kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quinta-feira, março 29, 2007

Todos diferentes, todos iguais, o caraças!

Toda a minha vida me esforcei por ter uma opinião acerca das coisas.
Opiniões acerca das coisas.
Quando era puto, por curiosidade. Por pensar nas coisas.
E acho que a primeira vez foi aos três anos, quando pensei na morte e me dei conta de que era para sempre.
A perda da fé cristã, aos seis ou sete anos – por pensar nela racionalmente - , escondida até tarde, para não ferir os sentimentos da avó Gloria.
Toda a minha vida.
Já me acusaram de não ter princípios, somente porque os meus princípios não eram iguais aos dos acusadores. E sempre os defendi, e sempre os disse a toda a gente.
Para chegar aos 34 anos e continuar a ouvir a velha frase, já repetida por tantos: “tu és do contra”.



À partida poderia ser um daqueles filmezinhos que passam pelas salas de cinema sem glória nem reconhecimento, mas garanto-vos que me parece ser um dos filmes mais destravados e engraçados do ano. Slither mistura todos os elementos possiveis e imaginários dos filmes de terror série B, baralha, volta a baralhar e dá-os num filme aparentemente - e como o trailer faz questão de anunciar - nojento, levemente escatológico, cómico, mas sempre de terror.

Bastaria, para os mais atentos, dizer que para além de ter realizado alguns filmes para a produtora TROMA - de que falarei um dia -, escreveu ainda o argumento de uma das obras responsáveis pelo ressurgimento dos zombies no cinema de terror, Dawn Of The Dead.

Sinceramente acho que as primeiras imagens dispensam qualquer tipo de outros comentários.

E as fotos também...






quarta-feira, março 28, 2007

Era uma questão de tempo. Mais hora menos hora, a já famosa incendiada intervenção de Odete Santos no programa da RTP, em que se debateu a vitória de Salazar no concurso do maior português de sempre, iria parar ao You Tube. E cá está ele, para quem não o viu e para quem gosta de seguir grandes momentos da televisão. E é um grande momento, mas não pelo que a deputada do PC já nos habituou.
Sinceramente, nutro um sentimento de amor/ódio pela senhora. Ora a adoro, pelas lições de tudo e mais alguma coisa que dá aos seus colegas deputados - e sempre com uma mestria inabalável no uso da ironia e do sarcasmo -, ora me chateia sobejamente. E chateia-me por várias razões, nomeadamente por uma aparente «cegueira» politica que em nada condiz com a inteligência e a cultura que lhe reconheço.
Seja como for, tornou o dito programa da RTP num dos que ficam para a história, não pela sua qualidade - nada disso -, mas pela sua performance absolutamente maravilhosa.
Alguém lhe dá um talk show, se faz favor?


terça-feira, março 27, 2007




Sr. Carlos Moura, considere-se desde já notificado de que estou oficialmente convidado a ir comer esta iguaria ao seu novo cafofo.

Eu cozinho...

É um prato da minha mui bela e saudosa terra.


Moqueca rica de peixe

Ingredientes:
400 gr de pargo ou cherne em posta
300 gr de camarão
4 a 5 tomates maduros
1 cebola grande
2 dentes de alho
1 pimento verde
1 pimento vermelho
1 limão
1 dl de azeite
4 a 5 colheres (sopa) de óleo de palma
2 dl de leite de coco
2 a 3 colheres (sopa) de coentros picados
Colorau, piripiri, sal e pimenta q.b.

Preparação:
Coza e descasque os camarões. Entretanto, tempere o peixe com sal, pimenta e o sumo de limão.

Junte os coentros picadinhos e deixe ficar a marinar cerca de meia hora. Num tacho, adicione o azeite e óleo de palma e leve ao lume. Quando estiver bem quente junte a cebola descascada e cortada às rodelas e os dentes de alho cortados aos pedacinhos.
Deixe este preparado a refogar e mexa com consistência.

Quando começar a alourar, adicione os camarões previamente descascados. Depois de fritarem um pouco e adquirirem uma cor avermelhada, junte os pimentos limpos de sementes e cortados em tiras. Polvilhe com uma pitada de colorau e, se quiser, junte 1 malagueta ou o piripiri a gosto. Tape o tacho e deixe ferver 5 a 10 minutos. Regue com leite de coco, prove (se precisar de sal, acrescente um pouco) e deixe cozer mais 10 minutos. Sirva com arroz e farofa.

Eu não vos tinha dito?


segunda-feira, março 26, 2007

CIRQUE DU SOLEIL - ALEGRIA

Ups, pequena correcção:
Os senhores que vão estar em Gijon comigo - a correr benzinho - são estes e não os do Varekai...

Melhor, adoro este espectáculo, mais do que o que por erro tinha aqui publicado.


Cirque Du Soleil - Varekai



Em Agosto estes senhores vão estar em Gijon, e se tudo correr bem eu vou lá estar com eles...


domingo, março 25, 2007

HÁ FESTA NO TUP!!!

No próximo dia 31, Sábado, o TUP promove uma festa para comemorar o dia mundial do teatro - que até é no dia 27.

Vai haver comida e bebida à fartazana, e uma pequena leitura encenada da peça As Preciosas Ridículas, de Moliére. É só uma amostra, não é a peça na sua totalidade, mas posso-vos garantir, pelo que já vi, que vai ser muito bom de ver e terrivelmente divertido. O texto é mesmo bom, os actores vão-se esforçar, claro, e os cenários e guarda-roupa, a cargo da Silvia, estão bem melhor do que se pedia para um projecto tão simples.
A idéia é mostrar ao público apenas uma das fases por que se passa ao encenar e ensaiar uma peça de teatro. De certa forma, e se preferirem, é ver um pouco dos bastidores de uma encenação. As primeiras leituras, o tomar contacto com as primeiras movimentações, a inicial insegurança dos actores.

O João, a Diana, o Gonçalo, a Isabel e eu, seremos os responsávei por vestir a pele das donzelas e dos nobres. Elas e o seu tutor que só querem entrar na alta burguesia parisiense, eles, que apenas querem o seu dinheiro e se fazem passar por galãs irresistíveis, quando na verdade não passam de burgueses de quinta, sem sal nenhum nem jeito para conquistar seja que mulher for.
A encenação é do Daniel, com o apoio inestimável do Tiago.

Depois da mini-peça, festa até mais não. Apareçam porque vai mesmo valer a pena, e a entrada é tão somente um euro. Pequenino...

