THE MESSENGER

"The Messenger" é um muito bom exemplo desse cinema psicologicamente doloroso, retrato fiel (julgamos) das memórias magoadas de uma experiência-pesadelo, não só para os que combateram naquele país do Médio-Oriente como também para os que ficaram nos EUA à espera de notícias fidedignas. E é sobre essas notícias de que fala o primeiro filme de Oren Moverman.
O mensageiro do título não é mais do que o soldado que anda de porta em porta a comunicar aos familiares a morte em combate dos seus filhos, maridos ou pais. Nessa curta e maquinal comunicação, entendemos essas tais feridas por sarar. O soldado que debita o texto escrito por algum relações públicas do exército sofre por vários motivos, entre eles a noção de que podia ser o seu nome a ser martelado como palavras numa antiga máquina de escrever. Por outro lado, o familiar que abre a porta e finalmente recebe aquilo por que sempre temeu. O espectador sente-o de igual forma, pese embora a distância do problema, porque são momentos que o realizador filma de forma brilhante e a que os actores emprestam uma dignidade incomum.
"The Messenger" é uma obra com claros tiques do cinema dito independente americano, servido por um elenco de (injustos) secundários todos eles em absoluto estado de graça. Woody Harrelson, cada vez melhor; Ben Foster, sempre brilhante; Samantha Morton, estranhamente ausente depois de um início de carreira fulgurante; e Steve Buscemi, que nunca foi uma surpresa. Juntos transportam o filme para aquilo que se esperava de uma história dramática, sem exageros ou pieguices.
Quando passou pelas salas de cinema dos shopings recolheu críticas muito favoráveis, mas esteve tão pouco tempo em exibição que poucos devem ter sido os que lhe deram uma oportunidade. Esse erro deve ser corrigido o quanto antes. "The Messenger" é um dos melhores filmes do ano. Sem dúvida.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home