Querida Ana,
há dias disseste-me que eu tinha de dar o passo, nem que para isso precisasse de empurrar com a barriga, lembras-te?
Não consigo.
Provavelmente - e de certa forma de uma maneira engraçada - és das pessoas que melhor sabe o que me tem sucedido nos últimos oito meses.
Foram oito meses de emoções mais do que fortes. Oito meses intensos e nem sempre pelos melhores motivos. Nestes oito meses tive alguns dos melhores e mais importantes momentos da minha vida. Mas tive alguns dos mais dolorosos também. Paciência, é assim a vida do homem. Alturas houve em que devia ter avançado para as situações com outra energia, com mais decisão. Não consegui sempre fazê-lo, e sinto ter perdido alguma coisa com isso. Algumas situações pediam-me que desse passos atrás ou que pura e simplesmente as abandonasse. Que desistisse de processos que obviamente não eram bons para mim. Não consegui, e isso fez-me sentir algumas dores das quais já nem me lembrava.
Nem tudo é mau, claro. Sinto alguma harmonia agora. Mas ainda há uns minutos perguntei a um bom amigo como ia a vida dele. Respondeu-me não sei. Percebi perfeitamente. Porque sinto o mesmo. Porque não sei como está a minha vida e, mais do que isso, porque não sei para onde vai. Porque nem sei o que seria necessário fazer para ir para... não sei onde.
Já sei, detestas este tipo de converseta. Acreditas que há sempre a necessidade/obrigatoriedade de nos levantarmos a moral e avançar, avançar sempre. Mas já me conheces, e sabes que só consigo ser assim ás vezes. E se estivesses aqui a falar comigo, como eu tanto gostava, de certeza que já me estarias a dar cabo do juizo e a exigir-me a energia que não tenho. E mesmo assim, neste momento em que escrevo estas linhas sem sentido nenhum, apetecia-me que me desses realmente cabo do juizo.
2 Comments:
At 19:05, condessa said…
A dor, tal como o prazer e a alegria são uma constante da vida! Sim é importante cair do cavalo para se aprender a levantar e seguir em frente! Eu já cai de um cavalo gigante e estou aqui, serena a acreditar mesmo assim que tudo é possível, até mesmo ser feliz, é preciso é acreditar.
Um abraço
At 08:48, Supirinha Amarela said…
Quando quiseres!
:)
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