kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

sábado, setembro 20, 2008

MUSIQUINHAS



Finalmente, depois de tantos meses sem reciclar o meu fiel I-Pod, há coisinhas novas para ouvir. Para começar o inacreditável álbum dos Vampire Weekend, do qual já não podia ouvir mais opiniões rendidas da crítica. Mas a crítica tinha razão. Os moços de Nova Iorque arrancam a carreira da melhor forma possível, e lançam bases para o que pode muito bem vir a ser o renascimento de uma big apple scene.
Todas as canções do álbum homónimo dos Vampire são maravilhosamente dançáveis, carregadinhas de detalhes deliciosas, obviamente influenciadas pelos Talking Heads dos finais da década de setenta - mas com bastantes traços do David Byrne a solo - e que fazem deste trabalho uma pérola pop como já não se ouvia há muito.
Percebo agora a frustração dos meus companheiros de viagem quando, no dia em que fui a Lisboa ver os Rage Against the Machine, perderam o concerto dos Vapire Weekend. Para a próxima quem não os deixa escapar sou eu.










Noutro universo completamente diferente está Emiliana Torrini, a senhora que já tinha pelo menos um muito aconselhável disco, e que se tornou famosa ao cantar "Gollum's Song", para a banda sonora de "O Senhor dos Aneis", de Peter Jackson. Já há muito tempo que uma canção não me atirava salazarmente da cadeira; já desde "About a Boy", de Björk que não ouvia uma canção de embalar tão magnífica, tão bela e tão arrepiantemente triste. O álbum chama-se "Me and Armini" e é absolutamente obrigatório em qualquer discografia caseira. No entanto, é "Bleeder", a sua última canção que nos faz engolir em seco e parar com tudo o que estavamos a fazer. Esta é uma daquelas canções que ao vivo remetem o público ao silêncio mais profundo; que dão um nó apertado na garganta do mais resistente insensivel e não nos dão outra hipótese se não escutá-la em repeat. Infelizmente não consegui encontrá-la em parte alguma da net, o que é pena.


Verdadeira surpresa foi o descobrir uma senhora chamada Syreeta, que para além de ter nome de cabeleireira, é senhora de uma potentíssima voz. Em 1972 Stevie Wonder escreveu e tocou practicamente todos os instrumentos do disco com o mesmo nome da madame. O resultado são nove músicas de pura soul music, muito ao género do que Stevie Wonder fazia na altura, mas servidas pela (mais ma vez) maravilhosa voz de Syreeta. Para já o duelo entre os dois na canção "To Know You is to Love You".











Há muitas mais coisinhas boas para serem ouvidas, e nas próximas semanas vou dedicar-lhes o espaço merecido aqui no cantinho.