Dia 31 às 21.30.
Ok, o caso dos quatro Rotweillers que atacaram e mataram uma senhora ucraniana em Sintra é realmente dramático e exige um certo cuidado.
Mas revolta-me que casos como este tenham sempre o mesmo desfecho: a morte dos animais.
Não resolve nada. Nem no caso em questão, nem como forma de prevenção. Pura e simplesmente não se justifica.
E acredito cada vez mais que não existem maus cães, mas sim maus donos.
Desculpem, mas não me conseguem convencer de um cão, qualquer cão, se passa de repente e desata a matar tudo o que mexe. A própria GNR foi rápida em afirmar que obviamente seriam cães esfomeados ou treinados para matar. Ou seja, responsabilidade directa de quem tratava deles.
Mais nada.

E agora, algo completamente diferente...

Sou adepto confesso de Rugby.
Adoro, e dá-me um prazer enorme assistir a um jogo de Rugby, e naturalmente fiquei muito contente com o apuramento de Portugal para o próximo campeonato da modalidade.

A minha equipa de eleição sempre foi a Nova Zelândia, não só porque jogam o jogo de uma forma muito especial, mas porque sempre apostaram na força que o aspecto visual pode ter num desporto de verdadeiros guerreiros.
Não é por nada que vestem preto - e se chamam All Blacks - e executam sempre no início de cada partida a já famosa Haka, uma dança Maori. A Haka é tão somente uma dança de guerra - ou não só, mas não vou agora explicar -, e serve principalmente para os guerreiros mostrarem a sua supremacia e determinação antes de cada batalha.

Pela parte que me toca, ver uma data de gigantes a executá-la desta maneira, serve perfeitamente para me sentir intimidado. Se Portugal calhar de jogar contra os neozelandeses, juro que desejo que o jogo seja fácil para os de preto. É que, caso contrário...

Vejam. E reparem na cara da equipa sul-africana. Dá a idéia de que a coisa resulta mesmo.


sexta-feira, março 23, 2007

Ok, assim rapidinho, rapidinho, mesmo antes de ir almoçar:


Quente e boas do Barraco mais musical do universo!!!

O álbum novo da Feist, uma das nossas all time favorites e que volta a deslumbrar. Literalmente. O single, que julgo ser I'm Sorry, é daqueles feitos para ouvir em loop, durante horas a fio sem nunca cansar. A senhora sabe mesmo os truques todos;

O tributo à grande Joni Mitchell, recheado de outros grandes nomes. Sufjan Stevens, Björk, Cassandra Wilson, Prince, Brad Mehldau, Elvis Costello e a pérola, como não podia deixar de ser, Caetano Veloso. O homem não se limita a fazer covers de músicas conhecidas. Pega-lhes à bruta e apodera-se delas como se nunca tivessem sido de mais ninguém.

Outro tributo, desta feita dedicado a um músico menos conhecido do grande público, John Fahey. Ainda não investiguei, mas aparentemente é um guitarrista americano. Assim que tiver a certeza, clarifico, ok?
Os artistas presentes são de uma galáxia diferente da dos que homenagearam Joni Mitchell, mas nem por isso menos importantes. O repetente Sufjan Stevens, Calexico, Lee Renaldo, M. Ward e a jóia da coroa, ainda melhor do que a pérola da outra colectânea, Devendra Banhart. Absolutamente maravilhosa a musiquinha instrumental com que o rapaz nos presenteia. Uma das músicas mais delicadas e bonitas da sua curta, mas magnífica carreira. Daquelas que obrigatoriamente faria parte de um seu best-off - sabendo-se que compilar músicas de Banhart para um best-off, seria tarefa quase impossível de realizar.
Vou aprender uns truques com os do Barraco, de modo a conseguir publicar ficheiros de música - sem ter de recorrer ao You Tube ou a outros do género - só para conseguir deixá-la aqui.

Por fim, soube hoje que a 1 de Junho, o grande Andrew Bird vem a Braga!!! Ó os do Barraco, já sabiam desta? Ó o da Camapaínha, já tinha você conhecimento?
Vamos fazer uma mini-tour a Braga?

Karmabox With A View - Martin Solveig - Rejection

Altamente dançável e muito viciante...


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Impróprio para diabéticos.
Mas obrigatório para toda a gente...

quarta-feira, março 21, 2007



Não tenho nadinha para escrever.
Ando com a cabeça vazia e novamente com o fantasma dos olhos do meu avô.
Olhos destes não enganam ninguém e dizem muito de uma pessoa.

Karmabox With a view - Gotye - "Heart's A Mess"


Ok, paragem absolutamente obrigatória.
Alto e pára o baile, mesmo!!!
E por três razões importantíssimas:
é uma das descobertas musicais do ano - sempre pela mão acertada dos do Barraco;
é uma das músicas mais bonitas que vou ouvir este ano;
e um dos vídeos mais fabulosos que já vi.

Gotye é australiano, não o conheço de lado nenhum, mas vou estar muito atento ao futuro trabalho do rapaz.

Já disse: OBRIGATÓRIO!


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Eugenio de Andrade



Para comemorar o dia mundial da poesia...



Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

Eis que é chegado Dr. Miguel


Sim, é mesmo o nome dele. Tem oito meses, é endiabrado, eléctrico, muito carinhoso e caprichoso. É um encanto de gato. Mais um daqueles que sabe receber sempre que chegamos a casa, e que não se chateia nada em demonstrar o quanto o incomoda ver-nos a sair porta fora. Os vizinhos que o digam.

É o recém chegado gato da Bárbara, e algo me diz que está ali uma relação para durar.

segunda-feira, março 19, 2007




Gostava de deixar a música também, mas infelizmente ainda não anda por aí.
Fica a letrinha...

U


You lift me up
higher and higher
then it's downhill from here
you run me down
deep underground

To the point where I just can't remember
but then you turn me on

You
lift me up
you
run me down
you
turn me on

You lift me up
higher and higher
and I don't ever want you to stop
you're easily the only one
but for the time being I'm not sure what's going on

You
lift me up
you
run me down
you
turn me on


Thomas Dybdahl

sexta-feira, março 16, 2007

Ó Carlos, resolvi seguir o teu conselho e fui à procura de vídeos da companhia de dança contemporânea PILOBULUS. Os tais que animaram a entrega dos Oscares deste ano.

A meio da busca, lembrei-me de uma das companhias de dança mais conceituadas do mundo - e de que sou fã, não só pela qualidade dos bailarinos, mas também pelo arrojo visual em que sempre apostaram -, a JUILLIARD, de Chicago, e entre muitos e bons vídeos, achei este.
Sem palavras...

No próximo dia 27 comemora-se o dia mundial do teatro.
No fim de semana seguinte, mais concretamente no dia 31, Sábado, o TUP organiza uma leitura encenada - ainda a definir - seguida de festa rija. Comes e bebes e muita musiquinha, responsabilidade deste que vos escreve. Vai ser animado, apareçam!

