quinta-feira, fevereiro 26, 2009
terça-feira, fevereiro 24, 2009
TUP - LIÉGE - 2009
Afinal, tantas viagens de que me orgulho e de que me lembro sempre com prazer, e as melhores férias ainda estavam por vir. A ida a Liége, para lá da esmagadora reacção que obtivemos com o nosso trabalho, foi especial pelo convívio de um grupo e pela forma como ele se fez notar junto de todos os outros. Daí nasceram seis dias absolutamente irrepetíveis, em constante gargalhada, até os músculos da barriga se queixarem e isto sempre desde as primeiras horas da manhã - muitas das vezes já depois da uma da tarde.
Incrível, e tantas vezes comentado, como podem os elementos de um grupo tão diferentes entre si demonstrar uma ligação tão forte. A natureza do trabalho associada à própria natureza das pessoas conseguem, sem esforço, eliminar as diferenças da idade.
Por outro lado, foi uma sorte encontrar grupos de outros países igualmente generosos e vibrantes, com vontade de nos conhecer,
de saber como somos, como funcionamos, o que temos para dizer. Pessoas, da Inglaterra, da Croácia e do Quebéc, desejosas de partilhar todo o tipo de informação e sempre prontas para gagalharem connosco.
As melhores férias de sempre. Não com certeza por causa da Bélgica. Como já disse o país é realmente muito feio e desinteressante - embora duas meninas do nosso grupo tenham viajado até Bruges e ficado impressionadas com a beleza da cidade. Os belgas são feios, deprimidos, vestem-se sempre de preto ou cinza escuro, são moles, desinteressados, fumam demasiado, bebem demasiado, comem mal, têm péssimo café e as cidades, ao contrário do que eu estava convencido, são sujas e muito degradadas. O que fez com que estas férias fossem as melhores de sempre foi única e simplesmente a companhia. Já me tinha esquecido de que isso era possível.
O regresso, no Domingo, foi extremamente difícil, quase doloroso. Sozinho, por questões relacionadas com os
Agora existem as hipóteses de irmos à Croácia e/ou a Casablanca. Os convites foram feitos, existe obviamente a vontade e pela parte que me toca vou tentar reunir as condições necessárias para o fazermos. Vocês deram-me todas estas experiências e estas opotunidades. Obrigado. Já sinto a vossa falta.
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
DESDE LIÉGE, AINDA
Ao fim de dez minutos de espectáculo arrancámos as primeiras (inesperadas) palmas. A coisa estava ganha. Ao longo do pouco mais de uma hora recebemos o mais variado tipo de entusiasmadas reacções, palmas, gargalhadas, gritos. No final, nos agradecimentos, um súbito blackout e a sensação de que era uma brincadeira do Alain Chevaliér, director do festival, que habitualmente presenteia os grupos com um símbolo da cidade e com uma provocação retirada de cada uma das peças. Não foi. A coisa deu mesmo o berro mas foi o melhor que podia ter acontecido. De repente toda a gente - nós e o público - estava em absoluto delírio; novamente palmas, gritos e as palavras eles acreditam que nós somos os outros por cima de tudo.
À chegada à pousada, e perante as reacções completamente eufóricas do pessoal dos Camarões, Marrocos, Rússia, Inglaterra, Croácia e de toda a organização, sentíamo-nos estrelas de cinema. Especialmente por nos apercebermos de que o nosso trabalho, mesmo numa língua totalmente incompreensivel, foi perfeitamente transparente e ultrapassou essa barreira tantas vezes intransponivel. É universal e disse muito mais a estrangeiros do que a muitos portugueses que nos viram em Portugal.
(A eventual falta de alguns acentos resulta deste teclado marado)
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
DESDE LIÉGE
Liége é tudo o que sempre pensei da Bélgica: demasiado organizada, bonita mas sem grande tempero e acima de tudo cinzenta. Tudo de bom está mesmo aqui ao lado, no albergue onde se encontram os grupos participantes no festival e especialmente no nosso bando que já é conhecido por toda a gente e que já conquistou o prémio do mais ruidoso. O que é bom, dizem eles. Ah, les portugais...
Aumentaram-nos a responsabilidade. Temos mesmo de ser os melhores e pelo que já por aqui se viu, só depende mesmo de nós. O grupo do Quebéc cancelou a viagem a Bruges para nos ver e toda a organização está literalmente à espera de ver o que vem por aí.
Aprendi com alguém que o que se passa em S. Martinho fica em S. Martinho. Pois bem, o que se passa em Liége irá connosco para todo o lado.
