kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

domingo, outubro 05, 2008

C'A GALA

Não deve haver actalmente coisinha pior nas televisões nacionais, que as suas inenarráveis sessões de auto-promoção. Nesse departamento de vaidade exacerbada, a TVI leva clara e inultrapassável vantagem e para provar isso mesmo levou a coisa ainda mais longe e realizou aquilo que decidiu chamar de Gala da Ficção Nacional. A proposta era escolher os melhores actores e a melhor novela do que se vai fazendo cá pelo burgo em matéria de ficção televisiva. Tudo muito bem, não fosse essa tal gala a maior acção de auto-promoção alguma vez vista, criada com o objectivo de sobrevalorizar os actores e a produção nacional, sim senhora, mas apenas do proprio canal.
Ok, eu admito, o esforço que a TVI tem feito para manter a produção das suas séries de ficção quase inteiramente made in Portugal é realmente significativo. O que não pode ser esquecido, é que essa produção se reflecte quase na sua totalidade em novelas, que entre si practicamente não apresentam quaisquer diferenças significativas, que ocupam o horário nobre do canal, umas atrás das outras em regime non stop, e que deram a conhecer ao grande público alguns dos piores actores portugueses da hstória - formados à pressa para dar corpo a um elenco que começava a ficar cada vez mais limitado e repetitivo.
Ou seja, valorize-se o esforço do canal de Moniz e Ca. em produzir televisão em português, mas condene-se a manifesta falta de originalidade e de exigência de profissionalismo, acima de tudo na qualidade da direcção de actores, absolutamente inexistente.
Quanto à gala propriamente dita, teve dois momentos altos de vaidade burra e parola quando, pelas vozes de Júlia Pinheiro e Manuel Luís Goucha (apresentadores de serviço), se admitiu em palco que a novela "Anjo Selvagem" esteve no ar de Setembro de 2001 a Março de 2003(!) e que a série "Morangos com Açucar" é uma óptima escola de actores...
Chiça!

P.S: Já agora uma dica: se calhar já deviam ter aprendido calguma coisinha com as cerimónias de entrega dos Oscares, que nunca, mas nunca, permitem a existência de lugares vagos na platéia...