kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

segunda-feira, dezembro 25, 2006


Não tive tempo para vos desejar feliz Natal.
Mas espero que tenha sido uma noite bem passada e todas aquelas coisas que se costumam desejar, sei que sempre do fundo do coração.
Ontem viajei até Coimbra e de lá até Torres Novas para uma visitinha rápida mas cheia de significado. O regresso a Coimbra não era a coisa mais fácil de fazer, muito menos depois de um pequeno triste episódio, também ele cheio de significado. A viagem de regresso foi feita na companhia do sr. Tom Waits e de alguns fantasmas, visões e imagens tão reais que quase palpáveis.
2006 foi um ano cheio de imagens fortíssimas, boas e más. E ontem todas elas se sentaram no banco de trás do meu carro, e fizeram-me companhia durante cem quilómetros. Sem serem convidadas e durante uns longos cem quilómetros. Não era a melhor noite para uma coisa dessas acontecer, mas... há coisas em que não conseguimos deixar de pensar, mesmo que nos façam mal. Há decisões que pensamos serem obrigatórias, mesmo que não nos agradem nada. E tudo isto cria confusão num espaço tão pequeno quanto um simples cérebro.

A abertura das prendas trouxe-me as mais doces ofertas que alguma vez tive. Duas prendinhas que me provocaram um enorme e indigesto nó na garganta, muito mal disfarçado e muito bem compreendido por aqueles que estavam comigo. Se por um lado gostava muito de vos poder mostrar, fosse de que maneira fosse, por outro... a verdade é que se tratam de coisas demasiado pessoais e que transportam uma emoção enorme; um sentimento que, durante este ano que se precipita para o final, raramente terei conseguido esconder, guardar ou até disfarçar. Um sentimento que cada vez menos me apetece esconder. Cada vez menos. E isso provoca ainda mais ruído no meu cérebro cada vez mais cheio e cansado - preocupantemente cansado, mas disso falarei noutra ocasião. E subitamente a minha vida dobra-se, toca com as pontas dos pés nas pontas das mãos. Como este texto, que se dobra e toca com estas últimas palavras nas que escrevi no parágrafo anterior. E já me sinto a perder o sentido das palavras. Tenho de me resolver e com isso esclarecer coisas pouco cristalinas em mim. Nunca fui assim, não quero começar agora. Percebo que começo a perder alguma segurança e esse é um pesadelo pelo qual não pretendo voltar a passar.

Esqueçam este texto.
Foi um desabafo, para mim.
A seguir têm coisinhas boas, sim?