Mixtape from http://favtape.com/search/there
sábado, fevereiro 14, 2009
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
ANDY MCKEE
Sempre atento, o senhor da Campaínha fez-me conhecer este moço guitarrista que vai estar, nem mais nem menos, no Auditório de Espinho no dia 8 de Abril. A primeira reacção que tive ao ver este vídeo foi "mas este gajo não sabe tocar guitarra normalmente?"...
Etiquetas: Música
terça-feira, fevereiro 10, 2009
DISCURSO (NADA) ELEITORAL
A meros dois meses de completar um ano na direcção do Teatro Universitário do Porto, apetece-me falar da experiência. Positiva, diga-se.
Em dez meses conseguimos muita coisa importante para o grupo. Uma ida ao FATAL, um espectáculo que se tornou num enorme sucesso de público e que vai agora a Liége - algo que o TUP não fazia há demasiado tempo, viajar - e mais tarde, lá para Abril, a Orense. Pelo meio, o 60º aniversário e publicidade como eu nunca tinha visto. O TUP voltou a ser falado na cidade e nos orgãos de comunicação, e isso é talvez a nossa maior conquista.
Não foi fácil e deu mesmo muito trabalho, e o sacrifício, pelo menos pela minha parte, foi um bocadinho pesado. Fazer parte de um elenco, tratar de alguns assuntos da produção de um espectáculo e isto tudo mesmo no meio da época de exames não foi nada agradável nem produtivo. Um erro que não volta a acontecer, garantidamente.
Seja como for, 2009 está aí e o objectivo agora é, acima de tudo, encontrar uma casa nova, que a actual está literalmente em ruínas e a cair aos bocados. Para além disso, dois projectos já em vista - mas não confirmados - uma reposição do RECUPERADOS e um novo espectáculo lá mais para o fim do ano. Em 2010 outro curso e consecutivamente novos elementos e, quem sabe, a concretização de um sonho que envolve o assassinato de um panda...
Logo se vê.
Etiquetas: TUP
EU AVISEI...
Vai ser a banda sonora (uma das...) da viagem a Liége. Certinho.
Etiquetas: Música
MARY AND MAX
É outra coisa que obviamente não vai estrear por cá mas que parece merecer toda a atenção. Realizado por Adam Elliot - vencedor de um Oscar para a melhor curta de animação em 2004 com "Harvey Krumpet" - "Mary and Max" é um filme de animação como já não se fazem filmes de animação, e que conta com as vozes de Phillip Seymour Hoffman - que hoje teve particular destaque neste blog - Toni Collette e Eric Bana, entre outros.
Estejam atentos, piratas cibernéticos, coisas destas começam cada vez mais a ficar afastadas das salas cá da terrinha.
Etiquetas: Cinema
DOUBT
Viola Davis
Doubt
Etiquetas: Cinema
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
COISA QUE ESTÃO (ESTARÃO?) PARA CHEGAR
Parece divertido, não tenho a certeza é se vai ter hipótese de estrear por cá.
Um que não vai mesmo passar nas nossas salas é este tríptico, realizado por Michel Gondry (The Eternal Sunshine Of The Spotless Mind), Leos Carax (Pola X) e Joon-ho Bong (The Host), intitulado "Tokyo". O trailer é promissor, e isto cheira-me a Fantasporto, embora o certame não lhe tenha também dado uma oportunidade...
VICKY CRISTINA BARCELONA
Etiquetas: Cinema, Filmes Vistos
domingo, fevereiro 08, 2009
DE UMA CONVERSA...
Amigos. A conclusão tão simples de que os amigos importantes são os que estão connosco numa determinada altura da vida. Pouco importa se logo a seguir essa relação se desvaneça. Pouco importa os motivos, até porque podem ser tantos. O que importa realmente, o que nos fica na memória - mente, coração e corpo - é esse binómio tão pouco matemático: amigos e determinada altura da vida.
Muitas vezes cria-se algo poderoso nestas relações ocasionais e surpreendentes. Muitas das vezes há algo que fica para lá desse binómio, algo que nos faz querer voltar atrás no tempo, passar nos locais que sobraram de uma rotina à procura de alguém mesmo sem nos apercebermos de que o estamos a fazer.
Vida. A conclusão óbvia de que a vida não pode ser uma flatline, que tem de ter altos e baixos, vazios e cheios, picos e depressões; que tem de ser atribulada, mais, muito mais, do que confortavelmente aborrecida. Aborrecidamente confortável. Já estive lá e agradeço, mas não, obrigado. Prefiro de longe a irresponsabilidade, o arrepio da incerteza, o não saber o que vem a seguir, o calendário de cozinha, com os dias bem à vista. Alguém me contava que um centro de recuperação de toxicodependentes utilizava um método que muitos de nós seguimos - alguns conscientemente, outros... - e que consiste no assumir que hoje não me vou drogar. Amanhã... Pois bem, hoje não vou ser chato, responsável, planeado, defensivo, organizado, consciente. Amanhã, quem sabe?
