Pronto, e lá fui ver o regresso do homem de aço.
Que posso dizer? O filme é uma pequena desilusão. E não é uma enorme desilusão porque nem sequer chega a ser mau. É... morno.
E é morno porque o realizador na procura de humanizar as personagens parece ter-se esquecido que aquilo é suposto ser uma aventura, uma história de acção, com explosões a rodos, sequências de luta brutais entre o Super-Homem e aqueles que lhe querem menos bem, seres estranhos, humanos ou não, com poderes, gadgets fantásticos e sede de conquistar ou destruir o planeta. Ao invés, o que temos é um argumento practicamente inexistente. Uma péssima desculpa para se realizar um filme. Uma historiazinha que não chegava para alimentar uma hora daquilo, muito menos quase três.
Pobre a história, pobres os diálogos, pobres as soluções.
Ganha-se uma coisa - e que até nem é assim tão pequena. Um excelente Super-Homem. Não me refiro ao actor - já lá irei - , mas sim à personagem, completamente diferente dos anteriores (não melhor, diferente). Este é um Super-Homem mais adulto, mais experiente. Um Super-Homem que finalmente assume o seu lado mais triste. A banda desenhada geria essa entre-linha muito bem, transmitindo aqui e ali a sensação de que aquele era um homem amargurado. Perseguido pela dor de não se sentir inteiramente integrado num planeta que não era o dele e de saber ser ele o único sobrevivente de uma antiga civilização alienígena. Ao mesmo tempo, mostra-nos um super-herói imune a tudo e a mais alguma coisa. Balas, comboios desgovernados, temperaturas extremas; ao Super-Homem podemos fazer tudo, até tentar esmagá-lo sob o peso de uma montanha, que ele sai-se sempre bem da empreitada. Neste filme descobrimos, porém que o coração do homem de aço é de carne como os nossos, humanos, e que lhe dói como o caraças. Neste filme descobrimos que o rapaz sente uma mágoa quase impossivel de disfarçar quando se apercebe que perdeu o amor da sua vida, Lois Lane, e isso transporta toda a carga emocional da história para um patamar diferente de todos os filmes que o antecederam. E percebe-se a enorme nobreza que atravessa toda a acção.
E eu gostei disso...
Quanto aos actores...
pouco ou nada há a dizer. Cumprem todos o que lhes foi pedido, e que não deve ter sido assim muito. Desculpem a frieza, mas é esta a minha desagradável opinião.
Aguardo portanto as sequelas - certas - desta primeira tentativa de regressar a um dos heróis mais populares - e a um dos universos mais ricos e fantásticos - da BD americana.
1 Comments:
At 19:44, Miss* Duvalle said…
mm isso...morno. Na altura, faltou-me o termo :)
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