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Bom Karma... ou não!

sexta-feira, outubro 03, 2014

DEMASIADO NADA PARA FAZER

Incomoda-me muito o fascismo. De todos os ismos é o que mais me incomoda, só ultrapassado pelo bruxismo, que é aquela coisa de ranger os dentes enquanto se dorme e que me provoca arrepios da pior espécie. Não gosto de fascismo, não suporto fascistas e chateia-me que ainda exista fascismo aqui e ali pelo mundo fora – mesmo no mundo democrático, mesmo que não em regimes políticos mas em comportamentos e formas de pensar. Tudo em relação ao fascismo me incomoda. E incomoda porque conheço o seu papel na história e alguns dos seus rostos. Conheço e não tenho nenhuma intenção de enterrar a cabeça na areia e fingir que nunca existiu para que não me incomode. Por outro lado, lembrar-me do fascismo não é glorificá-lo nem tão pouco eternizá-lo de forma elogiosa. Só uma mente desabitada poderia acreditar numa barbaridade dessas. Como parecem ser as mentes dos deputados do PCP e do BE, desabitadas e cheias de tempo livre para saírem das cabeças onde vivem e irem por esse mundo fora a preocuparem-se com assuntos que, verdade seja dita, não parecem ser vitais para a qualidade de vida da população.

A polémica em torno da exposição de bustos de presidentes é mais um exemplo de como os deputados são demasiado bem pagos para o que fazem. Se esta gente tem tempo para desencadear uma verdadeira micro-guerra civil por causa de uma exposiçãozita onde surgem as carantonhas de alguns presidentes fascistas, então só posso concluir que: ou não há nada para fazer no parlamento ou não há nada para fazer no parlamento e os deputados destes partidos querem a todo o custo dar nas vistas e enganar quem anda mais distraído e passar a imagem de que são trabalhadores incansáveis. Não são. São um bando de meninos conhecidos por serem eternamente e permanentemente e muito facilmente ofendidos, que querem acima de tudo, e por motivos diferentes, dar nas vistas, gritar bem alto seja o que for para parecer que estão a reclamar de alguma coisa importante. Os do PCP porque é essa a sua natureza – e que às vezes é útil, justiça lhes seja feita. Os do BE, porque ninguém lhes liga nenhuma e vai daí comportam-se como o puto mais puto do grupo de putos, que ainda não fuma mas quer ser tão popular como os putos mais crescidos.

Aos preocupados deputados de PCP e BE deixo a seguinte sugestão, para que possam pensar sobre ela enquanto mastigam um bolinho de bacalhau num dos cafezitos ali ao lado da assembleia e, quem sabe, propô-la ao hemiciclo: queimem-se todos os livros escritos por fascistas e todos os livros de história que fazem referência a ditadores, nacionais ou internacionais. Destruam todas as obras de arte de alguma maneira associadas ao fascismo ou a fascistas, todos e quaisquer cartazes do Fidel Castro, que não é fascista, não senhor, mas que também não é nenhum paladino da democracia. Vamos fazer uma grande pira ao estilo nazi e mandar para lá tudo o que é fascista e que nos faz tremer de medo à noite quando estamos enterrados nos lençóis à espreita de uma qualquer sombra ameaçadora.

Se não quiserem ser tão extremistas, a solução é também ela muito simples e fácil de pôr em práctica: deixem pura e simplesmente de falar em fascismo. Eu próprio, a partir de agora vou eliminar a palavra         nesta crónica. Se não falarem em         ele deixa de existir. Podem até negar qualquer conhecimento de         ou de           de hoje ou de outrora. Façamos todos de conta que o         nunca existiu que pode ser que dessa forma ele nunca mais venha a existir. Toda a gente sabe que a melhor maneira de acabar com um problema é fazer de conta que ele não existe. «Devo dinheiro a quem? Às finanças? Não sei quem é…».

Vou seguir o exemplo dos senhores deputados do PCP e do BE, que arreliados com a ameaça do         fazem de conta que ele não existe, e farei o mesmo com os senhores deputados, com todos eles. A partir de hoje nego a sua existência ou sequer o conhecimento de que alguma vez os tivemos no nosso país. «Deputados? Não sei do que fala.» A partir de hoje deixo de acreditar que tais criaturas existem e pode ser que assim me deixem de dar cabo da vida e da paciência. 

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