quinta-feira, abril 28, 2011
quarta-feira, abril 27, 2011
ONDE É QUE TU ANDAS, MOÇO?
segunda-feira, abril 25, 2011
PAROLA EM ÁCIDOS
Versão «Timothy Leary» parolo
EM NOME DO PAI
Em nome do pai
RITA PENEDOS DUARTE
Helena Sines Angola 1951-1975
Helena Sines Fernandes carrega o nome do pai com muito orgulho. É a história dele que pretende contar, para que todos o vejam pelos seus olhos. Mas é também a vida numa Angola de outros tempos que ela recorda e que deixa saudades, às vezes, acima do suportável.
«Estive cerca de 11 meses no meio do mato com a minha mãe», conta Helena Sines Fernandes. «A viagem de comboio durou três dias e fez-nos desembocar numa clareira, no aldeamento das minas de manganésio da Quitota.» É com saudade que se lembra da comissão de serviço da mãe, que era enfermeira no hospital militar e que lhe permitiu conhecer todo um mundo novo, de andar descalça o dia inteiro, de tomar banho no rio ou de segurar em cobras com pequenos paus. «Criei os meus filhos com uma liberdade controlada, mas não teve nada que ver com aquela vivência.»
Helena foi para Angola com apenas três meses, no ano de 1951, e só veio de férias a Lisboa uma vez, em 1973, já grávida do primeiro filho. «O meu marido queria cá ficar, mas eu quis ter o bebé em Angola.» Acabou por regressar à metrópole em Novembro de 1975, por temer pela segurança da sua família, mas deixando para trás toda uma vida, que continua a recordar com nostalgia. Os dias de sol - tão mais saudosos quanto são numerosos os dias de chuva na cidade de Vila Nova de Gaia, para onde se mudou - as amizades feitas no Colégio São José de Cluny e no Liceu Feminino, os vizinhos e os amigos acumulados ao longo dos anos, tudo ficou. «Também o meu pai ficou lá.»
Filha do jornalista Sines Fernandes, é com orgulho que se lembra da sua carreira profissional, do seu carácter solidário e também do seu feitio romântico. «A minha mãe era açoriana, de Ponta Delgada, mas já estudava Enfermagem em Lisboa quando conheceu o meu pai. Entretanto, foi para Odemira e deixaram de se ver. Mas assim que ele soube onde encontrá-la, foi até lá. Um dia, ela ia a atravessar a praça e viu-o. Foi um amor muito especial.» Numa fotografia tirada na época em que foram para Angola, podem encontrar-se semelhanças com Frida Kahlo e Errol Flynn. Com tais personagens, o seu amor talvez desse um filme. Casaram no Alentejo e oito anos depois nascia Helena. «Em 1951, quando ela era enfermeira-chefe no hospital em Odemira e o meu pai solicitador, decidiram ir para Angola, porque a vida não estava fácil. A minha mãe foi contratada por uma companhia holandesa e recebeu a carta de chamada.» Sines Fernandes acabou por ser contratado pela mesma empresa. Quatro anos depois a situação era outra. A mãe de Helena abrira um consultório em casa e fazia partos ao domicílio e o pai, depois de estar ao serviço da Companhia de Seguros Mundial, trabalhava no Jornal de Angola. «Ele não tinha formação como jornalista. Mas já na altura da Guerra de Espanha, onde esteve a combater, escreveu umas crónicas, numa espécie de diário que hoje está desaparecido.» Dava-se início a uma carreira de sucesso. Entrevistou personalidades tão diversas como António de Oliveira Salazar e a jovem actriz espanhola Marisol. Fazia crónicas para a rádio, para a agência noticiosa de Angola, e foi chefe de redacção do Jornal de Angola. Era para aí que trabalhava quando sofreu um grave acidente, que o deixou com mobilidade muito reduzida. «Foi no ano de 1963. Estava no Norte de Angola, na zona da Pedra Verde, a filmar em cima de um camião que tinha pouca estabilidade, por ser muito alto e estreito. O carro virou-se e ele caiu lá de cima.» Nesse dia, a sua mulher estava a trabalhar no Hospital Militar e recebeu a notícia de que, à semelhança de outras vezes, estava a chegar um helicóptero com dois feridos. Um deles era o seu marido. A poucas centenas de metros, no Liceu Feminino, Helena ouvia o já costumeiro barulho dos helicópteros e aviões militares que chegavam com feridos. Não sabia que um deles trazia o seu pai, que teria de enfrentar quase um ano de repouso e recuperação para não ficar totalmente incapacitado. «Não foi só o meu pai que se magoou. A família também ficou ferida e, a partir daí, tudo foi diferente.» Helena sentiu necessidade de ajudar e hipotecou os seus sonhos. «Um dia a minha mãe recebeu uma carta do colégio a dizer que eu andava a faltar às aulas. Confirmei-lhe que tinha anulado a matrícula e que iniciara um trabalho como dactilógrafa no jornal.» O treino na máquina de escrever do pai dera-lhe a vantagem necessária para compensar os seus tenros 16 anos. O curso de dactilógrafa, feito mais tarde, veio substituir a vontade de ser arquitecta. «Os tempos eram outros. Não havia qualquer segurança. Se não trabalhava e não amealhava, não se tinha qualquer hipótese de sobreviver.»
Assim que se soube do acidente, todos com quem Sines Fernandes se tinha relacionado apressaram-se a enviar rápidos desejos de melhoras. Agora era ele quem recebia cartas e telegramas para saberem do seu estado, mas pouco tempo antes era o jornalista quem fazia a selecção das cartas vindas da metrópole para os soldados. Tinha como objectivo responder por eles quando, por estarem em missão, não conseguiam fazê-lo. Procurava saber, via rádio, onde estava um tal combatente e como se encontrava. Depois respondia à família, dando notícias. Fazia o que podia - fora das horas e obrigações do expediente - para sossegar os corações de quem sofria longe pelos seus entes queridos.
