EU, PIRATA ME ASSUMO
Tanta discussão em torno desta recente caça aos piratas internautas e para quê? Estamos a discutir o indiscutível, caros senhores e senhoras. A pirataria é e deve sempre ser ilegal. Por uma questão tão lógica quanto a que nos diz que todo o trabalho tem um preço. Ponto. Pouco importa se o preço é inflacionado ou não. Fosse esse o assunto e estaríamos a roubar garrafas de Coca-Cola que, claramente, não valem o que custam nas prateleiras dos supermercados. Ok?
Esclarecidos que estamos (espero) em relação ao assunto pirataria,passemos à hipocrisia da questão. Toda a gente que subitamente se arrastou para fora do seu calhau para gritar impropérios vários contra a indústria pirata, consome produtos pirateados. Lamento, não conseguem criticar a pirataria e manter um ar credível ao mesmo tempo. E por uma razão muito simples, meus caros: a tentação de ver primeiro, ouvir primeiro, descodificar canais pornográficos primeiro e construir o nosso próprio TDT a partir de um vídeo na net é demasiado irresistível. E toda a gente o faz ou, à falta de conhecimentos, arranja um dealer privado e de confiança para o efeito.
Para além disso, os piratas sempre tiveram um certo encanto. Todos cresceram a admirar os piratas do cinema, obviamente embelezados pela magia da sétima arte. E todos começaram, mesmo que às escondidas, a admirar as façanhas dos piratas cibernéticos, capazes de feitos tão impressionantes quanto entrar no sistema de defesa dos Estados Unidos, saber as perguntas daquele famoso concurso de televisão ou ver fotografias da mãe do melhor amigo nua e em posições nada católicas. Tudo isto são ilegalidades, no entanto. Com mais ou menos piada mas ilegais. Ilegais porque não são mais do que o que assinalei no primeiro parágrafo. São invasões, roubos, de bens materiais e da liberdade individual e corporativa. Há leis contra isto, e o mundo da infodependência, tão bem alimentado pela internet, parece ter-se esquecido disso.
No entanto, sou pirata. Roubo filmes, música, fotografias e software para meu próprio uso e deleite. Poupo uma pipa de massa ao fazê-lo, mas estou também a cometer uma ilegalidade. Tenho consciência disso e não faço uso de uma falsa moral para dizer que não sou desses, nem para lançar os que o fazem à fogueira. E vou continuar a ser pirata, lamento. Dá jeito ser pirata. Porque sou infodependente, porque não tenho dinheiro para comprar toda a música de que gosto e muito menos para ver todos os filmes que quero ver - já para não falar que de todos os filmes que quero ver, apenas uma pequeníssima parte chega às salas portuguesas.
Por isso, parem lá com a hipocrisia, críticos da pirataria, e com as desculpas esfarrapadas, defensores da pirataria. Somos todos consumidores e temos todos a consciência de que estamos a cometer um crime sempre que clicamos na caixinha com a palavra "download". E parem com a discussão, a pirataria não tem fim possível. Por cada um que é detido, por cada site que é fechado, surgem no mundo uma poucas de dezenas de novos piratas. Há outras coisas em torno deste assunto que deviam, essas sim, ser discutidas com seriedade e que se prendem precisamente com direitos de autor e com formas de permitir um acesso mais fácil à informação e à cultura.
Esclarecidos que estamos (espero) em relação ao assunto pirataria,passemos à hipocrisia da questão. Toda a gente que subitamente se arrastou para fora do seu calhau para gritar impropérios vários contra a indústria pirata, consome produtos pirateados. Lamento, não conseguem criticar a pirataria e manter um ar credível ao mesmo tempo. E por uma razão muito simples, meus caros: a tentação de ver primeiro, ouvir primeiro, descodificar canais pornográficos primeiro e construir o nosso próprio TDT a partir de um vídeo na net é demasiado irresistível. E toda a gente o faz ou, à falta de conhecimentos, arranja um dealer privado e de confiança para o efeito.
Para além disso, os piratas sempre tiveram um certo encanto. Todos cresceram a admirar os piratas do cinema, obviamente embelezados pela magia da sétima arte. E todos começaram, mesmo que às escondidas, a admirar as façanhas dos piratas cibernéticos, capazes de feitos tão impressionantes quanto entrar no sistema de defesa dos Estados Unidos, saber as perguntas daquele famoso concurso de televisão ou ver fotografias da mãe do melhor amigo nua e em posições nada católicas. Tudo isto são ilegalidades, no entanto. Com mais ou menos piada mas ilegais. Ilegais porque não são mais do que o que assinalei no primeiro parágrafo. São invasões, roubos, de bens materiais e da liberdade individual e corporativa. Há leis contra isto, e o mundo da infodependência, tão bem alimentado pela internet, parece ter-se esquecido disso.
No entanto, sou pirata. Roubo filmes, música, fotografias e software para meu próprio uso e deleite. Poupo uma pipa de massa ao fazê-lo, mas estou também a cometer uma ilegalidade. Tenho consciência disso e não faço uso de uma falsa moral para dizer que não sou desses, nem para lançar os que o fazem à fogueira. E vou continuar a ser pirata, lamento. Dá jeito ser pirata. Porque sou infodependente, porque não tenho dinheiro para comprar toda a música de que gosto e muito menos para ver todos os filmes que quero ver - já para não falar que de todos os filmes que quero ver, apenas uma pequeníssima parte chega às salas portuguesas.
Por isso, parem lá com a hipocrisia, críticos da pirataria, e com as desculpas esfarrapadas, defensores da pirataria. Somos todos consumidores e temos todos a consciência de que estamos a cometer um crime sempre que clicamos na caixinha com a palavra "download". E parem com a discussão, a pirataria não tem fim possível. Por cada um que é detido, por cada site que é fechado, surgem no mundo uma poucas de dezenas de novos piratas. Há outras coisas em torno deste assunto que deviam, essas sim, ser discutidas com seriedade e que se prendem precisamente com direitos de autor e com formas de permitir um acesso mais fácil à informação e à cultura.
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