INDIANA MULDER E OS SALTEADORES DOS FICHEIROS SECRETOS
Há tantas coisas boas em Indiana Jones! Tantas e tão diversas que até chateia a forma perfeita como encaixam umas nas outras! Tantas coisas boas e nenhuma delas presente neste último (espera-se) capítulo da saga do aventureiro criado por George Lucas e Steven Spielberg.
E escrevo ali os nomes dos dois precisamente por serem dois dos mais sagrados monstros da história do cinema. Um porque deu ao mundo uma trilogia mítica recheada de personagens inesquecíveis e que cria mais fâs por segundo em todo o mundo que as pernas do Cristiano Ronaldo; outro, pela carreira ímpar, e pelos sucessivos sucessos que cria como se não fosse difícil.
Escrevo os nomes porque ambos foram capazes de criar também uma das maiores desilusões cinematográficas de que há memória. E sabem porquê? Por gulodice.
Foram anos a fio a recusarem terminantemente a realização do quarto episódio da série Indiana Jones e pelo melhor motivo do mundo, diga-se. Enquanto não houvesse um argumento interessante e espectacular o suficiente, não havia nada para ninguém. E é precisamente pelo argumento que a coisa começa desde logo a correr mal. É uma das regras básicas da sétima arte: um argumento bom para uma curta metragem não é obrigatoriamente bom para um filme de mais de duas horas. "Indiana Jones and the Kingdom of the Cristal Skull" é um filme fraco. Fraquinho, mesmo. As cenas de acção são fraquitas, os personagens muito fraquinhos, os efeitos especiais - dos quais Spielberg tanto se orgulhava e porque eram tão artesanais - são medíocres e tudo acaba por se conjugar numa infeliz e arrastada e monumental seca, daquela que nos provoca comichão e nos dá uma (quase) irresistível vontade de abandonar a sala. Especialmente quando nos damos conta de que o propalado regresso de Marion - a eterna namorada de Indy - não é mais do que uma fraca manobra de marketing, completamente sensaborona, desnecessária e muito aborrecida.
Sinceramente, tendo em conta o argumento e o desenvolvimento da história, não teria sido preferível fazerem um episódio especial de homenagem aos extintos "X-Files"? É que ali tudo cheira às aventuras de Scully e Mulder e com uma vantagem: o início de cada episódio da famosa série era sempre empolgante e deixava sempre o espectador agarrado ao que vinha a seguir.
Alguém se lembra das sequências iniciais dos três anteriores episódios de Indiana Jones? Eu lembro-me. Eram do caraças! Este? Já sabem, é fraquinho. E foi aí que eu comecei a pensar que se calhar aquilo ia resultar no que eu mais tinha temido durante todo este tempo em que estive ansiosamente à espera do filme: uma profunda e secante desilusão.
E sinceramente? Havia tanta coisa má de que me apetecia falar e que está tão presente neste último (espera-se) filme de Indiana Jones... mas é melhor não. Já me basta ter adiado esta espécie de crítica por quase um mês por não saber bem o que havia de escrever.
Etiquetas: Filmes Vistos
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