kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quarta-feira, setembro 29, 2010

BLAH, BLAH, BLAH

Os comunistas - e esquerdistas em geral, já agora - que são irremediavelmente e eternamente chipados, defendem o paraíso social, económico e político que é Cuba. Segundo eles não existem dificuldades de maior na ilha de Fidel e a populaça segue a sua vidinha feliz e despreocupada, sem fazer ondas e ao som da Salsa.
Tenho de lhes dar razão: não é qualquer país que de um momento para o outro se vê livre de meio milhão de funcionários públicos. Aliás... acho que só mesmo Cuba o conseguiria fazer.


Estavamos tão habituados aos conforto do capitalismo/consumismo que nos esquecemos de que mais dia menos dia o monstro nos iria ferrar. As convulsões sociais um pouco por todo o mundo, mas por estes dias com particular incidência na Europa, reflectem o choque popular. Alguns apontam a falência do Socialismo, outros falam de previsível queda do capitalismo e outros ainda riem-se do falhanço do comunismo. A verdade é esta: após tantos séculos, a sociedade dita ocidental ruíu. Pode não parecer, afinal a coisa vista ao longe continua bonita e reluzente. É quando se desce às ruas e se entra em casa das famílias e nas fábricas e empresas que se percebe que a fruta por dentro está um nojo. E já não há volta a dar. O prazo de validade foi ultrapassado.


As novas tecnologias ganharam. As novas tecnologias e as novas ferramentas disponibilizadas pelas novas tecnologias. A maior parte da população utilizadora destas chamadas novas tecnologias, no entanto, não se aventura a usar ferramentas realmente úteis à sua vida social e profissional. Ou seja, usam o que de mais fútil estas tecnologias providenciam e pronto, estão totalmente servidos e satisfeitos. O profético filme "Exterminador Implacável", de 1984, falava de um futuro governado pelas máquinas e de uma humanidade escravizada. Acho sinceramente que esse futuro já é uma realidade. Há dias um professor na minha faculdade não conseguíu dar a aula por se ter esquecido do seu computador portátil e assumiu sorrindo que estava tão dependente da máquina que já nem andava com papel e caneta... Seria interessante alguém escrever uma tese sobre o que aconteceria à humanidade se, de um dia para o outro, todas estas novas tecnologias deixassem misteriosamente de funcionar. De uma coisa tenho a certeza: voltavamos a ser mais inteligentes e racionais. E menos fúteis.


Por falar em futilidade: tenho Facebook, como quase toda a gente no mundo, à excepção de uma tribo no Quénia profundo, e sincera e obviamente, não lhe dou a importância que a maioria das pessoas dá. E isso nota-se na forma como o utilizo, ao ponto de há dias algém me ter dito, com uma pontinha a estranheza, "tu não usas muito aquilo, pois não?". Toda a gente sabe tudo de toda a gente, mesmo que não se conheçam lá muito bem. A semana passada, também na minha faculdade, e quando uma determinada moça não respondeu à chamada do professor - sim, o imbecil ainda usa o método da chamada individual - logo duas ou três vozes gritaram "está em ERASMUS", mesmo não a conhecendo particularmente. Porquê? Porque o facto estava escarrapachado no Facebook da moça em questão. Eu sei, o meu blog informa muitas vezes pormenores da minha vida pessoal. No entanto o meu blog é como um programa de rádio, nunca sei para quem estou a escrever ou se estou a escrever para alguém. Uma página de uma rede social - Facebook, Twitter e outras - é clara e assumidamente a primeira página de um jornal pessoal e individual que se sabe, vai ser lido por milhares de pessoas. Nesse sentido não percebo a necessidade das pessoas diariamente nos informarem do seu estado de espírito, afazeres ou frustrações. São só pequenas frases, mas que me deixam num estado de irritação irreparável...