dos Fairground Attraction para cumprimentar uma boa amiga...


The lights on the westway go on
a million cars hurry home
an ice cream van shuts off its tinsel bells
winter won't be long
I see you every day
I watch as you walk down this way
we pass on the stairs of this council block
too shy to find words to say
but your smile is a prayer that prays for love
and your heart is a kite that longs to fly
hallelujah here i am
let's cut the strings tonight
so meet me on the corner at eight
let's get out of this place
we'll kiss the first of a million kisses
and let the past fall
Tão pequenina no seu corpo,
encolhida como uma flor fechada,
tapada pelo calor fofinho e laranja
de uma manta que a avó lhe deu.
Beijinhos pequeninos,
cabelo pequenino,
dedinhos pequeninos
olhos enormes, abertos, à procura.
Que sorriso tão bom,
que abraço tão graaaande,
que pezinhos tão macios,
puro algodão, azul amarelo, cor-de-rosa.
Menta, canela, gergelim,
balões que nunca caem,
cestos com gatinhos
e chupa-chupas em forma de coração.
A esta altura será melhor explicar o porquê de estar para aqui a entupir o meu blog com estes videos...
Os videos musicais juntam o melhor de duas artes a que sempre dei muita importância, precisamente a música e o cinema.
Por outro lado, nunca fez muito sentido falar-vos de músicas ou letras de canções que a mim muito me diziam se nem todos tinham a oportunidade de ouvir essas mesmas músicas. Pois bem, salvo algumas excepções, cá estão. Ouçam-nas e vejam-nas e digam qualquer coisinha.

Não houve texto, não era necessário...





Looking out the door I see the rain fall upon the funeral mourners
Parading in a wake of sad relations as their shoes fill up with water
And maybe I’m too young to keep good love from going wrong
But tonight you’re on my mind so you never know
When I’m broken down and hungry for your love with no way to feed it
Where are you tonight, child you know how much I need it
Too young to hold on and too old to just break free and run
Sometimes a man gets carried away, when he feels like he should be having his fun
And much too blind to see the damage he’s done
Sometimes a man must awake to find that really, he has no-one
So I’ll wait for you... and I’ll burn
Will I ever see your sweet return
Oh will I ever learn
Oh lover, you should’ve come over’cause it’s not too late
Lonely is the room, the bed is made, the open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one who dreams he had you with him
My body turns and yearns for a sleep that will never come
It’s never over, my kingdom for a kiss upon her shoulder
It’s never over, all my riches for her smiles when I slept so soft against her
It’s never over, all my blood for the sweetness of her laughter
It’s never over, she’s the tear that hangs inside my soul forever
Well maybe I’m just too young
To keep good love from going wrong
Oh... lover, you should’ve come over’cause it’s not too late
Well I feel too young to hold on
And I’m much too old to break free and run
Too deaf, dumb, and blind to see the damage I’ve done
Sweet lover, you should’ve come over
Oh, love well I’m waiting for you
Lover, you should’ve come over’cause it’s not too late

Recuperação de texto com imagem-nrº2



"A mexicana Lhasa de Sela, o seu primeiro àlbum, La Llorona, a música "De cara a la pared". Triste como a noite..."


Recuperação de texto com imagem-nrº1

"É uma happy happy song.
Daquelas que eu costumo ouvir quatro ou cinco vezes seguidas.
É fresquinha.
Sabem aquelas bengalas que os mágicos transformam num ramo de flores?
Assim é esta musiquinha.
Começa simples e tímida para depois explodir em mil cores, aromas e sabores, transportados até nós por uma brisa tão agradável...

(credo, deve ter sido o meu post mais estereotipado e cocó de sempre... mas não deixa de ser verdade)


Chamam-se The Guillemots e a música Made Up Love Song #43



I love you through sparks and shining dragons I do
and now there's poetry in an empty coke can
I love you through sparks and shining dragons I do
and now there's majesty in a burnt out caravan
you got me off the paper round
just sprang out of the air
the best things come from nowhere
I love you I don't think you care
I love you through sparks and shining dragons I do
and there's symmetry in your northern grin
I love you through sparks and shining dragons I do
and I can see myself in the refilled litter bin
you got me off the sofa
just sprang out of the air
the best things come from nowhere
I can't believe you care
yes, i believe you . . . . "

... e encontrei esta pérola.


