Fechou a porta do quarto e regressou à cama. Regressou a ela. E voltou ao sono.
Vou ter saudades tuas nesta cama
Instantes antes tinha ouvido estas palavras, pequeninas, enquanto o seu corpo largava a cama a custo. A muito custo.
Não havia para ele dor maior no mundo que a dor de sair da cama e deixar uma parte dele lá, deitada.
Já sabia o que se seguia. O sentimento de solidão mais triste. A rotina de quem se prepara para sair de casa. O banho, o vestir de roupa, o pequeno almoço, tudo tão frio, tão só. Sabia que voltaria ao quarto para se despedir e que ao chegar à porta lançaria um último olhar sobre ela, deitada na cama, e que essa sensação de vazio lhe apertaria o estômago e o coração pelo resto do dia.
Estava na cozinha. Aquecia a canja de galinha que levaria para almoçar, sozinho, na cantina do escritório. Tinha já guardadas num saco de papel, bonito, com grandes letras brancas, uma maçã e uma pêra. Tinha também uma faca e guardanapos. Tudo muito bem arrumadinho por ela.
De repente as palavras pequeninas que ouvira instantes antes voltaram a ser ouvidas, uma e outra vez. Apercebeu-se de que podiam muito bem ter um outro sentido, diferente do que tinha percebido na altura.
Imaginou-se meses mais tarde, noutra cozinha. Sem saco de papel, sem a maçã ou a pêra. Viu-se à porta de um quarto com uma cama vazia, sem uma parte dele deitada no colchão. Voltou a ouvir as mesmas palavras e o nó no estômago apertou mais um bocadinho.
Fechou o recipiente com a canja de galinha, arrumou-o no saco de papel com a maçã, a pêra, a faca e os guardanapos.
Descalçou os sapatos, tirou a camisa roxa, a preferida dela, e pousou o relógio em cima da televisão. Abriu a porta do quarto e deu-se todo o tempo do mundo para admirar a beleza que normalmente lhe era roubada durante o dia.
E entrou...
Vou ter saudades tuas nesta cama
Instantes antes tinha ouvido estas palavras, pequeninas, enquanto o seu corpo largava a cama a custo. A muito custo.
Não havia para ele dor maior no mundo que a dor de sair da cama e deixar uma parte dele lá, deitada.
Já sabia o que se seguia. O sentimento de solidão mais triste. A rotina de quem se prepara para sair de casa. O banho, o vestir de roupa, o pequeno almoço, tudo tão frio, tão só. Sabia que voltaria ao quarto para se despedir e que ao chegar à porta lançaria um último olhar sobre ela, deitada na cama, e que essa sensação de vazio lhe apertaria o estômago e o coração pelo resto do dia.
Estava na cozinha. Aquecia a canja de galinha que levaria para almoçar, sozinho, na cantina do escritório. Tinha já guardadas num saco de papel, bonito, com grandes letras brancas, uma maçã e uma pêra. Tinha também uma faca e guardanapos. Tudo muito bem arrumadinho por ela.
De repente as palavras pequeninas que ouvira instantes antes voltaram a ser ouvidas, uma e outra vez. Apercebeu-se de que podiam muito bem ter um outro sentido, diferente do que tinha percebido na altura.
Imaginou-se meses mais tarde, noutra cozinha. Sem saco de papel, sem a maçã ou a pêra. Viu-se à porta de um quarto com uma cama vazia, sem uma parte dele deitada no colchão. Voltou a ouvir as mesmas palavras e o nó no estômago apertou mais um bocadinho.
Fechou o recipiente com a canja de galinha, arrumou-o no saco de papel com a maçã, a pêra, a faca e os guardanapos.
Descalçou os sapatos, tirou a camisa roxa, a preferida dela, e pousou o relógio em cima da televisão. Abriu a porta do quarto e deu-se todo o tempo do mundo para admirar a beleza que normalmente lhe era roubada durante o dia.
E entrou...
2 Comments:
At 13:34, Anónimo said…
entrou para onde??
At 17:31, karmatoon said…
Para resolver este enigma, proceder da seguinte forma:
1 - Imprimir o texto em questão;
2 - Fazer um vinco horixontal logo abaixo do primeiro parágrafo do mesmo;
3 - repetir a operação nº 2 mas desta feita imediatamente acima das palavras "E entrou...";
4 - Unir os dois vincos;
5 - Ler tudo de seguida.
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