SEGURANÇA!?
São nove e meia da manhã e eu estou num país da América Latina chamado Segurança Social. O clima é ameno, mas o ambiente é muito estranho e hostil. Os indígenas são em número considerável e bastante voláteis. É maior quantidade de pés feios, dentes podres, fatos de treino horríveis e mau português que já vi na minha vida. O acordo ortográfico claramente não chegou aqui. Nenhum acordo ortográfico chegou aqui, esta gente inventou o seu próprio acordo ortográfico há muito tempo atrás. A mistura de cheiros é inebriante, no mínimo. Alguns cheiram a cebola, outros a lixívia e outros ainda a perfume, mas de uma maneira demasiado intensa, comose quisessem disfarçar o cheiro a cebola e lixívia. Falam alto e gritam com frequência, pragejando e vociferando. O tema das conversas é bastante homogéneo: alguns contam como gritaram com a médica da caixa, outros descrevem ao pormenor o que disseram à mulher do guichet do Centro de Emprego e outros ainda repetem as palavras que lançaram ao segurança da repartição das Finanças. São aguerridos, estes indígenas, gente impaciente e muito descontente, aparentemente. Os que deixam o país fazem-no com um ar confiante e vitorioso, como se tivessem ultrapassado uma grande provação e sobrevivido. Os restantes olham-nos com desdém e pensam no momento em que também vão deixar esta grande nação chamada Segurança Social.
Curiosamente não me sinto nada seguro aqui...
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