Fica uma pequena amostra do que por lá vai acontecer....

quarta-feira, março 14, 2007

Adormecer e acordar contigo é a melhor coisa do mundo.
E é por isso que me custa tanto levantar-me de manhã para ir trabalhar e deixar-te na cama...

Impossible Is Nothing

Gilbert Arenas


terça-feira, março 13, 2007

Gosto de ter cá, Ana.
É bom conversar contigo. E conversamos sempre de coisas interessantes.
Ontem, de como as palavras são, muitas das vezes, abraços. E que, como todos os abraços, não se devem desperdiçar mas sim serem entregues a quem as merece.
Mas nem sempre é assim.
Dei-me conta de que há dois tipos de pessoas: as que só nos chamam a atenção para o que fazemos mal e nunca - por receio ou ... - para o que fazemos bem, e as pessoas que facilmente nos abraçam com palavras boas e nunca - por terem um estranho pudor - nos alertam para o que fazemos mal.
E não devia ser assim.
Devia ser fácil dizer tudo, especialmente dizer os abraços.
Como é fácil dizer que gosto de ti.
Porque me fazes rir.
Porque és uma excelente e sempre entusiasmada contadora de histórias.
Porque me fazes recordar do quanto gosto de Nova Iorque e das sensações tão boas que a cidade me traz.
Pelos melhores abraços do mundo. Indiscutivelmente os melhores.
Volta sempre e sempre.

Impossible Is Nothing

David Beckham







De regresso a Thomas Dybdahl, e ao seu último álbum, para dizer que se tornou já um dos melhores discos de 2007 e, para já, o meu-disco-preferido-para-ouvir-à-janela-enquanto-fumo-o-último-cigarro-da-noite.
Bocadinhos de Kings Of Convenience, com pozinhos de Josh Rouse, harmónica e steel guitar num bom estilo country e violino folk.
Só podia ser bom...


sábado, março 10, 2007

Impossible Is Nothing...

Há um par de anos a ADIDAS surpreendeu o mundo da publicidade com uma série de anúncios simples e eficazes - mesmo retratando situações impossíveis, algumas delas misturando atletas de hoje com outros já desaparecidos.

Agora resolveu simplificar ainda mais, e o resultado é ainda mais brilhante

Em baixo, um dos da primeira série, seguido por dois da mais recente - um dos quais, inclusive, com musiquinha do senhor Ed Harcourt.

Belíssimos...







Karmabox - Very Special Edition



Mantendo a nostalgia dos anos oitenta que tem marcado a escolha dos vídeos que publico - mas noutra onda totalmente diferente e pouco Pop -, optei por recuperar uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos. Uma de quem ouço os discos em ritmo non stop. Assim que acabam, volto à primeira música.
Senhoras e senhores, os Cocteau Twins.
Se não conhecem ouçam. Provavelmente, esta é uma das músicas mais bonitas alguma vez compostas.
E acho que os do Hug The DJ e da Campaínha concordam totalmente comigo.
Verdade?

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sexta-feira, março 09, 2007

Ó Bruno, eu até gosto de ti, meu, mas perfeito, perfeito, era tu não teres feito estes anúncios...

Ó Carlos, ainda não é desta que te agradeço pelo fantástico vídeo que me dedicaste no teu blog, mas garanto-te, é uma excelente prendinha.
Sei que vais gostar.

Chamam-se MALAJUBE e são do Canadá...


Voltaren



(Que não é mais nem menos do que Diclofenac de potássio).


Por força de uma contractura muscular nas costas que practicamente me deixa entrevadinho, acabei de meter ao bucho o primeiro de muitos Voltaren.

Curioso como sou, resolvi adiantar-me à hora de ir ao WC, e deitei olhos à bula - adoro esta palavra.

No capítulo sempre interessante dos efeitos secundários, pode-se ler esta pérola:


Para além dos seus efeitos desejáveis (lindo), Voltaren Rapid comprimidos revestidos, como qualquer outro medicamento (fiquei muito mais descansado...), pode provocar, por vezes, efeitos adversos. Neles se incluem Mal-estar gástrico ou indisposição, azia, vómitos, diarreia, cãibras abdominais, flatulência (tinha de ser...), perda de apetite, dores de cabeça, tonturas, exantema (que para quem não sabe, é uma erupção cutânea).


E até aqui tudo bem. Ok, as reacções indesejadas não são a melhor coisa do mundo, mas também não me são nenhum drama.

O pior veio em seguida...


Efeitos indesejados raros (em menos de 1% dos doentes tratados): vómitos com sangue (blargh), fezes negras (bom nome para uma banda de Death Metal), úlceras do estômago ou do intestino, diarreia com sangue, obstipação, sonolência, tremor dos membros, desorientação, perturbação da visão (por ex. visão desfocada ou dupla), problemas auditivos, zumbidos, insónia, irritabilidade, convulsões, depressão, tremores, urticária, reacções cutâneas graves, perda de cabelo, aumento da sensibilidade da pele à luz solar, púrpura, perturbações renais com aparecimento de tumefacção da face, pés ou pernas, redução súbiota do volume urinário, urina com sangue, perturbações hepáticas com amarelecimento da pele ou olhos, por vezes acompanhadas de temperatura elevada ou edema e dor à palpação do quadrante superior direito do abdómen, sintomas de perturbações hematológicas graves tais como dor de garganta persistente e febre elevada, reacções alérgicas tais como pieira, sensação de falta de ar ou de desmaio, pressão arterial elevada.


Ou seja, o meu primeiro pensamento foi "FO##-SE!!!".

Mas em seguida pensei melhor e concluí que, com uma simples toma de Voltaren Rapid, podemos armar o maior escândalo numa tarde de Sábado no shoping, vomitar, rasgar tudo, cagar bem pretinho, cuspir sangue, pintar verdadeiramente a manta e deitar as culpas para um pequenino comprimido cor-de-rosa-velho.

É a maravilha da ciência, meus amigos. A maravilha da ciência.
Umas palavrinhas acerca da minha série de televisão preferida do momento, My Name Is Earl.
É idiota, parva, ridícula e louca como já há muito não se via. Foge aos cânones do clássico Soap Opera - até porque não o é - e refresca a comédia americana. Ou melhor...
Numa altura em que está para estrear a longa metragem dos Simpsons, e em que se fala numa outra mas em imagem real, parece-me que o universo de Earl e dos seus inacreditáveis amigos - e irmão, um genial Ethan Suplee -, é o que mais se aproxima do dessa famosa série de animação. A idiotice é a mesma.
Ora comprovem.



Para além disso, e segundo palavras dos próprios actores, a borga estendia-se às filmagens. De tal maneira que se dedicaram a filmar quase tudo o que faziam nos bastidores. Esta é para o público masculino deste blog. Acreditem, vai-vos tirar o sono, meus meninos. Ó Zé, era untá-la e pronto...

