RUDO Y CURSI
Aqui há uns bons anos, em 2001, um filmezinho bastante simples e despretensioso, realizado por um mexicano relativamente desconhecido do grande público, foi um sucesso tremendo e conquistou o público um pouco por todo o lado. O responsável chama-se Alfonso Cuarón, e depois desse tremendo sucesso - por causa desse tremendo sucesso - viu-se a braços com um dos capítulos de Harry Potter. A sua primeira experiência mainstream em terras americanas não tinha sido propriamente uma maravilha, e o filme, "Great Expectations", não convenceu ninguém. Cuarón resolveu regressar ao México, pegar em dois jovens actores e numa belíssima actriz e filmar um road movie. E fez muitíssimo bem. "Y Tu Mamá También" continua a ser delicioso de se ver, e revelou ao mundo o talento de um desses jovens actores - o outro, Gael Garcia Bernal, já era sobejamente famoso - Diego Luna.
Oito anos depois, um Cuarón que não o Alfonso, mas sim Carlos, o irmão, resolveu pegar na mesma dupla de protagonistas e tentar a sua sorte no departamento dos filmes simples e despretensiosos. Carlos Cuarón não é propriamente um novato nestas andanças cinematográficas. Já escreveu o argumento de mais de uma dezena de filmes - nomeadamente de "Y Tu Mamá También" - e foi associate producer de "The Assassination Of Richard Nixon". Só que...
"Rudo y Cursi" não chega aos calcanhares do filme do mano mais velho. É simpático, é enternecedor, é divertido e é no seu todo um filme agradável. Falta-lhe a magia do seu (chamemos-lhe assim) antecessor. A química da dupla Luna-Bernal está lá, e é bom ver como os dois cresceram tanto desde o seu primeiro encontro; ambos têm carisma e uma energia muito própria que enriquece o filme, claro. Mas saí da sala com a nítida sensação de que algo tinha faltado ao filme; algo que tinha ficado muito próximo de acontecer e não aconteceu.
Para além disso, o filme tem uma boa meia hora a menos. Porque de repente tudo o que acontece na vida dos dois irmãos futebolistas - e acontece-lhes muita coisa - é metido à pressão, e às tantas sentimo-nos um pouco perdidos.
Como disse, é um filme bastante razoável, mas que não tira partido de todos os ingredientes à sua disposição. Nomeadamente das paisagens mexicanas, rural e urbana, e que podiam ser exploradas, o tipo de filme permitia-o. Ainda assim, vale a pena ser visto, até porque tem um actor que enche o ecrã sempre que aparece e, não por acaso, é o narrador da história. Chama-se Guillermo Francella e é genial. Ah, e tem o vídeo mais ridículo da história dos vídeos musicais. Quase pior do que os que publiquei aqui há dias, mas com a vantagem deste ser mau de propósito.
Etiquetas: Filmes Vistos
1 Comments:
At 13:28, baba said…
Ai valha-me Deus que não aguento ver o teledisco!!!!!! É sempre uma surpresa, não me lembrava de rir assim no cinema, mas olha que também não te controlaste muito, baby M! O filme ganha em pormenores das intrepretações deles. Muito!
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