kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

terça-feira, agosto 29, 2006

Ontem percebi que aquilo a que chamo de fantasmas - e de que podem ficar a saber qualquer coisinha uns textos abaixo - não são fantasmas.
Tive uma crise de ansiedade, não perguntem porquê, e talvez por isso fui assaltado por imagens que me magoaram terrivelmente. Não se preocupem, não estava sob o efeito de ácidos, ou de quaisquer outras drogas alucinogéneas. Eram memórias que vinham para me aleijar a sério, à bruta. Algumas, imagens de beleza pura, mas que infligem sofrimento físico por não serem exclusivamente belas, por acarretarem uma carga emocional negativa, dolorosa. Memórias de dor, portanto.
Não fantasmas, dores.
Os fantasmas são assuntos por resolver, que dependem única e exclusivamente de nós para serem definitivamente enterrados. Segredos, actos terriveis por nós cometidos e que assombram a nossa consciência, dando-lhe um peso desmesurado.

Digam-me, se souberem, como se exorcizam estas dores? O que se faz para deixar de as sentir? Que terapia, que profilaxia?

Ás vezes, consigo olhar a beleza bem de frente, e a sua visão apaga todas e quaisquer dores que possa sentir nesse momento. Ás vezes, nem sempre. Ás vezes, a beleza tem essa capacidade de me acalmar e de me garantir que não serão as dores a acabar com a minha vida.

Sabem aquela velha máxima que diz que a música acalma as feras? Acalma porque é uma das coisas mais belas que existe. Ou seja, a beleza acalma as feras. As minhas dores são ferozes e conseguem tomar conta de mim e dos meus actos. Paralisam e dominam-me.

Estou farto disto. Vou escrever alguma coisa que respeite a música que estou a ouvir e que me acalma.

5 Comments:

  • At 20:09, Blogger Carlos said…

    As dores mastigam-se. Engolem-se. Digerem-se.
    E alimentam o salto que se segue.
    O que importa é dar esse salto, para que as próximas dores não se acumulem nas energias das emoções digeridas...

     
  • At 11:33, Blogger Ana Carolina said…

    Só quem é boa pessoa...tem sentimentos puros e genuínos...é amigo dos outros, pensa no bem dos outros...é que entende este teu post...as crises de ansiedade, podem superar-se passando uns bons tempos a pensarmos SÓ em nós, não contrariando o nosso espírito, fazer o que nos apetece.

    Mas esta é só uma das receitas...


    Tb vivo com esse senhor "ansiedade" mas estou quase a conseguir expulsá-lo de cá de casa porque esse senhor já anda a abusar, ha algum tempo, e já chega de abusos!! ;)

    beijokass

     
  • At 22:55, Anonymous Anónimo said…

    Quando eu era pequenina tudo me deixava insegura, frágil, ansiosa e quando digo tudo não exagero. Sentia ansiedade por tudo e por nada, aliás, a ansiedade é que comandava. Eu não fazia nada para a ter, apenas estava.

    Agora, ensino a minha filha a enfrentar os medos, aqueles que aleijam. E se há regra básica nestas coisas dos medos e andiedades é a obrigatoriedade de inverter o comando. Como? Conhece-te e "brinca" com isso porque, uma coisa é certa, a realidade é que sobrevives sempre depois de uma crise, certo? Então não tens nada a perder.

    Se há coisa que desatino, forte e feio, é com a presunção excepto neste caso. Usemos e abusemos de presunção ao lidar com ansiedade que tem tudo a ver com insegurança. Usa a mente para controlar o corpo e o inverso também vale. Brinca com todas as sensações. Adivinha o que vem a seguir... os joelhos a tremer(mesmo de verão), a boca seca, pescoço tenso, suor das mãos com elas geladas.

    Nestas coisas não há música que nos valha... pode acalmar mas o melhor é o nosso silêncio para tratarmos a ansiedade por tu:

    "Oh tu, badalhoca!! Vai badamerda que quem controla aqui o tasco sou EU".

    Ansíolitica

     
  • At 17:56, Blogger baba said…

    Crises de ansiedade são MUITO diferentes de Ansiedade per si!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

     
  • At 00:25, Anonymous Anónimo said…

    curiosidade per se...

     

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