Toxic Girl - Kings of Convenience

Falei desta no passado dia 12. Espreitem o texto e vejam o video genial.

Tenham paciência. Ando à procura de videos de algumas das músicas de que já falei aqui. Esta é animaducha!

Com dedicatória

Ouvi dizer que o Verão começa hoje...

Here comes the summertime, the feeling’s in the air.
I remember cigarettes, tube socks, sun burns and long blond hair.
Here comes the summertime, it’s coming soon.
I remember living upstairs, drinking iced-tea and swimming pools.
And the feeling doesn’t last that long.
Before you know it, it’s up and gone.
The things we do…
In the summertime, it’s coming soon.
I remember watermelon, finger banging, purple rain and being cool.
Here comes the summertime, the feeling’s in the air.
I remember drive-ins, soap operas, fireworks and county fairs.
And the feeling doesn’t last that long.
Before you know it, it’s up and gone.
The things we do…
Josh Rouse

terça-feira, junho 20, 2006



Deixa-me pôr a mão à volta da tua cintura.
Levar-te pela rua
com um sorriso idiota espalhado na cara.

Vamos tomar café.
Sem palavras,
só com açucar.
...


Por favor completem-no.
Será o nosso poema de amor infantil.

Streetlights


Rock and roll
You are envy, I am
So uncool
Still I want to do the best I can
Let’s meet on the corner and act like we’re old friends
We can talk about the street lights
The people
Surrounding you
In a haze
Won’t you tell me how it feels
To be a nervous man
At the wheels
You don’t have a master plan
But you will start today
You will start today
I called you up
Cause I felt so guilty
Ended up
It was not such a pretty scene
Let’s dump the ashtray, wipe the table clean
We can talk about the streetlights
The people
Surrounding you
In a haze
Won’t you tell me how it feels
To be an famous man
At the wheel
You don’t have a master plan
But you will start today
You will start today
You will start
When all of your fear is gone
And you’re thinking that you’re strong
Enough
To make the jump up to the big big sky, sky
We can talk about the streetlights
The people
Surrounding you
It’s a strong pull
We can talk about the street
lights
The people
Going down
And you will start today
You will start today

Josh Rouse


É o Senhor Stand-Up.
O que mais comediantes influenciou, e, provavelmente, o humorista/pensador/activista vivo com a carreira mais longa.
Audaz, violento, escatológico, completamente desprovido de papas na lingua, politicamente incorrecto de uma forma como o mundo nunca viu.
Senhoras e senhores, as sábias palavras de George Carlin.

"I’m a modern man, a man for the millennium. Digital and smoke free. A diversified multi-cultural, post-modern deconstruction that is anatomically and ecologically incorrect. I’ve been up linked and downloaded, I’ve been inputted and outsourced, I know the upside of downsizing, I know the downside of upgrading. I’m a high-tech low-life. A cutting edge, state-of-the-art bi-coastal multi-tasker and I can give you a gigabyte in a nanosecond!
I’m new wave, but I’m old school and my inner child is outward bound. I’m a hot-wired, heat seeking, warm-hearted cool customer, voice activated and bio-degradable. I interface with my database, my database is in cyberspace, so I’m interactive, I’m hyperactive and from time to time I’m radioactive.

Behind the eight ball, ahead of the curve, ridin the wave, dodgin the bullet and pushin the envelope. I’m on-point, on-task, on-message and off drugs. I’ve got no need for coke and speed. I've got no urge to binge and purge. I’m in-the-moment, on-the-edge, over-the-top and under-the-radar. A high-concept, low-profile, medium-range ballistic missionary. A street-wise smart bomb. A top-gun bottom feeder. I wear power ties, I tell power lies, I take power naps and run victory laps. I’m a totally ongoing big-foot, slam-dunk, rainmaker with a pro-active outreach. A raging workaholic. A working rageaholic. Out of rehab and in denial!