Karmabox With A View - Kelis feat. C-Lo - "Lil' Star"

Musiquinha nova da menina Kelis, e bem bonita por sinal...
Ó, os do Barraca, já há por aí o álbum novo da moça?




There is nothing special about me
I am just a lil star
If it seems like I'm shining
It's probably a reflection of something you already are
I forget about myself sometime
When there's so many other around
When deep inside you feel the darkest
That is where I can always be found
That is where I can always be found
That is where I can always be found

Just keep trying and trying
It's just a matter of timing
Though the grinding is tiring
Don't let 'em stop you from smiling
Just keep trying and trying
Sooner or later you'll find it
It's surprising how inspiring
It is to see you shining
Cause in the dark of the night you're all i can see
and you sure look like a star to me

There is nothing special about me
I am just a lil star
If you try to reach out an touch me
you'll see that I'm not really that far
I may not be the brightest nor am I the last one you’ll see
But as long as you notice, that’s just fine with me
Everything’s just fine with me
Everything’s just fine with me

Just keep trying and trying
It's just a matter of timing
Though the grinding is tiring
Don't let 'em stop you from smiling
Just keep trying and trying
Sooner or later you'll find it
It's surprising how inspiring
It is to see you shining
Cause in the dark of the night you're all i can see
and you sure look like a star to me

There is nothing special about me
I am just a lil star
I’ve been running and jumping, but barely
Getting, getting over the bar
I plan on being much more than I, am but that's in due time
But until then I'm guilty, and being humans my crime
Just Being human that is my crime
Being human that is my crime

Just keep trying and trying
It's just a matter of timing
Though the grinding is tiring
Don't let 'em stop you from smiling
Just keep trying and trying
Sooner or later you'll find it
It's surprising how inspiring
It is to see you shining
Cause in the dark of the night you're all i can see
and you sure look like a star to me

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quarta-feira, março 07, 2007



E para fechar o dia em grande - acho eu - o trailer do segundo filme destravado-psicótico-acelerado do ano, Smokin' Aces.
Vou vê-lo em breve e depois falo. Mas que a coisa promete, promete.


Karmabox With a view - Blasted Mechanism - "All The Way"



E já que é de música nacional que falamos, então uma olhadela ao novo disco dos Blasted Mechanism impõe-se.
Voltaram-se a reinventar, quer ao nível da sonoridade, quer ao nível do aspecto visual, e lançam, desde já, um single orelhudo e que fica imediatamente memorizado.
E pelo caminho recuperaram dos «mortos», um tal de Rão Kyao...


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Karmabox With a view - Nuno Prata - "Nada é Pior"


Estejam atentos.
Nuno Prata lançou há bem pouco tempo o seu primeiro álbbum a solo, e pela amostra, é um dos bons.
Já conhecia estas andanças do antigo baixista dos Ornatos Violeta dos tempos em que ainda o projecto se chamava Nuno e Nico.
Ouçam esta amostrinha, filmada aquando da apresentação do disco na FNAC...



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Finalmente tive tempo para espreitar um post que está disponível no blog das primas - já sabem, ali ao lado.
Um post em que podemos assistir ao discurso inspirado de Bono, ao receber um prémio especial pela acção que tem vindo a desenvolver na luta contra a pobreza.
Nesse discurso, e como quase sempre que Bono fala, o músico menciona um outro líder, Martin Luther King, e na sua opção de não odiar por saber que o amor seria suficiente para resolver tudo. Foi um sonho. Mas essa foi a idéia que para sempre ficou na memória dos que já o ouviram, e que já encheu cartazes, t-shirts e campanhas publicitárias desde então. I Have a Dream.

Resolvi publicar aqui o majestoso discurso que o reverendo King deixou como legado ao mundo naquela tarde em Washington. merece ser ouvido e relembrado. Faz falta.

"I am happy to join with you today in what will go down in history as the greatest demonstration for freedom in the history of our nation.

Five score years ago, a great American, in whose symbolic shadow we stand today, signed the Emancipation Proclamation. This momentous decree came as a great beacon light of hope to millions of Negro slaves who had been seared in the flames of withering injustice. It came as a joyous daybreak to end the long night of their captivity.

But one hundred years later, the Negro still is not free. One hundred years later, the life of the Negro is still sadly crippled by the manacles of segregation and the chains of discrimination. One hundred years later, the Negro lives on a lonely island of poverty in the midst of a vast ocean of material prosperity. One hundred years later, the Negro is still languishing in the corners of American society and finds himself an exile in his own land. So we have come here today to dramatize a shameful condition.

In a sense we have come to our nation's capital to cash a check. When the architects of our republic wrote the magnificent words of the Constitution and the Declaration of Independence, they were signing a promissory note to which every American was to fall heir. This note was a promise that all men, yes, black men as well as white men, would be guaranteed the unalienable rights of life, liberty, and the pursuit of happiness.

It is obvious today that America has defaulted on this promissory note insofar as her citizens of color are concerned. Instead of honoring this sacred obligation, America has given the Negro people a bad check, a check which has come back marked "insufficient funds." But we refuse to believe that the bank of justice is bankrupt. We refuse to believe that there are insufficient funds in the great vaults of opportunity of this nation. So we have come to cash this check — a check that will give us upon demand the riches of freedom and the security of justice. We have also come to this hallowed spot to remind America of the fierce urgency of now. This is no time to engage in the luxury of cooling off or to take the tranquilizing drug of gradualism. Now is the time to make real the promises of democracy. Now is the time to rise from the dark and desolate valley of segregation to the sunlit path of racial justice. Now is the time to lift our nation from the quick sands of racial injustice to the solid rock of brotherhood. Now is the time to make justice a reality for all of God's children.

It would be fatal for the nation to overlook the urgency of the moment. This sweltering summer of the Negro's legitimate discontent will not pass until there is an invigorating autumn of freedom and equality. Nineteen sixty-three is not an end, but a beginning. Those who hope that the Negro needed to blow off steam and will now be content will have a rude awakening if the nation returns to business as usual. There will be neither rest nor tranquility in America until the Negro is granted his citizenship rights. The whirlwinds of revolt will continue to shake the foundations of our nation until the bright day of justice emerges.

But there is something that I must say to my people who stand on the warm threshold which leads into the palace of justice. In the process of gaining our rightful place we must not be guilty of wrongful deeds. Let us not seek to satisfy our thirst for freedom by drinking from the cup of bitterness and hatred.

We must forever conduct our struggle on the high plane of dignity and discipline. We must not allow our creative protest to degenerate into physical violence. Again and again we must rise to the majestic heights of meeting physical force with soul force. The marvelous new militancy which has engulfed the Negro community must not lead us to distrust of all white people, for many of our white brothers, as evidenced by their presence here today, have come to realize that their destiny is tied up with our destiny and their freedom is inextricably bound to our freedom. We cannot walk alone.

