kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

domingo, janeiro 01, 2006

O Primeiro

Afinal o momento que eu pensava ser de emoção extrema, pelas mais diversas razões, acabou por ser um momento de tristeza e solidão apenas por uma única razão. As coisas são mesmo assim. Só as descobrimos muitas das vezes quando elas nos batem na cara.

Foi uma noite tranquila.

Uma noite em que me relembrei de todos os motivos que levaram a que me perdesse de amores. Já os tinha esquecido. Às vezes eu mesmo pensava que tudo seria um enorme e despropositado exagero da minha parte, mas... são coisas que não se explicam. Assim. Não se explicam. Sentem-se ou não.

De resto foi bom sentir novamente o carinho que aproximou e une e para sempre vai unir um tão especial grupo de pessoas. Foi bom relembrar. Foi bom despedir, fechar a porta. Melhor e mais fácil do que eu estava à espera. Mas porque ontem decididamente vivi entre duas noites distintas. A noite que eu sonhava para mim, e que por ser tão forte tão real esteve sempre comigo, e a noite que aconteceu de facto e que nada tinha a ver com a do meu sonho. Assim, acomodadas numa tristeza maior, todas as outras se sentiram relegadas para segundo plano e decidiram, por uma noite , não me incomodar.

Hoje fui à praia. Acredito sinceramente que de vez em quando é necessário sentir a força dos elementos à nossa volta. Reforçar a ligação com a natureza.

Decidi por isso passear pela praia, o dia estava bonito, não havia como resistir.
Liguei o meu I-Pod e a primeira música que ouvi em 2006 foi "Hey Mama Wolf" do Devendra Banhart. Agradável. De seguida, e desta vez por opção, ouvi "A ceux Qui Sont Malades Par Le Mér Calme" do Yann Tiersen. Pareceu-me fazer sentido. E fez. Sentei-me nos degraus do passadiço que nos leva à areia da praia e deixei-me estar por ali não sei bem quanto tempo. Não sei ao certo dizer o que me passou pela cabeça. Sei no entanto quem me passou pela cabeça. Sei que desejei com toda a força que, por alguma espécie de magia - daquela que só se vê no cinema - ela se chegásse a mim, como sempre sem se fazer notar, e me abraçásse com toda a força do mundo. Com as mãozinhas de aranhiço.

Foi o primeiro dia do ano.
Não foi bem o dia do rescaldo como eu tinha imginado, mas serviu para ter algumas certezas.
Só não adquiri a certeza de que tenho de agir de acordo com as minhas certezas...

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