Precisamente, estou a ler pela segunda vez um fantástico livro de Paul Auster intitulado "A Noite Do Oráculo" no qual o protagonista acaba de ter uma segunda hipótese na vida. Escritor, acaba de sair de um estado de coma para voltar à escrita. Entre outras coisas fala-nos de uma personagem de um outro livro a quem a morte passa ao lado em forma de viga de aço que lhe cai aos pés enquanto passeia na rua. Traumatizado - desperto? - por esse acontecimento decide mudar de cidade, sem dizer nada a ninguém, e recomeçar uma segunda vida do absoluto zero. Tenho a certeza de que já todos tivemos essa vontade/curiosidade. E eu, eterno inconformado mas terrivelmente assustado, preguiçoso, defensivo e aborrecido, nunca tive a coragem para o fazer. Em compensação fui encontrando pequenas mudanças na minha vida que me fizessem sentir menos culpado, e à excpeção de três anos em que me arrisquei a desaparecer da face da terra, a verdade é que sempre me senti aproximadamente feliz com as minhas minúsculas opções. Tardias mas positivas.
Por isso mesmo, por tudo isto, esta ida a Liége integrado num festival de teatro, representa tudo o que eu sempre quis fazer e nunca consegui. Ou seja, aos 36 anos sinto-me no papel do trintão ridículo que se mistura com os jovens para se sentir rejuvenescido. Paciência. Vale bem a pena.
Muito havia agora para escrever, e sinto a vontade de escrever tanta coisa. Mas estou cansado, e a cabeça ainda anda cheia de muita tralha e o espaço para organizar idéias é apertado cá dentro e não consigo pensar direito. Já foi bom.
Obrigado pela conversa.
THE NEXT BIG THING DO MEU iPOD
sábado, fevereiro 07, 2009
PARA O AJ
Bad day, looking for a way
Oh, looking for the great escape
Gets in his car and drives away
Far from all the things that we are
Puts on a smile and breaths it in and breaths it out
He says bye-bye, bye to all of the noise
Oh he says bye-bye bye to all of the noise
Hey child, things are looking down,
That’s OK you don’t need to win anyways
Don’t be afraid just eat up all the gray
and it will fade away
Don’t let yourself fall down
Bad day, looking for the great escape
He says bad day, looking for the great escape
On a bad day, looking for the great escape
Great escape
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
MAIS PRENDINHAS
Iron & Wine já foi aqui abordado, e continua a ser presença obrigatória nas audições diárias do iPod. Esta chama-se "Lovesong Of The Buzzard", do álbum com o mesmo nome, e é, como sempre, belíssima. A escutar atentamente, se fazem favor.
Iron & Wine - Love For The Buzzard
Os Pale Young Gentlemen são um daqueles grupos que já toda a gente conhecia menos eu, e que já andavam comigo há muitos meses. Já lhes tinha dado ouvidos mas não o suficiente. O seu álbum homónimo, o primeiro, por acaso, é uma delícia de piano de saloon, violoncelo, bateria de circo, baixo anafado e guitarra distraída. Juntam-se uns guizos, sininhos, pandeireta e a voz preguiçosa de Michael Reisenauer, e a coisa fica com um irresistível sabor a festa de amigos. E para todos os gostos. Há músicas para saltar desenfreadamente e outas delicadas e pequeninas.
Deve ser ouvido sem restrições.
Pale Young Gentlemen - Clap Hands
Pale Young Gentlemen - As a War
Etiquetas: Música
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
DEFIANCE
"Defiance" parece-me sofrer com esse classicismo. Tem um bom argumento, é extraordinariamente bem filmado, a banda sonora é magnífica - e desde já uma favorita ao Oscar - e é no seu todo um filme muito agradável. Podia ser um grande filme. Não o é por uma nesga, e essa nesga é composta por uma série de detalhes, alguns consideravelmente chatos. Desde logo um pormenor em que alguns realizadores insistem e que não faz, na minha opinião, qualquer sentido. A acção do filme situa-se na Bielorrússia aquando da ocupação nazi, e o facto dos intervenientes, judeus, falarem inglês com sotaque em vez do hebreu original, é algo que não só me irrita solenemente como condiciona e de que maneira as interpretações. A sequência, em que Tuvia - a personagem desempenhada por Daniel Craig - vai a casa dos responsáveis pela morte da sua família, é a todos os níveis brutal. Crua, dura, o diálogo intenso e angustiante. A cena quase toda é falada em bielo-russo, mas no momento decisivo, em que Tuvia se prepara para matar finalmente o causador da sua desgaça, tudo se desvanece ao ouvirmos "this is for my family" num inglês macarrónico e com um acentuado sabor de leste.