As we walk, we must make the pledge that we shall march ahead. We cannot turn back. There are those who are asking the devotees of civil rights, "When will you be satisfied?" We can never be satisfied as long as the Negro is the victim of the unspeakable horrors of police brutality. We can never be satisfied, as long as our bodies, heavy with the fatigue of travel, cannot gain lodging in the motels of the highways and the hotels of the cities. We can never be satisfied as long as a Negro in Mississippi cannot vote and a Negro in New York believes he has nothing for which to vote. No, no, we are not satisfied, and we will not be satisfied until justice rolls down like waters and righteousness like a mighty stream.

I am not unmindful that some of you have come here out of great trials and tribulations. Some of you have come fresh from narrow jail cells. Some of you have come from areas where your quest for freedom left you battered by the storms of persecution and staggered by the winds of police brutality. You have been the veterans of creative suffering. Continue to work with the faith that unearned suffering is redemptive.

Go back to Mississippi, go back to Alabama, go back to South Carolina, go back to Georgia, go back to Louisiana, go back to the slums and ghettos of our northern cities, knowing that somehow this situation can and will be changed. Let us not wallow in the valley of despair.

I say to you today, my friends, so even though we face the difficulties of today and tomorrow, I still have a dream. It is a dream deeply rooted in the American dream.

I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident: that all men are created equal."

I have a dream that one day on the red hills of Georgia the sons of former slaves and the sons of former slave owners will be able to sit down together at the table of brotherhood.

I have a dream that one day even the state of Mississippi, a state sweltering with the heat of injustice, sweltering with the heat of oppression, will be transformed into an oasis of freedom and justice.

I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.

I have a dream today.

I have a dream that one day, down in Alabama, with its vicious racists, with its governor having his lips dripping with the words of interposition and nullification; one day right there in Alabama, little black boys and black girls will be able to join hands with little white boys and white girls as sisters and brothers.

I have a dream today.

I have a dream that one day every valley shall be exalted, every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight, and the glory of the Lord shall be revealed, and all flesh shall see it together.

This is our hope. This is the faith that I go back to the South with. With this faith we will be able to hew out of the mountain of despair a stone of hope. With this faith we will be able to transform the jangling discords of our nation into a beautiful symphony of brotherhood. With this faith we will be able to work together, to pray together, to struggle together, to go to jail together, to stand up for freedom together, knowing that we will be free one day.

This will be the day when all of God's children will be able to sing with a new meaning, "My country, 'tis of thee, sweet land of liberty, of thee I sing. Land where my fathers died, land of the pilgrim's pride, from every mountainside, let freedom ring."

And if America is to be a great nation this must become true. So let freedom ring from the prodigious hilltops of New Hampshire. Let freedom ring from the mighty mountains of New York. Let freedom ring from the heightening Alleghenies of Pennsylvania!

Let freedom ring from the snowcapped Rockies of Colorado!

Let freedom ring from the curvaceous slopes of California!

But not only that; let freedom ring from Stone Mountain of Georgia!

Let freedom ring from Lookout Mountain of Tennessee!

Let freedom ring from every hill and molehill of Mississippi. From every mountainside, let freedom ring.

And when this happens, When we allow freedom to ring, when we let it ring from every village and every hamlet, from every state and every city, we will be able to speed up that day when all of God's children, black men and white men, Jews and Gentiles, Protestants and Catholics, will be able to join hands and sing in the words of the old Negro spiritual, "Free at last! free at last! thank God Almighty, we are free at last!"



É pena saber que os seus 17 minutos vão afastar toda a gente de o ver e ouvir...

Nacho Libre


Já tinha falado deste filme aqui há umas semanas. Na altura tinha visto o trailer e ficado deveras impressionado.
Ontem, finalmente, tive a oportunidade de o ver no conforto de um lar. E posso garantir: é de ir às lágrimas.
É uma das melhores comédias que vi nos últimos tempo. Insana, destravada, disparatada e parva. Nem mais.
A história?
Aqui vai: Ignácio é um frade que vive e trabalha num colégio de órfãos, e cuja única responsabilidade é cozinhar para os petizes - e nem isso sabe fazer, aliás, Ignácio não tem jeitinho nenhum para qualquer uma função religiosa - e que esconde um sonho, por força deste ser considerado pecado pela própria igreja que ele serve, o de se tornar Nacho, um luchador de lucha libre, contando para isso com a preciosa ajuda de Esqueleto, um indigente meio-selvagem-intelectual que não acredita em Deus mas na ciência, e que carrega uma leve suspeita de homosexualidade - brilhante a cena das bonecas de porcelana, e mais ainda aquela em que vemos o frade a «baptizar» Esqueleto - e que Ignácio salva das ruas utilizando para isso uma armadilha de nachos, sim, leram bem, nachos(!).
Uffa!

Ou seja, o que temos é uma história simples, de um patinho feio que a muito custo lá acaba por tornar o seu sonho realidade, preenchidas por personagen completamente alucinadas e ridículas, diálogos absolutamente geniais, situações cómicas totalmente idiotas e disparatadas e uma jóia chamada Jack Black.
Sou fã do homem. Considero-o mesmo como um dos melhores actores cómicos da actualidade. E o realizador fez precisamente o que qualquer pessoa inteligente faria na sua situação: deu total liberdade a Black, e o resultado é sinceramente genial.

Para além disso, o filme conta também com uma banda sonora fantástica, que vai a todas, de Beck a Caetano Veloso, de Los Lobos a Danny Elfman, passando obrigatoriamente pelas músicas que Jack Black canta, ora a solo, ora na companhia de uns certos Mucho Macho Acapulco.

Brilhante, brilhante, brilhante.
Brilhante Jack Black.
Brilhante o seu side-kick.
Brilhante, brilhante o guarda-roupa.
Brilhantes as musiquinhas.
Brilhante o nonsense.

Brilhante a cena do ninho da águia.

Brilhante a cena em que Nacho mostra o seu «belo» rabo à freira (sim...).

Brilhante a motorizada.
Ao ponto de várias vezes ter feito rewind para ver algumas cenas uma e outra vez.
Se não tivesse de o entregar hoje, vi-ao mais duas vezitas...









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terça-feira, março 06, 2007

A Traição É Uma Forma De Expressão

E até já houve quem tivesse concordado comigo, no outro post-teaser que dediquei a este tema.
Tenho ouvido tanta gente falar e discorrer acerca da traição que resolvi pensar um bocadinho nela.

Já traí e fui traido e naturalmente sei bem ao que sabem ambas as situações.
Sei também - não só, mas também pelas opiniões dos outros - que existem diversas formas de traição e a variadíssimos níveis. Vou-me debruçar sobre a única forma de traição que conheço bem. A amorosa (palavra mais ridícula, certo?). As outras, felizmente nunca me fizeram dano e nem tão pouco terei feito uso delas. Felizmente.

