POLITICACA 2
Corrijam-me se estiver errado, mas esta do presidente da república se baldar à decisão acerca da nova lei das uniões de facto, cheira-me ao que tem cheirado sempre a presidência de Cavaco Silva: não comento, não é a melhor altura, não é oportuno, não cabe ao presidente comentar estes assuntos. Ou seja, é um inútil, preconceituoso, pouco ou nada corajoso e de carácter reduzido. Especialmente porque não usou o mesmo argumento para outras leis que deixou passar.
Honestamente tudo isto me parece um sinal evidente de um mal que aflige o nosso país - e outros, evidentemente - e que é a constante concessão a um poder religioso que nem sequer é impositivo. A sociedade continua a ser condicionada civil, política e legislativamente por uma forte mentalidade cristã e por todos os seus mais retrógrados cânones. E isso tem de acabar. De uma vez por todas.
Para que isso aconteça, a sociedade civil tem de tomar uma posição de força e de se comportar como um agente activo de pressão. Reclamar, queixar, protestar, questionar, são as ferramentas que abrem portas á velha máxima "o poder ao povo". São as únicas que temos ao nosso dispor antes de partirmos para a desobediência civil e a insurgência. Que, parece-me, fazem cada vez mais falta.
porque me parece completamente ilógico que um partido como o PSD possam eventualmente ter qualquer hipótese de bater o PS. porque é um partido sem um líder real. porque é um partido que não se cansa de dar tiros nos pés. Porque é um partido que para além de não ter líder não tem uma segunda linha de dirigentes com carisma, força e credibilidade - os tubarões sociais-democratas continuam a abandonar o barco a todo o gás, na esperança de não serem arrastados para o fundo em caso de uma eventual derrota nas eleições. para além disso o programa do PSD só parece ser radicalmente do seu némesis, PS, na questão da anti-política. Parece ser certo que o PSD vai direccionar a sua campanha eleitoral para um ataque cerrado ao que o governo de Sócrates tem feito nos dois últimos mandatos. E isso não chega. Ou melhor, não deveria chegar.