ORA BEM...
Era suposto o último post do ano ser recheadinho de resumos, compilações e best-offs, mas não só não tenho paciência para coisas dessas, como nunca me consigo organizar mentalmente para conseguir fazer isso de uma forma eficaz; acabo sempre por me esquecer de tanta coisa, que me irrito até à exaustão.
E é fim de mais um ano, e eu continuo a não saber porque é que acabo sempre por festejar a pôrra do reveillon. É que me deprime sempre um fim de mais um ano e nunca tenho vontade nenhuma de celebrar esta ocasião. Faz-me sempre lembrar de que todas as decisões que tomo na minha vida, me afastam daquilo que eu quis sempre fazer, desde que me lembro de me lembrar.
Mas enfim, para não dizer que não disse nadinha neste último post de 2007, sigo o exemplo de uma das minhas vizinhas de um blog ao lado, e congratulo o nosso governo pela decisão de avançar com a lei que proíbe fumar em recintos fechados. Mais ainda, felicito alguns bares e cafés que já assumiram a iniciativa de ir avisando os seus clientes de que a partir de amanhã se acabou a brincadeira. Sou fumador e, embora não seja um ávido fumador, sou daqueles que gosta de ir ao café depois do jantar fumar um cigarrito. Aprecio o ritual. Mas aprecio ainda mais o facto de poder ir a qualquer lado, sem sair de lá de dentro a cheirar a chaminé de fábrica. Ver espaços como os cafés "Piolho" e "Espaço 77", locais obrigatórios na noite do Porto, proibirem terminantemente a presença de um cigarro aceso, mostram-me claramente que para lá de toda a histeria criada em torno desta nova lei, Portugal e os portugueses afinal até nem são assim tão grunhos. Confesso que tinha ficado irritado com tanta celeuma, e já estava pronto para escrever aqui um manifesto anti-portugueses, convencido da confusão que iriam provocar em torno desta proibição. É claro que resta ver se vai haver realmente respeito pela nova lei, e se vai haver um eficaz controlo por parte dos agentes envolvidos.
E este é o momento em que a minha confusão natural me começa a impedir de desenvolver mais assuntos. Fico-me mesmo por este, que é, precisamente no final de um ano repleto de acontecimentos especiais, o assunto fumegante de 2007.
E para celebrar, ficam as imagens de uma época em que fumar era um charme do caraças. E a voz incomparável de um senhor de quem o cigarro - e o copo de whisky, já agora - era companheiro inseparável.
Inevitavelmente, bom ano!!!