Bem, segundo o que tenho ouvido, existem tantas formas de trair alguém numa relação (lá está, amorosa), que já se devia ter criado um livro de receitas em torno desta tão secular forma de expressão.
Temos, portanto:
a traição que nasce no cérebro e que nos faz pensar numa determinada pessoa de uma forma mais atrevida. Pensar nela e imaginar fazer-lhe coisas menos católicas.
A traição vinda directa do coração, e possivelmente aquela que mais nos abanana e baralha.
Existe também a traição do que se diz a determinada pessoa e que, supostamente, estaria guardado para o namorado/a, amigo/a colorido/a, mulher ou marido. Nos dias que correm, e graças ao evoluir dos meios de comunicação - leia-se messenger, Gmail, mensagens de telemóvel e outros de que não me lembro -, esta última forma de traição conquistou um lugar muito especial no pódium das diversas formas de dar uma bela facadinha. É quase ingénua, não suja nada e nem deixa marcas. Se se for cuidadoso, claro. Mas magoa na mesma. E de que maneira...
Imaginem-se na pele de quem descobre algo, normalmente só seu, ser dedicado a outra pessoa. Pensem naquelas coisas mais preciosas que ficam sempre guardadas num cantinho especial de uma relação - aquelas que queremos sempre acreditar que nunca tinham sido ditas a mais ninguém -, e imaginem ao que sabe descobrir que essas mesmas palavras são usadas em jogos e brincadeiras, mais ou menos inocentes, com outra pessoa. Outra que não vocês. Só pode doer, não é?
Eu sei disso. Dói.

E é por isso mesmo - ou também por isso - que a traição é uma forma de expressão. Gostamos de evidenciar esse lado escondido de quem diz, faz ou pensa de uma forma «ilegal». Neste caso, «ilegalmente» sexual. Mesmo que não tiremos nenhum pedaço a ninguém. A idéia de criarmos esta imagem infantil; de criarmos uma personagem que só existe numa mensagem de telemóvel - mas que na verdade existe bem dentro de nós; esta idéia excita-nos a imaginação e mantém-nos vivos. Mantém o sangue a borbulhar, e todos gostamos dessa sensação, mesmo que a consigamos dominar.
Mas dói à brava.
E entristece. E cria a certeza de que algo de muito mau poderá estar para acontecer.

karmabox With A View - Tahiti 80 - "Changes"

E pronto, mais uma das descobertas deste ano, sempre e certadamente pela mão dos do Barraco Mágico, donos do Hug The DJ.
Os moços chamam-se Tahiti 80, são franceses e usam e abusam da Pop Lareta que tem vindo daqueles lados da Gália. fazem telediscos igualmente laretas e só foi pena não ter encontrado o da música que mais me vai agradando, Open Book.
Mas esta não vai nada mal, ora ouçam lá.


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Com mil raios, e não é que quase me esquecia de falar de um dos melhores filmes que vi este ano no Fantasporto?
Aachi and Ssipak, do coreano Joe Burn-Jin, o primeiro filme-desbunda do ano. A primeira trip cinéfila da temporada, ainda antes de Aces High - de que falarei noutra altura, e do díptico de tarantino e Rodriguez, do qual já podem ver o trailer, algures neste blog - e um dos filmes que, se estivesse a concurso, facilmente teria concorrido para o prémio de público, tal foi a aceitação.
Não há grande forma de o descrever. É mesmo destravado, lunático, insano e completamente disparatado. E foge um bocadinho ao estilo manga a que já estamos habituados, não só na temática como no traço.
Nem digo mais nada, a não ser: Senhor Moura, esteja atento!!!

Vejam lá...


segunda-feira, março 05, 2007

A traição é uma forma de expressão


Podia ser só uma frase decorativa, mas não é.
Surgiu-me há dias, sem mais nem menos, mas contém substância.
Para explorar. Aqui. Não tarda.


Ontem tive finalmente a oportunidade de assistir a um episódio do tão falado programa de Herman José, Hora H.
E tem sido falado e mal falado. Já li as piores coisas das mais variadas vozes críticas. Umas com moral, outras nem por isso. É sempre assim.
Até agora tinha-me mantido calmamente à espera. Ainda não tinha visto mais do que um trailer, e isso, obviamente, não chega nem sequer para começar a aquecer as teclas do computador.
Até ontem à noite.
E a verdade é só uma: o programa é mau.
Paciência, não há nada a fazer. É mau e é mesmo muito mau. Porquê? porque pura e simplesmente não tem piada. Não faz rir. Nunca.
Os textos são gastos e já reciclados de outras produções à lá Herman. As personagens são mazinhas, os actores sofríveis, chegando mesmo - nos casos de Manuel Cruz e de um tal César, que nunca devia ter saído do programa da Fátima Lopes - a serem paupérrimos. Para além disso, tudo naquele programa gira inevitavelmente em torno da estrela da companhia. Estrela que se esqueceu ser já uma estrela sem o brilho de outros tempos. Uma estrela de Vaudeville que saíu de moda e caíu em desgraça, mas que continua convencida de que, com um eyeliner aqui, uns glitters ali e uma boa peruca, tudo volta a ser como dantes. Desengane-se, senhor Herman. O seu tempo e qualidade já lá vão. Parou no tempo, e isso, é um erro demasiado grande para ser contornado. Mesmo que tente gozar com o seu monstruoso e gigantesco ego eternamente inchado.
Tudo o que pode ser visto no Hora H já foi visto vezes sem conta, não só noutras séries de Herman José, como nas suas incontáveis rábulas e sketches dos intermináveis programas de televisão. Este, já não foi o último fôlego. Este foi um fôlego do além. Muito além.

O único momento que foi capaz de me forçar um sorriso ainda mais inócuo que o da Sô Dona Mona, foi alcançado pela inefável Maria Rueff, essa sim, uma enorme actriz de comédia, e a única que consegue segurar as pontas quanto tudo ao seu redor cai em ruínas. Excelente air bag arranjou Herman, ao descobrir esta moça que faz de tudo um pouco e mais qualquer coisinha. Só é pena continuar a não conseguir vencer para lá do âmbito Herman. Paciência.

Já agora, e em jeito de conspiração: porque terá Joaquim Monchique desistido - ou sido afastado - de um grupo ao qual pertencia há tanto tempo?