I’ve got a personal trainer, a personal shopper, a personal assistant and a personal agenda. You can’t shut me up. You can’t dumb me down because I’m tireless and I’m wireless, I’m an alpha male on beta-blockers.
I’m a non-believer and an over-achiever, laid-back but fashion-forward. Up-front, down-home, low-rent, high-maintenance. Super-sized, long-lasting, high-definition, fast-acting, oven-ready and built-to-last! I’m a hands-on, foot-loose, knee-jerk head case pretty maturely post-traumatic and I’ve got a love-child that sends me hate mail.
But, I’m feeling, I’m caring, I’m healing, I’m sharing-- a supportive, bonding, nurturing primary care-giver. My output is down, but my income is up. I took a short position on the long bond and my revenue stream has its own cash-flow. I read junk mail, I eat junk food, I buy junk bonds and I watch trash sports! I’m gender specific, capital intensive, user-friendly and lactose intolerant.

I like rough sex. I like tough love. I use the “F” word in my emails and the software on my hard-drive is hardcore--no soft porn.
I bought a microwave at a mini-mall; I bought a mini-van at a mega-store. I eat fast-food in the slow lane. I’m toll-free, bite-sized, ready-to-wear and I come in all sizes. A fully-equipped, factory-authorized, hospital-tested, clinically-proven, scientifically- formulated medical miracle. I’ve been pre-wash, pre-cooked, pre-heated, pre-screened, pre-approved, pre-packaged, post-dated, freeze-dried, double-wrapped, vacuum-packed and, I have an unlimited broadband capacity.

I’m a rude dude, but I’m the real deal. Lean and mean! Cocked, locked and ready-to-rock. Rough, tough and hard to bluff. I take it slow, I go with the flow, I ride with the tide. I’ve got glide in my stride. Drivin and movin, sailin and spinin, jiving and groovin, wailin and winnin. I don’t snooze, so I don’t lose. I keep the pedal to the metal and the rubber on the road. I party hearty and lunch time is crunch time. I’m hangin in, there ain’t no doubt and I’m hangin tough, over and out!"



Querem Stand-Up? A sério? Do que não se vê na televisão portuguesa? Então vejam os seis minutos mais intensos do ano.




Obrigado, Carlos.

Acerca da obrigatoriedade de lavarmos as mãos depois de fazermos o xi-xi



Falo por mim, mas penso que vários homens concordarão comigo, quando digo que não entendo esta pressão que nos é imposta de termos obrigatoriamente de lavar as mãos depois do xi-xi.
Eu tenho a minha pilinha sempre bem lavadinha, fresca e pronta para a vida. Disponivel para o que der e vier. Quando muito teria de lavar as mãos antes de a manusear no acto propriamente dito. Passamos o dia com as mãos sujas e a pilinha não tem culpa nenhuma.
Por exemplo, as mulheres, quando vamos fazer com elas o amor, exigem-nos que lavemos a pilinha antes de a pormos a uso? Não, pois não?
Vamos criar um movimento. Chamar-se-á "Não ponhas as mãos imundas numa pilinha imaculada".

segunda-feira, junho 19, 2006

Acerca do Levanta-te e Ri...



... e do estado da comédia em Portugal.

Considero-me uma pessoa exigente, no que a comédia diz respeito, e tenho uma forma estranha de ser espectador das coisas da comédia. Como exemplo, posso-vos dizer que embora respeite o trabalho do Fernando Rocha - acredito mesmo ser o rapaz um bom entertainer, com qualidades mais do que comprovadas - não me lembro nunca de me ter rido das anedotas que ele conta. No entanto, já por várias vezes reagi a um improviso seu, ou a uma reacção sua a uma provocação vinda do público, com uma sonora gargalhada. Rio-me do disparate, do imediato, do inesperado.
Rio-me dos Monty Python, mas não consigo sequer ver Benny Hill; adoro Woody Allen e detesto Mr. Bean; Pátio das Cantigas, sempre, teatro de revista, nunca!

Quanto a stand up comedy...
Sempre, desde miúdo, fui acérrimo seguidor desta nobre arte de entreter através da simples conversa. Um comediante que sobe a um palco para falar connosco. Nada mais. Certo, pode fazê-lo de variadissimas formas e em diversos registos, mas a verdade é que não faz mais do que falar connosco.
E foi isso que não compreenderam as pessoas que se dizem ter dado início ao movimento em Portugal.
E porque associar o Levanta-te e Ri (LR) ao nascimento do stand up em Portugal é um tanto ao quanto presunçoso.
Porque antes, muito antes, do programa ser criado, já o Fernando Rocha enchia o Coliseu do Porto com as suas anedotas e isso fez com que os bares da zona do Porto percebessem que isso lhes podia ser bastante proveitoso. E foi.
Quem mora cá para o norte sabe bem, que não havia esplanada, não havia barzinho de praia, que não esgotasse a sua capacidade à conta do rapaz Rocha.

