CONSIDERAÇÕES...
Depois dos resultados claros das eleições europeias, apetece-me realçar alguns pontos que considero importantes e curiosos. Coisas que se calhar não vamos ver abordadas na televisão, por exemplo.
1 - A vitória do PSD não é realmente esmagadora. Se tivermos em conta o resultado do mesmo partido nas eleições de 2004 - e apenas do PSD, já que na altura concorreu coligado com o CDS-PP - veremos que a subida não foi sequer significativa. O segredo, que não é segredo nenhum, reside na queda aos trambolhões do PS, e nada mais.
2 - Se de facto essa queda tremenda é o resultado de um castigo popular, então o momento foi, como já é costume, mal escolhido pela populaça. Porque a maioria dos portugueses, mesmo os que são politicamente activos, não sabem de todo no que é que estão a votar. Podem até saber que é para o parlamento europeu, mas a verdade é que assim que as coisas estão decididas perdem por completo o contacto com aqueles que elegeram e, acima de tudo, com as propostas que por lá vão ajudar a concretizar - ou ajudar a chumbar. Alguém pode afirmar saber com toda a certeza o que se passa no parlamento europeu durante um ano?
3 - A subida fantástica do BE é um bom sinal e dá mostras de que o partido pode começar de uma vez por todas a comer votos aos clássicos PS e PSD. Mas faz-me questionar: por um lado, porque têm os comunistas um tão assumido ódio pelos do BE? Saberão explicá-lo? Por outro lado porque nutre Pacheco Pereira um ódio semelhante pelo partido de Louçã, Portas e etc?
4 - Preocupa-me que o principal resultado destas eleições seja uma subida significativa da direita europeia. Preocupa-me porque está cada vez mais ortodoxa, preconceituosa e, mais do que tudo isto, snob. No caso de Portugal bastou ver a quantidade de camisas cor-de-rosa e polos da Mike Davis que ladeavam Paulo Rangel no momento da vitória. Já não bastava o manifesto mau gosto do PP...
5 - O PS perdeu cinco deputados em resultado destas eleições. Interessante será acompanhar esses cinco novos desempregados e saber que destino os aguarda. O parlamento cá do sítio? Um posto superior num grande banco? Professor universitário a receber um chorudo ordenado? Qual será o tacho que se segue?
6 - Interessante também é ler a reportagem de um jornal nacional que nos dá a conhecer o substancial aumento de qualidade de vida de alguns antigos políticos; ficar a saber os seus ordenados enquanto exerciam cargos nos governos de que fizeram parte e os ordenados agora, desde que abandonaram a política. Facilmente se conclui que só conseguem ocupar os cargos que ocupam actualmente porque passaram pela vida política activa. Já para não falar nos que enriqueceram «misteriosamente».
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