Mesmo com dificuldades em mover-se e em escrever, continuou no Jornal de Angola. «Morreu a trabalhar e foi sepultado em Angola», conta a filha. Helena sentiu que esta era hora de prestar a devida homenagem a um homem que se tornou um herói aos seus olhos e aos de quem o conheceu. Ao contar a sua própria história, agradece também a bem-aventurada existência na terra que o seu coração adoptou. E da qual ainda não se sente desligada. «Recordo Angola diariamente. Às vezes sonho que estou em frente da minha casa. É de noite e as ruas estão desertas. Não sei o que significa, mas queria ir lá para ver as mudanças com os meus olhos. Só assim vou ser capaz de trancar a minha memória.»
sábado, abril 23, 2011
POUPEM-ME!!!
sexta-feira, abril 22, 2011
AFASTEM DE MIM ESTA... COISA - PARTE 2
quinta-feira, abril 21, 2011
AFASTEM DE MIM ESTA... COISA
UPS
quarta-feira, abril 20, 2011
LA HABANA VIEJA
domingo, abril 17, 2011
SÓ PARA QUE NÃO PASSE DESPERCEBIDO...
YOU MIGHT AS WELL LIVE - Theatrical Trailer from Robert Mutt on Vimeo.
A VELHA EUROPA (COM TIQUES DE TERCEIRO MUNDO)
sábado, abril 16, 2011
COM TODA A SINCERIDADE...
sexta-feira, abril 15, 2011
JORNALISMO ONLINE? NÃO ME FAÇAM RIR
quarta-feira, abril 13, 2011
COMO DISSE!?
terça-feira, abril 12, 2011
OS MILAGRES (DA ESTUPIDEZ) DA FÉ
PORTUGAL TEM PESSOAS QUE FAZEM CENAS...
Ironicamente, o produto televisivo é produzido, realizado e apresentado por pessoas sem talento. O que não fica nada bem, diga-se. O espectáculo é mal realizado, desorganizado, tecnicamente mal preparado - há sempre alguma coisa a correr mal, ou o som, ou as luzes ou algo relacionado com o número do desgraçado com talento - e obviamente feito à pressa, sem um planeamento eficaz. Os apresentadores - considerando que os jurados fazem parte da apresentação - são tão fraquinhos que custa a crer.
Em relação ao júri, o que se pode concluir é que a SIC foi buscar a segunda linha, o plano B, o refugo. Não há La Féria? Convida-se o Ricardo Pais, que ninguém conhece- Não temos o Ricardo Araújo Pereira? Traz-se o outro, o mais gordo, como é que ele se chama? E mais? Temos aqui na casa uma sujeita moderadamente simpática e com ar de tontinha. Serve perfeitamente.
Bárbara Guimarães, essa, passa o tempo todo em overacting. Sempre demasiado excitada com tudo, como um puto de seis anos pela primeira vez no zoo; sempre trapalhona, mete as mãos pelos pés, inventa português, engana-se no nome das pessoas e esquece-se do que tem para dizer. Nunca se esquece, no entanto, de contribuir à força toda para o enterro de um programa que podia ser um sucesso.
E não o é, não por culpa da Guimarães, ou por causa do júri, triste figura televisiva, ou mesmo por causa de um realizador que, ou não sabe o que está a fazer, ou preferia estar a realizar jogos de futebol. O programa é um flop porque, ao contrário de todos os países que decidiram avançar com uma versão do franchise, ninguém foi capaz de encontrar uma alminha tuga verdadeiramente com talento.
Sim, há pessoas que sabem fazer... coisas, mas não passa disso. Coisas, tipo, "olhem para mim, consigo tocar com a ponta da língua no nariz". Ou, "vejam, já sei escrever". Sinceramente, não chega sequer para despertar a atenção e aposto que também não chega para fazer frente ao portugal dos pequeninos cantores que passa à mesma hora na TVI.
sábado, abril 09, 2011
NEM A GOZAR
quinta-feira, abril 07, 2011
terça-feira, abril 05, 2011
DE REGRESSO
Descarreguei o disco, guardei-o no Ipod, e alguns dias depois, finalmente com tempo livre, ouvi-o do início ao fim. Conclusão: é o melhor disco do ano. Era o mais aguardado do ano, e rapidamente deu resposta a todas as expectativas e ansiedades. 'Helplessness Blues', dos Fleet Foxes, não podia chegar em melhor altura, a poucos meses que estamos da estreia da banda em Portugal. Entretanto, resta-nos absorver disco maravilhoso, que mantém o nível dos anteriores trabalhos e que coloca a banda de Robin Pecknold e companhia naquele patamar intocável de qualidade e respeitinho.
segunda-feira, abril 04, 2011
A SEMANA EM QUE ENGOLI AS MINHAS PRÓPRIAS PALAVRAS
PELOAMORDEDEUS
Ando eu aqui a pensar numa maneira de falar mal dos profissionais da comunicação que pululam pelos canais de televisão portugueses, quando, de repente, um amigo me dá a conhecer esta pérola de mau jornalismo. Mau por diversas razões, uma delas baseada nesta mania que os orgãos de comunicação têm de achar que a internet é a plataforma ideal para o multitasking. É ideal, de facto, mas se as pessoas que participam dessa multiplicidade de formatos tiverem o mínimo de qualidade.
Não é o caso de Bruno Prata, que tem uma notável multiplicidade de dificuldades de comunicação e que se devia ficar pelo jornalismo escrito.
Se tanto...