kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

segunda-feira, setembro 10, 2007

DEJA VU

E lá fui ver o Deja Vu de Tony Scott.
Fui imbuído de algum espirito optimista, as críticas dos especialistas tinham sido bem boas, aquando da sua passagem pelos cinemas cá do burgo, e eu, que nunca fui grande fã do mano mais novo dos Scott, acreditei.
E confesso que não fui totalmente surpreendido. Ou melhor, de início até fui. E pela melhor das razões. O filme começa a todo o gás, mostrando-nos uma tragédia de proporções gigantescas, um atentado terrorista a fazer lembrar os piores fantasmas do patriotismo exagerado dos americanos, desde que o 11 de Setembro nunca mais foi SÓ um 11 de Setembro. Bem filmado, bem gerida a tensão dos momentos iniciais, e bem doseada a entrega de alguns pequenos apontamentos, criados para nos confundir; estrategicamente colocados para nos pôr a pensar "espera lá, aquilo era... será que era mesmo?", e exercendo exactamente o mesmo efeito na personagem principal - um Denzel Washington finalmente liberto dos tiques de durão que têm marcado a sua carreira mais recente.
E até meia hora do fim o filme consegue manter intacto o suspense e o efeito surpresa que se adivinha, mas que nunca se sabe ao certo qual é. E depois tudo vem por água abaixo, quando descobrimos que o filme afinal é mesmo sobre tudo o que nós não queríamos que fosse: viagens no tempo. Ok, podia perfeitamente ser mais um filme sobre viagens no tempo, a teoria da relatividade, worm holes e o diabo a quatro; podia também era ser um filme sobre isso tudo, mas ORIGINAL!!! E não. O realizador não evita nenhum dos clássicos paradoxos que deitam por terra todo e qualquer argumento, e deixa escorregar os últimos trinta minutos de filme para aquele lamaçal de chatos e rotineiros filmes de acção, demasiado estilizados e plenos de clichés.
Chatice, esta gente que não sabe fazer mais do que sempre do mesmo!
E ainda por cima quando há ali tanta coisa boa! Um bom argumento inicial, um bom elenco, boa música e, acima de tudo, uma actriz que enche o ecrã com a sua beleza e doçura; que apaixona instantaneamente a personagem de Denzel e o povinho masculino que vê o filme, e que introduz uma estranha tristeza que, de repente, é o veículo para fazer avançar a história.

Uma jovem e lindíssima actriz chamada Paula Patton e que ainda por cima, é mal aproveitada. Assim não há pachorra!