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Bom Karma... ou não!

segunda-feira, janeiro 17, 2011

O CSI DA VIDA REAL


Tenho tentado - sem grande esforço, diga-se - fintar o caso da morte de Carlos Castro, ao que tudo indica, às mãos de Renato Seabra. Mas a paciência tem limites, e a comunicação social, como sempre, estica os meus limites até ao ponto de ruptura.

Eu compreendo, ter um CSI da vida real a entrar-nos pelos olhos adentro é tentador e um daqueles acontecimentos que multiplicam as vendas de comunicação e, logo, de publicidade. Ainda assim, e também como sempre, os órgãos de comunicação já deviam ter percebido que há limites éticos para o tratamento de certos casos. Utopia, eu sei.

A história tem ocupado (e vai ocupar) o maior espaço das agendas noticiosas, e muitas vezes, a maioria das vezes, da forma mais repulsiva e exploratória. A nova e valiosa jóia dos meios de informação chama-se Facebook e permite expor sem quaisquer problemas as mensagens trocadas entre Castro e Renato. No mínimo, a coisa é uma violenta e desavergonhada exploração da intimidade alheia. E nem vale a pena defender a estratégia com esse «interesse público» que tantas vezes serve como bode expiatório. A informação que potencialmente está contida nessas mensagens, é matéria de investigação e devia estar protegida por esse segredo de justiça a que aparentemente ninguém deve respeito.

Enfim, a história vai crescer, inevitavelmente e sem dúvida alguma o que vai ser publicado vai ser cada vez mais nojento e escandaloso. Como já disse, a tentação é enorme e é um trunfo daqueles que dá resultados imediatos. Prova disso, no programa da manhã da SIC, estão precisamente neste momento a perguntar a um jornalista português, que assistiu à videoconferência com Renato Seabra, como estava o jovem vestido, se estava penteado ou despenteado e se estava barbeado...