Horas antes, tinha estado a ver o programa dos Gato Fedorento. Qual programa? Exacto. Nenhum programa. Esles não têm programa. O que têm é uma manta de retalhos de má qualidade, tão podres que já não os conseguem cozer uns aos outros. E o que nos é dado a ver, são pedaços de qualquer coisa que não se entende e nem sequer é bem feita, e, mais uma vez, sem qualquer tipo de piada, graça ou graçola. Nem para sorrir inocuamente.
O... vá lá, «programa» dos quatro rapazes que outrora foram radicais, é preguiçoso, badocha, acomodado, sonolento e, mais grave, pretensioso e vaidoso.
Alguém devia avisar os moços que já morreram, é que já começa a cheirar malzito...

Karmabox With A View - Curiosity Killed The Cat - "Down To Earth"

O grande Miguel da Campaínha pediu, e aqui o blog aceitou sem questionar.
Os Curiosity Killed The Cat foram uma das minhas bandas Pop dos oitenta favoritas. A tal ponto que cheguei a comprar um chapéu igualzinho ao do senhor vocalista.
Riam-se á vontade. Numa época em que a Pop se tornava leve, fresquinha e inovadora, os Curiosity foram um dos nomes maiores e dos mais seguidos, por fãs, e por bandas que lhes seguiram.
E sabem que mais? Ainda não fazem má figura.



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Karmabox With A View - Prefab Sprout - "When Love Breaks Down"

Mais uma dos idos oitenta...
Conheço algumas mocinhas e mocinhos que ainda não tinham idade para se lembrarem desta.
Que deprimente.



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A minha vida é um caos.
Parece organizada, mas não é.
É um caos.
Sou tão desorganizado que tenho dezenas de agendas que nunca foram utilizadas como tal. Não sei organizar a minha vida. Desenho-lhe em cima.
Tenho as minhas coisas divididas por duas casas e uma mala de carro. Onde chove. Na mala, não nas casas.
E continuo sem dar seguimento a tantos projectos que me enchem de vontade e orgulho no momento em que os penso, para acabarem como arma de suicídio de cada vez que os coloco na prateleira.
E nem me consigo organizar de modo a acabar este texto antes do fim da hora do almoço...

Fantasporto 2007 - Final


E do final pouco ou nada há a dizer.
A qualidade dos filmes baixou drasticamente, e pouco mais haveria a acrescentar. Um festival que até começou bem, mas que acabou por ceder aos problemas do costume.
Em 51 sessões apresentadas no Grande Auditório do Rivoli, 10 eram provenientes de países do oriente - Coreia, China, Hong Kong e Japão -, e seis de nuestros hermanos. Conclusões? Muito claras. Falta de variedade de cinematografias e a certeza - muito mais do que uma sensação - de que o Fantasporto é uma instituição comprometida com interesses de distribuidoras dos países referenciados. É pena, porque isso não contribuiu em nada para um aumento de qualidade do certame.

De resto...
Fica na retina o muito bom The Cloud, do alemão Georg Schnitzler. Podia ser um filme catástrofe, já que trata de uma monstruosa fuga radioactiva que ameaça uma pequena cidade alemã e todos os seus ocupantes. No entanto, e depois do caos inicial e natural, The Cloud passa directamente para um filme acerca de um amor plantado no meio de uma situação dramática e tão potencialmente real. E o filme não tenta disfarçar essa intenção panfletária. É claramente um aviso aos senhores do nuclear.
Mas é um filme. E bom, diga-se. E mostra-nos algo em que o Fantas costumava ser pródigo: novidade. Neste caso na figura de uma actriz juvenil mas que se comporta como se já tiveese décadas de profissão. Merecia, provavelmente, outro tipo de atenção por parte do juri na hora de premiar as interpretações, mas... Sobre isso não me vou pronunciar.

E quanto a esses tais prémios...
Consultem o site oficial. E é só.

A sessão de encerramente prometia, como já tinha aqui afirmado.
Acabou por ser uma pequena desilusão. Não sendo um mau filme, The Fountain, de Darren Aronofski, também não chega nunca a arrancar verdadeiramente. É morno, algo confuso, e nem por isso bem interpretado. O realizador prometia, já que era responsável por dois anteriores filmes, muito originais e fresquinhos. A frescura ficou-se por ali. Excelente banda sonora, presumo que da responsabilidade dos Kronos Quartet - que já haviam assinado a partitura de Requiem For A Dream, a obra anterior de Aronofski.



Portanto, mais uma vez o Fantas a deixar um sabor de boca pouco intenso e sem sal nenhum. E, mais uma vez, sempre pelas mesmas razões, o que não deixa antever nada de bom para as próximas edições.

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Acerca do tal fim de semana em Lisboa


... e como felizmente estes amigos não têm mariquices de direitos de imagem...






sexta-feira, março 02, 2007

E para não perder o embalo, duas musiquinhas daquelas verdadeiramente irresistíveis, mas de que nem sempre nos lembramos nos momentos de reavivarmos a memória juvenil.
O grande Robert Palmer - infelizmente já a cantar no heavenly choir -, sempre cheio de energia e de meninas bonitas. Bom fetiche ó Palmer.
She's so fine...


SIMPLY IRESISTIBLE




ADDICTED TO LOVE


Karmabox With A View - Especial dedicatória - Blow Monkeys - "Digging Your Scene"

Para os companheiros de vadiagem, Hug The DJ e Campaínha Eléctrica.
Digam lá se até não traz uma lagrimazinha ao cantinho do olho?
Temos de combinar uma party de nostalgia pura: música dos 80, regada a Vodka do século XXI.
Bute?



Vou procurar mais oldies goldies para partilhar com quem sabe mais do que eu destas coisas...

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Para verem como ando «concentrado»...
Passou-se o segundo aniversário deste blog sem que eu lhe desse a devida atenção.
Mais precisamente dia 22 de Fevereiro de 2005. Foi aí que isto começou, para bem ou para mal.
A idéia era utilizar este espaço para expor os meus desenhos - e uma ou outra idéia.
Desenhos não foram muitos, o que prova que é algo em que não tenho investido muito tempo. Quanto às idéias, bem, essas foram já mais do que muitas.
Para ser sincero, este blog tornou-se numa coisa completamente inesperada. A sério.
Um terço dos seus posts foram dedicados a uma determinada altura da minha vida - a mais movimentada de sempre - e a uma pessoa. Não foi uma altura particularmente fácil ou mesmo feliz, e isso fez-se sentir no que fui escrevendo e nas vossas opiniões. Fui criticado - como ainda sou - por expôr demasiado a minha vida pessoal, mas isso, como já expliquei, é algo em que nem sequer penso quando escrevo.
Passada que está essa fase, os textos voltam-se a ressentir e provavelmente não são tão inspirados - se é que alguma vez o foram - e não despertam tanto a atenção de quem por cá passa. Não deixa de ser curioso. A tristeza inspira-me... E inspira-vos.
Faz-me imensa companhia, este blog. Sinto-me tremendamente bem, sempre que abro uma janela nova. Sempre que procuro um vídeo ou um texto para publicar aqui. Não sei explicar nem acho que seja necessário. Quase todos os que o espreitam têm blogs seus e devem sentir o mesmo. É um vício. Não há como fugir a isso.

