CINEMINHA
Já devia a este blog umas palavrinhas acerca de alguns filmezitos vistos nas férias, pelo que, e em jeito de sprint final, cá vão elas...
Logo a abrir o novo(?) capítulo da saga Star Wars, intitulado "The Clone Wars", e realizado por um fã das histórias de Darth Vader, Luke Skywalker e todos os Jedis que se possam imaginar, e que recebeu das mãos do padrinho George Lucas himself, esta prenda que é, ser responsável por mais um capítulo desta imortal... De repente já não sei mais o que dizer. É que a porcaria que Dave Filoni faz com o que lhe foi generosamente entregue de bandeja é tão inútil, tão fútil e tão desinteressante que nem chega a ser mau. É fraco, sem sal nem cor, e absolutamente um péssimo pretexto para se fazer um filme, seja ele qual for, mesmo que seja uma espécie de episódio piloto para uma série de televisão da Cartoon Network. Já há muito tempo que não via uma tão má utilização da animação digital. Os bonecos são feios, os seus movimentos trôpegos e desengonçados - só mesmo os cenários e a iluminação se safam -, o argumento é escasso, quase inexistente, e é tudo tão infantil que irrita mesmo o mais paciente dos monges.
Em suma, alguém devia mandar matar George Lucas antes que ele consiga mesmo que o mundo se esqueça da maravilhosa trilogia que assinou há duas décadas.
O Darth Vader está a dar voltas no caixão.
Não muito melhor mas substancialmente mais suportável é "Get Smart". E deixem-me desde já ser sincero: nunca gostei da série original, criada por Mel Brooks e Buck Henry, e imortalizada pelo actor Don Adams. Nunca lhe achei piada, como nunca achei piada ao humor idiota e a fugir para a brejeirice de Brooks, e honestamente não compreendo a necessidade de recuperar uma série já tão afastada no tempo e na temática.
Seja como for, nem tudo é mau em "Get Smart". Ou melhor, apenas uma coisa é realmente muito boa em "Get Smart" e essa coisa é somente o melhor actor de comédia da actualidade, Steve Carrel. Todos os momentos realmente engraçados do filme são da sua responsabilidade, e mesmo os mais boçais só têm piada porque é ele a fazê-los. Qualquer outro actor tornaria a coisa insuportávelmente ridícula. Fora isso só Dwayne Johnson - anteriormente conhecido como The Rock - e Alan Arkin se safam no meio de tanta coisa fraquinha. E também não era para menos. "Get Smart" tem como realizador um senhor chamado Peter Segal, responsável por outros clássicos da pobreza cinematográfica como um episódio de "Naked Gun" e o segundo capítulo de "Nutty Professor". Segal pegou em Maxwell Smart e transformou-o literalmente no inspector Closeau, dos filmes da Pantera Cor-de-Rosa. O que até nem seria mal pensado; se há actor hoje em dia que pode muito bem pegar na pesada herança do fabuloso Peter Sellers, esse actor só poderia ser Steve Carrell. Portanto, temos um realizador que desvirtuou por completo o espírito da série original em que o filme se baseia, um argumento fraco e basicamente sem piadinha nenhuma, e o inevitável pé a fugir para o foleiro quando as coisas começam a perder a graça e o realizador não sabe o que fazer para a recuperar. Entram as piadas com gases corporais e a comédia de equívocos com o famoso cliché do sexo entre dois homens mas que afinal é só uma ilusão. Cansativo e pouco imaginativo, o filme, fabuloso como sempre, Steve Carrell.
Perdoem-me desde já a excitação, mas não há neste momento nenhum outro realizador que consiga bater Guillermo Del Toro em criatividade. Nenhum tão louco, tão febril na imaginação, e com tantos mundos e criaturas fantásticas a povoarem-lhe o cérebro. Prova disso estão os dois filmes adaptados de "The Hobbit" de Tolkien, produzidos por Peter Jackson e realizados pelo próprio Guillermo. Porque a dizer pela fauna e flora presentes no segundo Hellboy, só mesmo o mexicano para recriar - ou até mesmo melhorar - o imaginário do escritor inglês.
Logo a abrir o novo(?) capítulo da saga Star Wars, intitulado "The Clone Wars", e realizado por um fã das histórias de Darth Vader, Luke Skywalker e todos os Jedis que se possam imaginar, e que recebeu das mãos do padrinho George Lucas himself, esta prenda que é, ser responsável por mais um capítulo desta imortal... De repente já não sei mais o que dizer. É que a porcaria que Dave Filoni faz com o que lhe foi generosamente entregue de bandeja é tão inútil, tão fútil e tão desinteressante que nem chega a ser mau. É fraco, sem sal nem cor, e absolutamente um péssimo pretexto para se fazer um filme, seja ele qual for, mesmo que seja uma espécie de episódio piloto para uma série de televisão da Cartoon Network. Já há muito tempo que não via uma tão má utilização da animação digital. Os bonecos são feios, os seus movimentos trôpegos e desengonçados - só mesmo os cenários e a iluminação se safam -, o argumento é escasso, quase inexistente, e é tudo tão infantil que irrita mesmo o mais paciente dos monges.
