In the sky I see angels flying all over town they've got names in their pockets of lovers lost and found if I send you my angel, would you send yours to me? if our angels collide in the sky, you'll say it was meant to be...
...and days blank like they bleached them and nights outline air like static on the phone and you say that you feel them, but the words you picked so carefully keep coming out all wrong so I'll write them in light and I'll carve them in stone I was made for loving you I was put on this sweet earth too, I was made to love you
in the air I hear gunfire, going off in the hills. Clocks are ticking, the battle is nearing, I'm fending them off with these pills. if you're stuck in the front line, would you charm your way out? you might like the idea of the kill, but you don't know what dying's about....
In the sky I see angels flying all over town they've got drugs in their pockets, to keep us all on the ground. I won't send you my angel; angels only deceive. Spit the pills out feed fuel to your fear and fly away with me (chorus)
Tinha tanta coisa para escrever aqui, neste penúltimo post de 2006. Tinha pensado em tantas maneiras de o fazer...
Muito aconteceu nesta última semana do ano. Muito mudou e voltou a ser como era outra vez. Outra montanha russa, em cinco dias apenas. Uma mini-montanha russa, mas cheia de subidas a pique, descidas de tirar o fôlego e curvas tão apertadas que o estômago reclamou mais do que é normal.
2006, já o disse, foi o ano mais importante da minha vida. O ano mais agitado. O ano de mudança. Tantas mudanças.
Para começar, o ano em que me divrciei. Não só de alguém que amei mas de um projecto que acreditei ser para toda a vida. Não tive força para o fazer avançar. Não consegui torná-lo naquilo que planeei. Falhei aí...
O ano em que entrei no Teatro Universitário do Porto. Em que entrei no mundo do teatro de um modo um bocadinho mais sério do que até aqui. Um ano em que participei numa peça a sério e que termina com o começo de uma outra, ainda mais a sério. A doer, mesmo.
O ano em que viajei. Por dentro e fora do país. Viagens essas que foram ficando aqui, em palavras e imagens.
O ano em que mudei, finalmente, de emprego. O início de um projecto novo e revigorante, com pessoas que me são queridas e muito, muito importantes. Pessoas essas que sempre foram determinantes, durante este ano, para o meu renascimento e crescimento, depois de demasiado tempo hibernado.
O ano em que me apaixonei como nunca na minha vida. Paixão essa que foi também ficando nestas páginas do meu blog. A paixão, as dores dela nascidas. O sofrimento, a alegria, as coisas boas, muito boas, e as coisas más, muito más. Estão todas aqui, em doze meses de palavras soltas e muitas vezes pintadas com imagens, sons e mais palavras. Muitas foram as vezes - quase o ano todo - em que tive de disfarçar as palavras do meu amor. Os nomes dos meus sentimentos, das minhas vontades, da minha paixão. O nome do meu amor. Julgo não estar enganado, mas a primeira vez que o disse abertamente foi no regresso de férias... Terá sido? Não me lembro e estou com preguiça de procurar esse post. Esta semana foi determinante para decidir que não o escondo mais. Muitos já o sabiam, mas fiquei sempre com a sensação de que este blog, companheiro de tantas emoções, não o sabia. Isso acabou.
Amo-te minha Bárbara. Minha Bárbara. E o orgulho que sinto sempre que ando contigo na rua; o orgulho infantil que me invade sempre que alguém olha para nós e percebe que o que me vai na alma é o mais bonito dos sentimentos, é o mesmo orgulho com que digo aqui e em qualquer lado o teu nome. Bárbara. E dediquei este último ano a ti. Procurei sempre homenagear-te com palavras, músicas, vídeos. Pequeninos beijinhos que eu sei que recebeste e entendeste, mesmo que não mo dissesses. A primeira vez que apareceste neste blog foi ainda em 2005, quando te conheci, e quando não sabia ainda o que vinha por aí. Apareceste disfarçada, como aparecerias muitas vezes ao longo de quase quinze meses, e numa música. Nesta
E o meu corpo, o meu coração e tudo em mim, continuam a ser teus. Basta para isso que lhes pegues como tens feito até agora, com as tuas mãos pequeninas e levezinhas. Mãos de aranhiço, como dizia a minha avó. Amo-te Bárbara e vou continuar a amar-te e a procurar gritar esse amor ao mundo com toda a força e com toda a felicidade que isso me dá. Deste-me felicidade e alegria, e a minha vida agradece. E por isso, em vez de perder tempo, como muitos outros o farão, e melhor do que eu, a eleger os melhores filmes, as melhores músicas e os melhores livros do ano, dedico o meu último post de 2006 ao que de melhor me aconteceu. Conhecer-te, amar-te e a tudo o que sinto por ti e que é maior a cada dia que passa. E que parece não querer parar de crescer.
