E no fim de tudo é o valor que as pequenas coisas têm na nossa vida.
Momentos de perfeição.
Ontem alguém me dizia ser esse o seu caminho, a busca pela perfeição, mesmo sabendo que a perfeição não existe.
Mas existe essa busca. Deve existir.
Porque acredito que existe a perfeição.
Se calhar não existe como nós tantas vezes a procuramos, mas que existe, existe.
Existe quando o público aplaude de pé.
Existe num olhar cúmplice.
Existe no momento em que dois corpos se encaixam para dormir.
Existe numa conversa despreocupada.
Existe em palavaras que só se dizem uma vez.
Existe ás oito da manhã, quando o calor é já insuportável e o vento nos descola a roupa do corpo.
Existe quando somos pequeninos e nos empoleiramos na máquina do senhor que vende algodão doce e nos maravilhamos a ver aqueles fiapos azuis, amarelos, rosa, enrolando-se naquele pauzinho tosco.
Existe no colo de alguém que sabemos nunca nos vai deixar.
No entanto...
Quando não existe...
Quando não há público.
Quando entramos numa sala e procuramos o olhar cúmplice que já não está lá.
Quando dois corpos se afastam para dormir.
Quando as conversas deixam de ser despreocupadas.
Quando nos apercebemos de que toda a gente nos vai censurar por comprar algodão doce, porque afinal já não temos idade para essas coisas.
Quando o vento não sopra...
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