kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

quarta-feira, setembro 05, 2007

THE MAN WITH THE SEVEN SECOND MEMORY



Ou A História de Clive e Deborah.
Porque, embora a história de Clive seja arrepiantemente interessante, o verdadeiro fascínio nasce da relação que ele e a mulher desenvolveram e mantêm ainda hoje, mesmo depois do sucedido.
E resumidamente o que se passa é que Clive sofre de uma poderosa e irreversível amnesia, considerada pela comunidade científica, como a mais forte alguma vez registada. Um vírus, alojado na coluna vertebral, destruíu a zona do cérebro que controla a memória, e atirou com Clive para um mundo em que o antigo maestro passa o dia como se tivesse acabado de acordar. As únicas coisas que a memória de Clive não apagou: tocar piano e o amor pela mulher. O inglês não reconhece uma única nota de música, nem tão pouco sabe o que isso possa ser, mas sentado a um piano transforma-se imediatamente no antigo Clive, e maravilha-nos ao mesmo tempo que nos confunde.
Sabe perfeitamente que Deborah é a sua mulher, e sempre que a vê a sua reacção é apaixonada, como se já não a visse há muito tempo.
A história tem tanto de terrivel como de tocante, e serve para provar que tanto a velha máxima the mind is a terrible thing to waste, como o trocadilho - utilizado pelos Ministry para dar nome a um dos seus álbuns - the mind is a terrible thing to taste, estão completamente acertadas.
Cheguei a Clive Wearing através dos livros do neurologista Oliver Sacks, de quem já tinha lido O Homem Que Confundiu a Mulher Com Um Chapéu. Sacks dedicou a sua vida ao estudo de casos extremos de problemas neurológicos semelhantes a este, e relatou-os numa série de livros que só podem ser fascinantes. É que o médico coloca toda a técnica fria, mecânica e científica, e centra-se na parte mais humana dessas pessoas que muitas das vezes vivem presas dentro de um corpo e de uma mente em permanente desacordo.
O seu livro mais famoso acabou por ser Despertares, que resultou num filme com o mesmo título, realizado por Penny Marshall, e interpretado por Robin Williams, no papel de Malcolm Sayer (Sacks), e por Robert De Niro, no de Leonard Lowe.
Tudo isto, provocado pela minha incessante busca por mais livros seus - alguns traduzidos em português -, sempre sem sucesso.



Podem saber toda a história de Clive aqui em baixo (esqueci-me do código Html...)

http://observer.guardian.co.uk/magazine/story/0,11913,1394684,00.html


E aqui, também.