Mas enfim, o que eu gostava mesmo era de acreditar que ainda não desistiram de ser espectadores deste meu mundo. Pode não ser sempre interessante - nem para mim o é -, mas é honesto - segundo vocês, demasiado - e é sinónimo da confiança e do carinho que sinto pelos que cá vêm, uma e outra vez.
Voltem sempre, vou tentar manter o blog vivinho da silva.

quinta-feira, março 01, 2007

Rapidinhas do Fantas

Com seis dias de filmes no bucho posso concluir que a média do Fantasporto deste ano não me parece ser tão mazinha quantos a das últimas duas edições. Continuam a existir critérios que ninguém entende - como a calendarização irreal das obras a concurso. É practicamente unânime que os melhores filmes têm sido exibidos às primeiras horas da tarde e não no chamado horário nobre do festival -, mas isso já é velho hábito da organização.

Quanto ao que realmente interessa...
E só para falar de uma mão cheia de filmes que realmente me deixaram satidfeitinho.
Começando pela surpresa do festival, o filme tuga Suicídio Encomendado, de Artur Serra Araújo. Tentando explicar aos que o não tinham visto, de que tipo de filme se tratava, disse ser como "uma daquelas comédias nórdicas que volta e meia são exibidas no Fantas". Porque é de uma comédia que se trata este filme, e porque é uma comédia nonsense e disparatada, mas inteligente e sempre fresca e muito original. Para os nossos padrões, está claro. O argumento é bom e sempre sólido, os actores estão todos muito bem, e há uma sensação de humildade que absolutamente nos conquista a simpatia. Estou certo de que não vai ser esquecido na altura de atribuir prémios.
Um pormenor: contou com a valia técnica de um senhor amigo, chamado Henrique da Silva e com quem tive o prazer de trabalhar na Região Estrangeira. Abraço, brazuca!

Na sinopse no programa do Fantas, podemos ler que a prestigiada revista Variety considerou ser The Host um filme de terror como nunca antes tinha sido feito. Ok, até pode ser. Mas temos de ter sempre muito cuidado com o enquadramento destas citações. Nunca sabemos se nunca tinha sido feito um filme de terror tão mau, ou um tão bom.
Seja como for...
O filme não é, de facto mau, mas também não é assim lá grande fartura. Está muito bem feito, sim senhora, mas o argumento de que basta um cientista meio louco atirar com uns poucos de resíduos tóxicos para o meio do rio para de lá sair quase instantaneamente um bicharoco horrendo e voraz já não convence ninguém. Ok? E o registo meio cómico escolhido pelo coreano Bong Joon-Ho para representar a família que serve como fio condutor da história não funciona assim tão bem. Mas enfim, entreteve e isso já é dizer muito.




Isabella, de Ho Cheun Pang, de Honk Kong, foi o filme docinho desta edição do Fantas. Ultimamente tem havido sempre pelo menos um, e sempre das terras lá do oriente.
A acção passa-se em Macau a pocous dias da transferência do território para as mãos da toda poderosa China- Acompanhamos então esses dias pela óptica de um polícia boémio e assim a atirar para o coruupto e para a filha que ele não conhecia e que veio à procura do pai que a tinha abandonado ainda na barriga da progenitora. O filme é mesmo doce. As personagens são mesmo doces, e a música que as acompanha - e que, nem de propósito, foi premiada com o Urso de Prata do festival de cinema de Berlim, e que até tem por lá um faduncho da Marisa - é lindíssima e funciona sempre como uma personagem ausente da nossa vista. Gostei imenso e começo a perceber que já desenvolvi um carinho especial por este tipo de cinematografia oriental, que foge por completo aos cânones do cinema fantástico e de acção que o Fantas há já uns anos nos tem vindo a impingir.




De Sketches Of Frank Gehry basta-me dizer que é um documentário realizado pelo ilustre Sydney Pollack, e que é uma homenagem ao seu amigo - a mega estrela da arquitectura, Frank Gehry -, mas uma homenagem muito próxima do homenageado. Nada daqueles documentários pesadões, em que nunca chegamos a conhecer a vida do sujeito a não ser a partir de testemunhos de terceiros. Aqui vemos uma das muitas fases da carreira de Gehry na primeira pessoa, e apresentadas em tom de conversa de amigos, sempre com um carinho e uma dedicação muito especiais: Gostei, mas não compreendo como é que um documentário destes tem honras de «horário nobre»...




O filme que, na opinião de muitos, devia desde já conquistar o galardão máximo deste Fantas, é The Bothersome Man, do Norueguês Jens Lien. A história e o filme são tão simples que até chateiam. Diálogos? Muito Poucos. Humor? Negro e a rodos - uma certa sequência no túnel de metro perfeitamente antológica. O resultado? Perfeito. Só não desenvolvo mais porque tenho a esperança de ele vença mesmo um prémio e volte a ser exibido no próximo Domingo. Já agora, esta é das tais comediazinhas nórdicas de que falava lá em cima.




O filme que vai ganhar este Fantas - embora não seja o meu favorito - é Taxidermia. Decorem isto.
E pode ganhar à vontadinha que não aborrece nada. A história de três gerações de «aberrações» - cada uma à sua muito peculiar maneira - de uma família húngara. Um pai com estranhas preferências sexuais; o seu filho com hábitos alimentares absolutamente repulsivos; e o filho deste...
O filme segue um pouco a estética provocadora de obras de Fellini e/ou Pasollini, mas com aquele aspecto gráfico tipicamente austero da Europa de Leste, e que lhe assenta tão bem.
É cómico - embora isto possa ser discutível -, chocante, provocador, de mau gosto e um verdadeiro atentado à capacidade do espectador de resistir à pior das torturas. Mas é genial e muito inteligente.

E depois temos o filme que mais me abalou.
Renaissance.
Sabem aquela sensação, não tão comum, de estarmos a ser surpreendidos? Uma sensação de frescura, de que estamos a ver algo original e entusiasmante? Foi assim que passei a hora e meia desta obra absolutamente incontornável no panorama Sci-Fi.
Pensem em Blade Runner, com a técnica de Final Fantasy e juntem-lhe a estética de Sin City e obtêm um filme que ultrapassa as obras japonesas e lhes dá um avanço de alguns bons metros. E que coloca a fasquia das próximas longas metragens de animação bem lá no alto. Merece desde já a estréia em salas portuguesas, mas... não me parece. Estava a tentar arranjar um adjectivo só que o definisse, mas é melhor não. Sem palavras.
Vejam...





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