Considerações
Não sei quantos de vocês se lembrarão da bomba que há uns anos explodiu na televisão pública portuguesa chamada "Império dos Sentidos", mas garantidamente foi um dos acontecimentos mais engraçados da história recente deste jardim à beira mar plantado.
O filme, quase pornográfico, foi transmitido pela RTP e chocou meio Portugal, enquanto divertia a outra metade. As reacções em cadeia encheram as primeiras páginas dos jornais durante semanas.
Provavelmente a reacção mais recordada, ainda hoje, foi a do Sr. Bispo de Braga, que proferiu as famosas palavras "aprendi mais em quinze minutos de filme do que em toda aminha vida", misturadas com outras menos engraçadas e mais próximas de um certo rapazito de seu nome Salazar...
A reacção não se fez esperar, e logo pela boca do responsável máximo pela programação do canal público na altura - e de quem não me lembro do nome, lamento - que disse existirem num televisor pelo menos dois botões muito importantes para o seu correcto funcionamento e manuseamento: o utilizado para mudar de canal e o que liga e desliga o mesmo aparelho.
Esta semana voltei a receber reacções menos positivas acerca da maneira como exponho a minha vida neste blog. Recebi reacções menos agradáveis acerca da forma como (aparentemente, não o tinha compreendido) exponho as vidas de outras pessoas.
Pois bem, podia muito bem fazer minhas as palavras do Sr. director de programação da RTP e aconselhar essas pessoas a «mudarem de canal», mas não sei funcionar assim.
Acho até engraçado que se sintam tão melindradas com a maneira como exponho a minha vida e sejam elas as primeira a tentarem indicar-me o que devo ou não devo mostrar de mim, da minha vida, os meus defitos e qualidades. Acho engraçado que não compreendam as minhas motivações e que, acima de tudo, não se apercebam que eu sou o único que pode de facto desvendar a minha vida, todos os seus pormenores, na quantidade que bem entender. Da forma que eu bem entender.
Da mesma forma acho estranho que só se manifestem quando revelo pormenores da minha personalidade menos... alegres. Como se fossem defeitos. Não se manifestam quando desvendo características mais animosas, pois não? Quais as diferenças? Não faz tudo parte da mesma pessoa? Não sou composto por coisas boas e más? É legítimo que me perguntem qual a necessidade de revelar as menos boas, mas isso é tão legitimo como eu responder que não é uma necessidade.
Seja como for, respeito as opiniões dos que não concordam com a forma como giro este blog, e por isso mesmo passo desde já a ter mais cuidado com o que escrevo. Não sobre mim, mas sobre os outros. Nesse sentido, e pela segunda vez na curta história deste blog, retirei um post que tinha publicado na Sexta à noite. Pela primeira vez senti-me ridículo por ter escrito um post. E isso não epode acontecer.
Contudo, gostava de me indagar sobre o seguinte: porque é que as reacções só são negativas quando falo de alguém numa conjuntura menos positiva? E poderão constatar facilmente que nunca, mas nunca, critiquei ninguém neste blog de uma forma directa. Aliás, nunca critiquei aqui ninguém. Pelo contrário, mesmo nos posts mais... tristes acredito que de alguma forma as pessoas visadas saíam valorizadas. As dores que me fazem sentir, só as sinto por gostar tanto delas.
Como terá sido a reacção da Gioconda quando viu o quadro que o Leonardo tinha pintado? Será que o processou?
Será que algum anjo terá castigado Michellangelo por causa da Capela Cistina?
E a mulher de Lobo Antunes, será que já agrediu o marido pelo livro composto por cartas que ele lhe escreveu? Não podia, o livro é da sua responsabilidade.
Provavelmente é isso. Tenho de mostrar os textos às pessoas neles revistas antes de os publicar...
Desculpem o sarcasmo, mas tudo isto é de um grande exagero. O meu texto é um grande exagero. Mas há coisas que me deixam perplexo.
