A Porta Encostada - Ligeiro retorno
A porta encostada não foi obstáculo para ela, que num movimento calculado e calmo a abriu apenas o suficiente para conseguir passar da luz para a escuridão do quarto.
O chão velho de tábuas de madeira rabugenta também não a demoveu e, com os pés descalços, deslizou sobre ele, não fazendo qualquer ruído.
O lençol que o tapava foi afastado, no que lhe pareceu ser uma meiga eternidade.
A forma cuidadosa como ela se deitou ao seu lado e como se encaixou nas suas pernas....
Ela não o queria acordado.
Mas ele não estava a dormir...
O abraço uniu-os como se se nunca mais se pudessem separar e as bocas encontraram-se como se nunca se tivessem perdido.
Mãos despiram corpos com a leveza de uma brisa.
Tocaram pele como se nunca tivesse sido tocada.
Cabelos, afagados pela vontade de os embalar.
O corpo dele tremia nervoso
O dela acalmava-o
Fizeram amor pela primeira vez como se fosse a última
brindados pela luz ténue de um fim de tarde que não queria acabar
Ela disse-lhe ao ouvido "estás dentro de mim"
Adormeceram um no outro...
E nunca mais acordaram
Era só um sonho,
mas que lhe comandava a vida
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