FALE, SENHOR ANÍBAL!
Excelentíssimo Senhor Aníbal (com certeza não se aborrecerá por eu o tratar por Aníbal),
venho por este meio expressar o meu mais profundo apoio e nobre solidariedade para com a sua pessoa, por estes dias tão vilipendiada pelas massas sociais - que o senhor deve conhecer por "povo" - e alvo da mais atenta observação por parte dos media.
A meu ver, as declarações que proferiu há poucos dias, versando as suas parcas posses e a insuficiência dos rendimentos que aufere, foram encaradas pelos ingratos portugueses, sempre rápidos a disparar em todas as direcções e a fazerem todas as perguntas depois do acto, de uma forma obtusa e, logo, absolutamente injusta.
Na verdade, senhor Aníbal, os portugueses estão pouco habituados a ouvi-lo dizer seja o que for. Tem sido sua política não tecer comentários e abster-se de opinar sobre basicamente tudo o que se passa em território nacional. Desabituados que estão os portugueses de ouvir a sua voz presidencial, é natural que se espantem e fiquem confusos quando o senhor profere mais do que os habituais "não comento", "não cabe ao presidente da república comentar" ou "não é o lugar nem o momento para fazer declarações".
Pela parte que me toca, foi muito bom ouvi-lo, senhor Aníbal, aprendi imenso. Desde logo porque percebi que afinal havia uma razão para o senhor não ser muito declarativo, opinativo e comunicativo. É que claramente o senhor não sabe falar para as massas. E está muito mal assessorado, deixe-me que lhe diga. Nos dias que correm é expectável de um bom assessor de comunicação que saiba orientar o seu cliente e, basicamente, dizer-lhe o que ele tem de dizer. Para o senhor ter uma ideia mais concreta do que estou a falar, permita-me usar de uma imagem tão querida da nossa querida RTP Memória: lembra-se dos ventriloquistas que animavam a petizada em inúmeros programas de televisão e que eram presença assídua no natal dos hospitais? Pois bem, é assim mais ou menos que funciona a relação assessor-cliente. Um é o ventriloquista e o outro o boneco. O senhor claramente tem um mau ventriloquista. E não é lá grande boneco, diga-se.
Por outro lado, senhor Aníbal, eu, que até aqui não percebia - sinceramente, não percebia - a função real de um presidente da república, fiquei totalmente esclarecido no que ao seu dever diz respeito. O seu dever, bem cumprido, desta vez, é animar as hostes. Já não temos nas ruas uma geração à rasca, os julgamentos bombásticos estão naquela fase morna e pouco interessante e escândalos políticos e/ou sociais é coisa que por estes dias tem faltado nos meios de comunicação. Dou-lhe os meus parabéns por se ter enchido de coragem, determinação e patriotismo abnegado e, de uma pazada só, ter resolvido os problemas de tédio que começavam a apoquentar os seus eleitores. Muito bem, é assim mesmo. É desta fibra que se faz um presidente. Não se fique por aqui. Peço-lhe encarecidamente que procure mais vezes a luz da ribalta e que nos deixe ouvir a sua voz. A sério, vai ver como funciona como um óptimo antídoto contra a crise e o fado nacionais. É que já ninguém tem saco para se continuar a rir dos Gato Fedorento, do José Castelo Branco ou dos males do Sporting. Precisamos de material novo, senhor Aníbal!
E ainda diziam que presidentes como o Lula, o Havel e o Walesa é que eram presidentes próximos do povinho. Que injustiça, senhor Aníbal. Que injustiça.
venho por este meio expressar o meu mais profundo apoio e nobre solidariedade para com a sua pessoa, por estes dias tão vilipendiada pelas massas sociais - que o senhor deve conhecer por "povo" - e alvo da mais atenta observação por parte dos media.
A meu ver, as declarações que proferiu há poucos dias, versando as suas parcas posses e a insuficiência dos rendimentos que aufere, foram encaradas pelos ingratos portugueses, sempre rápidos a disparar em todas as direcções e a fazerem todas as perguntas depois do acto, de uma forma obtusa e, logo, absolutamente injusta.
Na verdade, senhor Aníbal, os portugueses estão pouco habituados a ouvi-lo dizer seja o que for. Tem sido sua política não tecer comentários e abster-se de opinar sobre basicamente tudo o que se passa em território nacional. Desabituados que estão os portugueses de ouvir a sua voz presidencial, é natural que se espantem e fiquem confusos quando o senhor profere mais do que os habituais "não comento", "não cabe ao presidente da república comentar" ou "não é o lugar nem o momento para fazer declarações".
Pela parte que me toca, foi muito bom ouvi-lo, senhor Aníbal, aprendi imenso. Desde logo porque percebi que afinal havia uma razão para o senhor não ser muito declarativo, opinativo e comunicativo. É que claramente o senhor não sabe falar para as massas. E está muito mal assessorado, deixe-me que lhe diga. Nos dias que correm é expectável de um bom assessor de comunicação que saiba orientar o seu cliente e, basicamente, dizer-lhe o que ele tem de dizer. Para o senhor ter uma ideia mais concreta do que estou a falar, permita-me usar de uma imagem tão querida da nossa querida RTP Memória: lembra-se dos ventriloquistas que animavam a petizada em inúmeros programas de televisão e que eram presença assídua no natal dos hospitais? Pois bem, é assim mais ou menos que funciona a relação assessor-cliente. Um é o ventriloquista e o outro o boneco. O senhor claramente tem um mau ventriloquista. E não é lá grande boneco, diga-se.
Por outro lado, senhor Aníbal, eu, que até aqui não percebia - sinceramente, não percebia - a função real de um presidente da república, fiquei totalmente esclarecido no que ao seu dever diz respeito. O seu dever, bem cumprido, desta vez, é animar as hostes. Já não temos nas ruas uma geração à rasca, os julgamentos bombásticos estão naquela fase morna e pouco interessante e escândalos políticos e/ou sociais é coisa que por estes dias tem faltado nos meios de comunicação. Dou-lhe os meus parabéns por se ter enchido de coragem, determinação e patriotismo abnegado e, de uma pazada só, ter resolvido os problemas de tédio que começavam a apoquentar os seus eleitores. Muito bem, é assim mesmo. É desta fibra que se faz um presidente. Não se fique por aqui. Peço-lhe encarecidamente que procure mais vezes a luz da ribalta e que nos deixe ouvir a sua voz. A sério, vai ver como funciona como um óptimo antídoto contra a crise e o fado nacionais. É que já ninguém tem saco para se continuar a rir dos Gato Fedorento, do José Castelo Branco ou dos males do Sporting. Precisamos de material novo, senhor Aníbal!
E ainda diziam que presidentes como o Lula, o Havel e o Walesa é que eram presidentes próximos do povinho. Que injustiça, senhor Aníbal. Que injustiça.
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