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Bom Karma... ou não!

quarta-feira, setembro 28, 2011

HINOS - ROAD TO NOWHERE

A minha história de amor com os Talking Heads começou em 1985, tinha eu uns pequeninos doze anos, numa festa na escola secundária - no ginásio da escola, mais precisamente e como em todos os filmes americanos que se prezem - e com esta música, o hino absoluto da banda de David Byrne, tema incontornável da década de oitenta.
Lembro-me como, no meio de todas as músicas da pop mais aguerrida, dominada à altura por bandas britânicas - U2, Simple Minds, The Cure, The Smiths e outras - a canção dos americaníssimos Talking Heads foi a única capaz de me tirar do chão para, até hoje, não conseguir parar de saltar sempre que a ouço.
Ao mesmo tempo, "Road to Nowhere" é um exemplo quase arqueológico do uso da imagem na década de oitenta, de como os telediscos (hoje videoclips) eram quase surrealistas mas plenos de mensagens sociais - algo a que, aliás, David Byrne nunca virou a cara - e de como a originalidade presente desde muito cedo na carreira dos Talking Heads, fez deles uma banda sem género, única, irrepetível, impossível de copiar ou de homenagear e, consequentemente, sem seguidores à altura.
É um monstro eterno da história da pop, criada por um gigante Byrne, indiscutivelmente um dos melhores e mais influentes músicos de sempre, e que à força da reciclagem dos problemas da humanidade, está hoje tão actual como há mais de vinte anos.

They can tell you what to do
But they'll make a fool of you
And it's all right, baby, it's all right
We're on a road to nowhere