Ontem, ainda a tempo de o considerar um dos melhores filmes de 2006, fui ver The Prestige, a nova obra de Chritopher Nolan. Como o rapaz tinha já sido responsável por um dos maiores estalos fílmicos de que fui vítima - Memento - a espectativa era imensa. E, diga-se de passagem, saí da sala perfeitamente convencido das qualidades do senhor Nolan. Mais uma vez, recorrendo-se da técnica de flashback dentro de flashback, dentro de flashback, o realizador baralha-nos e torna a dar-nos como um... baralho de cartas! Confunde-nos, engana-nos, leva-nos para direcções que passam de certas a becos sem saída e surpreende-nos. Sempre. Bons actores, excelente montagem, óptimo o argumento e a inteligência usada como ferramenta para nos prender ao ecrã durante mais de duas horas. Sem cansaço, sem tédio. O tema, a magia, ajuda, não tenho dúvidas nenhumas. Não conto nada. Não explico mais do que isto. O filme merece ser visto e mais nada. Lembram-se das camas de gato que fazíamos em pequenos? Com fios de um novelo? Assim é The Prestige.
Mais uma, também ao vivo, que os vídeos deste senhor não são assim muitos.
Innocent Whem You Dream
Esta é uma das minhas favoritas do Mestre. Não tem vídeo, mas sim uma versão ao vivo, dividida em duas partes devido aos minutos que o autor demora para apresentar a personagem desta história. Para além disso, a interpretação do senhor é, como sempre, assombrosa.
Table Top Joe
Well my mama didn’t want me On the day I was born I was born without a body I got nothing but scorn But I always loved music All I had was my hands I dreamed I'd be famous And I’d work at The Sands
Singing, Tabletop Joe, Tabletop Joe Now everyone will know That I'm Tabletop Joe
I had trouble with the pedals But I had a strong left hand And I could play Stravinsky On a baby grand I said, ‘I’m gonna join the circus Cause that’s where I belong’ So I went to Coney Island I was singing this song
Tabletop Joe, Tabletop Joe Now everyone knows Yeah I'm Tabletop Joe
They gave me top billing In the Dreamland show I had my own orchestra Starring Tabletop Joe And the man without a body Proved everyone wrong I was rich and I was famous I was where I belonged, yeah
Tabletop Joe, Tabletop Joe Now everyone knows, yeah Tabletop Joe
Uma das músicas mais mainstream de Waits, no sentido em que se aproxima do universo Rock como o conhecemos - ou como a indústria musical o quer. Estranho vídeo...
Goin' Out West
A segunda é uma das mais brilhantes composições do génio. E é dedicada, claro. E muito sentida. Vinha a ouvi-la no carro, ontem à noite, e pensei como gostava de passar pelo mesmo. Ter alguém assim à espera. Gostei da sensação de conforto caseiro que as palavras de Waits carregam. Do amor sério e puro que faz mover um homem. Contra tudo...
I Can't Wait To Get Off Work
Well I don't mind working cause I used to be jerkin off most of my time in the bars I been a cabbie and a stock clerk and a soda fountain jock jerk and a manic mechanic on cars It's nice work if you can get it now who the hell said it I got money to spend on my gal but the work never stops and I'll be busting my chops working for Joe and Sal.
And I can't wait to get off work and see my baby she said she'd leave the porch lite on for me I'm disheveled I'm disdainful and I'm distracted and it's painful but this job sweeping up here is is gainfully employing me tonight
Tom do this Tom do that Tom, don't do that count the cash, clean the oven dump the trash oh your lovin is a rare and a copasetic gift and I'm a moonlight watchmanic it's hard to be romantic (sweeping up over by the cigarette machine sweeping up over by the cigarette machine...)
I can't wait to get off work and see my baby she'll be waiting up with a magazine for me clean the bathrooms, clean um good oh your lovin I wish you would come down here and sweepameoffmyfeet this broom'll have to be my baby if I hurry, I just might get off before the dawns early light.