O filme, quase pornográfico, foi transmitido pela RTP e chocou meio Portugal, enquanto divertia a outra metade. As reacções em cadeia encheram as primeiras páginas dos jornais durante semanas.
Provavelmente a reacção mais recordada, ainda hoje, foi a do Sr. Bispo de Braga, que proferiu as famosas palavras "aprendi mais em quinze minutos de filme do que em toda aminha vida", misturadas com outras menos engraçadas e mais próximas de um certo rapazito de seu nome Salazar...
A reacção não se fez esperar, e logo pela boca do responsável máximo pela programação do canal público na altura - e de quem não me lembro do nome, lamento - que disse existirem num televisor pelo menos dois botões muito importantes para o seu correcto funcionamento e manuseamento: o utilizado para mudar de canal e o que liga e desliga o mesmo aparelho.
Esta semana voltei a receber reacções menos positivas acerca da maneira como exponho a minha vida neste blog. Recebi reacções menos agradáveis acerca da forma como (aparentemente, não o tinha compreendido) exponho as vidas de outras pessoas.
Pois bem, podia muito bem fazer minhas as palavras do Sr. director de programação da RTP e aconselhar essas pessoas a «mudarem de canal», mas não sei funcionar assim.
Acho até engraçado que se sintam tão melindradas com a maneira como exponho a minha vida e sejam elas as primeira a tentarem indicar-me o que devo ou não devo mostrar de mim, da minha vida, os meus defitos e qualidades. Acho engraçado que não compreendam as minhas motivações e que, acima de tudo, não se apercebam que eu sou o único que pode de facto desvendar a minha vida, todos os seus pormenores, na quantidade que bem entender. Da forma que eu bem entender.
Da mesma forma acho estranho que só se manifestem quando revelo pormenores da minha personalidade menos... alegres. Como se fossem defeitos. Não se manifestam quando desvendo características mais animosas, pois não? Quais as diferenças? Não faz tudo parte da mesma pessoa? Não sou composto por coisas boas e más? É legítimo que me perguntem qual a necessidade de revelar as menos boas, mas isso é tão legitimo como eu responder que não é uma necessidade.
Seja como for, respeito as opiniões dos que não concordam com a forma como giro este blog, e por isso mesmo passo desde já a ter mais cuidado com o que escrevo. Não sobre mim, mas sobre os outros. Nesse sentido, e pela segunda vez na curta história deste blog, retirei um post que tinha publicado na Sexta à noite. Pela primeira vez senti-me ridículo por ter escrito um post. E isso não epode acontecer.
Contudo, gostava de me indagar sobre o seguinte: porque é que as reacções só são negativas quando falo de alguém numa conjuntura menos positiva? E poderão constatar facilmente que nunca, mas nunca, critiquei ninguém neste blog de uma forma directa. Aliás, nunca critiquei aqui ninguém. Pelo contrário, mesmo nos posts mais... tristes acredito que de alguma forma as pessoas visadas saíam valorizadas. As dores que me fazem sentir, só as sinto por gostar tanto delas.
Como terá sido a reacção da Gioconda quando viu o quadro que o Leonardo tinha pintado? Será que o processou?
Será que algum anjo terá castigado Michellangelo por causa da Capela Cistina?
E a mulher de Lobo Antunes, será que já agrediu o marido pelo livro composto por cartas que ele lhe escreveu? Não podia, o livro é da sua responsabilidade.
Provavelmente é isso. Tenho de mostrar os textos às pessoas neles revistas antes de os publicar...
Desculpem o sarcasmo, mas tudo isto é de um grande exagero. O meu texto é um grande exagero. Mas há coisas que me deixam perplexo.
3 Comments:
At 20:28, i said…
Para ti
http://ardazorelhas.blogspot.com/2006/01/para-o-nuno.html
At 16:06, Anónimo said…
...e ainda falam da seita do Yoga. Meus amigos: CAPACIDADE DE CRÍTICA!!!!!!! É bom, não é mau!
At 16:26, karmatoon said…
Esta, juro que não entendi...
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