MAIS MUSIQUITAS
Continuando com a exploração deste meu «novo» I-Pod, passo hoje a falar de mais dois discos que têm rodado com frequência diária, em modo repeat e que melhoram a cada audição.
Bon Iver, o projecto de Justin Vernon, e o seu único álbum até à data, "For Emma Forever Ago", foram a melhor surpresa até agora. O disco é o mais bonito que já ouvi este ano, e um dos mais delicados exemplos desse Indie Folk de que tanto se tem falado e que não é mais do que o regresso às origens da melhor musica que os EUA algum dia tiveram. Depois da péssima imagem que algum country parolo deu a esse género, e que quase o arruinou definitivamente, o feliz ressuscitar veio pela mão de músicos como Devendra Banhart, Sufjan Stevens, Iron and Wine, Patrick Wolf e, claro, pelo incontornável Elliot Smith. Nem todos americanos, como é fácil de perceber, mas todos com a sensibilidade necessária para fazer desaparecer todos os elementos irritantemente artificiais que compunham esse country, digamos, mais mainstream,
e criar um novo grupo de sub-géneros que primam pela simplicidade das melodias, pela nudez de vozes e instrumentos, e, acima de tudo, pela forte componente da palavra. Verdadeiros contadores de histórias, os músicos do que se decidiu chamar de freak folk, psych folk e new weird america (ver Wikipedia), podem não vender milhões de discos, fazer digressões megalómanas ou sequer aparecer na MTV, mas lá que fazem alguma da mais bela música da actualidade, lá isso fazem.
E não consigo deixar de me impressionar com um músico que nos prende apenas com a voz e uma guitarra.
Aqui em baixo os vídeos de "Re: Stacks" e "The Wolves (Act I & II)". Cuidado, podem dar um nó na garganta.


E não consigo deixar de me impressionar com um músico que nos prende apenas com a voz e uma guitarra.
Aqui em baixo os vídeos de "Re: Stacks" e "The Wolves (Act I & II)". Cuidado, podem dar um nó na garganta.

"Red and Purple", talvez a melhor do álbum, tem guitarras acústicas e extremamente metalizadas, um piano de brincar e é marcada por uma secção ritmica perfeitamente diferente de tudo a que estamos habituados: a quase ausência de uma linha de baixo e uma bateria em constante compulsão epiléptica, e umas baquetas que muitas das vezes batem em tudo menos na pele dos tambores. Por cima de tudo isto, uma voz paradoxalmente calma, um light crooner melodioso que equilibra a enredada malha

Aqui, a versão radiofónca de "Red and Purple"
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