Ora, parece-me que a televisão percebeu esse fenómeno e tratou de arriscar um programa cuja filosofia fosse a mesma dos bares que tinham essas noites de humor.
E conseguiu-o. As primeiras emissões do LR eram muito semelhantes aos programas da Comedy Central, verdadeiras montras do que se faz pelos Estados Unidos.
O problema é que nem tudo o que ia ao programa era stand up. Pronto se quiserem precisar, quase tudo o que por lá passava era trabalho de actor em palco, imitando stand up. Até hoje confesso nunca ter visto um actor, com essa formação e com essa experiência, safar-se como stand up comediant. Os restantes, que não levavam o texto escrito por um guionista encomendado, iam para contar anedotas ao pior estilo dos Malucos do Riso, ou historinhas do Alentejo profundo.
O povo ria.

Mesmo assim...
A cena cresceu. Os bares começaram a pedir mais do que somente o Fernando Rocha, os cachets dispararam - afinal os meninos que iam à televisão não podiam actuar uma horita para a populaça por tostão e meio.
Ou seja, criou-se um monstro. Um monstro sem piada, por falar nisso. Como alguém disse este fim de semana, começou-se a casa pelo telhado, e ainda por cima - digo eu - um telhado de má qualidade. Prova dessa má qualidade reside na conotação atribuida pela maioria dos portugueses ao fenómeno stand up: são anedotas, são caralhadas, são uma cambada de grunhos a falar de gajas, sexo e afins. Com isso, temos metade da população que não abre as portas a outros tipos de comédia, e outra metade que nem quer ouvir em falar em comediantes no bar lá da esquina.
O telhado, meus amigos, é de muito má qualidade.

A minha opinião - e nesta altura alerto-vos para as primeiras linhas deste texto - é que, e por muito que me tentem convencer, a quase totalidade dos nomes que passaram pelo palco do LR, uns mais vezes, outros nem por isso, foram de fraquissima qualidade. Pese embora o sucesso popular que possam ter tido. Para mim esse sucesso era resultado directo da gigantesca lupa de aumento chamada TV.
Não acreditam? Então digam-me quantos desses comediantes vão continuar a ter visibilidade televisiva assim que o LR finar? Arrisco o número zero, embora concorde que, tendo em conta a (falta de ) lógica das televisões essa previsão possa andar longe da realidade.
Basta ver o que fizeram os «filhos» do LR sempre que quiseram arriscar outros formatos televisivos, e não só. Alguns exemplos chegam a ser embaraçosos. As raras excepções, não têm outro remédio a não ser submeter-se às regras de televisão e, invariavelmente, esfumam-se ainda antes de conseguirem algum reconhecimento.

Não é segredo nenhum. Também eu já me meti neste estranho mundo da comédia. Se quiserem nesta neo-comédia à portuguesa. Também eu pretendo continuar a tentar. Resultados à parte, considero ter sido, do ponto de vista pessoal, uma óptima experiência. Descobri pessoas, sensações e paixões novas. No entanto, continuo a ser principalmente um espectador de comédia, e como espectador de comédia, não gosto do que por cá se faz. Não gosto.

Quanto ás questões que se têm levantado acerca do excesso de influências transpirado pelos mais diversos comediantes da nossa praça, acerca deste final anunciado (e temido) do LR, chega-me dizer que não é nada que me surpreenda grandemente. Os que me conhecem e comigo partilharam palco e criação de sketches cómicos, sabem, como souberam sempre, que a minha opinião, esta aqui descrita, permanece a mesma há quase dois anos.

