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Bom Karma... ou não!

sexta-feira, junho 05, 2009

SESSÃO DUPLA



Rápido e directo:


"Terminator Salvation" tinha tudo para ser um bom filme e a salvação de uma saga que já tinha dado mostras evidentes de estar moribunda. O terceiro episódio, claramente desbotado e a gritar "FALTA DE IDEIAS", tinha aparentemente enterrado o projecto, o que até nem parecia má ideia na altura. E volto a dizer: "Terminator Salvation" tinha tudo para ser um bom filme, menos um bom realizador. Pelo amor de Jesus Cristo, mas quem é que se lembrou de um desgraçado que dá pelo nome de McG e que foi responsável pelos dois filmes dos Anjos de Charlie para realizar um filme destes? A coisa pretendia-se séria, negra, depressiva e não mais um chorrilho de acção ao desbarato, más personagens e diálogos imberbes! A coragem de finalmente virar o bico ao prego e situar a acção no tal futuro sempre anunciado mas nunca abordado era o necessário para relançar a série, e confesso que foi o que me deixou em pulgas para ir ver este quarto capítulo. É que já ninguém tinha pachorra para joguinhos de gato e rato que ocuparam os três filmes anteriores.
E confesso que este "Terminator Salvation" nem começa mal. Os cenários pós-apocalípticos sempre me agradaram e este já andava a ser prometido há 25 anos. O problema é que tudo resvala rapidamente para uma espécie de jogo de gato e de rato um pouco ao estilo do que já havia sido feito mas com uma pequena inversão: a dada altura é John Connor quem persegue o Exterminador. Giro, mas mal aproveitado. E depois é uma corrida desenfreada para chegar ao fim do filme. Fim que é claramente metido à pressão como se a coisa já tivesse ultrapassado o prazo e fosse mesmo imperativo pôr um fim naquilo.
Para além disso, irritam sobejamente as piscadelas de olho a referências dos filmes antecessores; o "I'll be back" e o "come with me if you want to live" e especialmente o clone mal engendrado de Schwarzenegger são tão ridículos e de tal maneira metidos à pressão que até dá náuseas.
A única coisa boa disto tudo? Sam Worthington, que literalmente carrega o filme às costas e dá a única gota de nobreza àquilo tudo. Não que Christian Bale não esteja bem no papel de Connor. Está e esforça-se por estar. Isto de meter actores de qualidade dramática em filme de pura acção tem os seus resultados, e Bale dá uma certa carga emocional ao filme. No entanto é o australiano Worthington quem rouba as atenções. É bom actor, nada mono, tem figura e parece talhado para filmes de acção com uma dose mínima de miolos. Safa-se à grande e safa o filmito da derrocada total.
Que pena estragarem assim boas ideias. Está tudo lá. As situações, o cenário, algumas personagens, a maquinaria infernal e que os fãs sempre tinham imaginado. Tudo estragado pela forma leviana com que um realizador de anúncios de segunda gere a matéria prima disponível. Assusta a já certeza de uma quinto filme lá para 2011. Até porque é o mesmo merdoso de realizador...







"Zack and Miri Make a Porno" quase que era um grande filme. Daquelas surpresas com sabor a independent movie que nos surgem pelo menos uma vez por ano e que nos fazem rir e chorar ao mesmo tempo. Mas não é. Não é porque Kevin Smith parece ter perdido a capacidade de fazer comédias estúpidas mas geniais. A premissa é bastante interessante, os actores são ideias e esforçados, mas a coisa simplesmente não tem... assim... muita piada. Pronto, é só isso. Demora muito a assumir que pode ser uma comédia desbragada mas depois afinal não é. Ameaça que pode ser uma comédia negra, mas não o concretiza. Acaba por ser um objecto estranho, desligado, demasiado pensado, e que parece ter sido feito só porque sim. Fica a meio caminho entre todas as direcções possíveis e perde-se. Completamente. É simpático o suficiente para nos fazer sorrir, pronto. Nem tudo é assim mau, mau. Mas podia ser genial, e é isso que chateia.
Novamente, é uma pena, caraças.





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