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Bom Karma... ou não!

segunda-feira, julho 27, 2009

SESSÃO (DUPLA) DE TERROR



"All The Boys Love Mandy Lane" é um título que remete inevitavelmente para uma comédia de gajas, daquelas que são todas iguais e blah, blah, blah. Mas assim que sabemos que o filme é de terror, o título adquire um tom bastante incomodativo e até doentio. Isto acompanhado por um cartaz que mais parece anunciar um filme de zombies deixa a sensação de que a coisa até pode ser boa. E não é. É um desperdício de película e de tempo livre e um dos filmes mais óbvios de que tenho memória. Há uma regra de ouro dos filmes de terror e de suspense que quando violada dá poucas hipóteses à obra de se safar. Desvendar um assassino mistério ainda antes de se chegar a meio do filme é um erro tão estúpido e tão desnecessário que nem o consigo catalogar. Explico melhor: grupo de jovens universitários fúteis como uma sola de borracha sem sapato, decidem ir de férias para a quinta de um deles, convenientemente isolada de toda a civilização e governada por um capataz, misto de trolha e modelo de capa de revista: Uma das jovens, a mais bonita (Mandy Lane), é supostamente virgem e, logo, o alvo da cobiça de todos os energúmenos da escola. Aos poucos (já se estava a ver) começam todos a quinar com uma facilidade estonteante e... fim de história. Mesmo. O filme, que até estava a ser dirigido com alguma anormal calma e com um estilo diferente do habitual, tropeça num calhau qualquer que o realizador não viu e despenca a alta velocidade para o buraco onde moram todos os outros filmes do género. E nem o semi-twist final o salva da quase nulidade. E o «quase» está aqui apenas pelo desempenho da actriz principal, Amber Heard, que confere à personagem uma sensualidade distraída e uma certeza de se saber o que se está a fazer não muito comum em obras deste calibre. Fraco calibre, aliás.








"The Haunting In Connecticut" podia ser um filme interessante, já que regressa ao abandonado tema dos Poltergeist que tantos frutos tinha dado nos idos anos 80. Nada de mais, apenas o relato de uma história verídica que aconteceu com uma família americana, não vai há muitos anos, ela própria já a braços com um filho canceroso e prontinho para encomendar o caixão. O resto é um mau aproveitamento dos truques do cinema de terror em casas assombradas. Mau aproveitamento porque não tem um sequência lógica, isto é, tudo se sucede rápido de mais, quando, em filmes de terror/suspense o que se pretende é esticar a ansiedade dos espectadores até ao limite do suportável. Nesse campo, "Rec", de Jaume Balagueró, continua a ser um dos melhores exemplos de gestão de ambiente e de momentos de tensão dos últimos anos. Pena é que os americanos, supostamente tão experimentados neste género tão amado de cinema, se tenham esquecido da fórmula. Pfff...








Ah, os filmes têm os seguintes títulos em português e pela respectiva ordem: "Sedução Mortal" e "O Mensageiro Dos Espíritos"...

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