Não tive tempo para vos desejar feliz Natal. Mas espero que tenha sido uma noite bem passada e todas aquelas coisas que se costumam desejar, sei que sempre do fundo do coração. Ontem viajei até Coimbra e de lá até Torres Novas para uma visitinha rápida mas cheia de significado. O regresso a Coimbra não era a coisa mais fácil de fazer, muito menos depois de um pequeno triste episódio, também ele cheio de significado. A viagem de regresso foi feita na companhia do sr. Tom Waits e de alguns fantasmas, visões e imagens tão reais que quase palpáveis. 2006 foi um ano cheio de imagens fortíssimas, boas e más. E ontem todas elas se sentaram no banco de trás do meu carro, e fizeram-me companhia durante cem quilómetros. Sem serem convidadas e durante uns longos cem quilómetros. Não era a melhor noite para uma coisa dessas acontecer, mas... há coisas em que não conseguimos deixar de pensar, mesmo que nos façam mal. Há decisões que pensamos serem obrigatórias, mesmo que não nos agradem nada. E tudo isto cria confusão num espaço tão pequeno quanto um simples cérebro.
A abertura das prendas trouxe-me as mais doces ofertas que alguma vez tive. Duas prendinhas que me provocaram um enorme e indigesto nó na garganta, muito mal disfarçado e muito bem compreendido por aqueles que estavam comigo. Se por um lado gostava muito de vos poder mostrar, fosse de que maneira fosse, por outro... a verdade é que se tratam de coisas demasiado pessoais e que transportam uma emoção enorme; um sentimento que, durante este ano que se precipita para o final, raramente terei conseguido esconder, guardar ou até disfarçar. Um sentimento que cada vez menos me apetece esconder. Cada vez menos. E isso provoca ainda mais ruído no meu cérebro cada vez mais cheio e cansado - preocupantemente cansado, mas disso falarei noutra ocasião. E subitamente a minha vida dobra-se, toca com as pontas dos pés nas pontas das mãos. Como este texto, que se dobra e toca com estas últimas palavras nas que escrevi no parágrafo anterior. E já me sinto a perder o sentido das palavras. Tenho de me resolver e com isso esclarecer coisas pouco cristalinas em mim. Nunca fui assim, não quero começar agora. Percebo que começo a perder alguma segurança e esse é um pesadelo pelo qual não pretendo voltar a passar.
Esqueçam este texto. Foi um desabafo, para mim. A seguir têm coisinhas boas, sim?
You haven't looked at me that way in years You dreamed me up and left me here How long was I dreaming for What was it you wanted me for
You haven't looked at me that way in years Your watch has stopped and the pond is clear Someone turn the lights back off I'll love you til all time is gone
You haven't looked at me that way in years But I'm still here
Não vos escondo, o meu estado de espirito anda para aqui virado. Seja como for, já andava a adiar esta homenagem há muito. E ter vídeos do Mestre no meu blog faz-me sentir orgulhoso e enriquecido.
Começo com uma sessão dupla - como desconfio que vão ser todas - e logo com uma das músicas mais arrepiantemente bonitas de Waits, Christmas Card from a Hooker In Minneapolis, gravada ao vivo em 1978. Ouçam até ao fim e supreendam-se com a versão assombrosa de Silent Night...
O segundo vídeo, também ao vivo, em Varsóvia no ano de 2000, deixou-me de rastos... Engano-me sempre, quando penso que este senhor já não me surpreende. A música chama-se Jesus Gonna Be Here e... bem, não digo mais nada, a não ser que venho por este meio convocar os manos de blogs, Campainha e HugtheDJ para assistirem de camarote a estas duas obras primas.
No Domingo rendi-me à gula e ao bem estar. Rendi-me a mim. Estava a ser uma tarde... estranha, e decidi rumar ao edifício Artes Em Partes, mais propriamente à casa de chá, Rotas Do Chá. Um Lapsang Souchon - o meu chá preferido - e bolo de noz com framboesa para empurrar. Billie Holiday e mais nada. Não foi preciso mais nada. Estava em paz. Meia hora depois voltei ao frio do Porto e caminhei por Cedofeita acima e abaixo. Andei de cá para lá e atrasei ao máximo o regresso a casa. Por várias razões e mais esta: as ruas do Porto afinal não morreram. Não cederam ao fenómeno shoping como nos queriam fazer crer. Estão bem vivas e recomendam-se. Muito! Quanto ao resto... Anda tudo muito confuso. Sem tempo, sem descanso e acima de tudo sem paz na alma. Nem para isso tenho tempo. Não tenho tempo para ti. Para ti. Para mim já é coisa antiga, mas para ti... Não me perdoo. Disse-te e volto a dizê-lo: a minha vida é mais bonita desde que te amo. E se assim é (e é-o), então tenho rapidamente de corrigir esta falha. Corrigi-la antes que se torne incorrigível. Já tive a minha dose de situações que, por demorarem a ser corrigidas, se tornaram em objectos duros e impenetráveis. Não quero mais disso, muito menos contigo. Tem paciência, por favor. Já está a acabar. Depois volto a dedicar-te a minha vida, o meu corpo e todo o meu tempo, pensamentos, sonhos, acordado e a dormir. Espera um bocadinho só.
