Esta semana tive a oportunidade de rever A Vila, de M. Night Shyamalan – inexplicavelmente só o tinha visto uma vez – e o impacto da revisão foi imediato: o filme é um assombro.
Já sabem, sou fã incondicional de Shyamalan e considero não existir neste momento outro realizador como ele. Não que seja o melhor do mundo, nada disso. Acho é que não existe nenhum outro que consiga conjugar a técnica e a criatividade como ele o faz. Diria que aprendeu muito bem as lições do mestre Spielberg, ou, se preferirem, os filmes de Shyamalan transpiram Spielberg por todos os poros. Sem saber a cópia, sem parecer colagem. O jovem realizador americano soube construir um sem número de imagens de marca - distintas das que Spielberg já havia conseguido impor - e que fizeram com que (todos) os seus filmes levassem o cinema um passinho mais para cima.
Apesar das inevitáveis críticas. Era inevitável. O Sexto Sentido e Inquebrável criaram a primeira imagem de M. Night Shyamalan, e uma imagem demasiado forte e que passou a ideia (errada) de que todos os seus filmes teriam o mesmo ingrediente: um twist final, completamente inesperado, à laia de pontapé na cara, murro no estômago e canelada valente. E então veio a desilusão. Ao terceiro filme, o realizador «limitou-se» a filmar uma invasão extraterrestre… para os seus detractores. Porque na verdade, o que se vê em Sinais é uma família completamente atípica e a sua luta para retomar o que parecia estar perdido. Isto, claro, durante a tal invasão extraterrestre. O filme, como todos, é extraordinariamente bem filmado, muito bem interpretado, e mantém a ideia do twist final, mas é um twist leve, sem o impacto de O Sexto Sentido, quase imperceptível mas com uma força arrasadora. Às vezes é preciso estar atento para se ver certas coisas. Shyamalan só se esqueceu que nem todo o público vai ao cinema para realmente VER filmes.
E então A Vila.
Ao quarto filme Shyamalan realiza a sua obra-prima. Sem grande alvoroço, sem grandes truques, sem recorrer a golpes baixos para conquistar o público. A Vila é um filme adulto, sereno, filmado com toda a calma do mundo e com uma placidez – de que volto a falar mais à frente – irresistível. Uma banda sonora belíssima, uma fotografia genial e um elenco em estado de graça, do qual seria virtualmente impossível destacar um só nome, não fosse a presença magnífica de um verdadeiro anjo, um achado daqueles que qualquer realizador quereria no seu currículo: Bryce Dallas Howard.
De facto, a filha de Ron Howard – realizador por quem não nutro grande admiração – assina uma das interpretações-caloiras mais vibrantes e contagiantes de que tenho memória, e carrega às suas costas a responsabilidade de dar corpo à tal placidez de que falei há pouco. É o seu rosto, os seus olhos e a sua voz que nos levam pelo filme de uma forma quase embalada, mesmo quando o ambiente é de puro horror. E é com ela que sofremos, na incrível sequência em que a vemos de atravessar a terrível floresta, e é com ela que nos comovemos quando, noutra cena absolutamente arrebatadora, ela «vê» o seu amor às portas da morte.
M. Night Shyamalan tem o condão de descobrir novos actores - Haley Joel Osment no Sexto Sentido e Abigail Breslin em Sinais -, de «desenterrar» outros - Bruce Willis nos dois primeiros filmes - e ainda de sacar interpretações pouco comuns de pessoas como Sigourney Weaver, Joaquin Phoenix ou Mel Gibson. E esta é outra das suas imagens de marca.
Esta semana vou rever Lady In The Water, apetece-me.
Já sabem, sou fã incondicional de Shyamalan e considero não existir neste momento outro realizador como ele. Não que seja o melhor do mundo, nada disso. Acho é que não existe nenhum outro que consiga conjugar a técnica e a criatividade como ele o faz. Diria que aprendeu muito bem as lições do mestre Spielberg, ou, se preferirem, os filmes de Shyamalan transpiram Spielberg por todos os poros. Sem saber a cópia, sem parecer colagem. O jovem realizador americano soube construir um sem número de imagens de marca - distintas das que Spielberg já havia conseguido impor - e que fizeram com que (todos) os seus filmes levassem o cinema um passinho mais para cima.
Apesar das inevitáveis críticas. Era inevitável. O Sexto Sentido e Inquebrável criaram a primeira imagem de M. Night Shyamalan, e uma imagem demasiado forte e que passou a ideia (errada) de que todos os seus filmes teriam o mesmo ingrediente: um twist final, completamente inesperado, à laia de pontapé na cara, murro no estômago e canelada valente. E então veio a desilusão. Ao terceiro filme, o realizador «limitou-se» a filmar uma invasão extraterrestre… para os seus detractores. Porque na verdade, o que se vê em Sinais é uma família completamente atípica e a sua luta para retomar o que parecia estar perdido. Isto, claro, durante a tal invasão extraterrestre. O filme, como todos, é extraordinariamente bem filmado, muito bem interpretado, e mantém a ideia do twist final, mas é um twist leve, sem o impacto de O Sexto Sentido, quase imperceptível mas com uma força arrasadora. Às vezes é preciso estar atento para se ver certas coisas. Shyamalan só se esqueceu que nem todo o público vai ao cinema para realmente VER filmes.
E então A Vila.
Ao quarto filme Shyamalan realiza a sua obra-prima. Sem grande alvoroço, sem grandes truques, sem recorrer a golpes baixos para conquistar o público. A Vila é um filme adulto, sereno, filmado com toda a calma do mundo e com uma placidez – de que volto a falar mais à frente – irresistível. Uma banda sonora belíssima, uma fotografia genial e um elenco em estado de graça, do qual seria virtualmente impossível destacar um só nome, não fosse a presença magnífica de um verdadeiro anjo, um achado daqueles que qualquer realizador quereria no seu currículo: Bryce Dallas Howard.
De facto, a filha de Ron Howard – realizador por quem não nutro grande admiração – assina uma das interpretações-caloiras mais vibrantes e contagiantes de que tenho memória, e carrega às suas costas a responsabilidade de dar corpo à tal placidez de que falei há pouco. É o seu rosto, os seus olhos e a sua voz que nos levam pelo filme de uma forma quase embalada, mesmo quando o ambiente é de puro horror. E é com ela que sofremos, na incrível sequência em que a vemos de atravessar a terrível floresta, e é com ela que nos comovemos quando, noutra cena absolutamente arrebatadora, ela «vê» o seu amor às portas da morte.
M. Night Shyamalan tem o condão de descobrir novos actores - Haley Joel Osment no Sexto Sentido e Abigail Breslin em Sinais -, de «desenterrar» outros - Bruce Willis nos dois primeiros filmes - e ainda de sacar interpretações pouco comuns de pessoas como Sigourney Weaver, Joaquin Phoenix ou Mel Gibson. E esta é outra das suas imagens de marca.
Esta semana vou rever Lady In The Water, apetece-me.
Etiquetas: Filmes Vistos
1 Comments:
At 14:21, Anónimo said…
Ainda não vi! Posso levar a família e as pipocas? ;)
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