Outro problema, e este mais incompreensivo, é a total perda de gás de que o filme sofre lá mais para o meio. Depois de um início auspicioso, também ele brutal, violento quase e muito bem construído, a história cai numa modorra aborrecida, lenta, sem importância e demasiado demorada para a paciência de qualquer espectador. Só mesmo no final é que as coisas se compõem e tudo volta a adquirir um ritmo e uma incerteza interessantes.
Zwick passou ao lado de um filme forte e que podia ser um concorrente de peso aos Oscar. Assim limita-se a tentar vencer um prémio para a melhor banda sonora, da autoria do fabuloso James Newton Howard. E que é um belíssima e pesada banda sonora. Mais uma vez esta semana, é pena.
Etiquetas: Cinema
terça-feira, fevereiro 03, 2009
FROST / NIXON
Etiquetas: Cinema, Filmes Vistos
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
PRENDAS
Como não consigo encontrá-la em lado nenhum, e como queria muito deixá-la aqui no bloguinho...
E já me fartei de falar do moço e de tantas, tantas musiquitas. Esta bateu com força, mas também não a encontro em lado algum...
Por isso, cá vai.
Emiliana Torrini - Bleeder
Devendra Banhart - There's Always Something Going On
20% OF US ARE YOU
Etiquetas: Cinema
E ENTRETANTO, E PARA TE CONTINUARES A ENGANAR...
Well, I feel just like a child.
Yeah, I feel just like a child.
Well, I feel just like a child.
Well, I feel just like a child.
From my womb to my tomb I guess I'll always be a child.
Well, some people try and treat me like a man.
Yeah, some people try and treat me like a man.
Well, I guess they just don't understand
Yes, some people try and treat me like a man.
They think I know shit but that's just it,
I'm a child.
Well, I need you to tell me what to wear,
Yeah, I need you to help me comb my hair,
Yeah, I need you to help me tie my shoes,
Yeah, I need you to come keep me amused.
From my cave to my grave I guess I'll always be a child
Well,I need you to help me reach the door,
And, I need you to walk me to the store,
And,I need you to please explain the war,
And,I need you to heal me when I'm sore.
You can tell by my smile,
That I'm a child.
And, I need you to sit me on your lap
And, I need you make me take my nap
could you first pull out a book and read me some of that
cause I need you to make me take my nap.
And, I need you to recognize my friends,
'Cause they're there even though you don't see them,
They got their own chair , a plate, and a seat,
You know I won't touch my food unless they eat.
From the roof to the floor I'll crawl around some more
I'm a child.
And I need you to help me blow my nose,
And I need you to help me count my toes,
And I need you to help me put on my clothes,
And I need you to hide it when it shows.
From being my daddy's sperm to being packed in an urn
I'm a child.
And, when I steal you got to smack me till I cry,
Don't you stop till the tears run dry.
See, I was born thinkin out under the sky,
Didn't belong to a couple old wise guys.
From sucking on my mama's breast to when they lay my soul to rest.
I'm a child.
Well, I'm a little child.
Oh, I'm a little child.
I guess I'll always be,
A little child.
domingo, fevereiro 01, 2009
RITA MELO
Os quadros da Rita são magníficos, usam cores incríveis e de uma forma belíssima, que transformam simples retratos em algo de hiper real e surreal ao mesmo tempo.
Ver aqui, já!!!
RECUPERADOS - FINAL(?)
Acabou a carreira de RECUPERADOS. Pelo menos esta primeira experiência, já que existe a possibilide, merecida e justificada, de uma reposição.
Foi um sucesso. Sem margem para dúvidas. Sala quase cheia todos os dias, duas sessões esgotadas e outras duas em que a lotação foi ultrapassada e com pessoas a quererem a todo o custo abrir a porta para entrar. De loucos!
Ainda não temos um número certo de espectadores, mas não temos dúvidas nenhumas de que durante duas semanas fomos o único espectáculo de teatro no Porto a fazer frente ao La Féria. Mais nada!
Agora a experiência de Liége, que não vai ser menos do que absolutamente fantástica, e depois, lá para Março ou Abril, quem sabe, a tal reposição.
Obrigado a todos os que já foram aqui mencionados e obrigado à Fundação José Rodrigues, e especialmente à Ilda, com quem foi tão fácil trabalhar e que nos ajudou como se fizesse parte do TUP. Assim é fácil...
À reitoria da Universidade do Porto e à sua quase total falta de vontade em ajudar muita coisa havia para ser dita, mas isso é já a seguir e é um assunto demasiado reles para ocupar espaço neste blog. Pelo menos hoje.
Nós acreditamos nos outros
Nós acreditamos que temos de acreditar nos outros
Nós não acreditamos nos outros