kar(ma)toon

Bom Karma... ou não!

segunda-feira, setembro 10, 2007

ORA BEM...




Pela primeira vez na minha vida, desde que usei uma t-shirt com o Michael Jordan lá estampado - bem gira, por sinal -, voltei a usar uma peça de roupa com um ìcone. Aliás, três. Neste caso, Lenin, Marx e Trotsky, as figuras principais da revolução de Outubro de 1917. Foi-me oferecida na ressaca da 31ª festa do Avante, e é uma t-shirt - não há outra peça de vestuário que sirva tão bem de bilboard como uma t-shirt - muito bonita.

Confesso a minha quase total ignorância acerca do assunto "Revolução de Outubro de 1917", e admito, portanto, só usar a dita t-shirt por a achar extremamente bonita. Não sei bem o que os senhores fizeram, ou como contribuiram para o sucesso da revolução. Conheço-os desde pequenino - sempre fui atento às grandes figuras da história mundial -, mas sei tão pouco da vida deles que quase me sinto culpado por andar com eles ao peito pelas ruas do Porto.

Sempre apreciei e admirei as pessoas que são sinceras no que às suas convicções e ideais diz respeito. Chateia-me por outro lado as que usam e abusam de símbolos e ícones sem saberem bem o que estão realmente a usar.

E o que me preocupa nisto tudo, é que muitas vezes, os que defendem aquilo em que acreditam, são apelidade de irrefutáveis, teimosos e inflexíveis. Como se fosse um pecado capital ser-se crente; como se toda a gente no mundo que tem uma opinião acerca de algum assunto, não fosse também «irrefutável, teimoso e inflexível», quando tem de defender aquilo em que acredita.

E chateia-me imaginar que grande parte das pessoas que usam t-shirts com a imagem do Che, do Elvis ou de Cristo; os lenços da Palestina, os colares do Nepal, ou as últimas sapatilhas do Michael Jordan, não façam a mínima idéia, e nem se preocupem em saber, quem são aquelas pessoas e que importância tiveram para a história do mundo.

E pela primeira vez na minha vida, acabo de cometer o mesmo erro.

E como gosto muito da t-shirt, vou desde já procurar toda a informação acerca de Lenin, Marx e Trotsky, para a poder usar ainda mais orgulhosamente.