POBRE POVO IGNORANTE - 2ª PARTE
s. f.
1. Falta de chefe.
2. Fig. Desordem, confusão (motivada por falta de direcção).
3. Polít. Sociedade constituída sem governo.
Vem isto a propósito de várias afirmações de auto-proclamados anarquistas que, sabe-se lá porquê, acharam piada às redes sociais e pululam alegremente pelas páginas do Facebook, disseminando barbaridades e a sua própria ignorância. Os anarquistas, pelo menos estes a quem me refiro, são meninos deslumbrados pela magia do caos e da desordem criados por grupos como o Black Bloc. Meninos que acreditam sinceramente que conseguem fazer o mesmo e com o mesmo aspecto cool e quase sexy de terrorista urbano; super-heróis de negro vestidos, Molotov em punho, a lutarem contra as injustiças dos governos, o capitalismo e tudo o mais que, por azar, acabe em ‘ismo’.
São meninos, embirrentos e irritantes, que foram com os paizinhos ao cinema ver o Indiana Jones e saíram de lá de dentro a acreditarem fortemente que conseguiam montar um cavalo, estalar um chicote, combater índios, nazis e múmias, beijar a donzela e ainda ficar bem de chapéu. Não sejam ridículos.
Vocês são o paradigma de tudo o que é português, inclusive o nosso Governo: falam muito mas ninguém vos vê a fazer nada. E quando digo nada, quero mesmo dizer nada, absolutamente nada. Limitam-se a orgulhosamente a pejarem os vossos murais nas redes sociais de fotografias dos anarquistas, vossos ídolos; a vomitar algumas palavras de rebeldia infantil e boçal e a alegremente serem assumidamente estúpidos e inconsequentes. Ou estupidamente inconsequentes, como preferirem. Não podem é ser inconsequentemente estúpidos, peço desculpa. Porque a vossa estupidez não só é irritante, como é um perigoso sinal daquilo que vos vai na cabeça e que, isso sim, é o mesmo que nada. Não faz nada pela situação do país, não faz nada para mudar os políticos e quem nos governa e não faz absolutamente nada por vocês. A não ser fazer-vos acreditar que têm uma pinta do caraças. Vocês são anarquistas wanna be, que um dia sonharam que eram mesmo à séria e acreditaram .
Parem de ler isto, só por um bocadinho, e olhem à vossa volta, se estiverem em vossa casa, e comecem a contar os produtos de marcas que vocês consideram o inimigo da sociedade moderna as we know it. Comecem por vocês. Comecem por exemplo pelo que têm calçado, pela marca da vossa camisola; ou pelo refrigerante que têm no frigorífico, ou a cerveja, ou a maquilhagem, ou os medicamentos que tomam. Enfim, olhem para vocês e para o vosso mundo. E das duas uma, ou começam realmente a fazer aquilo em que dizem acreditar – e tentam mesmo com muita força marcar uma posição e mudar alguma coisa – ou calam-se para sempre. É que já não há pachorra.
1 Comments:
At 20:37, Anónimo said…
É pena que adolescência não acabe acidentalmente em "ismo" porque realmente não lhe parece que eles, os adolescentes, apenas querem brincar aos super-heróis? Ficar sentado a deprimir perante a realidade actual também não é solução. Think about it.
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