RUFUS WAINRIGHT - CASA DAS ARTES, 28-06-2008
Ora bem, não é novidade nenhuma que muito dificilmente um espectáculo de Rufus Wainright ao vivo possa trazer grandes novidades. A qualidade das suas actuações ao vivo - sejam elas a solo ou acompanhadas por uma banda - varia conforma a intensidade com o que canadiano as interpreta. Rufus Wainright tem uma voz indescritível e domina-a como bem lhe apetece. É um bom pianista - não excepcional - e assume os enganos em palco com bom humor e com a dose necessária de sinceridade para que tudo lhe seja perdoado. As músicas são belíssimas, das melhores que a Pop viu nascer nos últimos dez anos, e nunca, mas nunca, desiludem, seja lá quea for a roupagem escolhida pelo seu autor.
No entanto...
... e talvez porque era o meu terceiro concerto de Rufus Wainright, fiquei com a sensação de que o rapaz não estava propriamente com muita vontade de ali estar. A coisa pareceu-me algo desencantada e um pouco "vamos lá que eu tenho mais o que fazer". Podia ser cansaço, podia ser muitas coisas que não falta de empenho. Mas que me pareceu isso, pareceu.
Momento altos houve-os e aos montes, como não podia deixar de ser. No dia em que Rufus Wainright der um concerto mau, poderemos afirmar sem margem para dúvidas que aquele em cima do palco não era de todo Rufus Wainright. As músicas novas, especialmente uma composta a partir de um soneto de Shakespeare, conquistaram o público e deixam a promessa de que muita coisinha boa estará a vir por aí. No entanto, e talvez por culpa minha, muitas houve que pareciam à partida obrigatórias e que Rufus deixou na mala - Cartier, com certeza. "Vibrate", "I Don't Know Where It Is" e "Across The Universe", só para referir algumas, não foram cantadas no Sábado e isso deixou-me um saborzinho a pouco que custou a passar.
É claro que irei ver os próximos concertos de Rufus Wainright em Portugal. É claro que continuo a seguir os seus discos com toda a atenção do mundo. Não posso, contudo, deixar de referir que a actuação em Famalicão parecia ser feita apenas para aqueles fãs que fazem coreografias ridículas enquanto cantam cada letrinha da música e que adorariam absolutamente tudo o que o homem fizesse em palco. Fosse o que fosse, mesmo que ele fizesse como o Frank Zappa e...
1 Comments:
At 11:12, José Miguel Neves said…
É claro que nem tudo foi perfeito, ainda bem... Abç
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