Em suma, alguém devia mandar matar George Lucas antes que ele consiga mesmo que o mundo se esqueça da maravilhosa trilogia que assinou há duas décadas.
O Darth Vader está a dar voltas no caixão.
Não muito melhor mas substancialmente mais suportável é "Get Smart". E deixem-me desde já ser sincero: nunca gostei da série original, criada por Mel Brooks e Buck Henry, e imortalizada pelo actor Don Adams. Nunca lhe achei piada, como nunca achei piada ao humor idiota e a fugir para a brejeirice de Brooks, e honestamente não compreendo a necessidade de recuperar uma série já tão afastada no tempo e na temática.
Seja como for, nem tudo é mau em "Get Smart". Ou melhor, apenas uma coisa é realmente muito boa em "Get Smart" e essa coisa é somente o melhor actor de comédia da actualidade, Steve Carrel. Todos os momentos realmente engraçados do filme são da sua responsabilidade, e mesmo os mais boçais só têm piada porque é ele a fazê-los. Qualquer outro actor tornaria a coisa insuportávelmente ridícula. Fora isso só Dwayne Johnson - anteriormente conhecido como The Rock - e Alan Arkin se safam no meio de tanta coisa fraquinha. E também não era para menos. "Get Smart" tem como realizador um senhor chamado Peter Segal, responsável por outros clássicos da pobreza cinematográfica como um episódio de "Naked Gun" e o segundo capítulo de "Nutty Professor". Segal pegou em Maxwell Smart e transformou-o literalmente no inspector Closeau, dos filmes da Pantera Cor-de-Rosa. O que até nem seria mal pensado; se há actor hoje em dia que pode muito bem pegar na pesada herança do fabuloso Peter Sellers, esse actor só poderia ser Steve Carrell. Portanto, temos um realizador que desvirtuou por completo o espírito da série original em que o filme se baseia, um argumento fraco e basicamente sem piadinha nenhuma, e o inevitável pé a fugir para o foleiro quando as coisas começam a perder a graça e o realizador não sabe o que fazer para a recuperar. Entram as piadas com gases corporais e a comédia de equívocos com o famoso cliché do sexo entre dois homens mas que afinal é só uma ilusão. Cansativo e pouco imaginativo, o filme, fabuloso como sempre, Steve Carrell.
Perdoem-me desde já a excitação, mas não há neste momento nenhum outro realizador que consiga bater Guillermo Del Toro em criatividade. Nenhum tão louco, tão febril na imaginação, e com tantos mundos e criaturas fantásticas a povoarem-lhe o cérebro. Prova disso estão os dois filmes adaptados de "The Hobbit" de Tolkien, produzidos por Peter Jackson e realizados pelo próprio Guillermo. Porque a dizer pela fauna e flora presentes no segundo Hellboy, só mesmo o mexicano para recriar - ou até mesmo melhorar - o imaginário do escritor inglês.
"Hellboy II - The Golden Army" é um espanto visual e desde já um sério candidato aos Oscares de design de produção, efeitos especiais, maquilhagem e guarda-roupa. Mas não se enganem, o filme não é só fogo-de-artifício, demónios infernais, monstros e criaturas do arco da velha; a história é terrivelmente sólida e apelativa, os actores estão bem - só não estão melhor graças ao excessivo peso de tanta maquilhagem - e a gestão da acção roça o perfeito. É claro, é do terreno dos filmes de acção e fantasia que estamos a falar, pelo que a coisa tem de ser vista na devida perspectiva. Ainda assim, "Hellboy II - The Golden Army" é um óptimo filme, e o melhor filme de heróis de 2008 - sendo que "The Dark Knight" não é considerado como um filme de heróis pelo responsável deste blog...
Para terminar a referência a dois pormenores que merecem destaque: para o facto de Guillermo Del Toro ter claramente aprendido muita coisa com a experiência de "O Labirinto do Fauno", e para uma das mais pertubadoras e espectaculares personagens de filmes do género dos últimos vinte anos: o Anjo da Morte que aparece fugazmente na recta final do filme mas que impressiona que se farta.
Para terminar a referência a dois pormenores que merecem destaque: para o facto de Guillermo Del Toro ter claramente aprendido muita coisa com a experiência de "O Labirinto do Fauno", e para uma das mais pertubadoras e espectaculares personagens de filmes do género dos últimos vinte anos: o Anjo da Morte que aparece fugazmente na recta final do filme mas que impressiona que se farta.
Amanhã há mais...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home