segunda-feira, fevereiro 28, 2011
Ainda não acabou, mas reduzir Inception a quatro prémios técnicos é uma violência e uma das maiores injustiças da história dos Oscares. Ponto.
SE VOS INTERESSAR...
E se valerem alguma coisa, podem ler críticas minhas a alguns filmes do Fantasporto neste blog
quinta-feira, fevereiro 24, 2011
AFINAL OS AMERICANOS SÃO UNS MENINOS
Esqueçam tudo o que já disse até hoje sobre Portugal ser um país de brandos costumes. Afinal, há gente por aí que não se chateia nada em cabo da saúde ao próximo.
É a notícia da semana, neste recanto ajardinado à beira mar plantado. Para tirar um preso da sua cela - porque este há algumas semanas que se recusava a cumprir as suas tarefas de limpeza - na cadeia de Paços de Ferreira, foi necessário recorrer a meia dúzia de polícias de intervenção e a um taser - para quem não sabe, uma pistola que dispara uma descarga eléctrica que pode atingir, em média, os 1500 volts.
O sindicato dos guardas prisionais diz que esta foi a solução «menos» violenta... Nem quero imaginar as outras.
No entanto, a notícia deixa de fora algumas dúvidas que eu gostava de ver esclarecidas. Por exemplo:
Por um lado, os confrontos em Alvalade, no jogo Sporting-Benfica, provaram que de facto foi um alívio o Black Bloc não ter vindo a Portugal aquando da cimeira da NATO.
Por outro, foi tornado público o depoimento do polícia que, no ano passado, matou um rapper português numa operação STOP. Nesse mesmo depoimento, o polícia admitiu que os agentes da autoridade, na verdade, não têm formação suficiente para o uso da arma que transportam diariamente à cintura.
E de repente tudo isto cheira a falta de formação nas mais diversas áreas de que a polícia tem de se ocupar. Não ficamos todos muito mais descansados? Ainda bem que, pelo menos, não matam ninguém quando passam multas de estacionamento...
É a notícia da semana, neste recanto ajardinado à beira mar plantado. Para tirar um preso da sua cela - porque este há algumas semanas que se recusava a cumprir as suas tarefas de limpeza - na cadeia de Paços de Ferreira, foi necessário recorrer a meia dúzia de polícias de intervenção e a um taser - para quem não sabe, uma pistola que dispara uma descarga eléctrica que pode atingir, em média, os 1500 volts.
O sindicato dos guardas prisionais diz que esta foi a solução «menos» violenta... Nem quero imaginar as outras.
No entanto, a notícia deixa de fora algumas dúvidas que eu gostava de ver esclarecidas. Por exemplo:
- Porque razão se recusava o detido a limpar a sua cela?
- Porque razão um dos polícias tinha um escudo de defesa com a imagem do Hulk (o herói da banda desenhada, não o jogador de futebol)?
- Haverá outros escudos com personagens infanto-juvenis, tipo Gormiti, Bob o Construtor ou o Noddy?
Por um lado, os confrontos em Alvalade, no jogo Sporting-Benfica, provaram que de facto foi um alívio o Black Bloc não ter vindo a Portugal aquando da cimeira da NATO.
Por outro, foi tornado público o depoimento do polícia que, no ano passado, matou um rapper português numa operação STOP. Nesse mesmo depoimento, o polícia admitiu que os agentes da autoridade, na verdade, não têm formação suficiente para o uso da arma que transportam diariamente à cintura.
E de repente tudo isto cheira a falta de formação nas mais diversas áreas de que a polícia tem de se ocupar. Não ficamos todos muito mais descansados? Ainda bem que, pelo menos, não matam ninguém quando passam multas de estacionamento...
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
A TVI É A MAIOR!!!
E porquê? Porque em pleno turbilhão social e político no mundo árabe, consegue meter à pressão na sua programação um filme como 'Rendition', só por acaso passado no Egipto e que aborda de forma muito clara o abuso de poder das autoridades, o terrorismo e o descontentamento popular e a ligação dos serviços secretos americanos ao governo egípcio. Lindo! Há que admitir: vergonha é coisa desconhecida lá pelos lados do canal que outrora foi da igreja. Irónico, certo?
terça-feira, fevereiro 22, 2011
segunda-feira, fevereiro 21, 2011
FANTAS 2011
Pode um festival de cinema sobreviver à pirataria? Esta parece ser a pergunta a que o Fantasporto terá de responder este ano. Uma rápida olhadela ao cartaz da presente edição, permite perceber que quase todos os filmes a concurso (e não só) estão já disponíveis para download em inúmeros sites de partilha ilegal. Uma das razões parece ser o facto de algumas destas obras datarem de 2009, facto que não se explica facilmente e que parece reflectir a já clássica subserviência do certame a certas cinematografias - e algumas distribuidoras.
De resto nada de novo ou verdadeiramente entusiasmante. Lá teremos a Coreia do Sul e o Japão, a omnipresente Espanha e uma ou outra obra de países cinematograficamente mais «raros» por estas bandas lusas. A abrir e fechar o festival, filmes que devem estrear comercialmente em uma ou duas semanas e que vêm com o cunho de blockbusters de Inverno. Nada de novo, aqui também.
Contra a evidente falta de criatividade do Fantas, as esperanças viram-se para alguns filmes que se mostram minimamente interessantes. As dúvidas serão tiradas dentro de poucos dias, aqui e num outro blog a anunciar brevemente.
Entretanto, aqui ficam algumas dessas dúvidas:
De Luc Besson, o único europeu que consegue rivalizar com os blockbusters esgroviados e eexcessivos dos americanos...