Comédia portuguesa? Só se me surpreenderem, muito obrigada.
E se se estão a perguntar o porquê deste texto, entrem no blog do Carlos Moura e leiam a opinião
dele acerca do assunto.
E já agora, e para perceberem a visão de outra pessoa inserida neste meio, o senhor Miguel Barros, saltem já para o site do programa de televisão O Quadrado das Bermudas e participem no seu
fórum.
Como tantas outras pessoas, ás vezes gostava que os meus olhos fossem máquinas fotográficas. Ontem teria registado algumas das imagens mais bonitas de sempre.
E, como tantas outras pessoas também, gostava que o meu cérebro fosse capaz de transformar as emoções e os sentimentos em cores e sons. Ontem...
fica só para mim.
Mas tenho pena, gostava que todos vissem e sentissem o que eu vi e senti.



Os leitões estão de volta.

O último post foi em Abril. Agora descobri esta maravilhosa troca de correspondência via messenger e não resisti a publicá-la.

sexta-feira, junho 16, 2006

Sexta feira em Lisboa

Ontem...
Almocei salada de queijo de cabra gratinado em torradas com maçã gratinada e rúcula.

Era quinta e passei o dia com o Carlos.
Era noite de estreia da peça dele em pareceria com o Miguel barros.
Estavam nervosos, como é normal.
Não correu mal, como é costume.
Mas posso-vos garantir que, com algumas, poucas, afinadelas, é um espectáculo divertido e com o potencial para sair daquela salinha. Mitica, mas salinha. Dar o salto para palcos maiores.

A conversa que teve lugar depois da peça durou até às quatro da manhã.
São sempre boas conversas, com boa gente.
Sempre boa gente.


Hoje...
Acordei sozinho no sofá.
Cedo demais, como sempre.
Nunca mais gosto de acordar.
Vou tomar banho, vestir-me e sair.
Há muito trabalho para ser feito hoje.
Apetece-me escrever sobre algo que me aconteceu há dois dias, mas ainda não sei bem como...
Vou pensar nisso.

quinta-feira, junho 15, 2006


Um beijo na palma da mão
Um, apenas
Depois podes pousá-la no meu peito
podes dizer-me que está tudo bem
Não precisas de dizer nada, basta que a deixes lá
Deixa-a lá ficar
Deixa-a lá


Estou bêbado.
Sozinho bebi mais do que devia e estou bêbado.
Aquela sensação estranha de ter a boca acre com o sabor do vinho.
Os olhos não abrem como é costume...
Ao longe o som de música de grafonola e uma voz rouca.
Não consigo perceber se ao longe na sala ou se no fundo da minha cabeça.
I guess it's you I miss
Isto que sinto é sono?
O vinho no fundo do copo ameaça acabar e apetecia-me beber mais. Até desmaiar.
Já não me lembro de desmaiar. Nunca nos lembramos, pois não?
Só nos lembramos de ouvir as vozes lá ao longe. Do apito que insiste em agredir os ouvidos.
Fazem-me falta as mãos de aranhiço no pescoço.
"Tão levezinhas, mas que fazem tanto
Não as leves nunca, vento"
Lembro-me de ter acordado hoje.
Lembro-me perfeitamente de como foi acordar hoje.
Ontem.
Se ainda não dormi desde ontem, conta como tendo sido hoje?
Parece ter sido apenas há uns minutos.
Mas é a única memória que me assalta.
Que bom, ter uma memória assim tão boa.
I guess it's you I miss, outa vez, canta a voz rouca.
Queria tanto ter-te aqui.
Diluir o tempo até não haver tempo nenhum.
Até não haver tempo.
Acabou o vinho , no último trago.
Arrasto-me para o sofá e acho que vou dormir assim como estou. Bêbado e com a roupa que vou usar amanhã.
Hoje.
Se ainda não dormi desde ontem, é hoje ou amanhã?
É só daqui a um bocadinho.
Lembro-me de uma noite, aqui há uns meses, que se fez tarde, que se tornou madrugada, que viu nascer o sol.
Nessa altura ainda não haviam dores, e também não havia tempo.
É tão bom quando o tempo não existe.
Que coincidência, o telefonema que acabei de receber...
Vem ter comigo e mata estas horas que faltam até...
A voz rouca continua.
Vou dormir
Porque é que escrevi isto?

Só uma história, então...



