KUNG FU PANDA
Como não podia deixar de ser, e logo no fim-de-semana de estreia, fui ver o novo filme de animação da Dreamworks, "Kung Fu Panda", e a conclusão é (mais do que qualquer outra) que o salto de qualidade da produtora nesta área foi incomensurável. Os dois últimos filmes animados da Dreamworks tinham sido respectivamente o terceiro capítulo da saga Shrek e "Bee Movie", e a qualidade da animação de "Kung Fu Panda" representa tão somente a maior ameaça de sempre ao reinado absoluto da concorrente Pixar. Assim mesmo. Nunca um filme de animação de outro estúdio que não a Pixar tinha atingido este nível, não só na animação propriamente dita, como também nos diálogos, no argumento e nas situações.
Até aqui, e conscientes da dificuldade em combater a Pixar na parte técnica, os restantes estúdios apostavam sempre na comicidade dos seus filmes e apontavam-nos declaradamente para um público provavelmente mais graúdo. "Kung Fu Panda" assume-se como um filme totalmente infantil, totalmente cómico e é precisamente aí que ganha substancial número de pontos. A coisa é mesmo hilariante, ao mesmo tempo que é um dos maiores delirios visuais da história do cinema de animação. Os cenários são soberbos, a iluminação fenomenal, as personagens são memoráveis e a animação, mais uma vez, uma coisa de enlouquecer o maior detractor. É pura e simplesmente perfeita! Desde o prólogo até ao genérico final, ambos em animação convencional. A juntar a isso, a magnífica homenagem aos filmes de artes marciais, presente em cada imagem, em cada piada, e que faz muito mais pelo cinema série B do que qualquer filme de Tarantino.
O único senão é o facto da maior parte das personagens serem, contra todas as expectativas, meramente decorativas. O grupo de cinco mestres de artes marciais que convivem com o Panda no templo onde este irá aprender os segredos do Kung Fu, deviam obrigatoriamente ter mais relevo, mais diálogos e mais presença nos gags que nos são apresentados em regime de quase non stop. Ao invés, a maior parte do filme é passada com duas personagens centrais, o incontornável Panda, claro, e o seu mestre, Shifu - fantásticos Jack Black e Dustin Hoffman. E isso é ainda mais estranho quando é sabido que para dar voz a algumas dessas personagens foram escolhidas personalidades de Hollywood com algum peso, como são os casos de Angelina Jolie, Lucy Liu e Jackie Chan.
Seja como for, "Kung Fu Panda" é um filme do caraças, imparável, hilariante, e ao mesmo tempo belíssimo e fulgurante.
A sequência em que Tai Lung - o temido vilão de serviço - foge da prisão de máxima segurança é uma das mais incríveis da história recente da animação digital, e faz lembrar a todos os níveis o universo de Star Wars. De tal modo que deixa a questão: para quando uma aliança entre a Lucas Films e um qualquer destes estúdios com vista a mais uma saga? Os fãs agradeceriam, e o resultado seria com toda a certeza melhor do que Lucas sozinho fez com os últimos filmes dos Jedis e Ca. Lda.
A ir ver e rever e re-rever e sem contraindicações de qualquer espécie. A sério!
Etiquetas: Filmes Vistos
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