O último post do ano
O primeiro dizia:
Terça-feira, Fevereiro 22, 2005
"Ena, ena!
Que emoção!!! O meu primeiro texto no meu blog... e nada para dizer!Mas não se aborreçam, proximamente terão motivos mais do que suficientes para sentir uma vontade irresistível, quase sobrenatural, de visitar este bloguezito."
Este vai dizer muito mais...
Já aqui disse, 2005 foi um ano... peculiar! Mas peculiar não chega, já que nem tudo o que se passou comigo e com pessoas que me são próximas terá sido apenas peculiar.
Hoje de manhã, em conversa com o Carlos Moura, e antevendo já o que pode vir a ser 2006, eu dizia que mais turbulento do que 2005 seria impossivel. A menos que eu mudásse de sexo! E espero que assim seja - não a mudança de sexo...
Quase tudo aconteceu este ano. Quase tudo num ano que às vezes parecia ter mais do que quatro semanas por mês e bem mais do que doze meses.
Num ano em que voltei à vida activa após um longo, demasiado longo, periodo de baixa por acidente.
Num ano em que tive de aprender a viver com uma limitação fisica, não tão pequena quanto parece, e que me deixou para sempre com uma dorzinha no coração.
Num ano em que comecei a fazer teatro cómico, e em que descobri assim a minha maior paixão. De todas a minhas enormes paixões, sem dúvida a maior.
Num ano em que - e não me canso de realçar - conheci o grupo de pessoas mais rico e importante de sempre na minha vida.
Num ano em que esse mesmo grupo de pessoas se viu abalado por uma sucessão de convulsões que afligiu e influenciou tudo e todos.
Num ano em que me vi envolvido subitamente numa espécie de casting para a SIC, em que ajudei a fazer e editar quatro livros, em que contribuí para o relativo sucesso de um grupo de comediantes que ficará para sempre associado á história do LAF - Comedy Club.
Ou seja...
Num ano em que dei asas à minha criatividade e imaginação como nunca antes.
Num ano em que me vi obrigado a abandonar precisamente o projecto LAF por já não me identificar com o mesmo, com as pessoas que passaram a habitar aquele espaço - durante muito tempo a minha segunda casa - e, acima de tudo, por não concordar com algumas decisões tomadas no sentido de melhorar a filosofia daquele clube de comédia.
Num ano em que regressei a Barcelona e a Menorca, dois locais carregados de boas memórias e que voltaram a ser agradáveis surpresas.
Num ano em que me separei da minha mulher...
Num ano em que tive de abandonar a minha casa, uma dor inenarrável e para muitos inexplicável. É simples. Era uma relação de amor. Muitas vezes mimei a minha casa, com abraços, beijinhos de carinho...
Abandoná-la é como perder um amigo querido.
Num ano em que descobri que ainda tinha a capacidade de me apaixonar e, consequentemente, de derrotar muitos dos meus fantasmas, de derrubar todos os meus bloqueios... para descobrir também que estar apaixonado é, muitas das vezes, a garantia de que esses fantasmas nunca me deixarão totalmente.
Num ano em que nunca como amanhã, as emoções vão estar tão instáveis, tão fragilizadas.
Num fim de ano em que vou ter de lidar com tudo e todos que me aconteceram num tão curto espaço de tempo.
Num fim de ano em que vou ter de lidar com o fechar de uma porta - a do LAF - que serviu para me deixar entrar em muitos mundos, muitos palcos, muitos corações.
Num fim de ano em que a partir de uma certa hora, vou estar mais sozinho do que alguma vez estive.
Num fim de ano que vai de certo servir como a explosão que consome o incêndio. E em que o dia 1 de Janeiro de 2006 vai servir como o dia do rescaldo.
O chavão a que não se consegue fugir: o primeiro dia do resto das nossas vidas.
Da minha vida
Estou ansioso e esperançado por este ano de 2006 que se aproxima a passos rápidos.
Mas tenho a noção de que começar o ano que se avizinha com a mágoa que carrego pode funcionar em dois sentidos completamente opostos.
Vamos ver.
Até para o ano
Terça-feira, Fevereiro 22, 2005
"Ena, ena!
Que emoção!!! O meu primeiro texto no meu blog... e nada para dizer!Mas não se aborreçam, proximamente terão motivos mais do que suficientes para sentir uma vontade irresistível, quase sobrenatural, de visitar este bloguezito."
Este vai dizer muito mais...
