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Bom Karma... ou não!

quarta-feira, setembro 30, 2009

RAPIDINHAS SOBRE AS ELEIÇÕES (OU NEM POR ISSO)



Resumidamente: O PS venceu as eleições e conquistou mais votos do que qualquer sondagem previa. O PP tornou-se a terceira força política e conquistou mais votos do que qualquer sondagem previa. O BE viu o seu eleitorado crescer em cerca de 200 mil votos. A CDU conseguiu mais um deputado. Visto assim pode-se concluir que o único e verdadeiro derrotado destas eleições foi o PSD. No entanto, o PS perdeu a maioria absoluta e logo por 500 mil votos. O BE foi ultrapassado pelo PP e a CDU não conseguiu evitar descer para a posição de quinto partido político na assembleia da república. Ou seja, pode-se concluir que o único e verdadeiro vencedor destas eleições foi o PP.

Já se sabe que isto não pode ser visto de uma forma tão linear e que existem muitas outras conclusões. No entanto, a verdade é que Paulo Portas conseguiu mesmo bater o seu inimigo de sempre, as sondagens, e crescer de uma forma surpreendente. O que me preocupa, porque apesar de ser um bom partido na oposição, o PP continua também a ser a direita mais retrógrada e medieval. Portas tenta disfarçá-lo, mas sem grande sucesso.

Manuela Ferreira Leite devia ter-se demitido na mesma noite das eleições. Teve ainda menos votos do que era esperado e perdeu irremediavelmente a única hipótese de algum dia ser primeiro-ministro de Portugal. Ao não se demitir, abriu mais uma ferida no PSD, que vai passar os próximos meses nas habituais guerras internas. Manuela fica practicamente sozinha à frente dos lobos sociais-democratas. Menezes em Gaia rejubila com o fracasso; Pedro Passos Coelho sorri maquiavelicamente perante o trambolhão de quem o bloqueou; os tubarões do PSD sacodem as barbatanas e dizem que não têm nada a ver com aquilo; por fim, Paulo Rangel está comodamente alojado na Europa política e não tem de se preocupar com o peixe miúdo.


Entretanto, o presidente da república lá veio a público falar da polémica das escutas. Como é seu costume não disse nadinha de jeito, não esclareceu, só confundiu, foi evasivo, pouco cristalino e... bem, um desastre. Fanático pelas teorias da conspiração, ponho-me a pensar na razão que levou o homem a subitamente montar um espectáculo desgradante como o de ontem. Para mim foi pressão do PSD, que desgastado por uma humilhante derrota eleitoral, usou a sua única arma política de (algum) peso.

Portanto, temos um presidente que continua a ser o que sempre foi, inútil, e que agora abre uma guerrinha inconsequente com o governo. Inconsequente porque não se sabe quem foi, o que foi, quando foi e porque foi. E porque a única pessoa que nos podia esclarecer é um mono sem qualquer presença de figura de estado. E que se apresenta como o presidente da república. E que, como sempre nestas ocasiões, fala em pessoas sem referir nomes, o que ajuda de caraças...

Também por «coincidência», dois dias após um bom resultado eleitoral, Paulo Portas volta a estar no centro da polémica dos submarinos, e dos dinheiros desviados para a Suiça e o diabo a quatro. O que é bom, porque é interessante saber que esse assunto, essa roubalheira descarada, ainda está por resolver.

Portanto, tudo na mesma!