Sim, fui finalmente espreitar a nova aventura do senhor agente secreto e posso dizer com toda a certeza que saí da sala de cinema com a barriguita bem cheia.
E por várias razões: O senhor Daniel Craig é o melhor Bond de sempre! Sem preconceitos bacocos. O homem suplanta Sean Connery em todos os aspectos: charme, agressividade, fisicalidade. É galante mas de uma forma bruta. É calmo mas se tiver de perder o nervo não se faz rogado a perseguir o inimigo com uma faca de cortar bifes só por não o ter conseguido apanhar de outra forma mais... convencional. É humano. Acima de tudo é humano e não um daqueles Bonds misto super-homem-modelo-da-Vogue que se desviam das balas e passam o filme inteirinho sem um arranhão ou uma pisadura no joelho. Este sofre, chora, leva porrada de criar bicho, comove-nos e, imagine-se, até sangra. E assim faz todos os outros Bonds - à excepção do Sir - uma cambada de palhaços que correm a chorar para o colo da mãe sempre que sujam a gravata Louis Vuitton com molho de ostras. Viva Craig! Viva Bond!!
O filme tem uma história que não podia ser mais simples. Nada de engenhocas ultra-futuristas. Canetas que disparam ácido, cigarros-bazuca ou suspensórios que se transformam num helicóptero. Este Bond é terra a terra até à medúla. Nada de mestres do crime que vivem dentro de um vulcão guardado por um monstro mutante com dentes de aço, e que pretendem destruir o mundo - ou fazer desaparecer Nova Iorque e fazê-la aparecer no cu de um porco. Este inimigo é um simples banqueiro de terroristas que o MI5 quer mais do que qualquer outra coisa no mundo.
Este Bond é quase normal, quase possivel. Tirando o facto de todos os montenegrinos se rirem à gargalhada quando vêm paisagens da República Checa e da Itália serem utilizadas para representar o seu país.
Seja como for, merece mais do que um visionamento. Ouviram bem? Bora lá ver o sr. Bond, se fazem favor!
Duas semanas (quase) de ausência deste blog mas não de tudo o resto. E tudo o resto tem sido bastante intenso.
Emprego novo e a estranha sensação habitual de não se estar a fazer nada. É sempre assim, acho... Mas os colegas são fantásticos e a admiração que sentia por alguém muito especial - e que já conhecia de outras andanças menos profissionais - cresceu de uma forma inesperada. Não tenho dúvidas nenhumas que é uma das pessoas mais incríveis que tive a oportunidade de conhecer. Uma inspiração.
O regresso de um fantasma que já devia ter enterrado há muito mas não consigo. Foi complicadito mas está resolvido. Até à próxima visita...
Ando há dias com uma frase na cabeça e com a intenção de iniciar um texto com ela. Podias vir viver comigo no meu sonho. Já tinha um desenho para o texto. já tinha até escolhido algumas palavras para ele, mas... perdeu o sentido. Pela primeira vez na história deste blog arrependi-me de algo que ainda não tinha escrito. Pela primeira vez achei que as minhas palavras eram bastante lamechas e piegas antes de as escrever. E assim, não as escrevi. Guardo-as em mim, porque são importantes, porque têm um significado enorme, descomunal, e porque eram um compromisso que não posso ainda assumir. Mas guardo-as.
Não tenho tempo para rigorosamente nada! E dessa forma apercebo-me da altíssima factura que um actor - ou alguém que faz de conta que é um - tem de pagar pela paixão pelo palco. A peça "A Cara de Fogo" continua a todo o gás e aproxima-se de umas merecidas férias natalícias. Os intervenientes estão claramente cansados e fartos da rotina diária. É urgente esta pausa. Refrescar a mente e o corpo, colocar o texto de lado só um bocadinho e arrancar para a recta final - em Janeiro - com a vontade e a energia que vão faltando.
Vou ali escrever mais umas linhinhas e prometo tentar vir aqui mais frequentemente.