Já aqui disse, 2005 foi um ano... peculiar! Mas peculiar não chega, já que nem tudo o que se passou comigo e com pessoas que me são próximas terá sido apenas peculiar.
Hoje de manhã, em conversa com o Carlos Moura, e antevendo já o que pode vir a ser 2006, eu dizia que mais turbulento do que 2005 seria impossivel. A menos que eu mudásse de sexo! E espero que assim seja - não a mudança de sexo...
Quase tudo aconteceu este ano. Quase tudo num ano que às vezes parecia ter mais do que quatro semanas por mês e bem mais do que doze meses.
Num ano em que voltei à vida activa após um longo, demasiado longo, periodo de baixa por acidente.
Num ano em que tive de aprender a viver com uma limitação fisica, não tão pequena quanto parece, e que me deixou para sempre com uma dorzinha no coração.
Num ano em que comecei a fazer teatro cómico, e em que descobri assim a minha maior paixão. De todas a minhas enormes paixões, sem dúvida a maior.
Num ano em que - e não me canso de realçar - conheci o grupo de pessoas mais rico e importante de sempre na minha vida.
Num ano em que esse mesmo grupo de pessoas se viu abalado por uma sucessão de convulsões que afligiu e influenciou tudo e todos.
Num ano em que me vi envolvido subitamente numa espécie de casting para a SIC, em que ajudei a fazer e editar quatro livros, em que contribuí para o relativo sucesso de um grupo de comediantes que ficará para sempre associado á história do LAF - Comedy Club.
Ou seja...
Num ano em que dei asas à minha criatividade e imaginação como nunca antes.
Num ano em que me vi obrigado a abandonar precisamente o projecto LAF por já não me identificar com o mesmo, com as pessoas que passaram a habitar aquele espaço - durante muito tempo a minha segunda casa - e, acima de tudo, por não concordar com algumas decisões tomadas no sentido de melhorar a filosofia daquele clube de comédia.
Num ano em que regressei a Barcelona e a Menorca, dois locais carregados de boas memórias e que voltaram a ser agradáveis surpresas.
Num ano em que me separei da minha mulher...
Num ano em que tive de abandonar a minha casa, uma dor inenarrável e para muitos inexplicável. É simples. Era uma relação de amor. Muitas vezes mimei a minha casa, com abraços, beijinhos de carinho...
Abandoná-la é como perder um amigo querido.
Num ano em que descobri que ainda tinha a capacidade de me apaixonar e, consequentemente, de derrotar muitos dos meus fantasmas, de derrubar todos os meus bloqueios... para descobrir também que estar apaixonado é, muitas das vezes, a garantia de que esses fantasmas nunca me deixarão totalmente.
Num ano em que nunca como amanhã, as emoções vão estar tão instáveis, tão fragilizadas.
Num fim de ano em que vou ter de lidar com tudo e todos que me aconteceram num tão curto espaço de tempo.
Num fim de ano em que vou ter de lidar com o fechar de uma porta - a do LAF - que serviu para me deixar entrar em muitos mundos, muitos palcos, muitos corações.
Num fim de ano em que a partir de uma certa hora, vou estar mais sozinho do que alguma vez estive.
Num fim de ano que vai de certo servir como a explosão que consome o incêndio. E em que o dia 1 de Janeiro de 2006 vai servir como o dia do rescaldo.
O chavão a que não se consegue fugir: o primeiro dia do resto das nossas vidas.
Da minha vida
Estou ansioso e esperançado por este ano de 2006 que se aproxima a passos rápidos.
Mas tenho a noção de que começar o ano que se avizinha com a mágoa que carrego pode funcionar em dois sentidos completamente opostos.
Vamos ver.
Até para o ano
1 Comments:
At 19:45, Red Janequinha said…
Já não vais ler este comment este ano de 2005, mas as emoções serão de certo mais ou menos as mesmas!
Para mim, para ti, para a Gi, para Jô, para o Marco, para a Ana Teresa, e para muitos outros que não esqueço (já que sou o elemento staff mais antigo)... Um grande beijo de muito obrigado, por tudo!
Bons Maus Optimos Mais ou menos Fantasticos Delirantes Alucinantes Maravilhosos Derradeiros Arrebatadores Elementares Simples Grandes, etc.., momentos que tive o prazer de viver do vosso lado! Obrigado por existirem e serem os únicos que não julgam mas acarinham protegem e ajudam em todos os momentos!
Beijos
Mijotinha
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