Do sempre bom cinema nórdico...
Da Sérvia, o suposto filme-choque do ano...
Segundo a nunca de fiar sinopse escrita pelos do festival, este é o melhor filme esloveno do ano...
E mais estes...
E mais este, que sendo da Argentina, tem meio caminho garantido para a qualidade...
E este, de que já falei aqui há uns bons meses, e que pode muito bem vencer o festival...
E estes, para acabar...
sábado, fevereiro 19, 2011
O MUNDO ÁRABE
A recente movimentação popular nos países árabes parece estar a passar pelo opinião pública sem fazer grande mossa. E no entanto, as revoltas que têm acontecido, em
especial nos países do norte de África, são acontecimentos dos que ficam na história da humanidade. Por serem inesperados mas também porque vão mudar, inevitavelmente, a face da sociedade árabe. Como já aqui escrevi, a hipótese destas revoluções abrirem portas a um movimento político mais próximo do fundamentalismo muçulmano, é mais do que uma mera possibilidade.
Em Marrocos, tive a sorte de conversar com um estudante do Corão, um muçulmano com uma vida religiosa activa, ajudante de um Imã, e que resumiu o extremismo na sua religião a uma mera, mas não menos importante, questão política. E é precisamente isso que está a mudar no mundo árabe, a política. Ver o povo líbio nas ruas, desafiando um dos mais duros ditadores de que há memória, é algo que nunca imaginaria. Como ainda não consigo imaginar as respectivas consequências.
Impressionante é a força que uma só revolução pode ter numa população - porque os árabes são, de facto, uma população só. A reacção em cadeia despoletada pela Tunísia parece não ter um fim à vista. E se já chegou à blindada Líbia, é impossível prever o verdadeiro alcance desta onda revolucionária.
Uma coisa foi evidente, nesta viagem a Marrocos: a desigualdade social, que tem como base uma hierarquia social totalmente distorcida, é uma bomba-relógio. E essa tem sido a principal força motriz desta reacção popular.
sábado, fevereiro 12, 2011
POR OUTRO LADO...
E para provar que o meu mau feitio não é incontornável, destaco pela positiva uma banda portuguesa de quem nunca gostei ou por quem tive grande respeito. Pela primeira vez na minha vida, posso afirmar sem dúvidas que gosto de uma música dos Mind Da Gap. Não é fácil admitir estas coisas, principalmente porque nunca levei a sério o Hip Hop tuga. Mas enfim, desta vez os moços parece que acertaram...
DESISTAM, PELO AMOR DE DEUS!!
Há uns anos previ, de forma precipitada, muito provavelmente, a morte do stand-up. Hoje não penso da mesma maneira; o stand-up não morreu, mas são muito poucos os que o fazem de uma forma digna e, acima de tudo, cómica. Incrivelmente, os aspirantes a humoristas parecem nascer como cogumelos. E a culpa é de programas como o 'Cinco...', agora cada vez mais apostado num humor boçal, idiota e sem piada nenhuma, ideal para o público-alvo que segue o programa. E nem era tanto assim, mas há coisas que mudam para pior e sem perspectivas de voltarem a melhorar. Como o Eduardo Madeira...
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
CATCH UP
Entre o fim das aulas, dois exames e a montagem de um documentário, muito tem ficado para trás neste blog. Vamos por isso a uma pequena resenha...
Esta nova realidade de alguns, poucos, países do norte de África, apanhou toda a gente de surpresa. Por muito que os opinion makers argumentem ser este um acontecimento há muito previsto, a verdade é que ninguém estava realmente à espera que viesse a acontecer. É surpreendente, no século XXI, a velha fórmula de «o povo é quem mais ordena» ter ainda tanto peso. A força popular de tunisinos e egípcios, cada uma à sua maneira, surtiu resultados literalmente revolucionários, e que acarretam efeitos secundários difíceis de prever mas em qualquer dos casos esmagadores. Especialmente, tendo em conta a história daquela região. Por outro lado, há uma sombra que se levanta e que não é de menosprezar: a escalada de fundamentalistas islâmicos na região, em particular no Egipto, pode chegar a ponto de se tornar poder político e governativo. Não querendo embarcar na histeria típica americana, a verdade é que é coisa para preocupar.
Entretanto, o mundo do cinema perdeu dois secundários de luxo, John Barry e Pete Postlethwaite. O primeiro, compositor responsável por uma série de partituras para outros tantos filmes de James Bond - não do tema principal do famoso espião - foi igualmente o autor de duas das bandas sonoras de eleição deste blog, 'Out of Africa' e 'Dances With Wolves'. O segundo, um dos melhores actores secundários que o grande ecrã já deu a ver e que chegou a ser nomeado para o Oscar dessa categoria em 'In The Name of The Father'. John Barry tinha o condão de compor música que me dava um n
o na garganta; Pete Postlethwaite era uma constante lição de como representar. Este ano o cinema ficou mais pobre, indiscutivelmente.
Sábado parto para Marraqueche para fazer uma coisa há muito prometida: uma semana sozinho num local longínquo - neste caso, mais do que geograficamente. O resultado, como sempre, será aqui publicado, mas para já, o que importa, é culminar um período de dois anos e três meses de alguns sacrifícios (e algumas vitórias) com umas merecidas férias de tudo.
Precisamente, o curso de dois anos e três meses acabou. Está feito, e só falta decidir o estágio ou a tese de licenciatura para poder afirmar que sou, finalmente, jornalista. Como o meu avô, Manuel Sines Fernandes.