ALPHA DOG
A semana passada fui ver Alpha Dog e não lhe tinha dado aqui o destaque que, apesar de tudo, o filme merece.
E este "apesar de tudo" resume-se apenas ao realizador responsável por Alpha Dog, nada mais do que Nick Cassavetes, filho de John Cassavetes. E a diferença entre pai e filho é somente esta: John era realizador de cinema, Nick faz filmes. E acreditem, a diferença é enorme.
John Cassavetes foi um dos mais inovadores cineastas da sua geração, Nick faz filmes molengas e enjoativos, verdadeiras xaropadas a fugir para o romântico e que não são bons nem para o género.
E Alpha Dog até começa bem, com energia e garra, em parte responsabilidade dos putos actores, sinceros e nada pretensiosos. A história em torno de um adolescente raptado à laia de acerto de contas é bem gerida, o que faz com que o seu final anunciado - e nada escondido - se torne, a dada altura, incerto e enganadoramente feliz. Apesar de sabermos desde o início que o miúdo vai mesmo ser assassinado, há um altura em que damos por nós a pensar "não o façam, não matem o puto".
O problema é Nick Cassavetes, que, como já é habitual, mostra não ter unhas suficientes para a guitarra que quer tocar, e que deixa o filme cair na modorra, na sonolência e no aborrecimento. Retoma alguma da energia inicial, mesmo na recta final, mas também não era difícil. É aí que as coisas se começam a precipitar para o tal final trágico e incomodativo. Mas que não é suficiente para fazer de Alpha Dog mais do que um filme normal mas bem intencionado. E é pena...
Etiquetas: Filmes Vistos
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