(...) -Sirva-se. Deixe que lhe façam carinhos - diz Marta, a mulher de Ladislao, entregando-me um prato com duas empadas.
Cumprimento as senhoras da fazenda. Marta é veterinária; Isabel, a mulher de Iñaqui, é professora e encarrega-se de educar a nova geração de Eznaolas e as demais crianças da fazenda, Flor, a mulher de Agustín, é já uma lenda na Patagónia. Trabalhava como enfermeira no hospital de Río Mayo, na Argentina. Agustín viveu sempre apaixonado por ela, mas nunca se atreveu a confessar-lhe os seus sentimentos. Via-a uma vez por ano e depois de cada visita o seu amor aumentava até quase lhe rebentar o peito. Um dia soube que Flor ia casar com um empregado bancário. Agustín subiu para a sua "chata", pegou também na guitarra e pediu aos irmãos e às cunhadas que embelezassem a casa porque regressaria com a mulher dos seus sonhos.
Chegou a Río Mayo no domingo do casamento e, com a guitarra nas mãos, instalou-se na igreja à espera da mulher que amava. Flor apareceu vestida de noiva, acompanhada pelos pais. O noivo não tardaria a apresentar-se. Agustín pediu-lhe que o ouvisse sem nada dizer até que o noivo chegasse. Então tocou a guitarra e começou a desfiar umas décimas em que o seu amor se mostrava com toda a beleza da poesia, e com toda a dor de quem a amava e amaria até depois da morte. Quando chegou, o noivo quis interromper o cantor, mas Flor e os habitantes de Río Mayo impediram-no. Agustín cantou durante duas horas e, no final, quando se dispunha a partir a guitarra para que ninguém pudesse manchar os seus versos de amor, Flor pegou-lhe na mão, conduziu-o até à "chata" e empreenderam juntos a viagem em direcção à fazenda. Flor chegou vestida de noiva e, desde então, Agustín, que é um dos melhores payadores* da região, chama-lhe a "minha musa branca".

* Cantor popular errante, normalmente gaúcho, que se acompanha a si próprio com violão. (...)


Luis Sepúlveda in Patagónia Express

quarta-feira, junho 14, 2006

No comboio para Lisboa...

... a meu lado, um rapaz - chamemos-lhe Daniel, pois tem cara de Daniel - devora uma revista de telemóveis, leitores de Mp3 e outras tecnologias.
À sua frente uma senhora lê uma revista de bordados e rendas.
Ao meu lado esquerdo alguém recebe mais uma mensagem no seu telemóvel.
Eu viajo pela Patagónia, levado pelas palavras de Sepúlveda, ele próprio levado pelas palavras de Bruce Chatwin.
"O relógio serve para pesar os atrasos. O relógio também se estraga e, assim como os automóveis perdem óleo, o relógio perde tempo".

Há outra história, lindissima, que retirei deste livro que estou a ler e que vou transcrever aqui, mas fica para depois. Agora chamam-me para jantar.
Pensamento interessante que surgiu hoje de uma conversa com a Jo.
De há uns meses para cá um grupo de pessoas que se conheceu num determinado local numa certa altura das suas vidas sofreu uma pequena revolução. melhor, cada uma dessas pessoas sofreu uma pequena e particular revolução.
Sem pensar sugeri a analogia da picadora "1,2,3".
Era mesmo isso. Tinham sido enfiados numa dessas picadoras, sofrido o clássico "1,2,3" e sido expelidos do outro lado da infernal máquina. Picadinhos, mas bem melhor do que anteriormente.
Como os pinhões, o manjericão, o azeite e o queijo Pecora que dão origem ao Pesto, no momento em que são picados não temos bem a certeza de qual vai ser o resultado.
Será que picamos demasiado?
Será que ainda precisavam de outro "1,2,3,"?
Essas pessoas de que falo sairam-se bastante bem, acho eu.
Quanto a mim, ainda me sinto no "1,2,3,".
Não há verdades absolutas, mas há verdades em que acredito. Absolutamente.


"Dos puntas tiene el camino e en las dos alguién me aguarda", diz uma conhecida canção chilena. O que lixa é que estas duas pontas não limitam um caminho linear, mas sim cheio de curvas, despenhadeiros, buracos e desvios que invariavelmente conduzem a lado nenhum.

Luis Sepúlveda in Patagónia Express

terça-feira, junho 13, 2006

E esta é, na minha opinião, a melhor sequência inicial de um filme na história do cinema - a par da de Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida, do qual ainda não consegui arranjar o video.

É brutalmente realista, e ninguém, a não ser Steven Spielberg, conseguia colocar o espectador naquela praia, naquele dia.
Avassalador.





A voz de Ed Harcourt transporta outras três ou quatro perfeitamente distintas.
Ontem à noite tive a oportunidade de comprovar esse detalhe ao vivo e a cores.
É que o homem veio ao Porto actuar no espaço batalha - o antigo cinema - para um platéia manca de espectadores.
O ambiente foi caseiro, em parte provocado pela atitude pouco profissional e mais confortável do inglês, que faz com que palco e platéia sejam uma enorme sala de estar.
Já aqui falei e usei por diversas vezes as composições do bom Ed.
Ontem esta faltou no espectáculo, foi uma pena...



Metaphorically Yours

oh baby, can't you see
when you get mad at me
your eyes light up your face
oh baby, just admit
if both my wrists were slit
you´d bandage them with style and grace
and it´s not over
and I don´t think it will be
and we are joined at the hip like siamese twins
and that's a metaphor for the feelings that I store
I confess I love you so
I confess I love you so
I confess I love you so,
But you know
with you I´m never bored
yes ma'am, you strike a chord
that makes me shiver and mumble
I´m chomping at the bit
I need my daily fix
or my whole world will crumble
and it´s not over
I don´t think it will be
and we are joined at the hip like siamese twins
and that's a metaphor for the feelings that I store
I confess I love you so
I confess I love you so
I confess I love you so,
but you know
come wrap your arms around
the man who is back in town
and loves to watch you smile
don't know if I should laugh or cry
with you sleeping by my side
I hear the silence for miles
and it´s not over
I don´t think it will be
and we are joined at the hip like siamese twins
and that's a metaphor for the feelings that I store
I confess I love you so
I confess I love you so
I confess I love you so,
but you know

segunda-feira, junho 12, 2006

Começo na quarta feira uma semana de férias mais do que merecida, permitam-me que o diga.
Vou para a bela Lisboa, ter com os suspeitos do costume.
Talvez contribuir para que um dos projectos do Moura avance um pouquinho mais rapidamente.
Talvez embebedar-me como sempre que lá vou e dançar a noite toda.
Talvez tirar fotos bonitas para deixar aqui no meu blog.
Descansar, sem dúvida.
Afinal, férias são férias, não é?...

Mas de repente quase não tinha vontade de ir.
(Perfeito, neste exacto momento as colunas do meu I-Pod cantam-me multiplicar teus pés por muitos mil)
Não saberia explicar o que é.
Não saberia traduzir em palavras sensações, sentimentos que sentimos uma vez de cada vez.
Em resposta ao meu curioso irmão Tiago, que do alto dos seus dezassete anos e do seu metro e oitenta e cinco, me perguntava como quem já sabia o que eu ia responder, mas conta lá, que sorriso idiota é esse?, soube apenas dizer que mais do que o que se faz, é o que se sente enquanto se faz...
Confuso?
Eu sei...
Os meus irmãos, esse o Tiago, e o seu irmão gémeo, o Joel, são os meus confidentes, na exacta medida em que eu sou o confidente deles. Há coisas que não se contam à mãe, contam-se ao irmão mais velho, que mesmo sendo chato os entende um bocadinho melhor. E nesse caso nem é difícil: eles são tão mais conscientes de certas coisas do que eu poderia imaginar. E sinto-me bem por falar com eles dos sorrisos idiotas, das lágrimas de felicidade, da dor, que define a nossa vida toda.
Surpreendentemente bem.
E, como dizia, quase não me apetecia ir a Lisboa. Correcção: não tivesse eu combinado afazeres vários e não ia mesmo.
É...
Impossivel.
Não consigo explicar.
Resta-me esperar que a minha memória nunca, mas nunca me atraiçoe e que me permita manter certas imagens da minha vida como se fossem recentes, permanentemente recentes.
E não consigo dizer mais nada. O que me vai cá dentro é demasiado grande para eu o conseguir ver todo de uma vez só.
Mas as colunas cantam Roubemo-nos ao deus Tempo e nos demos de graça.
Parece-me bem...